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Um Milhão de Finais Felizes

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Jonas não sabe muito bem o que fazer da vida. Entre suas leituras e ideias para livros anotadas em um caderninho de bolso, ele precisa dar conta de seus turnos no Rocket Café e ainda lidar com o conservadorismo de seus pais. Sua mãe alimenta a esperança de que ele volte a frequentar a igreja, e seu pai não faz muito por ele além de trazer problemas.

Mas é quando ele conhece Arthur, um belo garoto de barba ruiva, que Jonas passa a questionar por quanto tempo conseguirá viver sob as expectativas de seus pais, fingindo ser uma pessoa diferente de quem é de verdade. Buscando conforto em seus amigos (e na sua história sobre dois piratas bonitões que se parecem muito com ele e Arthur), Jonas entenderá o verdadeiro significado de família e amizade, e descobrirá o poder de uma boa história.

352 pages, Paperback

First published July 5, 2018

159 people are currently reading
3394 people want to read

About the author

Vitor Martins

9 books4,009 followers
Vitor Martins is a writer, illustrator and translator. He lives in São Paulo, Brazil. Follow him online at vitormartins.blog and on Twitter and Instagram at @vitormrtns.

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Community Reviews

5 stars
3,122 (57%)
4 stars
1,671 (30%)
3 stars
579 (10%)
2 stars
74 (1%)
1 star
20 (<1%)
Displaying 1 - 30 of 823 reviews
Profile Image for Victor Almeida.
380 reviews6,034 followers
July 23, 2018
Eu não me alistei pra esse abuso emocional!

Antes de começar essa ~mini resenha~, quero deixar claro que nada disso está sendo dito só porque o Vitor é meu amigo e blá blá blá. Eu, de fato, nunca senti coisas tão genuínas igual senti com essa leitura. Esse livro, além de estar nos melhores do ano, me destruiu por completo.

Assim como Quinze Dias, é evidente a voz do Vitor na história. Seu senso de humor, sua personalidade, e até as suas opiniões sobre cultura pop. Foi um livro que me fez ir de um extremo ao outro: eu gargalhei, mas também chorei igual um neném. Ele aborda as questões religiosas com maestria, e vindo de uma família que é basicamente A DO JONAS, eu consegui me relacionar DEMAIS. Parecia que estava lendo sobre mim. A leve aproximação da mãe, mas ao mesmo tempo o medo de decepcionar. O distanciamento do pai e do seu jeito explosivo e grotesco. O fato de se sentir constantemente rejeitado por parte de Deus, não se sentir digno, ou simplesmente uma merda pelo o que é como pessoa. Tudo isso apitou como familiar pra mim.

Confesso que estava com medo quanto à parte dos piratas gays EM SI, mas a forma como o Vitor aplicou na história, deixou uma delícia de ler. Divertido, sem ser maçante. Sem contar que é evidente o domínio das palavras em todos os momentos e os personagens colaboram muito pra uma leitura prazerosa por serem todos apaixonantes e charmosos.

Eu e o Vitor temos muito em comum, o que me aproximou ainda mais da história. A forma como o Jonas usa o humor pra se esconder. A famosa técnica de se autodepreciar pra mascarar as inseguranças. E como eu amei e torci por esse personagem... O romance é super empolgante, e me fez querer continuar lendo até terminar, em uma sentada só. Foi maravilhoso acompanhar todas essas coisas de paranoias, as primeiras mensagens trocadas com o boy, o primeiro encontro. Deu aquela saudadinha desses momentos iniciais. Jonas vira um ~molecão~ perto do Arthur e isso foi a coisa mais fofa do mundo. Percebi que estava investido e sentindo intensamente pela história quando vi que meu coração se acelerava junto com o do protagonista em alguns momentos.

Mas vamos ao que realmente interessa aqui: como esse livro destruiu a minha vida. Vitor: POR QUÊ?????? Não quero dar spoilers, mas a partir do capítulo 30 não consegui parar de chorar. De soluçar. De fechar o livro e berrar. Foi uma história que definitivamente deixou uma cicatriz no meu coração. Mais uma vez: tudo isso porque me relacionei com o protagonista e entendi as suas dores. E senti que isso poderia acontecer comigo. E me deu medo.

O amadurecimento do Vitor com essa história foi a coisa que mais me encheu de orgulho. Fiz uma nota mental aqui: dar um abraço bem apertado da próxima vez que o ver. É um livro necessário. Um livro que dá vontade de pegar na livraria e colocar por cima dos outros. Um livro agridoce, um livro que dói, mas um livro que tem uma mensagem de esperança incomparável.
Profile Image for Alfredo.
470 reviews606 followers
December 30, 2018
Um Milhão de Finais Felizes é um dos livros mais importantes que já li.

Falando um pouco dos aspectos gerais da história, curti a decisão do Vitor de não trazer um Personagem Padrão YA (16-18 anos, no final do ensino médio ou começando a faculdade, com grandes sonhos, amigos incríveis e um problema que será resolvido em algumas páginas).(Não darei detalhes sobre o personagem, mas quem ler o livro entenderá.) Outro ponto que se destaca é que esse é o tipo de livro que você não vê o tempo passar. A narrativa cumpre tão bem o papel de criar empatia pelos personagens e de deixar fluir naturalmente a história que é provável que muitos leiam "em uma sentada". A maioria dos personagens são tridimensionais e cada um deles tem suas características próprias e gostos bem específicos, o que faz com que eles brilhem no livro cada um a sua maneira. Esse livro é um tanto mais pesado e mais denso do que o primeiro livro do autor e cumpre sua proposta muito bem. Os momentos tristes e tensos geralmente chegam de surpresa, no meio de uma cena que arrancava sorrisos. É o trunfo de Um Milhão: ser real como a vida. Em geral, é um livro muito bem construído e que vale a pena COM TODA CERTEZA dar uma chance.

Quanto à minha relação pessoal com o livro, posso dizer que me identifiquei muito com os dilemas que o Jonas vive no contexto de família e aceitação. Já passei por diversas das situações que ele narra aqui e enxerguei muita honestidade em cada detalhe colocado - às vezes é preciso tirar força de onde você nem sabia que tinha para escrever certas coisas. Cada traço da personalidade do personagem foi muito bem pensado, das músicas que ele escuta aos livros que ele lê. Um Milhão de Finais Felizes tem muitas referências à cultura pop atual e isso me deixou feliz porque finalmente vi personagens que se parecem comigo e com meus amigos, diferente de alguns contemporâneos com referências a músicas da década de 1900 e alguma coisa. Outra coisa que gostei bastante foi, assim como em Quinze dias, o humor do personagem principal. Eu invejo um pouco o jeito como a mente do Vitor funciona, parece que ele consegue deixar qualquer situação menos tensa e isso me diverte demais. A mensagem final do livro é uma das mais bonitas E REAIS que já encontrei por aí, o título fica ainda mais especial quando o livro é concluído. Um Milhão é o tipo de livro que te faz chorar para depois te abraçar e dizer que tudo vai ficar bem <3.

Posso dizer sem medo que, sim, Um Milhão de Finais Felizes mudou minha vida e a maneira de ver as situações que enfrento. É uma mensagem que traz alívio em meio a um mundo que só nos sufoca. Mais que recomendo.
Profile Image for Melina Souza.
357 reviews1,966 followers
March 5, 2021
Reli esse livro (quase dois anos depois) junto com o grupinho do catarse ♡ amei!

Amei tanto ♡ já estou com saudade dos personagens *-*
Profile Image for Samir Machado.
Author 34 books354 followers
January 14, 2019
Há um momento em que Jonas, o protagonista que trabalha numa cafeteria, atende dois meninos adolescentes que entram de mãos dadas e, animados pela primeira viagem juntos como namorados, "ainda carregam aquele brilho nos olhos de quem acabou de sair da escola e acredita que o mundo inteiro é um lugar incrível". Quando os dois saem, Jonas fica com um sorriso bobo no rosto, que é mais ou menos minha reação lendo os livros de Vitor Martins, feliz em saber que os garotos hoje tem acesso à uma literatura popular com representações saudáveis de relacionamentos românticos homoafetivos. No meio disso, o livro discute a relação emocionalmente abusiva do protagonista com os pais evangélicos fanáticos, e jovens em situação de risco de expulsão de casa, no que funciona como um grande abraço de "calma, tudo vai ficar bem".
Meu desejo era que Martins embarcasse num DeLorean e publicasse nos anos 90, mas uma viagem no tempo seria mais verossímil do que livros assim serem publicado naquela época por grandes editoras. O que diz muito do quanto o mercado evoluiu, apesar dos pesares.
Profile Image for Iris.
Author 19 books651 followers
June 18, 2018
Não tenho palavras para definir esse livro! Que Vitor Martins escreve bem, todo mundo que leu "Quinze dias" já sabe, mas "Um milhão de finais felizes" vem para consolidá-lo como escritor.

A história dosa humor e drama na medida certa e é o tipo de livro que milhares de adolescentes pelo Brasil podem precisar. Debatendo sexualidade, família e religião de uma forma leve, mas certeira, Vitor traz a história com uma delicadeza única.

Chorei em diversas partes da história, quis fazer parte desse grupo de amigos e colocar o Jonas em um potinho e dizer "vai ficar tudo bem". Amei ver também parte das minhas experiências em crescer na igreja relatadas na história, porque são coisas super únicas que muitos adolescentes criados em famílias evangélicas vivem, mas nunca tinha lido sobre. (E isso independente da sua sexualidade, mas a experiência de retiro, cultos etc., coisas que eu não costumo ver em YA e é bem típica daqui pra muita gente).

Vitor é SHOW
Profile Image for Iara Picolo.
175 reviews142 followers
July 9, 2018
Achei que não ia chorar até aparecer a mãe do Jonas. aí eu chorei.
Essa história precisa conhecer o mundo e o mundo precisa conhecer o Jonas!
Profile Image for Lucas Rocha.
Author 41 books264 followers
July 7, 2018
Eu não sei muito bem como fazer uma resenha sobre um livro com o qual me identifiquei tanto. Estou literalmente olhando para a tela em branco e tentando digitar alguma coisa coerente, porque esse livro tem TANTA coisa importante para ser citada/analisada/discutida que nem sei muito bem por onde começar. Mas vamos lá.

Essa história, por si só, é um triunfo, principalmente no contexto atual em que vivemos. Jonas é um pouquinho de todo garoto gay que cresceu sob a influência religiosa, e o que eu gosto aqui é que, ao mesmo tempo em que ele não tem problemas em se aceitar como gay para os amigos, ele tem muitos problemas em aceitar como seus pais o encaram. E esse é um fator determinante na jornada dele, que oscila entre viver nesses dois mundos: um de amigos, onde ele é livre para ser quem é, e o dos pais, onde parece se transportar para um universo alternativo. A escolha pela viagem do centro de São Paulo, onde trabalha, para a Grande São Paulo, onde mora, parece ser a representação física desse 'portal' que Jonas atravessa sempre que um dia termina. Aos poucos, ele vai murchando para se tornar não quem é, mas quem os outros esperam que ele seja.

O que eu mais amo nessa história é que o Vitor conseguiu verbalizar sentimentos complexos. Ele transformou em palavras muitas das coisas que eu sentia e ainda sinto quando estou rodeado pela minha família: desde os diálogos explícitos até toda a linguagem não-verbal de quem não aceita, seja porque não quer entender o diferente, seja porque não sabe como fazê-lo.

É claro que o livro não é só pesado. Também há o humor maravilhoso do Vitor (que quem já leu Quinze Dias vai continuar amando) para lidar com as situações de forma leve; os piratas gays, que eu JÁ QUERO PELO AMOR DE DEUS UM SPIN OFF, os amigos de Jonas, as festas, o cotidiano em seu trabalho, e o meu CRUSH RUIVO ARTHUR. Enquanto as partes mais sérias vão te fazer respirar pesado e pensar na vida, as partes mais bem humoradas vão te fazer gargalhar (ou, se você for mais tímido, dar aquele sorrisinho que todo mundo dá quando lê uma passagem engraçada).

Eu fico muito orgulhoso que o Vitor tenha escrito esse livro. Os problemas de Jonas podem não ser universais, mas atingem muita gente que não entende muito bem o seu lugar no mundo com as referências que possui em casa. Por isso essa história é tão importante. Que todos os meninos e meninas que estejam amedrontados possam ler essa história e perceber que, assim como diz o título, é possível existir pelo menos um milhão de finais felizes.
Profile Image for Carlos Silva.
144 reviews37 followers
January 11, 2019
Um Milhão de Finais Felizes é puro e emocionante, e os personagens são as melhores pessoas do mundo (porém depende né, não todos). Me lembrou muito o que Simon Vs. é pra mim porque quanto mais eu lia mais eu desenvolvia um carinho IMENSO pela história e antes mesmo de acabar eu já tava sentindo saudade dos personagens e querendo voltar pra dentro da cabeça do protagonista. O Jonas é simplesmente precioso. O Arthur é um anjo e eu queria muito ser amigo da Karina e do Dan. Passei a maior parte da leitura sorrindo. Mesmo quando eu chorei, não demorou muito pra eu voltar a sorrir e depois eu chorei DE NOVO, só que de felicidade e gratidão por esse livro existir (e talvez esteja chorando de novo escrevendo a resenha porque eu sou pisciano e tá tudo retrógrado no universo me abraça por favor). Os temas, desde os mais leves aos mais pesados, foram tratados com muita delicadeza e sensibilidade. A narrativa foi impecável e eu amei a forma como a história do Tod se desenvolvia como um espelho literário do que o Jonas estava sentindo e vivendo. Você se apega muito e torce pra que os dois tenham finais felizes, e a maior sensação com a qual o livro te deixa é que você também merece um milhão deles.

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Profile Image for Lucas Fogaça.
118 reviews45 followers
August 7, 2018
Está começando mais um episódio de "Livros que o Fogs ama tanto que não consegue fazer um texto conciso e fica 2 horas adicionando palavras"! No episódio de hoje, UMDFF.

Sabe aquele sentimento de identificação quando você lê o seu primeiro livro YA e entende os problemas que os personagens estão passando? E nem tô falando de representatividade ainda, mas só por serem da sua idade e estarem na mesma fase da vida. Esse livro foi como esse sentimento, mas ampliado, porque ele se passa em uma cidade real pra mim. Esses personagens sofrem com conciliar tempo pra família/amigos/estudo/relacionamento e têm dificuldades de marcar rolês por conta da agenda e morrem de tédio um dia de trabalho tranquilo mas que não deu o horário e jantam no trailer de lanches da esquina e fazem maratona de série na netflix e frequentam a igreja e vão pra balada de axé no carnaval e correm no horário de almoço e TANTAS OUTRAS COISAS QUE FAZEM ELES SEREM REAIS. É fácil demais acreditar que são pessoas que existem de verdade e que o Vitor foi só um repórter. E tudo isso em São Paulo, a minha cidade, as ruas que eu conheço! Sério, pro fã de YA contemporâneo que virei foi uma delícia ler um livro assim.

Aí, claro, tem a representatividade também! Aqui não havia personagem que fosse igual a mim 100%, mas nenhum é igual a outro e isso é importante demais. As características que mais se destacaram pra mim foram as dinâmicas familiares: diversas como estamos acostumados no Brasil, mas raras de ler nos livros gringos. E isso puxa o gancho para falar sobre o tema principal do livro, que é família. O relacionamento do Jonas com os pais contrastado com a família que ele forma, com os amigos. Infelizmente temos muitos jovens crescendo em lares intolerantes (por n motivos) e, ao colocar um protagonista assim e demonstrar que é possível a esperança de um final feliz, o Vitor chega no ponto objetivo real da literatura YA: mostrar identificação para gerar aceitação. Quem leu Quinze dias já sabe que o Vitor manda muito bem nesse quesito, mas em UMDFF ele sobe o nível e faz você sentir AINDA MAIS com os personagens, mesmo que você nunca tenha passado nada parecido (que é o meu caso. Só consigo imaginar quem realmente passou por algo parecido e só quero abraçar essas pessoas :( )

Se você ainda não se convenceu a pegar este livro, te indico a ler as outras resenhas aqui no Goodreads e ver como essa história impactou as pessoas de uma forma incrível. Eu sou muito grato ao Vitor por ter coragem de escrever personagens como esses e por colocar tanto de si para ajudar os leitores.
Profile Image for gabi ✦.
117 reviews
January 6, 2023
ano passado, meu primeiro livro foi "se a casa 8 falasse" e, entrando em 2023, queria que, de novo, pudesse começar o ano com uma história que eu sei que seria sobre famílias não convencionais e amor. decidi isso ainda em 2022, e o início desse ano, que tá sendo difícil, só provou que minha escolha não poderia ter sido mais certeira.

as palavras do vitor martins, apesar de simples e sempre com um subtom de humor (que eu amo!), têm a tendência de tocar num lugar muito profundo dentro de mim. ser lgbtqia+ no brasil não é fácil, e cada vez mais vejo e valorizo na minha vida a noção de família que escolhemos. foi lindo poder ler isso acontecendo com o jonas que, apesar de tudo, teve nesse livro a jornada de construir uma comunidade que é a definição mais pura de família.

se algum amigo meu ler isso aqui: amo vocês incondicionalmente.
e vitor martins: por favor nunca para de escrever.
Profile Image for Laura AP.
871 reviews
July 28, 2018
Não poderia deixar de dar 5 estrelas pra esse livro. Vitor conta uma história sensível sobre um garoto que está aprendendo a viver, que quer sair de casa e tentar coisas novas, mas que a vida ainda não permitiu de tudo. E apesar de ter temas pesados e cenas de partir o coração, a narrativa nunca traz você pra baixo. Sempre acha um jeito leve de te fazer rir ou mostrar que a vida vale a pena e que tudo é possível e que existe sim, um milhão de possibilidades de ter um final feliz.

Chorei muito quando cheguei no epílogo, e estou muito, muito feliz que esse livro existe. Não sei se mais gente anotou, mas a frase que mais ficou marcada pra mim é quando o Jonas pensa "Eu preciso entender que é possível ser gay e também feliz". Continuemos assim, gays e também felizes.

<3
Profile Image for Bernardo de Mattos.
17 reviews11 followers
July 20, 2018
A maioria de nós cresce aprendendo que a sua casa é o seu "safe space", o lugar no mundo onde você pode se sentir seguro não importa o que aconteça e onde você pode ser o quão vulnerável você quiser. Um Milhão de Finais Felizes mostra que, principalmente no caso de jovens LGBT, isso muitas vezes não é a realidade.
Sendo muito sincero, eu me identifico muito com isso. Seu "lar" é o local para onde você volta todos os dias e se ele não é harmônico, isso influencia muito negativamente a sua forma de viver. O conceito de que a sua "família de sangue" é o laço mais forte que existe e que você é obrigado a amar aquelas pessoas, não importa o que aconteça ou como elas te tratem, é visto quase uma regra e precisa imediatamente ser desconstruído.
Eu acredito que todo LGBT tenha passado, pelo menos em algum momento da vida, pelo medo de ter seu "lar" destruído por ser quem é e isso é bizarramente triste. Temos medo que as pessoas não vão nos aceitar, quando isso não deveria nem ser uma questão a ser discutida, e até medo de sermos agredidos, não só fisicamente, pelas pessoas que nos "defenderam" a vida toda. Vocês não têm idéia de como é importante essa situação estar sendo escrita e debatida num livro para o público YA. Eu tenho certeza que o Bernardo adolescente teria agarrado esse livro como o fio de esperança que ele precisava quando achava que o mundo ia desmoronar e que ele era o único que estava naquela situação.

Bem, saindo um pouco do clima pesado, porém necessário, Um Milhão de Finais Felizes é espetacular. Sabe quando o livro vai ticando todas as caixinhas ? Eu devorei ele. Os personagens são completamente reais e as questões abordadas ao longo da história são as mesmas que muito de nós enfrentamos como "young adults", o que torna a experiência muito íntima. Parece realmente que você faz parte daquele grupo de amigos e divide aquelas emoções.
Eu particularmente gosto muito dessa dinâmica da história dentro da história, eu já até mandei uma mensagem para o Vitor falando que espero que ele já tenha fechado um acordo estilo Raibow Rowell para publicar o livro solo de Piratas Gays. O Jonas usando as próprias experiências para ir moldando essa história é muito divertida, ainda mais quando ele usa como forma de expressar as expectativas dele quanto ao que estar por vir. Aliás, vamos combinar, piratas gays é uma das melhores ideias já criadas. Quero e preciso de mais, por favor.

Terminei o livro num poço de lágrimas de tristeza/felicidade, bem bittersweet, e se você não fizer o mesmo, não podemos ser amigos. Enfim, não deixem de ler <3
Profile Image for Paula Cruz.
Author 17 books244 followers
October 11, 2018
Um livro absolutamente necessário, ainda mais nos tempos atuais. Faz um tempo que me incomoda que justamente as histórias de amor gay são as mais trágicas, dramáticas, etc. É um subtexto muito perigoso e desgastante, né? É crucial a gente ter histórias sobre isso tudo, mas mais importante ainda é ter história água com açúcar também. Livros leves, filmes bobos. A gente tem que mostrar que gays podem ser felizes sim.

E esse livro do Vítor é muito sobre isso, por mais que tenha um contexto super complexo, bem típico do Brasil, é sobre um garoto que merece um final feliz. É por esse tipo de visão que essa nova geração de escritores vai mudar o Brasil <3

ALÉM DISSO TUDO, o Vítor escreve super bem, sabe usar referências pop a favor da narrativa e constori os personagens mais fofos com muita naturalidade!! Eu realmente queria ter lido esse tipo de livro mais nova, e fico muito muito feliz que os adolescentes tenham oportunidade de crescer lendo as histórias do Vítor.

E, mais uma vez, desenvolvi um crush no personagem ruivo AFFFFFFFFF

PS: ESSE LIVRO SÓ SERIA MELHOR SE FOSSE TODO ILUSTRADO PELO HELDER
PPS: fica aí a sugestão pra Globo Alt de uma versão de luxo ilustrada em capa dura
Profile Image for Gabriel Mar.
Author 5 books148 followers
July 13, 2018
*estala os dedos* Let’s Go.

Eu lembro dessa história e só quero gritar porque ela é tão boa que eu não acredito que ela não existia antes.

O elenco central é conduzido por jovens adultos frustrados e com contas para pagar - meu tipo favorito porque eu estou no bolo -, e cada um tem uma particularidade dramática que é apresentada logo no início e que se desenvolve até o fim no melhor ritmo possível.
As cenas são reais, concretas e possíveis, o que grita um sentido de realismo e verdade do começo ao fim.
Aqui não existe um herói, o que não quer dizer que não há vitória, porque Um Milhão de Finais Felizes é uma mensagem de resistência, identidade e comunidade. E a verdadeira vitória da história é deixar claro que todo mundo pode sofrer e cair, mas a recuperação pode ser fácil dependendo de quem a gente cultiva ao redor.

Agora, numa nota mais pessoal e que vai fazer menos sentido:

Amar uma história é fácil para muita gente.
É fácil se envolver e criar empatia e se encantar por situações quando você quer que tudo isso aconteça.
Eu admiro e invejo esse tipo de leitor, mas eu, com certeza, não sou um deles.

Minhas experiências de leitura são sempre cheias de quebras na suspensão da realidade. Eu interrompo o livro para reescrever uma cena na minha cabeça, troco palavras, me pergunto “as pessoas falam assim mesmo?” e sempre demoro para voltar à energia do livro. E nada disso é de caso pensado, eu só faço.
Por isso, para mim, amar uma história é raro e complexo, porque a história precisa ter derrubado todas as minhas barreiras do subconsciente e ainda ter conseguido me envolver e despertar a empatia e o encantamento.
É um sentimento muito valioso para mim, amar uma história, sem pensar nos apesares, e esse é o caso com Um Milhão de Finais Felizes.
É um livro que me deixa muito feliz por saber que ele está no mundo, e igualmente feliz por eu estar vivo aqui e agora para espalhar essa história do melhor jeito que eu conseguir.
Profile Image for Pedro Fernandes.
7 reviews5 followers
July 6, 2018
Amo Quinze Dias de paixão porque foi um livro maravilhoso que surgiu num momento complicado da minha vida e me ajudou bastante, mas ouso dizer que amei ainda mais Um Milhão de Finais Felizes.

Honestamente, acho que o Vitor conseguiu se superar aqui. É um pouco impossível descrever todos os milhões de motivos para amar esse livro sem dar nenhum spoiler.

Vou comentar, porém, que ele é um livro que não deve ser lido apenas por jovens, mas também por pais. Talvez, se vocês estejam em dúvida, esse livro pode te ajudar a enxergar o quanto seus filhos são pessoas incríveis e o quanto vocês podem perder caso não abracem eles, mesmo que eles sejam diferentes daquilo que você tinha como um padrão.

Outra coisa que acho importante é como o Vitor consegue ser engraçado e sério ao mesmo tempo. As cenas transitam entre tensão e alegria num ritmo excelente que causa bastante verossimilhança.

Se você ainda não conhece o trabalho do Vitor, por favor, trate de mudar isso o quanto antes! Você vai rir, você vai chorar, você vai ficar com o coração quentinho e principalmente acreditar e ter vontade de tornar o mundo um lugar melhor.
Profile Image for Layla Fernanda.
186 reviews107 followers
August 7, 2018
Um livro maravilhoso cheio de representatividade e personagens maravilhosos. Terminei esse livro com um "quentinho no coração" e MUITO feliz de ter lido ele.
Profile Image for iasmin.
172 reviews6 followers
July 10, 2020
gostei bastante desse livro, é uma história leve e eu amei as ideias de livros e de coisas aleatórias que o jonas pensa e queria ver a execução de várias! realmente não tem nada que eu não tenha gostado, acho que o livro deu uma amarrada em todos os pontos e criou personagens secundários interessantes - o que me fez gostar ainda mais
60 reviews1 follower
August 14, 2018
5 ⭐ não são o suficiente para descrever o quanto eu AMEI esse livro!!!!

Comecei a ler já com as expectativas lá no alto pq eu amo muito "Quinze Dias" e o fato delas terem sido ultrapassadas é maravilhoso.
Já estava apaixonada no momento que li sobre o Rocket Café (o quão incrível é imaginar um café com tema galático??!!) e então a mãe do Jonas entrou na história e mudou tudo. Fui criada desde de bebê dentro da Igreja Católica, por uma mãe MUITO religiosa e que amava me ver fazendo parte das coisas da comunidade e só falando sobre coisas que envolvessem Deus. Então, quando a Dona Cristina entrou na história, tudo mudou. Eu estava praticamente lendo meu relacionamento com minha mãe e foi um pouco assustador, porém isso só fez com que eu amasse ainda mais o livro.
E a família maravilhosa que o Jonas vai formando ao longo de toda a história????!! É tão a realidade da maioria das pessoas LGBTQI+ que ler sobre isso, aqueceu o meu coração.
Ahh Arthur (ou melhor, barba ruiva), eu amo tanto esse cara que quero chorar. O primeiro encontro deles é tão catastrófico que no final eu estava rindo sem parar mas depois de terminar esse livro, posso dizer que sou uma Jonarthur shipper.

Deixa eu parar por aqui pq se não vou passar o dia falando sobre esse livro.

PS¹: Conheci o Vitor na Bienal e ele é uma das pessoas mais simpáticas que eu já conheci.
PS²: O QUE FOI O CAIO E O FELIPE APARECENDO NO CAFÉ???? EU BERREI E PULEI MUITO QUANDO LI ESSA CENA
PS³: Estou morrendo de ansiedade para ler o próximo livro do Vitor
Profile Image for Marcela.
29 reviews
December 10, 2018
3.5, arrendondando para 4 estrelinhas.

Um milhão de finais felizes é, resumindo de maneira bem simples, um romance de formação sobre aquele momento em que, no papel, a gente se torna "adulto" e não sabe muito bem como lidar com isso. A escrita é gostosa, fluída e cheia de bom humor: deu pra ler rapidinho no meio das leituras obrigatórias pra faculdade.

Foi muito fácil me identificar com o protagonista, Jonas, porque em certos aspectos de personalidade somos bem parecidos (por exemplo, ter 300.000 idéias para histórias que no fim das contas nunca escrevemos de fato) e porque ele é uma graça; o interesse amoroso dele é um FOFO e os amigos do Jonas são personagens incríveis. Acima de tudo, todos os personagens são muito humanos e reais, como se pudéssemos encontrar eles na rua.

A história de Jonas lidando com problemas familiares, de amizade e de relacionamento foi com TODA a certeza o ponto alto desse livro e me fez sentir todo tipo de emoção (desde "Aawwn" até "AAarGH").

O que me leva para o que eu não gostei: Começando do começo, o que mais me chamou a atenção nesse livro foi o seguinte: PIRATAS. GAYS. Incrível, ne? Boas histórias sobre piratas me fascinam, eu gosto do aspecto histórico e eu gosto dos aspectos temáticos que podem ser abordados e piratas que se sentiam atraídos por pessoas do mesmo sexo definitivamente existiam, então eu estava animadíssima para ler sobre Tod e Bart.

Mas eles foram a parte mais fraca desse livro???!!!

Temos alguns atenuantes para isso, tudo bem: a história dos piratas são fruto de uma história que Jonas está escrevendo e tecnicamente é um primeiro rascunho, então, é, não tem como uma obra prima surgir de um primeiro rascunho, eu reconheço, mas minha leitura diminuía tanto o ritmo quando eu chegava nessas partes porque eu não ligava para Tod, eu queria saber o que ia acontecer com Jonas!

Talvez se os capítulos fossem intercalados e tivéssemos mais tempo para conhecer os personagens piratas, eu ficaria mais investida, mas temos quatro (cinco?) capítulos com eles, é tudo muito rápido e com um ritmo horrível (e é lógico que a nerd de piratas dentro de mim estava gritando o tempo todo "NÃAAAOOOO", mesmo que a história tecnicamente se passasse em um outro universo).

Mas como eu disse, temos só cinco (quatro?) capítulos sobre os piratas e todo o resto da história vale muito a pena (tipo, muito mesmo) então eu recomendo muito e vou com certeza comprar a edição física também quando ela sair.

Profile Image for Iuri.
94 reviews10 followers
July 16, 2018
Uau.
Ler esse livro é uma experiência. Sério.

Se você leu Quinze Dias antes, ou conhece e acompanha o Vitor nas redes sociais, deve saber que ele é doido e que tem esse talento certeiro em jogar seus sentimentos de um lado pro outro e fazer uma maçaroca de tudo, tal qual uma máquina de lavar daquelas antigas que ficam pulando pelo chão da lavanderia.

A premissa é simples: menino gay, cheio de sonhos e incertezas, numa família religiosa que não o aceita, tendo um choque de realidade quando o mundo que ele achava que tinha o controle decide jogar um quilo de bosta no colo dele e dizer NÃ-NÃO MOCINHA, AQUI NÃO. E, por ser simples, esse livro vai falar com muita gente. E quem se aventura nessa história vai ver que nada disso é simples.

A mãe do Jonas é uma personagem TÃO bem escrita que eu gritava toda vez que ela aparecia. Tendo crescido em igreja evangélica, eu conheço um punhado de mães do Jonas. Elas vão orar por você. E o pai dele também foi tão bem montado que eu tive ÓDIO real dele. E todos os personagens são assim, na verdade. Honestos e REAIS e eles ilustram muito bem essa etapa horrível que é ficar adulto. São os amigos que são a família que a gente escolhe, mas tem defeitos e deixam a gente pra baixo às vezes.

E o romance... AI. Eu sou uma dessas pessoas chatas que praticamente só leem um único tipo de livro pq eu não me aguento com romance. Primeiro encontro. Primeiro beijo. Conhecer os pais. O Vitor acertou em cheio aqui! Jonas e Arthur funcionam muito bem como casal e acompanhar o começo do namoro dos dois, envolvo em café e acidentes com bebida, foi muito muito fofo. Fanfics eróticas desses dois serão escritas, algumas pouquíssimo ortodoxas (leiam o último capítulo de Piratas Gays para mais informações).

Esse livro vai te fazer chorar. E rir. E falar "aw". E gritar AFFFFF SE BEIJEM. E vai fazer você se sentir em casa, rodeado de amigos, comendo meteoros de queijo (tchuuunnnnn) e tendo esperança de que coisas boas acontecem sim, mesmo no meio do desespero.

Ele é poderoso assim.

Profile Image for Jana Bianchi.
Author 76 books241 followers
August 1, 2018
Acabei não conseguindo deixar meus comentários aqui logo que acabei de terminar de ler, mas acho que foi até bom ter esse tempo de afastamento pra poder falar, já fora da influência da onda de emoção, que esse livro merece cada uma dessas cinco estrelas e foi uma das minhas melhores leituras do ano.

Eu já falei algumas vezes que acho o Vitor Martins um escritor talentosíssimo. Ele tem conhecimento do público, um incrível carisma que se reflete nas narrativas e um ótimo humor, mas eu considero esses apenas "bônus" pra capacidade que ele tem de criar histórias bem estruturadinhas e simples, o que dá espaço pra que ele mergulhe na construção dos personagens.

Eu já tinha sentido isso em Quinze dias e no conto do Todas as cores do natal, mas em Um milhão de finais felizes ele aperfeiçoa todas as técnicas e entrega um livro que não deixa NADA a desejar aos jovens adultos famosos e de grande sucesso. E confesso que me deu um quentinho delicioso no coração ter essa impressão de um livro 100% brazuca: ambientação 100% brasileira, mas também conflitos e situações que só poderiam acontecer aqui.

Os personagens de UMFF são incríveis, tridimensionais, verossímeis. Me importei com os protagonistas e até com os personagens secundários desde as primeiras páginas. Eu CHOREI (tipo, real oficial, lágrimas escorrendo) em pelo menos dois pontos do livro. E tudo isso porque não sou um adolescente LGBT com problema com a família. Só me basta imaginar aqui o quanto esse livro deve ser um bálsamo pra esse público, sério.

E a história... Bom, a história é linda. A mensagem é linda, embora seja realista e não romantizada num sentido ruim. Eu nunca gosto de fazer uma análise totalmente positiva ou totalmente negativa, mas eu sinceramente não consigo pensar em NADA que me desagradou no livro do Vitor. (Talvez eu quisesse mais trinta e oito livros sobre a história, mas aí não é um demérito né hahahaha)

Recomendo a leitura pra todo mundo que queira ver uma linda história muito bem contada.
Profile Image for Emily.
550 reviews43 followers
August 4, 2018
Eu chorei muito lendo Um milhão de finais felizes.

Eu já sabia que esse livro ia me fazer chorar - muitas amigas minhas leram antes e me falaram que choraram. Eu só não tava esperando chorar por ler a palavra "assexual" num trechinho pequeno sobre a Parada Gay de São Paulo num contexto tão cheio de amor. E, apesar de o livro não ser sobre pessoas ace (apesar de, parando pra pensar, eu ter um headcanon agora que a Karina é ace sim e é isso aí) especificamente, ele é sobre a outra coisa - amor. E esperança. E família e saber se cuidar e se amar e tudo mais. E talvez tenha sido por isso que eu tenha chorado tanto duas noites seguidas, enquanto eu lia o livro antes de dormir.

Ler a história do Jonas e a relação dele com a mãe e religião doeu demais, mas ler sobre a amizade dele com a Karina e com o Dan e com a Isa me encheu de felicidade. É muito gostoso ver esses tipos diferentes de amizade assim, em um contexto tão próximo da gente (CarnaGlitter!! Joyce Lanches!! Festinhas de aniversário de milho e Frozen!!). Traz um sentimento de pertencimento tão grande que nem dá pra descrever. O relacionamento do Jonas com o Arthur também foi lindo, e eu adorei que o Arthur era uma pessoa completa, com seus problemas e que erra mas quer fazer o melhor. Também amei o final, pelo mesmo motivo que amei o de Céu sem Estrelas.

Resumindo, a gente aqui no Brasil tá bem demais com autores como o Vitor. Mesmo que eles façam a gente sofrer pelo caminho.
Profile Image for Wesley Pasheco.
259 reviews12 followers
April 28, 2019
De novo sem palavras pra agradecer o Vitor por me tirar dessa enxurrada de Young Adult muitos jovens e que tem medo de botar até o pé na rua (eu reclamo, mas é só virar as costas que to lendo um livro assim de novo).
Esse livro é lindo, emocionante e bem sincero.
Passar por uma família assim não é fácil, ainda bem que a minha entende e já tive um pai escroto assim, mas depois a gente foi se entendendo e tudo foi dando certo.
Agora, quanto ao último (último) capítulo de piratas gays, eu não gostei muito... - só faltou tocar “under the sea” e rolar os créditos finais.
Profile Image for Kelly.
15 reviews
January 16, 2019
Que graça de livro! Fiquei apaixonada pelo casal e pela sensibilidade do autor! 💛
Profile Image for Duds Saldanha.
97 reviews98 followers
July 28, 2018
Quando eu conheci o Vitor eu não fazia ideia de que ele, em pouquíssimo tempo, seria uma das pessoas mais importantes de toda a minha vida e que dividiria comigo momentos que deixariam meu coração tão quentinho. Ele era só uma pessoa cujo trabalho de ilustração eu admirava.

O Vitor é uma pessoa que eu vi crescer como ser humano e como profissional. Acompanhei sua evolução na ilustração, em falar de livros, até ele se tornar essa pessoa que conta as mais maravilhosas histórias.

Dito isso, se você chegou agora, “Um Milhão de Finais Felizes” não é o primeiro livro do Vitor. Eu vi a concepção de “Quinze Dias” acontecer e o li muito antes de sair numa manhã muito gelada em Dublin quando eu estava precisando de amigos e aconchego.

Eu nunca soube por que o Vitor me mandou o livro pra eu ler antes, muito embora nossa amizade sempre tivesse sido tão forte, mas chegamos ao final de “Um Milhão de Finais Felizes” e eu entendo porque. É porque nós somos família.

UMDFF é sobre família.

Não apenas a família que a gente nasce dentro, mas também a família que a gente escolhe ter ao longo da nossa vida. As pessoas nas quais a gente não só vai confiar mas também vai procurar pra contar sobre aquela pequena coisa que aconteceu no dia e deixou tudo muito melhor, ou aquela pessoa pra te marcar num vídeo e dizer que lembrou de você.

Eu sempre tive uma família gigantesca, e uma grande herança disso é que eu sou cercada, desde pequenas, por pessoas muito diferentes de mim. Meu mundo é colorido porque eu sempre olhei pro lado e vi diversas cores, diversas formas e diversos pontos de vista –para o bom e para o extremamente ruim, porém diversos e complexos.

Complexos como as relações entre Jonas, Dan e Isa. Complexos como a relação do Jonas com os pais, como a relação do Jonas com o Arthur, como a relação da Karina com o teatro, como a relação do Cheetos com o fato de que existem pessoas novas na casa dele. Complexos e com mil facetas como o avental do Rocket Café.

O que eu quero dizer com esse textão é que UMDFF é uma história real. Eu fechei esse livro com o sentimento de que eu havia acabado de ler uma história que podia muito bem ter acontecido com qualquer um dos meus amigos, e isso não é exatamente bom porque quer dizer que qualquer um dos meus amigos pode ser expulso de casa por ser gay. Qualquer um dos meus amigos pode receber olhares feios por ser quem é. Qualquer um dos meus amigos pode ter dificuldades de realizar seus sonhos por causa de sua raça ou de seu peso ou de qualquer que seja a âncora social que nos puxa pra baixo.

E UMDFF é uma luz no fim do túnel no meio disso, não porque nos dá esperança (e não que não dê), mas porque mostra a história do Jonas como a história de um gay infelizmente real e que passa por isso, então essa história te traz pro extremo do pessoal e requer 100% da sua empatia.

Esse livro é visceral pro bom e pro ruim, e é incrível o quanto essa narrativa é fluida. O Vitor evoluiu muito como escritor, e ler esse livro certamente me evoluiu como leitora.

Quando eu penso em qual é minha cor favorita agora eu vou sempre pensar em “Um Milhão de Finais Felizes” primeiro, e eu espero de coração que, depois de terminar esse livro, você também pense assim.
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