Nesta coletânea de textos, Ruth Manus faz uma ode a Portugal: à terra, à comida, ao humor, à língua portuguesa… mas também aos taxistas, às sobrancelhas, às rifas ou aos tombos na calçada portuguesa. Mas não espere o leitor encontrar aqui clichés. Ruth Manus tem o raro talento de, a partir de assuntos tão corriqueiros como uma ida ao supermercado ou uma reunião de condomínio, refletir sobre as grandes questões da vida humana, seja o amor, os anseios, a angústia, o trabalho, a amizade, a morte ou a vida. E escreve com fluidez, sagacidade e subtileza; desenvolve os assuntos com uma tal simplicidade, leveza e humor que é difícil o leitor não ficar encantado, comovido ou mesmo dar algumas gargalhadas. Modéstia à Parte não é apenas uma seleção de crónicas, é um retrato de Portugal da atualidade, feito por uma das mais destacadas cronistas da nova geração.
Este livro vem apresentar vários aspetos tão portugueses vistos pelos olhos de um estrangeiro. Entre gastronomia, cultura e a linguística arranca-nos uma gargalhada em muitas partes. Como é que coisas tão enraizadas na nossa essência e que fazemos com tanta naturalidade podem ser tão estranhas para quem não é português?
Quanto á linguística de português de Portugal e português do Brasil fez me recordar o primeiro ano de faculdade em que dois brasileiros acabados de aterrar em Lisboa foram colegas de turma. Entre setembro e dezembro foi difícil de nos entendermos … e ficamos todos com a realidade que embora seja português os dialetos são bem diferentes!
É sempre interessante ver o que um estrangeiro acha de uma cultura específica vista do inteiro (e do exterior). É possível ver coisas que os nativos nunca vêem. Não sou português nem sequer brasileiro, mas gosto muito da língua e da cultura portuguesas. Aprendi muito com este livro. O formato é simples: pequenos artigos/ retratos da vida cotidiana de uma autora brasileira que mora agora em Portugal. Ela é verdadeiramente apaixonada pelo país onde vive hoje. Embora eu gostasse do livro inteiro, prefiro de longe os “retratos” de idosos portugueses. É raro vermos idosos descritos tão bem e com tanta afeição num livro contemporâneo. E gostei muito. Mas gostei um pouco menos do fim que não trata mais de Portugal e da sua cultura, mas toma um outro rumo para falar do feminismo geral.
Senti o livro como uma bela carta de amor de uma brasileira ao país que a acolhe, com as saudades de casa, as diferenças culturais e até esta quase necessidade de aprender uma nova língua tão parecida e tão diferente. Excelente para quem procura algo curto, com humor e que não se leva demasiado a sério.
Este livro é um miminho escrito com olhos de alguém que vem de fora e dá-nos amor-proprio de um país fantástico e como se fosse uma carta de amor. Como Eça de Queirós escreveu -"Portugal é pequeno, mas é um torrãozinho de açúcar." Um país com manias, os nossos defeitos e com as nossas virtudes, uma Ode!
Li super rápido. Tem conceitos mesmo interessantes mas falta ainda muita coisinha que nos destaca como povo. Tem insights que nunca tinha pensado em nós (povo português) dessa maneira. É leve e lê-se bem.