O desejo de plenitude amorosa, as dificuldades existenciais e a injustiça dos homens estão entre os grandes temas do Renascimento presentes na lírica de Camões. Ricos em antíteses e metáforas, seus sonetos estão entre as mais belas expressões literárias da língua portuguesa. A voz reflexiva que se ergue desses versos produz a elevação do espírito e o entusiasmo verbal. Esta edição traz os poemas mais representativos do acervo camoniano, comentados por dois experientes professores de Literatura.
Luís Vaz de Camões (Portuguese pronunciation: [luˈiʃ vaʃ dɨ kaˈmõȷ̃ʃ]; sometimes rendered in English as Camoens; c. 1524 – June 10, 1580) is considered Portugal's, and the Portuguese language's, greatest poet. His mastery of verse has been compared to that of Shakespeare, Vondel, Homer, Virgil, and Dante. He wrote a considerable amount of lyrical poetry (in Portuguese and in Spanish) and drama but is best remembered for his epic work Os Lusíadas (The Lusiads). His recollection of poetry The Parnasum of Luís de Camões was lost in his lifetime.
Alimento do desegaño e dos amores distantes. Sublime. Sido lido na hora certa, descobre-se que há lugar para o genuíno. Releia-os, imagine-os, medite-os, sonhe-os. Tente ser essa voz poética. Dispa-se de seu estranhamento, esteja rente ao individuo de cada poema. Entenda-o, nutra-o, console-o. Console-se. Tente compreender o amor platônico. Não o ridicularize com seus valores modernos. Sinta aquela febre. Sacrifique-se. Sinta seu peito arfante, com ar demais, ar demais. Deseje cada detalhe. Reveja cada detalhe, sem tocá-los. Acolha esse desejo homúnculo, infinito, que se auto-fecunda. Orgânico. Se se sentir esse êxtase, se se banhar nele, por tempo demais, a vida não poderá mais ser se não sua incansável busca. A arte, que é experiência retrabalhada, não poderá ter se não esse parâmetro. Ser se não esse êxtase. Será a experiência estética que se quererá buscar até o fim.
Eu confesso que torci um pouco o nariz quando vi esse livro como leitura indicada do vestibular da UERJ, principalmente por ser um escritor que exaltou as invasões portuguesas. Mas, no que diz respeito aos poemas, é inegável que há alguma genialidade aí. Os comentários dos professores nessa edição são interessantes também.
Camões é sem dúvida o maior génio da literatura portuguesa. Além de ter escrito uma epopeia, também os seus sonetos são lindíssimos e ainda hoje muito actuais.
Esta pequena edição com ênfase nos sonetos apresenta boas explicações para os poemas e preserva a ortografia original, utilizando notas explicativas para atualizar o entendimento. Camões é Camões.
Camões explora a língua portuguesa ao máximo. E com isso alcança regiões onde pouca gente vai. Não caia naquele argumento de quem diz: "Ah, Camões exalta demais as conquistas portuguesas..." e coisa e tal, com o intuito de desmerecer o trabalho do poeta (como se fosse possível serem consideradas com desdém ou de pouca valia as conquistas lusitanas). A poesia camoniana é genial e possui diversos níveis de profundidade, o histórico é um deles, mas nem de longe é o único. Esta reúne uma boa quantidade dos sonetos - que são bem agradáveis de ler e, também, são bem bonitos - e algumas redondilhas, uma canção e algumas odes. Para mim a parte mais sublime do livro é a Redondilha "Sobre os rios que vão". Lê-la e relê-la é um excelente alimento para alma. Segue aqui alguns versos dela:
"Acha a tenra mocidade prazeres acomodados, e logo a maior idade já sente por pouquedade aqueles gostos passados.
Um gosto que hoje se alcança amanhã já o não vejo; assi nos traz a mudança de esperança em esperança, e de desejo em desejo. Mas em vida tão escassa que esperança será forte? Fraqueza humana sorte que quanto da vida passa está receitando a morte!"
Por fim, é um excelente livro para se aproximar dos escritos de Camões. Os sonetos são muito mais acessíveis e fáceis de ler do que Os Lusíadas, por exemplo. Geralmente versam sobre o amor. Mas também tratam de diversos outros temas.
Com esta leitura, comprovo o que há muito já ouvira e o que há muito tempo eu já desconfiara: Camões é o maior poeta da língua portuguesa. A emoção de seus versos, a métrica meticulosa, a comoção, os temas abordados, as metáforas escolhidas e dentre outros aspectos colocam-no no patamar de poetas já consagrados como os melhores da história, como Dante e Homero. Aqui, os temas abordados são os clássicos da lírica camoniana: o amor, o amor não correspondido, as contradições do amor nos corações humanos, a morte da pessoa amada, a separação da pessoa amada, a dor de se lembrar da pessoa amada mesmo querendo esquecê-la; o quanto que o amor pode ser destrutivo, mas que, ao mesmo tempo, é um mal necessário, um mal que faz bem. Ademais, Camões também fez poemas de cunho religioso, sendo tão bons quanto os amorosos. Ótimo livro, escritor sem igual, poemas perfeitos!
Finalmente consegui ler este livro. Para quem cresceu em Portugal, este é um dos livros obrigatórios do programa de leitura nacional. Foi fantástico redescobrir Camões. Sem dúvida um génio. Altamente recomendado.
Amor é um fogo que arde sem se ver; é ferida que doi e não se sente; é um contentamento descontente; é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer; é um andar solitário entre a gente; é nunca contentar-se de contente; é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade; é servir a quem vence, o vencedor; é ter com quem nos mata, lealmente.
Mas como causar pode seu favor nos corações humanos amizade se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Foi uma leitura bastante diferente para mim. Achei um pouco chato, mas como é um livro curto, apenas sonetos, ou seja, 4 estrofes em geral, eu li bem rápido. Sobre Camões, ele é bastante inteligente, consegue colocar em poucas palavras contextos históricos, filosofias sobre a vida, mitologias e faz isso bem, só não é uma leitura que me fascine. Mas para quem gosta desse tipo de conteúdo será muito agradável de ler.
«Volto às palavras iniciais: este é o mais fascinante livro da nossa poesia, a suprema festa da língua. E não apenas isso: estão aqui alguns dos raros versos — como dizer? — que participam da respiração do mundo e da pulsação das estrelas. Temos de pensar em nomes máximos, Virgílio, Dante, Shakespeare, S. João da Cruz, para encontrar igual esplendor. Igual, não maior. E não são exageros nacionalistas, que nunca tive, nem creio que venha a ter.» [Eugénio de Andrade]
bonito, histórico, apocalíptico e hiperbólico. tava indo bem, e então chegamos a uma ode de 5 páginas sobre fé, o que é engraçado, tendo em vista, as blafêmias cometidas nos sonetos amorosos ao comparar mia' Senhora á Divindade. é lindo, mas cansativo. é, também um tapa na cara pra quem acredita que é impossível dizer a mesma coisa de formas diferentes.
N imaginava q fossem tão bonitos os sonetos🥺 recomendo. Só li os da unicamp mas a explicação do livro foi um parto pra ler, por isso considero o livro todo é isso.
Poesia de Luís de Camões é sempre genial. A escrita nunca desilude e os temas da sua lírica foram muito bem explorados e ligeiramente mais aprofundados, devido à seleção dos sonetos.
"erros meus, má fortuna, amor ardente": o início desse soneto representa os 3 principais temas que serão vistos nesse livro: seus erros, e como ele é atormentado por eles; - principalmente quando se trata da morte de dinamene, que também vai ser um tema bem recorrente - má fortuna, "aquilo que nos reservam os deuses", o destino, o fado (dele próprio); e o amor ardente, o "amor que arde sem se ver". dentre as características de sua escrita estão 1. o discurso antitético - em poemas de tema "erros meus" se fazem notar na dualidade entre "bem passado e mal presente" - é comum, quando em um soneto ele fale sobre amor, que inicie a última estrofe com "mas", contradizendo tudo o que foi dito previamente - geralmente pra falar sobre um amor não correspondido; 2. frequentemente ele submete seus sentimentos a um encadeamento lógico de ideias para uma investigação racional - creio eu que seja por influência do racionalismo da renascença - de modo que a 1ª estrofe apresenta o problema (que pode ser um de seus temas favoritos: sua má fortuna, um amor que se foi...), a 2ª estrofe apresenta a consequência desse problema e a 3ª estrofe uma conclusão; 3. platonismo, aqui destaco o soneto "fermosos olhos que na idade nossa" onde ele atribui a amada olhos que emanam luz - trazendo a ideia de luz em platão, essa que se manifesta de maneira etérea iluminando a realidade, como no mito da caverna; e 4. a personificação de sentimentos, como suas lembranças, que vezoutra se torna interlocutora (num jeito bem bonito de falar sobre saudade). o mais interessante é como alguns sonetos ainda são bem atuais, como "correm turvas as águas deste rio" onde ele se queixa da imprevisibilidade das coisas, "mas (o mundo) anda tão confuso, que parece que dele Deus se esquece.", fora todas as dores de amor. meu soneto favorito: memória de meu bem, cortado em flores.
Li essa coletânea logo após terminar o famoso Os Lusíadas. E foi embalada pela sonoridade de sua métrica que conheci o poeta não apenas em sua vertente trágica-aventuresca, mas na pura poesia amorosa.
Camões prefere escrever sobre o amor acima de tudo, e o amor e o sentimento pingam de suas páginas. Não pense que tudo é puro e ideal, contudo, a junção de palavras e certas conotações dão uma bela ideia do que estava em sua mente ao celebrar a amada.