Na prvi pogled, ova knjiga predstavlja samo još jednu od bezbroj varijanti kuvara... Na drugi pogled, shvatićete da su recepti, bez obzira na to koliko su zanimljivi i inspirativni, samo „ukras“ u obilju kako poznatih, tako i potpuno nepoznatih anegdota iz života poznatog psihoanalitičara Sigmunda Frojda. Za osobe koje se hedonistički predaju hrani, često originalni načini pripremanja nekih od najčuvenijih srednjoevropskih jela predstavljaće značajnu kolekciju ukusnih i neobičnih recepata. Za one koji ponešto znaju o istoriji psihoanalize, ova knjiga će predstavljati izvor uživanja i rudnik zanimljivih podataka, začinjenih ponekad i pakosnim Frojdovim opaskama na račun svojih kolega. „I, na kraju“, kako kaže Frojd, u interpretaciji priređivača, „ova knjiga je prilog principu zadovoljstva svakodnevnog života. Izgleda kao da je prošlo već čitavo stoleće od kada je istražena i analizirana psihopatologija svakodnevnog života. Dosta o tome. Ko želi da sluša o problemima u mojim godinama? Problema je bilo dovoljno. Ali, dobro jelo – sutrašnji jelovnik – mogućnost još jedne ispunjene želje – to je ishodište i zadovoljstvo lepo proživljenog, dugog života.“
James Hillman (1926-2011) was an American psychologist. He served in the US Navy Hospital Corps from 1944 to 1946, after which he attended the Sorbonne in Paris, studying English Literature, and Trinity College, Dublin, graduating with a degree in mental and moral science in 1950.
In 1959, he received his PhD from the University of Zurich, as well as his analyst's diploma from the C.G. Jung Institute and founded a movement toward archetypal psychology, was then appointed as Director of Studies at the institute, a position he held until 1969.
In 1970, Hillman became editor of Spring Publications, a publishing company devoted to advancing Archetypal Psychology as well as publishing books on mythology, philosophy and art. His magnum opus, Re-visioning Psychology, was written in 1975 and nominated for the Pulitzer Prize. Hillman then helped co-found the Dallas Institute for Humanities and Culture in 1978.
Retired into private practice, writing and traveling to lecture, until his death at his home in Connecticut on October 27, 2011 from bone cancer.
Brilhante, nada mais que isso. E faz com que se pese ainda mais a morte do Hillman no fim do ano passado, já que ele era o último grande junguiano vivo, ao menos dentre os grandes bambambans do movimento. O livro praticamente transforma Freud num personagem do Wodehouse, ele é ao mesmo tempo um Jeeves e um Wooster ao contar as peripécias dos seus coleguinhas da mesma forma pateta de Wooster, mas com o espírito crítico de um Jeeves – isso tudo acaba sobrando para o Jung que se parece com um daqueles amigos igualmente patetas do Wooster, é claro. Confesso que a parte do Jung Food deu uma pontada no meu peito, ver tio Sigmund tratando-o como um Glossop da vida partiu meu coração. Particularmente o trecho em que discorre sobre Otto Gross é o mais digno de deleite, em especial a constatação que deve-se dar um desconto à dissidência teórica do Jung porque ele andou conversando demais com o matusquela viciado em ópio. É uma das coisas mais engraçadas que li em muito tempo e de certa forma reflete um mundo prático que personifica um freudiano ortodoxo com chapéu de cozinha e qualquer tentativa social de se parecer remotamente junguiano comendo biscoitinhos da sorte é rapidamente ridicularizada, não no sentido do bom humor apresentado neste livro, mas no de sentido primário de destruição por destruição sem pensar no outro, como se fosse uma velha cozinheira fofoqueira como o nosso Freud comicamente apresentado aqui. Ou nas palavras do próprio Hillman: uma sociedade sem alma.
Adendo: O livro é semi-ilustrado e nas ilustrações há outra pista de que foi escrito por um junguiano, enquanto o Freud foi desenhado todo desmilinguido, o Jung foi desenhado no melhor estilo “eu sou gato, hein!” Se meu scanner não tivesse quebrado, colocaria a ilustração em questão aqui, embora não tão sexy quanto o display de A Dangerous Method nos halls de cinema que me faz ter vontade de lamber o bigode do Jung. Rá!
Tongue-in-cheek (or food in cheek, as it were), psychological humor. Read it as a palate cleanser before or after the heavier fare of authentic Freudian or Jungian works.