Cruz e Sousa foi o verdadeiro poeta canibal, antecipando e muito Oswald de Andrade, os manifestos modernistas e as inquietações e estranhamentos da poesia do século XX. Leu, converteu, transformou diferenças e variedades, abrasileirou franceses, influenciou latino-americanos e continua até hoje a nos surpreender. Assimilou o que quis dos poetas que leu, deglutiu-os e vomitou-os em poemas fantásticos revirginados de seus precursores, reencontrando toda uma família de espíritos, uma verdadeira confraria, a dos criadores de fantasia! Foi um verdadeiro poeta moderno com todas as conotações da palavra em cada época. Como Baudelaire, na França, Cruz e Sousa, no Brasil, foi o introdutor da modernidade.
João da Cruz e Sousa (24 November 1861 – 19 March 1898), also referred to simply as Cruz e Sousa, was a Brazilian poet and journalist, famous for being one of the first Brazilian Symbolist poets. A descendant of African slaves, he has received the epithets of "Black Dante" and "Black Swan".
Durante Aquele Estranho Chá Lygia Fagundes Telles faz referência a gente das diversas áreas das artes brasileiras.
Com as suas bizarras paixões literárias fazendo saltar esses botões: tinha para escolher toda a bem-comportada galeria dos poetas parnasianos, mas quem ele foi buscar? Baudelaire, Rimbaud e Cruz e Souza, o negro simbolista dos escarros e vísceras.
Abracei a causa de ser também eu mal-comportada, e comecei por Cruz e Souza
João da Cruz e Souza foi um poeta brasileiro, precursor do movimento simbolista no Brasil. Nasceu em 1861, na cidade catarinense de Nossa Senhora do Desterro que posteriormente se passou a chamar Florianópolis.
Era filho escravos libertados, e a sua educação foi patrocinada por uma família de aristocratas (antigos proprietários de seus pais). Sempre teve inclinação para as artes, línguas e literatura.
Tentou assumir o cargo de promotor público em Laguna mas foi vítima de discriminação racial. Mudou-se para o Rio de Janeiro, colaborou em vários jornais, e em 1893 publica dois livros, Missal (poemas em prosa) e Broquéis (poesia). Uma das curiosidades é que passou a ser apelidado de Dante Negro.
Gostei da musicalidade, do drama e da angústia dos poemas, mas não me arrebataram.
A nota atribuída no meu review não tem relação direta com a qualidade do livro ou das poesias, mas sim com o fato de eu não ter conhecimento suficiente de poesia e literatura portuguesa.
Ademais, parece uma obra interessante e tem trechos muito bons mesmo para quem não entende nada de poesia e não está inserido no contexto histórico / pessoal do autor.
Poeta do Simbolismo, Cruz e Sousa é presença obrigatória em listas de vestibular... e merecidamente.
Os poemas reunidos nessa coletânea trazem o melhor da musicalidade de seus escritos, pois o autor é para ser lido em voz alto, declamado e não em sussurros ou na calada do quarto.
O sensualismo é arrebatador, pulsa em cada verso, atrai em cada quadra. Faz imaginar o tipo de alvoroço que esse trabalho publicado em 1983 não causou por seu estilo e por ser também de autoria de um homem negro - não vamos colocar panos quentes e fingir que não houve uma tentativa de "branquear" ou esquecer tantos de nossos artistas.
E esse é outro tema recorrente. Há uma repetição quase obsessiva de brancos, lunares, translúcidos, alvos, etc. que não apenas captam a imaginação, mas que também fazem pensar que tipo de vida era levada na época.
Avaliar um livro desse tipo é difícil porque uma coisa é a importância historico-cultural dele no contexto do movimento simbolista, que é inegável, e outra é o meu gosto pessoal. Não sou historiador da arte, nem sou crítico literário, mas penso que tenho mais condição de analisar a segunda opção. Eu nunca fui super fã do simbolismo. Posso dizer que esse livro não mudou minha opinião sobre isso. Os poemas são bem escritos, mas (na maneira simbolista) quase todos são sobre sensualidade ou espiritualidade, que são temas que me alienam um pouco. (bom, não sou contra a sensualidade, mas acho que tem jeitos mais agradáveis de abordar ela)
bom, li BROQUÉIS do cruz & sousa para o #BingoLitNegra e curti muito, os poemas são muito legais e eu fiquei surpreso por nunca ter escutado falar de Cruz e Sousa. Agradeço mais uma vez a Solaine pelo Bingo, e por me possibilitar conhecer autores novos e negros, porque a gente existe, né? :)
p.s.: cruz e sousa era no mínimo um lobisomem pra falar tanto da lua, ou um feiticeiro, meu palpite
Gostei muito da escrita do Cruz e Sousa, a poesia escrita ao estilo do simbolismo cai como uma luva na vida de marginalização e sofrimento levada pelo autor. Foram os meus poemas preferidos: múmia; clamando...; serpente de cabelos; acrobata da dor; e noiva da agonia.
Deliciei-me com Broquéis (1893 - domínio público), de Cruz e Sousa. Não sou entendedor de poesias/poemas, mas essa corrente, o "simbolismo", despertou a atenção.
São 54 poesias nesse livro, mas levei 3 dias lendo e relendo, absorvendo ao máximo cada linha.