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Maior que o mundo - Volume 1

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Depois do enorme sucesso com o romance Strumbicômboli, Cássio Adalberto, mais conhecido como Kabeto, não foi capaz de escrever uma linha sequer do seu novo livro. O motivo: ele não consegue encontrar a primeira frase. A primeira, primordial sentença que irá dar o tom de todo o romance.
Numa sexta à noite, ele cruza a cidade a pé até o Farta Brutos, o bar de onde é cliente cativo. Carrega consigo um gravador, onde capta suas impressões — ou qualquer coisa que lhe venha à cabeça.
Kabeto, aos poucos, se revela inteiro ao leitor. Sempre no controle da narrativa, ele nos apresenta a personagens memoráveis e nos leva por um final de semana insano, cômico e trágico, até finalmente encontrar a fabulosa ideia para seu romance — mesmo que, para isso, tenha de burlar qualquer limite da decência.
Polêmico, divertido e genial, Maior que o mundo subverte as formas tradicionais de uma boa história.

456 pages, Paperback

Published November 21, 2018

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About the author

Reinaldo Moraes

23 books43 followers

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Displaying 1 - 6 of 6 reviews
Profile Image for Alysson Oliveira.
385 reviews47 followers
January 31, 2019
O pícaro de sapatenis
Cássio Adalberto – aka Kabeto – é um escritor em busca de uma primeira frase para seu segundo romance. O livro de estreia lançado muito tempo atrás fez sucesso, mas ele parou por aí. Deitou-se sobre os louros da fama, até que essa passou, o dinheiro acabou, e agora vive de frilas na editora de uma amiga e (eventual) amante. “Maior que o mundo – Volume 1” acompanha um final de semana na vida desse sujeito em junho de 2013, quando, debaixo de muito frio, pessoas manifestavam em São Paulo contra o aumento de R$0,20 do transporte público.

Reinaldo Moraes conta, na orelha do livro, que o romance é o primeiro de uma possível trilogia, e nasceu de um roteiro que escreveu para um jovem diretor – o filme já foi rodado e está, nesse momento em pós-produção. Mas, como aponta o autor, são obras relativamente distintas. “Pela primeira vez na história das adaptações literárias pro cinema, é o livro que trai o filme, e não o contrário.”

“MQOM” é um romance picaresco e seu cenário é a cidade de São Paulo – em especial o Baixo Augusta, mas a região de Pinheiro é que domina a primeira parte, na qual Kabeto desce a pé a Teodoro Sampaio rumo ao escritório da amiga. Com um antigo gravador em punho, comenta o que vê – lojas, pessoas e afins. Espera que ali encontre a primeira frase para o novo romance que vai romper seu bloqueio criativo. Desde esse gravador até o celular antigo (o “burrofone”, como ele chama) vemos que mais do que uma pessoa peculiar, Kabeto é um sujeito antiquado. Sua resistência à inovação que poderia ser uma espécie de charme, é um índice, no entanto, de sua incapacidade de se adaptar aos novos tempos.

Kabeto é fruto dos anos de 1980, quando entrou na vida adulta, e chegou ao século XXI como um típico tiozão dos trocadilhos horríveis que ele crer ser engraçados, como: “Menos vícios e mais Vinicius. Ó, Vinicius, por que demorais?”. Ele, enquanto personagem, não se deve ser levado a sério, e a prova disso é que usa sapatenis, o que conta com orgulho. Kabeto é um sujeito antiquado no pior sentido da palavra – é claramente machista e homofóbico, e ele tem consciência disso (às se sente até culpado), mas finge que é humor. Ele é a pessoa cujo mundo está, aos poucos, deixando de existir como ele conhece. E, nesse sentido, Morais é sagaz em captar esse movimento do presente, e expor essa figura que surge aqui como um pícaro andarilho por São Paulo.

De Pinheiros ele vai a pé, no final da tarde de sexta, para seu bar favorito, no Baixo Augusta, passando pela Paulista onde acontece uma manifestação. Ele sabe disso, mas não dá muita bola. Kabeto é um sujeito levemente alienado. No bar, entram em cena alguns dos melhores personagens do romance: Park, um jovem poeta coreano (cujos poemas ficam trancados no antigo guarda-roupa de sua avó), e Mina, a grande figura feminina do romance, repleto de mulheres que se limitam a ser uma genitália para Kabeto. Ela é a única mulher com personalidade forte e livre. Mantém um caso com o protagonista, mas é algo esporádico (aqui, certamente, ele faria um trocadilho infame com essa palavra) – dependendo mais da vontade dela do que dele.

“MQOM” não é um romance muito fácil porque seu protagonista-narrador é um sujeito chato, beirando o insuportável em sua arrogância de tiozão anacrônico disfarçada de humor. Mas por que ainda somos compelidos a ler suas quase 500 páginas? Porque Morais é um tremendo escritor. Ele capta o nosso presente com nuance e percepção. Situar a narrativa em junho de 2013 é coloca-la no momento histórico que foi o ponto de partida do que vivemos hoje. Kabeto é a parcela informada mas alienada da nação, que está mais interessada em sexo, cerveja e droga no momento em que a cidade (e depois o país) está ruindo. Alguém chega a comentar algo parecido no livro. Talvez por isso mesmo, o bloqueio criativo do protagonista é mais um indício de sua incapacidade de lidar com o presente do que qualquer outra coisa.


Profile Image for William Anseloni.
29 reviews
February 12, 2019
Durante as jornadas de junho de 2013, período em aconteceram as manifestações contra o aumento de R$ 0,20 nas tarifas de ônibus, Kabeto desliza com destreza entre a Teodoro Sampaio e o baixo Augusta. Munido de um gravador o fanfarrão escritor fala para a pequena máquina tudo o que vê. Kabeto busca inspiração para uma primeira frase matadora, aquela que irá inaugurar seu novo livro. Escritor de um livro só, o personagem principal vive às turras com esse novo trabalho.

Kabeto passou dos 50 anos e seu vocabulário e sua forma de agir dão a impressão de que ele é mais jovem, ou mesmo imaturo. Uma figura fissurada em sexo que é um tanto chata, esteja são ou bêbado.

As passagens pela academia e pelo salão de beleza dão mostra de tamanha chatice. Talvez esse excesso de 'maneirismo' que se tenta colar junto a Kabeto, acaba por torna-lo uma figura tão inconveniente.

Isso contribui para tornar a leitura do livro algo cansativo. Não que em algumas poucas passagens não haja algo que arranque um riso do leitor, mas no geral as 450 páginas trazem certo tédio.

O livro, que pretenda-se trilogia, foi baseado em um roteiro para cinema.

Profile Image for Zeka Sixx.
Author 4 books2 followers
December 18, 2023
Uma "jornada do herói" pornográfica, etílica e amalucada até não poder mais, a saga do escritor bloqueado e cinquentão Kabeto traz novamente à tona todo o talento e a criatividade de Reinaldo Moraes. O romance traz ainda uma vasta gama de personagens interessantes, para além do narrador principal, incluindo entre eles a própria cidade de São Paulo (durante os protestos de 2013, época em que se passa o livro). As reflexões do "dinossauro" Kabeto sobre temas em voga nos nossos tempos, como feminismo, redes sociais, bissexualidade e outros, são hilárias e espirituosas. Talvez o único "defeito" do livro seja o fato de lembrar demais - e, na comparação, ficar bem abaixo - "Pornopopeia", o romance anterior do autor. Mas mesmo reciclando ideias e estilos, "Maior que o Mundo" é um belo exemplar de literatura nacional da mais alta qualidade.
Profile Image for Jorge Alberto Araujo.
28 reviews1 follower
October 26, 2021
"Pornopopéia", do mesmo autor, é um livro excepcional. "Maior que o mundo", diferentemente, é cansativo, repetitivo, e incrivelmente até formulaico (dentro da estrutura que o próprio autor desenvolveu em Pornopopéia). Não há como não achar o livro uma derivação do anterior, o que não é, em si, algo ruim, mas aqui nem a prosa de altíssima qualidade se sobressai em uma história pouco interessante (ela própria bastante derivada, a do escritor bloqueado). Vale pela escrita alucinante e pelo domínio completo da língua, marcas registradas do autor.
Profile Image for Leonardo Gedraite.
79 reviews3 followers
March 6, 2020
Uma prosa surrealista pós-beatnik de um narrador ananico: Leitura rápida e gozosa, bem engatada, apesar de certa parte do livro dar uma brochada. Vale um tempo do Carnaval e memórias de leituras da adolescência. Reinaldo em sua melhor forma, desde Pornopopeia.
Profile Image for Ricardo Motti.
395 reviews21 followers
May 22, 2024
É a exata sensação de estar bêbado. Começa devagar, fica divertido, fica chato, dá uma ressaca das brabas.
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