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O Que Eu Ouvi na Barrica das Maçãs

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Reconhecido como um dos mais importantes escritores portugueses da actualidade, a sua faceta de cronista passou despercebida à maior parte dos leitores; daí esta selecção das suas melhores crónicas publicadas nas décadas de oitenta e noventa do século passado no Público e no Jornal de Letras. Delas emergem o ficcionista, o cidadão, o comunicador e o memorialista, em textos que alguns diriam proféticos e, nas palavras de Francisco Belard: «testemunhos de um largo campo de assuntos, abordagens, dimensões e estilos, através de eras e lugares, sinais de um escritor que declaradamente prefere viajar no discurso e decurso do tempo e do espaço doméstico a fazê-lo em itinerários geográficos, programados e turísticos. Por tudo isto […], os leitores dos romances o vão reencontrar em mudáveis cenários e perspectivas, de outros pontos de vista, na familiaridade e na estranheza diante do seu mundo, que faz nosso.»

254 pages, Paperback

Published April 1, 2019

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About the author

Mário de Carvalho

67 books177 followers
Mário de Carvalho nasceu em 1944, em Lisboa. Licenciou-se em Direito pela Universidade de Lisboa em 1969. Desde jovem que se envolveu na luta antifascista, tendo estado preso ainda na década de 1960 e durante o serviço militar. A sua luta política leva-o ao exílio, primeiro para a França, depois para a Suécia, em 1973. Após o 25 de Abril regressa a Portugal. A sua estreia literária dá-se em 1981, tendo desde aí publicado regularmente numa grande diversidade de géneros: romance, drama, contos, guiões.

A sua escrita é extremamente versátil e torna-se impossível incluí-lo numa escola literária. A crítica considera-o um dos mais importantes ficcionistas da actualidade e a sua obra encontra-se traduzida em vários países (Inglaterra, França, Grécia, Bulgária, Espanha, etc.).

Recebeu diversos prémios, podendo-se destacar, na sua bibliografia, o romance histórico "Um Deus passeando pela brisa da tarde", que constitui o seu melhor sucesso de vendas e que mereceu a aclamação da crítica, tendo sido distinguido com o Grande Prémio da APE (romance) 1995, o Prémio Fernando Namora 1996 e Prémio Pégaso de Literatura do mesmo ano. Vencedor, em 2004, do Grande Prémio de Literatura ITF/DSTe, em 2009, do prémio Vergílio Ferreira.

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Displaying 1 - 6 of 6 reviews
Profile Image for José Simões.
Author 1 book51 followers
July 12, 2021
Irónico, inteligente, certeiro, Mário de Carvalho tem todos os atributos de um grande escritor, que é e disso não há dúvidas. Mas também de um grande cronista, como se vê por estas crónicas seleccionadas. Seja divagando, intervindo, oficiando ou rememorando MdC nunca falha o alvo. E rimos, com certeza, muito, mesmo quando o assunto é seríssimo.
Profile Image for Alice.
165 reviews
April 7, 2019
Excelente conjunto de crónicas publicadas, na sua maioria, nos anos 80 e 90, a pressagiar o
que vamos testemunhando mundo fora.

"Há pouco regozijei-me com o que parecem ser aquisições, penosamente obtidas, da nossa civilização. Excedi-me, até, num cumprimento universal aos cronistas do reino. Mas...e se eu estiver enganado? E se a pulsão da barbárie vier a impor-se? E se as resistências morais de que falei e que, se calhar, sobrevalorizei, se forem esboroando, uma a uma? (...) Olhem, cidadãos, vão mas é tomando cautela com as recaídas" (Fevereiro de 1993)

"Mas inquieta-me que a barbárie nazi possa ser encarada com o mesmo desprendimento e o mesmo espírito de desculpabilização com que alguns abordaram a Inquisição Portuguesa : era a mentalidade da época, correspondia aos anseios do povo alemão, há que observar com os olhos desse tempo...e abstermo-nos de condenar..." (Março de 1987)

"Não estamos livres-é certo- de ver um intelectual de direita a propor, um destes dias, o regresso ao 'lápis azul'. Quem é capaz do mais, é capaz do menos. Também pode acontecer que quinze mil espectadores, consultados por telefone, se pronunciem maioritariamente a favor. A vida tem demonstrado, infelizmente, que as aquisições da civilização não são irreversíveis (...) Não perceberão aquelas pessoas que atravessamos um momento perigosíssimo? Pode ser que isto passe, mas..." (Março de 1993)

"É que eu julguei, em tempos, que estas coisas deixariam de ser possíveis. E que outras gerações viriam melhores que a minha. Educadas em democracia. Empenhadas em valores básicos de tolerância, racionalidade e respeito pelos outros. E, no entanto, o que ouço grunhir, uivar e blaterar por todo o lado é a voz da canalha. Nuns tempos em que já não devia haver sequer canalha. (...) As aquisições civilizacionais são de vidro fino. De quebrar num instante." (Setembro de 1996)

Mais um livro do autor a adicionar à minha lista de favoritos. Bandeira de valores "a drapejar ao vento" contra os muitos e recentes ataques à democracia.
This entire review has been hidden because of spoilers.
Profile Image for Inês.
213 reviews
June 21, 2023
“Há aquela classificação chinesa dos animais que enumera “os que, vistos ao longe, parecem moscas», «os que se agitam como loucos» e «os que fazem parte dos jardins do imperador».
Infelizmente, já não sei em que almanaque é que encontrei a lista, mas lembro-me de que alguém a considerou a mais perfeita das classificações, por não deixar nenhum bicho excluído.
Profile Image for Plano Nacional de Leitura 2027.
345 reviews552 followers
Read
May 27, 2020
Esta obra engloba várias crónicas, escritas por Mário de Carvalho e publicadas pelo Jornal Público e Jornal de Letras, ao longo dos anos 80 e 90 do século XX. Abordam reflexões que abrangem diferentes temáticas, do jornalismo, à religião, ao quotidiano, incluindo, entre outros, textos em que está sujacente a dimensão política. Numa escrita singular e de grande riqueza descritiva, em que a ironia contrasta com a observação crítica da realidade envolvente, num vocabulário muito próprio e não convencional, mostrando tanto a sua faceta de cidadão atento como a de ficcionista.

ISBN:
978-972-0-03169-3

CDU:
821.134.3-92

Livro recomendado PNL2027 - 2019 2.º Sem. - Literatura - dos 15-18 anos - maiores 18 anos
Profile Image for gabri. .
3 reviews
March 27, 2023
Mário de Carvalho conseguiu escrever sobre: ninguém sair à rua quando se gasta dinheiro para receber o Papa, o perigo e o crescimento da extrema-direita em Portugal, e a violência da polícia portuguesa, tudo isto na década de oitenta.
somos previsíveis, são cíclicos ou "estruturais" os problemas, ainda assim, MdC conseguiu na generalidade escrever para a posteridade como outros tanto procuram.
Displaying 1 - 6 of 6 reviews

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