Uma incursão aos mistérios dos silêncios familiares, da sexualidade e da morte nos leva a descobrir o nosso corpo imerso num oceano de palavras, de linguagem. Se os avanços da medicina moderna decorreram de um esforço de separação entre corpo e mente, se deslocaram a subjetividade de cada um de nós para um plano secundário, a descoberta do inconsciente pela psicanálise nos permite resgatar e definir os processos mentais situados na origem das doenças. O corpo deixa de ser um objeto à deriva, simples vítima de fenômenos naturais. Passa a ser propriedade de um sujeito que o marca a partir de sua história, de suas angústias, do que foi incapaz de compreender. É assim que atribuímos às nossas doenças um nome e um sentido. Construímos uma teoria pessoal sobre sua causa. Expomos por vezes o médico ao desafio paradoxal de curar justamente aquilo que, num canto remoto do nosso ser, desejamos, secretamente, conservar.
Nasceu em São Paulo em 1952, é pediatra e psicanalista. O legado de Eszter, que traduziu do húngaro para a editora Companhia das Letras, recebeu o prêmio APCA de tradução em 2001. Com O companheiro de viagem, de Gyula Krúdy, (Cosac Naify), foi finalista do prêmio Jabuti em 2002. Para a Companhia das Letras, traduziu, do húngaro, diversos livros de Sándor Márai e de Imre Kertész. Traduziu também livros do húngaro e do francês para outras editoras. Escreve resenhas literárias para O Estado de S. Paulo e a Folha de S.Paulo.