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E Se Parássemos de Sobreviver? Pequeno Livro Para Pensar e Agir Contra a Ditadura do Tempo

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O que fazer? O mais revolucionário a fazer é: começar a parar.

Grande parte dos textos que aqui se publicam, agora de forma mais sistematizada, resultaram de versões anteriores publicadas em pequenos ensaios de jornal ou revistas culturais (Jornal Económico, revistas Electra e Cintilações).

Este pequeno livro questiona o tempo social dos nossos dias, industrializado, sem entropia, medida imposta, que nos torna individual e colectivamente reféns do passado da nossa sociedade, que nos agarra a um presente omnipresente e que rarefaz a realidade do futuro. Este desequilíbrio é resultado de uma concepção do tempo que sem dúvida serve melhor do que outras ao sistema de dominação social, económica e política vigente. Mas é possível começar a pensar e lutar por outras concepções de tempo que, em vez de dominarem, emancipem.
[...]
O que fazer? O mais revolucionário a fazer é: começar a parar. E a pergunta revolucionária deve ser «porque continuamos a sobreviver? », não no sentido de a sobrevivência ser inverosímil e nos devermos perspectivar em vias de extinção, mas sim no sentido de que a melhor garantia da nossa sobrevivência como espécie é pararmos de nos comportarmos como sobreviventes. Somos induzidos a sobreviver quando deveríamos optar por viver. Importaria que nos pensássemos não como já estando num processo catastrófico, dentro de um cataclismo planetário, mas, tudo ao contrário, como já estando na posse de todos os meios para deixar de ter a sobrevivência como sentido de vida.
[...]
E se é preciso fazer vingar políticas libertadoras do tempo, para pararmos de sobreviver, a força revolucionária do ir parando está em irmos fazendo greve no sentido mais profundo que encontramos para a palavra, parar não uma actividade produtiva em particular, por exemplo operários, professores ou médicos, nem sequer todas na forma de uma greve geral, mas parar a estrutura que tornou tudo imparável, a ditadura que nos impuseram na forma de tempo. Façamos greve a este tempo, deixemos os relógios em casa, restauremos um tempo sem medida, sem indústria, sem valor de mercado. Um tempo de viver.

111 pages, Paperback

First published October 1, 2018

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117 people want to read

About the author

André Barata

24 books11 followers
ANDRÉ BARATA nasceu em Lisboa, em 1972. Licenciou-se em Filosofia em 1996, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde obteve o grau de Mestre (1999) e de Doutor em Filosofia (2004). É, desde 2002, membro docente da Faculdade de Artes e Letras da Universidade da Beira Interior, onde tem leccionado disciplinas na área da Epistemologia, Lógica, Filosofia da Linguagem e História das Ideias Políticas.
Tem publicados vários livros de ensaio, como "Metáforas da Consciência" (2000) e "Primeiras Vontades" (2012). Organizou os livros "Representações da Portugalidade" (2011) e "Estado social: De Todos para Todos" (2014). Foi diretor da revista de filosofia "Análise" (2005/2006). É hoje vice-presidente da Assoc. Portuguesa de Filosofia Fenomenológica, integra o Conselho Científico da Sociedade Portuguesa de Filosofia.

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Profile Image for Duarte Cabral.
191 reviews24 followers
Read
July 18, 2025
"Façamos greve a este tempo, deixemos os relógios em casa, restauremos um tempo sem medida, sem indústria, sem valor de mercado. Um tempo de viver."

*inserir gif do gajo a escrever com o papel a pegar fogo*
Profile Image for Beatriz.
13 reviews2 followers
September 17, 2020
Quem me dera que isto fosse um bocadinho mais extenso e alguns conceitos estivessem mais desenvolvidos (só por puro prazer de leitura porque o livro é de fácil leitura) alsooo quero tanto beber café com o autor.
Identifiquei me demasiado com as idéias que aqui estão, ler filosofia às vezes é só ler uma confirmação do que já pensámos mas com acrescentos que enriquecem e cimentam as idéias
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