ALEXANDRE CABRAL nasceu em Lisboa, em 1917. Foi redactor de uma agência noticiosa, delegado de propaganda médica, chefe de escritório e empregado numa agência publicitária, acabando por se consagrar em exclusivo à actividade literária. Depois de se estrear com Cinzas da Nossa Alma (1937), publicou contos e romances de tendência neo-realista (Contos Sombrios, 1938; O Sol Nascerá um Dia, 1942; Contos da Europa e de África, 1947; Fonte da Telha, 1949; Terra Quente, 1953; Malta Brava, 1955; Histórias do Zaire, 1956; e Margem Norte, 1961). Estudioso e investigador da obra camiliana, escreve: Estudos Camilianos (1978), Escritos Diversos de Camilo Castelo Branco (1979), Camilo Castelo Branco: Roteiro Dramático de um Profissional das Letras (1980) e Dicionário de Camilo Castelo Branco (1989). Além de regular colaboração em revistas e jornais, fez parte dos corpos directivos de importantes instituições ligadas à política ou à cultura, tendo sido elemento preponderante na formação da Sociedade Portuguesa de Escritores, a cuja primeira direcção pertenceu, presidida por Aquilino Ribeiro. Faleceu em Lisboa, em 1996.
Livro que é um misto de biografia do autor e romance. Dado ter sido escrito durante o período da ditadura de Salazar, são claros os artifícios para contar a sua história e criticar o regime. Interessante a sua narração do período de preso politico no Aljube, e o que escreve da sua relação com a obra de Camilo Castelo Branco: "... devo confessar que começo a estar farto de me deitar diariamente, na mesma cama com os ossos do grande Camilo e as enxúndias da D. Ana" - Nota: Alexandre Cabral é um especialista da obra de Camilo Por fim, é notório que estamos perante um mulherengo, muito de acordo com o perfil dos homens dos anos 50 e 60 do século passado