Finalmente, uma gramática moderna e atualizada do Latim, escrita pelo mais importante dos mestres de estudos clássicos em Portugal, Frederico Lourenço. Um livro para todos.
O estudo do Latim não é apenas um luxo de eruditos; é a matriz da nossa identidade, do conhecimento daquilo que somos, do que é a nossa cultura, das nossas origens. Durante décadas assistimos à diminuição gradual do interesse pelas línguas e culturas clássicas. Com a publicação de obras traduzidas do grego e do latim, por classicistas como Frederico Lourenço (entre outros), houve uma alteração nessa curva descendente e o renascimento do gosto por esse mundo onde estão parte das nossas raízes.
Esta Nova Gramática do Latim é uma obra de consulta e trabalho e, ao mesmo tempo, um livro fascinante sobre a língua latina, a sua literatura e os mistérios da língua que hoje falamos.
«Pois uns quererão aprender latim para ler Agostinho ou Tomás de Aquino ou Pico della Mirandola ou Descartes ou o padre António Vieira. Outras pessoas olharão para a Antiguidade romana, para os grandes autores pagãos, como principal chamariz para pisar a ponte mental que é a aprendizagem da gramática latina. É uma ponte que as levará do português, que é uma forma de latim, para a explosão da nitidez que é o latim propriamente dito. Abre-se-lhes, então, um universo intelectual de cujo interesse não podemos separar o facto de continuar tão válido hoje como era ontem ou há 2000 anos. Na verdade, podemos dizer que estudar latim é um pouco como diz Vergílio na Eneida: “Entra-se num floresta antiga.”»
FREDERICO LOURENÇO nasceu em Lisboa, em 1963. Licenciou-se, em 1988, em Línguas e Literaturas Clássicas na Universidade de Lisboa, onde se viria a doutorar (1999) com a tese Euripidean Lyric: metre and textual tradition. É professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e investigador no Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da mesma instituição. Tem-se dedicado à tradução e ao comentário de clássicos da literatura grega e latina (com destaque para Homero, Vergílio e Horácio), assim como ao estudo do Novo Testamento e da versão grega do Antigo Testamento (Septuaginta). Além do estudo da poesia grega, tem-se dedicado à exegese da obra de Platão e Camões. Colaborou com a Cinemateca Portuguesa na elaboração de textos sobre cinema e na feitura de vários catálogos. Publicou ensaios de crítica literária nas revistas Journal of Hellenic Studies, Classical Quarterly, Euphrosyne, Humanitas e Colóquio-Letras. Foi colaborador dos jornais Independente, Expresso,Público e do Diário de Notícias. Traduziu também duas tragédias de Eurípides, Hipólito e Íon.
O meu latim está muitíssimo enferrujado, e nunca foi muito fluente. Mas esta gramática é muito interessante, e mesmo que eu não tenha tempo agora para dedicar ao latim clássico, esta gramática contém ensaios sobre a linguística e a história da língua que nos ajudam a descobrir alguns mistérios da língua portuguesa de que tinha ouvido falar mas que aqui estão explícitos e claros (por exemplo, os dias da semana, pp.415-416 e texto de Martinho de Braga, p.493). É uma obra de consulta e de aprendizagem que explica o porquê e o como, e compara o latim e as suas regras com as línguas que lhe sucederam, incluindo o português. Frederico Lourenço é favorável ao Acordo Ortográfico e usa-o na edição.