Neste livro, o cantor Ney Matogrosso, um dos artistas mais respeitados do Brasil, lembra de momentos marcantes de sua trajetória pessoal e profissional, dos anos 1970, quando despontou no cenário nacional com a banda Secos & Molhados, até agora. Ele ressalta a importância de sua formação familiar – principalmente a relação conturbada com a autoridade do seu pai –; os lugares onde viveu pelo país; a forte conexão espiritual com a natureza; a experiência com as drogas; a certeza e o desejo de ser um artista realizado; o combate a censura e transgressão estética; a liberdade para lidar com sua sexualidade e seus amores, como a relação que viveu com Cazuza; a firmeza para lidar com as perdas da vida; e a leveza para lidar com o passar do tempo e se reinventar. Com cerca de 70 fotografias PB e dois cadernos de fotos coloridos, o livro contém ainda um anexo com toda a discografia do cantor.
Ney Matogrosso é um ser fantástico, livre e sincero. Suas memórias contadas aqui celebram essas qualidades. Tenho um carinho especial por sua trajetória porque o disco de estreia dos Secos & Molhados é, pra mim, o maior álbum das história da música brasileira. O livro em si é interessante pela forma que Ney conta suas memórias, não cronológicas e por vezes se repetindo, o que não empobrece a narrativa de maneira alguma. Certos aspectos do livro me incomodaram: alguns pulos de tempo que deixaram lacunas curiosas e as notas de rodapé que são óbvias ou desnecessárias em grande parte. Fora isso, é um relato sincero e prazeroso de ler.
Grandes memórias de um grande ídolo. Ney é assim, simples assim, assado. Magnífico na simplicidade e liberto, que Te transborda. Quero ter a ciência de que viver assim é possível e faz bem! Vlw Ney!
Poderia ler mil páginas de Ney falando sobre sua vida. Não há, nem nunca haverá artista tão disruptivo e corajoso como Ney Matogrosso, um homem que sempre prezou por ser seu verdadeiro eu, mesmo com os perigos que a sociedade sempre impôs às pessoas livres, sem falar no surgimento de tal personalidade em meio à ditadura militar. Viva Ney!!
Um belo relato da vida desse artista incrível! Me agradou bastante ser escrito em primeira pessoa, quase dá pra ouvir ele falando. Lendo após ter assistido o filme sobre a vida dele, foi bem legal pra entender como ele enxerga alguns dos episódios e se aprofundar um pouco mais na biografia. Tem fotos bem bacanas também. Vale a pena demais!
Vira-lata de Raça é uma leitura fascinante que nos leva aos bastidores da vida e carreira de Ney Matogrosso, revelando suas experiências únicas e sua jornada de autodescoberta. Com uma narrativa envolvente e sincera, o livro inspira e encanta, mostrando como a coragem de ser verdadeiro consigo mesmo pode levar a uma vida extraordinária.
Ney entrou na minha vida muito cedo, através dos momentos de liberdade da minha mãe, quando colocava suas músicas para tocar e vivia seu momento, quase sagrado, de se pertencer com seus artistas favoritos. Minha mãe sempre foi muito elegante, muito contida em seus modos, mas nesses momentos, ela era uma mulher maior, uma força da natureza em manifestação, assim, sempre vi Ney como um espírito livre, espírito esse que invadia minha casa e se fazia música para mamãe dançar. . Essa memória afetiva é forte e poderosa. Pois mesmo eu, nada contida, hoje me vejo escolhendo músicas que me libertem, me desconecte dos outros e me deixem apenas em mim. E ali está Ney, contando sua história sensual de um Vouyer que vê sua amada dormir e gostaria de tocá-la tal qual os lençóis, em Noite Severina. . Ao ler suas memórias, não esperei encontrar o que os jovens veem como polêmicas, não esperei encontrar seus romances, como se ele precisasse assumir este ou aquele ao mundo, não esperei encontrar alguém que foi alvo de face news e ganhou um processo por isso, eu esperava encontrar liberdade, e, senhores, encontrei. Talvez a natureza o tenha enviado como a força de sua parte que não pode ser contida, que entende sua passagem nessa existência como bem quer. Ney dispensa simbiose para fazer sentido. Ele faz o que quer, pronto. Está feito. Eu vi todos os assuntos, mas vi o homem por detrás do nome, e vi o homem que se investiga bem quando se olha no espelho. A força que não aceita ser silenciada ou reprimida, não importa quão poderosa seja a repressão, Ney viveu e vive com base no seu centro, no seu eixo, girando de um jeito único, usando a si com a coragem de poucos. . Hoje, enquanto escrevo esse texto, fechei meus olhos, ouvindo sangue latino, senti meu sangue vibrar. A magia da musicalidade do artista é poderosa quando encontra quem encante. Esse é deveras um homem, mas é a máxima da liberdade, não existe para caber, existe para ser, e é. . Não espera nada de ninguém, se não que reconheçam, lá em seu epitáfio, que viveu, e viveu livre.
Li esse livro por saber a grande referência artística que Ney Matogrosso representa, e por não conhecer quase nada sobre ele e sua obra.
Ele conta diversas situações de sua infância, juventude, relações amorosas e não amorosas, percepções políticas, artísticas e, no final, tem um compilado de textos sobre ele e trabalhos seus.
Na minha cabeça, o livro seria uma forma de saber mais sobre a vida e carreira dele, e eu poderia ouvir as músicas paralelamente.
Mas a experiência foi bem diferente do que eu esperava. O livro não segue uma linha cronológica. São memórias, muitas vezes, desconexas umas das outras entre os capítulos e, por vezes, bastante repetitivas.
Por ter um autor auxiliar, imagino que o livro poderia ter sido melhor organizado e editado, para ser mais agradável de ler. Mas entendo que a intenção possa ter sido, não ironicamente, apresentar uma conversa totalmente livre e sem intervenções de edição.
De qualquer forma, gostei de conhecer melhor as ideias, opiniões e posicionamentos do autor. Acredito que para quem é fã, vale muito a pena!
acho a definição do Caio Fernando Abreu sobre o Ney Matogrosso perfeita:
“Ney foi o anjo enviado por Deus para que o brasileiro compreenda melhor sua louca identidade de homem-mulher unidos num só: pássaro e tigre, cobra e borboleta, miséria e esplendor. Muito além do bustiê, Ney Matogrosso parece uma tese de mestrado ao vivo sobre a ambiguidade deste país. Tê-lo entre nós nos deixa mais nítidos e felizes também, pois a clareza dele é bela e como ele é nós, épico e arquetípico, nos tornamos belos através dele e muito mais livres e muito mais nobres”.
é um prazer ler sobre a vida do Ney que é uma das maravilhas do brasil. adorei ler os relatos do que ele já passou.
Eu sempre quis saber mais sobre a história do Ney, todo o movimento tropicalha, assim como a história dele, me fugiu muito ao meu tempo, e conhecer, pela própria versão do artista, tornou toda a experiência ainda melhor, de saber que ele é alguém, que busca, acima de tudo, a liberdade suas opiniões, todas que eu compartilho inclusive, sua trajetória, e fiquei muito surpreso da história dele com o Cazuza, conseguiram mesmo apagar ele da história do Cazuza, canalhas, mas é um livro incrível, que vale super a pena.
Narrativa diferente de outras biografias que li, mas se tratando de Ney Matogrosso é compreensivel. O livro é mais focado em sua carreira e seus dogmas pessoais, mais do que em sua intimidade, o que me deixou profundamente satisfeito. Ney é um homem talentoso, inteligente e verdadeiro, e foi uma delicia ler sobre sua vida, carreira e pensamentos. Um artista que realmente ama seu publico, sua arte e seu pais, que eu passei a admirar ainda mais.
Pensamentos de um homem interessante, um artista extraordinário e um humano a frente do nosso conceito de tempo. Ney enquanto artista é uma força da natureza, enquanto humano, as partes que ele escolhe partilhar, caminha entre a calmaria e a loucura. Se objetivo dele era pregar a importancia de ser livre e ser você, foi perfeitamente alcançado. Ney é Liberdade, sorte tê-lo por aqui
Gostei do título memórias porque realmente o livro é muito mais um apanhado de memórias do que uma biografia. Foi bom demais conhecer detalhes sobre esse artista completo e eterno. Hoje, com 77 anos, continua pleno, cheio de vida e completamente original. Vale a leitura.
Ney abre sua vida nesse livro, achei muito interessante poder conhecer um pouco do que se passa na cabeça desse cara tão fascinante. É como se eu tivesse passado algumas horas conversando com ele. Bem legal!
senti que o livro inteiro foi uma grande entrevista, só que sem as perguntas de um entrevistador. de verdadeiramente novo, o livro só me trouxe passagens da infância e da adolescência do Ney. o resto pode ser lido na wikipédia, ainda que não em 1ª pessoa.
As reminiscências de Ney nos traz tantos insigths para refletirmos sobre nós mesmos, censura, caretice, tempo e finitude. Vale a leitura sobre este artista dinâmico, à frente de seu tempo, doce e sempre coerente.
Infelizmente esse livro me decepcionou muito. Eu estava num hiperfoco danado com o Ney Matogrosso após assistir ao filme Homem com H e saí correndo pra ler o livro na esperança de ter muito mais detalhes sobre a vida dele. Spoiler: não tem.
Aqui é um claro exemplo de quando o filme é melhor do que o livro. Os acontecimentos da vida dele são narrados de forma não linear, o que me incomodou bastante, e algumas passagens são extremamente repetitivas. Tem coisas que são ditas 4 ou 5 vezes. Às vezes as frases se repetem até no mesmo capítulo!!!
Vi que o Ney contou com a ajuda de um outro autor para compor essa autobiografia, mas, pra mim, o resultado não foi bom.
Ney é um ser humano encantador e sincero consigo e com o mundo. Sua força está em cada linha deste livro, que não é exatamente uma biografia - caberia em uma categoria de livro “como lidar com a vida”. É muito impressionante um homem de 77 anos no Brasil atual ter cabeça e corpo tão frescos e plenamente funcionais, com inquietações maiores e profundas sobre o que de fato deveria ocupar o tempo e as mentes da humanidade. Não leia esperando um relato linear e estritamente temporal da carreira do artista.