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Maria da Fonte: A Proposita Dos Apontamentos para A Historia da Revolução do Minho em 1846, Publicados Recentemente pelo Reverendo Padre Casimiro, ... da Insurreição Popular

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Excerpt from Maria da Fonte: A Proposita Dos Apontamentos para A Historia da Revolu��o do Minho em 1846, Publicados Recentemente pelo Reverendo Padre Casimiro, Celebrado Chefe da Insurrei��o Popular

Uando eu abria as paginas deste livro singular do snr. Padre casimiro, oc correram-me dois versos de Goethe.

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320 pages, Hardcover

First published January 1, 1885

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About the author

Camilo Castelo Branco

620 books299 followers
«Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco (1825-1890) foi um dos escritores mais prolíferos e marcantes da literatura portuguesa contemporânea tendo sido romancista, cronista, crítico, dramaturgo, historiador, poeta e tradutor. Teve uma vida atribulada, que lhe serviu muitas vezes de inspiração para as suas novelas. Foi o primeiro escritor de língua portuguesa a viver exclusivamente do que escrevia. Durante quase 40 anos, entre 1851 e 1890, escreveu à pena, logo sem qualquer ajuda mecânica, mais de duzentas e sessenta obras, com a média superior a 6 por ano. Prolífico e fecundo escritor, deixou obras de referência na literatura lusitana. Apesar de toda essa fecundidade, Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco não permitiu que a intensa produção prejudicasse a sua beleza idiomática ou mesmo a dimensão do seu vernáculo, transformando-o numa das maiores expressões artísticas e a sua figura num mestre da língua portuguesa.»
Fonte; http://www.luso-livros.net/biografia/...


Camilo Ferreira Botelho Castelo-Branco (1st Viscount de Correia Botelho), was born out of wedlock and orphaned in infancy. He spent his early years in a village in Trás-os-Montes. He fell in love with the poetry of Luís de Camões and Manuel Maria Barbosa de Bocage, while Fernão Mendes Pinto gave him a lust for adventure, but Camilo was a distracted student and grew up to be undisciplined and proud.

He intermittently studied medicine and theology in Oporto and Coimbra and eventually chose to become a writer. After a spell of journalistic work in Oporto and Lisbon he proceeded to the episcopal seminary in Oporto in order to study for the priesthood. During this period Camilo wrote a number of religious works and translated the work of François-René de Chateaubriand. Camilo actually took minor holy orders, but his restless nature drew him away from the priesthood and he devoted himself to literature for the rest of his life. He was arrested twice, the second time due to his adulterous affair with Ana Plácido, who was married at the time. During his incarceration he wrote his most famous work "Amor de Perdição" and later it inspired his "Memórias do Cárcere" (literally "Memories of Prison"). Camilo was made a viscount (Visconde de Correia Botelho) in 1885 in recognition of his contributions to literature, and when his health deteriorated and he could no longer write, Parliament gave him a pension for life. Going blind (because of syphilis) and suffering from chronic nervous disease, Castelo Branco committed suicide in 1890.

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August 31, 2020
« É impossível ler o livro sem espirrar aqui e ali frouxos de riso (expressão bem camiliana) à custa das bordoadas com que Camilo deslomba (outra expressão bem camiliana) o padre Casimiro. A técnica usada é bem ao jeito do nosso polemista e deu bons resultados em ocasiões anteriores: reduzir os dislates do adversário a estilhaços e brincar depois com eles, por vezes quase até à crueldade.»
(Pires Cabral, in Casa de Camillo)


Mas Camillo não deslomba bordoadas só no padre Casimiro. Chamorros, setembristas, caciques, povo e políticos em geral vão todos a eito pela pena mordaz de Camillo. A prosa é da melhor, a ironia e o sarcasmo inigualáveis. A leitura entusiasmante. Camillo é insuperável em ironia, estilo, em informes. Cru na descrição da mulher e homem minhotos, dos caracteres psicológicos populares e das suas maneiras de vida, e contudo cheio de vivacidade. — Confronta-se com Oliveira Martins, que faz uma descrição mitificada e poética das minhotas, e supera-o com maior crueza no retrato.

Oliveira Martins para insinuar-nos ethnicamente a comprehensão da indole varonil, intrepida, das mulheres do Minho, symbolisadas na valentia de uma, escreve paginas elegantissimas: «No Minho, como em todas as regioens de stirpe celtica a mulher governa a caza e o marido; excede o homem em audacia, em manha, em força; lavra o campo, e jornadéa com a carrada do milho á frente dos boisinhos louros. Requestada em môça nos arraiaes e romarias pelos rapazes que a namoram, conversando-a com as suas caras rapadas, basta vêr um d'esses grupos para descobrir onde está a acção e a vida: se no olhar alegre, quase ironico da môça garrida, luzente de ouro, se na molle physionomia do rapaz, abordoado ao cajado, contemplativo, submisso, como deante de um idolo... Quando se cazam, as môças conhecem o valor do dote que levam, e os casamentos são negocios que ellas em pessoa debatem e combinam. Não é uma esposa, quase uma serva que entra no poder do marido, á moda semita que se infiltrou nos costumes do sul do reino: é uma companheira e associada em que o espirito pratico domina sobre a mollesa constitucional do homem desprovido de uma intelligencia viva. A mulher parece homem; e nos attritos da dura vida de pequenos proprietarios, quase mendigos, se as colheitas escasseiam, cercados de numerosos filhos, apagam-se as lembranças nubelosamente doiradas da luz dos amores da mocidade, e fica do antigo idolo um rudo trabalhador musculoso, com a pelle tostada dos soes e geadas, os pés e as mãos coreaceos das ceifas e do andar descalça ou em soccos nos caminhos pedregosos ou sobre a bouça de urzes espinhosas. Não se lhe falle então em coizas mais ou menos poeticas: já nem percebe as cantigas da mocidade no desfolhar dos milhos! A vida cruel ensinou-a: é pratica, positiva, dura. Odeia tudo, que não sôa e tine, e tem um culto unico — o seu chão. Vae á egreja e venera o «Senhor abbade» mas com os idyllios da mocidade a sua religião perdeu a poesia: ficou apenas um secco rosario de superstiçoens, funda, tenazmente arraigadas. Ai de quem lhe bolir ou nos interesses ou no culto! ou na egreja ou no chãosinho!... O sentimento innato da rebeldia (que não deve confundir-se com a independencia) . . . existe no minhoto — com o lastro de presumpção e manhas d'onde sahem os nossos palradores do norte e os astutos emigrantes do Brazil; com a segurança que a vida responsavel e livre de proprietarios, não salariados, lhes dá.»

Inquestionavelmente, pittorescamente bello; mas, em parte, na ethnographia que affirma a dignidade da mulher minhota, ha ahi pontos de vista involtos nas neblinas prismaticas de uma rica imaginação. A mulher do Minho não rege o marido, nem é arbitra no governo da caza, nem na gerencia dos negocios externos. É uma besta de carga que encontrareis no transito das feiras, vergada sob o pezo dos sacos e dos baileus, em quanto os maridos endomingados se encovam nas tavernas do mercado, ganhando brios para á noite lhes quebrarem os ossos em caza — exercicio auxiliar á digestão do seu verde. Quanto a venerarem o vigario as mulheres, dá-se o caso de o venerarem a elle e mais aos coadjutores, algumas, com excesso, se o abbade e a cleresia circumjacente não tem na bexiga ou nas articulações a pedra e a rheuma que os tornem mais castos que a fantasia de Jocelyn. A devassidão das minhotas, alternada com intermittencias de beaterio quando os missionários urram, tem sido para mim um objectivo de contemplaçoens de que não pude ainda attingir o gráo de alienação mental a que pode levar a estupidez. Os solteiros acceitam, sem biocos de honra, as mulheres infamadas que lhes estimulam o cio ou o interesse. O brazileiro, o argentario que fechou a loja nas extinctas Congostas, deshonra e dota raparigas com uma quantia sabida; de modo que os candidatos á dotada disputam a páo de choupa o gôso legitimo da moça habilitada para noiva. O snr. Oliveira Martins, depois das duas paginas transcriptas, está comigo com uma condescendencia que me regala. Diz o eminente critico: «Mas o minhoto, naturalista, não é susceptível nos peccados da carne: fraquezas humanas! Muitas, muitas raparigas casam sem ser virgens, e isso, apezar de sabido não escandalisa.» Com certeza, não; e eu mesmo me appresso a declarar que não pretendo que a rubidez do meu pudor vá purpurejar as faces candidas de quem mele, nem levante ahi a celeuma dos peitos indignados pela libertinagem do Minho. O que eu pretendo é demonstrar que a sublevação da gentalha da Povoa e de Vieira não promanou de nenhum sentimento nobre de rebeldia ou reacção ás exacções cabralistas: foi suggestão de um ou dois conegos setembristas, influentes em alguns padres que veremos figurar nas paginas d'este livro (pp. 48 e ss.)


Na última parte Camillo toma partido dos maçons; enumera todos os que ressoam nomes nessas avenidas novas em Lisboa e… compara-os aos miguelistas. Mais pessimista que ímpio, critica o padre deslombando-o e ao seu opúsculo. Assim, por 120 páginas do Padre Casimiro, escreve Camillo 300. Desfastio seu. E nosso, pela vivacidade mordaz da prosa que podemos ler.
Profile Image for António Conceição.
Author 3 books10 followers
July 28, 2020
O melhor Camilo. Ao nível de «Eusébio Macário» ou de «A Corja».
É uma tragédia que, ao contrário do mundo urbano de Eça, o mundo rural de Camilo tenha desaparecido completamente e o génio de São Miguel de Seide seja cada vez menos lido.
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