Quem controla o dinheiro Pense em uma deliberação que mexa no seu bolso e na ponta estará o ministro da Fazenda. Do gabinete no quinto andar do Ministério da Fazenda, em Brasília, foi decidido quanto dinheiro cada brasileiro poderia retirar da sua caderneta de poupança; se o país ia parar de pagar sua dívida com os bancos estrangeiros; e até qual deveria ser o preço da passagem de ônibus. Nenhum outro posto concentra tanto poder. O nível de intrigas, conspirações e invejas que cerca o Ministro da Fazenda é insuperável. Neste livro, o jornalista Thomas Traumann compara o cargo de Ministro da Fazenda do Brasil com o pior emprego do mundo. Poucas pessoas sofrem tanta pressão e em nenhum país alguém tem tantas atribuições, fruto da crônica dependência governamental da economia brasileira. A infl ação subiu? É culpa do ministro. A geração de postos de trabalho, o crescimento da economia, o peso dos impostos e outro punhado de indicadores do bem-estar econômico funcionam como uma espada sobre a cabeça do ministro, ameaçando cortá-la. O seu chefe, o presidente, só se preocupa com um índice, o da popularidade. Com entrevistas com quinze ex-ministros e uma pesquisa exaustiva, Traumann reconta a história recente da economia brasileira. É um retrato sobre o jogo do poder de Brasília, como ele é exercido, quem o exerce e como ele muda a sua vida.
O autor navega pela história econômica brasileira (tarefa esta não trivial em um país onde "até o passado é incerto") ao relatar acontecimentos vividos pelos últimos 14 ministros da fazenda. Temos algo em torno de 30 anos de história.
Nas palavras do próprio autor: "Este é um livro sobre pessoas poderosas e como exerceram seu poder. Mulheres e homens que congelaram preços de todos os produtos, bloquearam o dinheiro das contas bancárias, seguraram o câmbio a valores insustentáveis e manipularam os indicadores fiscais do governo."
Talvez uma das grandes vantagens do livro é não ser escrito por um economista. Thomas (jornalista) procura realmente entender as principais decisões econômicas tomadas pelos distintos ministros e suas razões/ contextos. Nesse sentido, o autor demonstra uma isenção partidária (direta x esquerda) que aprofunda o conhecimento daqueles que já estudaram economia brasileira e, aos iniciantes no tema, possibilita uma fonte relevante de informações.
No intuito de resumir essa conturbada relação entre o presidente da república e o ministra da fazenda (ou da economia, para ser mais preciso no brasil de 2019), o autor cita um trecho de um livro de Alan Blinder ("Why America Suffers When Economics and Politics Collide") que achei sensacional. Segue na íntegra: "Os políticos usam os economistas como os bêbados usam o poste, mais para apoiar do que para iluminar".
Livro incrível, daqueles que te prendem e fica difícil parar de ler. Fica a sensação de que o cargo de ministro da Fazenda possui uma importância ainda maior do que eu já achava que tinha, também fica o sentimento de frustração ao inevitavelmente comparar figuras grandiosas como Pedro Malan e Henrique Meirelles a uma figura patética como Paulo Guedes. Realmente não tem a menor chance de dar certo. O livro também serve como uma viagem a história recente ao relembrar as crises de 2008, 2013 e 2016. Ótimo livro!
Um livro sobre Brasília e, principalmente, sobre a dinâmica do poder que determina ações e omissões que produzem efeitos na vida de todos os brasileiros. Muito bem escrito, prende o leitor do início ao fim, uma viagem pela história recente da economia e da política brasileiras por meio do enfoque nos personagens que foram os Ministros da Fazenda, seus aliados, adversários e chefes. Ótima leitura de quem viveu no centro do poder político no Brasil.
Interessante conhecer a relação e bastidores entre Presidente e ministros da fazenda.... Didático ainda que não explore alguns conceitos da economia, da uma bom entendimento da relação economia e aprovação presidencial. Sem falar que deixa claro o panorama econômico do panorama do impeachment da Dilma.
Livro da um bom panorama da história econômica brasileira. Fica claro que o país só obteve sucesso quando se preocupou com a inflação, câmbio e equilíbrio fiscal e, principalmente quando os políticos foram menos corporativistas e preocuparam mais com o povo e menos com seus pares e as eleições. O equilíbrio fiscal continua sendo o ponto mais negligenciado e mais delicado desse equilíbrio.
Um panorama histórico das relações entre presidente e ministro da fazenda, o livro conta os bastidores recentes da implementação de políticas econômicas da ditadura até o governo Dilma. É um livro ótimo tanto como retrato histórico, quanto para observar como funcionam as relações entre governo, oposição, mercado e população, recomendo pra qualquer um com interesse em economia e política.
Achei uma leitura interessante, e, no geral, gostei muito de ler o livro. Mas acho que ele não se aprofunda tanto nas explicações econômicas, o que, para mim, como leiga, dificultou um pouco a compreensão de como a medida X levou ao resultado Y, o que acaba sendo essencial para entender o que aconteceu na gestão de cada um dos ministros
Contém relatos muito interessantes, histórias imperdíveis, mas a linha narrativa não é contínua, pulando de episódio a episódio sem muita costura entre eles. Sugiro uma boa revisão para a próxima edição, pois alguns erros bobos passaram para a edição publicada (pelo menos no kindle).
Outro livro para compor a trilogia “Entenda a economia brasileira”, junto com a Saga Brasileira, de Miriam Leitão e Três mil dias no Bunker, de Guilherme Fiuza. Os três são ótimos!
Considero que é um livro de história mais do que de economia. É interessante para entender alguns momentos importantes na história do Brasil, e como os atores principais da economia se relacionaram.
Muito legal esse livro. Basicamente são histórias curtas dos desafios que cada ministro da Fazenda passou começando lá no governo Geisel. Achei muito bem escrito. Gostei muito do livro.
Livraço. Um esforço mais de história do que de economia, simples de ser entendido por quem não é economista. Para quem gosta de bastidores da política, é um baita prato cheio.