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Sobre o Autoritarismo Brasileiro

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How Brazil's long history of racism and authoritarian politics has led to the country's present crises and epidemic of violence



Brazil has long nurtured a cherished national myth, one of a tolerant, peaceful, and racially harmonious society. A closer look at the nation's heritage, however, reveals a far more troubling story. In Brazilian Authoritarianism, esteemed anthropologist and historian Lilia Schwarcz presents a provocative and panoramic overview of Brazilian culture and history to demonstrate how the nation has always been staunchly authoritarian. It has papered over centuries of racially motivated cruelty and exploitation--sources of the structural oppression experienced today by its Black and Indigenous population. Linking the country's violent past to its dire present, Schwarcz shows why the social democratic left was defeated and how Jair Bolsonaro ascended to the presidency.

Schwarcz travels through five hundred years of colonial history to consider Brazil's allegiance to slavery, which made it the last country to abolish the system. She delves into eight elements that pervade Brazil's problematic culture: racism, bossism, patrimonialism, corruption, inequality, violence, gender issues, and intolerance. But Schwarcz also argues that Brazil's future is not absolutely hopeless. History is not destiny, and even as the nation experiences its worst crises ever--social, political, moral, and environmental--it has the potential to overcome them.

A stark, revealing investigation into Brazil's difficult roots, Brazilian Authoritarianism shines a light on how the country might imagine a more hopeful path forward.

280 pages, Paperback

First published January 1, 2019

79 people are currently reading
1228 people want to read

About the author

Lilia Moritz Schwarcz

76 books246 followers
Nasceu em 1957, em São Paulo. É professora titular no Departamento de Antropologia da USP. Seu livro As barbas do imperador - D. Pedro II, um monarca nos trópicos ganhou o prêmio Jabuti Livro do Ano, em 1999. Além deste, publicou também: O espetáculo das raças, O sol do Brasil (prêmio Jabuti de melhor biografia, 2009), D. João carioca - história em quadrinhos sobre a chegada da corte portuguesa ao Brasil, em coautoria com Spacca -, entre outros livros.

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Profile Image for Alfredo.
470 reviews602 followers
October 10, 2019
Um livro completo e bem escrito sobre as raízes do autoritarismo brasileiro, passando por temas que marcaram o país, como escravidão, corrupção, raça, gênero e classe. Não me surpreendi, porque já esperava algo à altura. Muito bom!
Profile Image for Priscilla Negreiros.
27 reviews4 followers
July 22, 2020
Talvez pelo título (que lembra algo do totalitarismo da Hannah Arendt), ou pela minha própria expectativa (que pouco interessa aqui), esperava uma inédita análise histórica sobre as origens do autoritarismo brasileiro. O livro é, contudo, um ensaio, com muita estatística atual, sobre intolerância, desigualdade e gênero. Considerando como a perpetuação das injustiças socias no Brasil carregam as origens de nossas mazelas todas, há muito mérito nessa compilação. Embora fique uma vontade de ir um pouco além e responder mais porquês e menos o que é esse autoritarismo que anda em tanta mentes, bocas e atos. Talvez seja apenas minha própria incompreensão, ou talvez porque há muito o que entender antes de explicar. O livro é interessante, mas claramente muito longe do que poderia ser.
Profile Image for Maria Ferreira.
227 reviews50 followers
June 1, 2020
Lilia Katri Moritz Schwarcz (São Paulo, 27 de dezembro de 1957) é uma historiadora e antropóloga. É doutora em antropologia social pela Universidade de São Paulo e, atualmente, professora titular da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas na mesma universidade. Em 2010, recebeu a comenda da Ordem Nacional do Mérito Científico.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Lilia_S...

Lilia inicia a sua epopeia citando dois autores:

“Nós os brasileiros, somos como Robinsons: estamos sempre à espera do navio que nos venha buscar da ilha a que um naufrágio nos atirou.” Lima Barreto

“Um povo que não conhece a sua história está condenado a repeti-la” George Santayana

Estas duas frases dão o mote à caminhada de cinco séculos em busca das razões por que o povo brasileiro, sistematicamente, comete os mesmos erros na busca incessante de um "ideal" que os tire da pobreza e da corrupção.

O livro encontra-se dividido em capítulos e cada capítulo corresponde a um tema, para cada tema abordado a autora faz uma retrospecção histórica para fundamentar as origens e o caminho percorrido até à atualidade, leia-se 2019, ano em que o livro foi publicado.

Escravidão e racismo aborda o tráfico intenso de escravos oriundos do continente Africano, Homens e mulheres eram capturados, subjugados e violentados pelos seus donos, obrigados a trabalhar em condições pouco dignificantes para um ser humano. Refere a autora, que o Brasil importou mais escravos do que o resto do continente Americano, 70% homens.

Os escravos tinham uma esperança média de vida muito baixa devido à má alimentação, à parca higiene e aos maus tratos físicos e psicológicos. As revoltas dos negros eram constantes e a escalada da violência extremada para com os brancos, ódios que passavam de geração em geração, nasceu assim o racismo no brasil.
As poucas mulheres negras que eram importadas para tratar das casas senhoriais e dos animais da quinta serviam igualmente de objeto sexual dos seus donos, o que atiçava ainda mais esse ódio junto dos escravizados. Dessas relações nasciam novos seres com a cor da pele parda devido ao cruzamento dos genes, esta franja da população não era igualmente aceite, nem pelos brancos, nem pelos negros, apesar destes os tolerarem melhor.

O poder político era da responsabilidade dos senhores feudais, eles criavam e regiam as leis de acordo com os seus interesses e vontades. O analfabetismo era generalizado e toda a população era submissa ao senhor que lhe dava trabalho, estes eram os seus guias.

Em 1808 com a ida da corte portuguesa para o Brasil, iniciou no país algumas mudanças em termos governativos e sociais, surgiram escolas e universidades e uma nova classe social: Os Barões e os Viscondes, títulos que foram atribuídos pelo Rei a alguns coronéis, proprietários de grandes latifúndios, era o reconhecimento pelo apoio politico e financeiro à dispendiosa corte.

O único interesse que Portugal mantinha no Brasil era o dinheiro e os bens, nada mais interessava, tudo o que regia a vida económica e social do país ficava a cargo dos Barões e dos Viscondes.

Mandonismo Frei Vicente do Salvador, historiador Brasileiro em 1630 dizia que “Nenhum homem nesta terra é repúblico, nem zela, ou trata do bem comum, senão cada um do bem particular” Ele lá tinha as suas razões.

A metrópole Portuguesa não conseguia povoar e gerir eficazmente tão vasto território, pelo que deu o controlo absoluto aos grandes senhores latifundiários e estes por sua vez tomaram para si o controlo do espaço económico, usurpando os bens do estado para seu único proveito, declaram-se proprietários das terras do estado, escondiam ganhos financeiros dos negócios. Mandavam em tudo. A corte fingia que não via, acompanhavam com preocupação os acontecimentos em Portugal.

Nos séculos XVII e XVIII as rebeliões proliferaram em vários espaços geográficos. Enquanto o senhor dominava os processos governativos, e se governava a si próprio, vivia em grandes casas senhoriais e ostentava um luxo desmesurado, por sua vez, os escravos, já em maior número do que a população branca, viviam em condições completamente desumanas, que deu origem à propagação de revoltas um pouco por todo o país.

Para colmatar este fenómeno, surgiu a necessidade de criar e difundir “manuais”, “que ofereciam aos senhores Coronéis, sugestões sobre como castigar cativos, reprimir os insurretos e ampliar a reprodução de escravos, porque uma considerável parte do mundo condenava a prática do trafico humano. Esses livros, que por vezes tinham imagens, circulavam entre as Américas e o Caribe, constituindo-se numa espécie de tecnologia de exercício da autoridade senhorial.
Dr David Collins, médico inglês sugeriu na altura um tipo de “bónus” para aumentar a reprodução, assim, com o nascimento do primeiro filho a escravizada era dispensada dos trabalhos dos campos, o segundo valia uma folga quinzenal, o terceiro mais um dia de folga e assim por diante. “

Patrimonialismo Segundo Max Weber designa a utilização de interesses pessoais, destituídos de ética ou moral, através de mecanismos públicos (pag 74) não vale, porém, o seu contrário, o uso de bens privados em prol da vontade publica. “O estado perde em racionalidade quando os interesses públicos deixam de ditar as normas do governo, mais ainda quando se afirma em personalismo político, essa verdadeira manta de arranjos pessoais que alimenta as praticas de apadrinhamento, corrupção ativa, mandonismo, clientelismo as quais se sobrepõe à regra publica.”

O Patrimonialismo originária de à 5 séculos mantém-se ainda hoje viva, por exemplo, por determinação da lei há um tipo de “atalhos ao orçamento” geral da Republica que permite acesso aos políticos a uma parte da verba sem necessidade de a submeter à aprovação dos colegas.
São as chamadas “emendas parlamentares” que correspondem aos pedidos dos deputados e senadores com o objetivo de incluir determinadas verbas no Orçamento, constituindo-se assim numa barganha política entre o presidente e os congressistas, uma vez que depende apenas do aval do presidente.
Na prática, este mecanismo permite a utilização de verbas para o bem comum mas também pode servir como prática corrupta, uma investigação em 2014 da Câmara dos Deputados demonstrou que muitas verbas publicas acabam a ser utilizadas em troca de apoio ao eleitor, por questões meramente politicas e que visam a própria perpetuação no poder, criando currais eleitorais, relações clientelistas e patrimoniais entre o deputado e os seus eleitores, assim elas adquirem um carácter pessoal e podem servir de instrumento para práticas corruptas.

Corrupçao Quem furta é ladrão, quem furta muito é Barão Quem mais furta e esconde passa de Barão a Visconde, este dito popular sinaliza como no Brasil era tudo uma questão de preço.

Estava vedado ao cidadão comum a abertura de um simples negócio, a burocracia é de tal forma complexa, os alvarás demoravam tanto tempo a serem lavrados que os empresários recorrem ao suborno dos trabalhadores do estado para acelerar a documentação. A autora refere o caso de um comerciante que após estar imenso tempo a tratar da legalização do estabelecimento e de possuir todos os alvarás solicitados para abrir o seu negócio de comida, recebeu uma carta do município a dizer que não podia vender café, pois tinha que ter alvará para esse efeito, o comerciante desistiu e pagou o suborno pretendido.

Neste ensaio autora apresenta dados e factos dos atos ilícitos que os governantes costumeiramente usavam e usam atualmente para se manter no poder. Alguns destes atos levou individualidades governativas à prisão, mas refere a autora que estes atos são transversais a todos os partidos políticos inclusive o atual, a usurpação do poder remonta há vários séculos e não existe vontade política de mudar porque está enraizado no ADN do povo brasileiro. Do cidadão comum ao polícia, terminando nos políticos todos tentam extorquir dinheiro de forma ilícita.

Somente a partir de 1945 que foi criada legislação para combater a corrupção numa tentativa de acabar com este flagelo. Em 1954 Getúlio Vargas suicidou-se deixando uma carta-testamento a culpar a crise política e as diversas acusações de corrupção feitas contra ele e alguns membros do seu governo. Preparava-se nos bastidores um golpe de estado que visava retirar-lhe o poder e acusa-lo de corrupção, vendo-se isolado e prestes a ser preso, optou por tirar a vida.

Desigualdade Social. A população brasileira é constituída por brancos, indígenas e negros Neste capítulo, a autora fundamenta toda a sua opinião nos dados estatísticos de organizações internacionais e alguns nacionais.
Inferindo os dados concluímos que o Brasil é um país pobre e com elevadas desigualdades sociais. O acesso à saúde e à educação são proibidos para a maioria de negros, pardos e indígenas, por não terem como pagar por esses serviços.
A esperança média de vida é menor nos negros e nos indígenas, devido à carência de um plano de cuidados continuados de saúde e por estarem mais expostos à violência, desvalorizam a educação por falta de acesso e porque iniciam a trabalhar cedo, fazem trabalhos precários e mal pagos, muitos dedicam-se a roubar e a traficar droga. Empregos existem, mas é para os brancos que estudaram e para uma minoria de negros que estudaram.

A educação publica é deficitária, os alunos brancos na sua maioria frequentam o ensino privado os negros frequentam a escola publica, com escassos recursos materiais, sem livros, sem espaços adequados ao ensino, muitos destes jovens terminam o ensino médio com idade avançada e com graves lacunas no cálculo aritmético simples e na leitura, quase silábica. Nos adultos uma parte muito grande sabe ler mas não sabe interpretar correctamente o que lê.

A escola publica teve nos últimos 30 anos um desenvolvimento acentuado e alguns negros aproveitaram oportunidades criadas através de um programa de governo e conseguiram concluir o ensino universitário, mas são uma minoria.

Refere a autora que 1% da população brasileira detém 28% do rendimento global do país, colocando assim o Brasil no topo dos países com maior desigualdade em termos de rendimento.

Ora, sabemos que as desigualdades sociais geram violência e neste capítulo Schwarcz expõe os dados do Atlas da Violência de 2018 onde atesta que neste ano houve 62 517 homicídios dolosos, a taxa de homicídio por 100 mil habitantes é de 30,3.

São corriqueiros os roubos e furtos com armas brancas o que eleva o nível de insegurança da população ao estado de medo e a exigir do governo medidas igualmente violentas que ponha fim a este pesadelo, mas o que fazer? quando a polícia do estado é um elemento igualmente perturbador, causador de medo, exigindo da população valores monetários para os proteger. As pessoas que subornam as forças policiais são protegidos, daí que a violência e os homicídios ocorrem em maior número na população negra.

Raça e género As mulheres correspondem a 89% das vítimas de violência sexual no Brasil. Entre 2001 e 2011 foram assassinadas 50 mil. A cada dia 5 mulheres morrem no parto e 4 por complicações causadas pelo aborto provocado.

A “cultura da violação” está enraizada no Brasil e vem da época da colonização, em que o senhor feudal tendo pago o corpo da mulher negra, tinha o direito de usufruir dele e fazer o que bem lhe apetecesse. Considerava o senhor que era um privilégio para as mulheres negras terem acesso à sua alcova. Este modo de pensar perdura até hoje.
Muitos homens consideram que a união homem-mulher legaliza o seu domínio no que concerne ao uso e fruto do corpo da mulher. Numa entrevista efetuada, 30% dos homens afirmaram que as mulheres que se apresentam com roupas curtas é porque querem ter sexo, daí a absolvição dos criminosos. O feminicídio tem valores muito elevados no brasil.
Na politica as mulheres não têm qualquer expressão, a politica é para homens, as mulheres politicas são residuais, e as suas opiniões pouco valorizadas.

Sexo e género não são a mesma coisa, o sexo pode ser feminino ou masculino é biológico enquanto que género, diz respeito a uma construção psicológica e social do individuo, a sua identidade.

O povo brasileiro é pouco tolerante: persegue, discrimina, maltrata e assassina os indivíduos que socialmente contrastam com os heterossexuais. Os homossexuais e transgéneros têm sofrido agressões, torturas e homicídios apenas por se afirmarem com outra identidade.
A maior parada Gay, que é feita anualmente no Brasil, vê os seus membros a reduzir porque são abatidos às centenas, os processos não se desenvolvem no judiciário e os culpados ficam por prender, trazendo um sabor a impunidade, o judiciário não despacha estes processos.

Intolerância “Brasil é um país com um passado violento, cujo lema nunca foi “inclusão” dos diferentes povos mas sim a sua “submissão”, mesmo que ao preço do apagamento das várias culturas” Tratados e documento oficiais atestavam na necessidade urgente em aculturar os indígenas e negros nos princípios, condutas e religião do colonizador, o objetivo era desenraizar a sua cultura, separá-los uns dos outros, apagar as suas memórias.

Atualmente apesar dos governantes brasileiros discursarem no sentido da igualdade e tolerância entre os povos, as leis e a sua aplicação distam dessa realidade. Um dos casos que a autora refere tem a ver com a morte de Marielle Franco

Sobre o Brasil atual, Lilia Katri Moritz Schwarcz, deixa-nos esta reflexão:

“Quando o fim é também o começo: Os nossos fantasmas do presente”

Haveria muito mais para escrever aqui, mas o melhor é ler esta investigação.
Dá-nos uma dimensão maior e mais fundamentada das palavras que tentei descrever neste resumo.
Profile Image for KOP.
12 reviews10 followers
September 3, 2022
Muito Fraco.

Meio termo também entre estudo formal (a autora justifica não usar notas de rodapé) e ensaio, sem o rigor de um, nem a liberdade (ou estilo) do outro. Contraposições históricas pouco profundas, ofertando interpretações já canônicas dentro da ciências sociais, de fenômenos sociais, políticos, já clássicos dentro da disciplina (patrimonialismo, racismo, violência). Dado a melancolia e fruto do oportunismo. Dado a melancolia até porque não pinta um retrato dinâmico: vivemos um autoritarismo eterno. Escravidão aconteceu, vivemos até hoje seus efeitos, fim, não explicando a vida, o processo mesmo, de nossas formas de herança. Em algum ponto a constituição de 1988 aparece e trás avanços. Falta teoria, mas também, falta, para algo de teor ensaístico, alguma interpretação nova. Ausência de notas de rodapé também, injustificável. Sobre qualquer interpretação sobre o autoritarismo de agora, ausente, ou fraca. Falta a explicação da "revolução conservadora", oximoro proposto pelos fanáticos de agora. Ou seja, como "contra o patrimonialismo", e "contra a corrupção", se faz patrimonialismo e corrupção (coisa que já se discutia em 50-70). Melancolico também por explicar os problemas de formação nacionais pela ausência de um marco liberal-modernizador, assim, também, sendo uma narrativa da falta. Novas tendências intepretativas, em antropologia, ciência social e estudos culturais, dentre outras, se fazem ausentes. Morno, tépido.
Profile Image for Valmir Almagro.
75 reviews4 followers
July 8, 2019
Livro importante para entender o período sombrio que estamos vivendo. Imperdível.
Profile Image for Levi S Porto.
24 reviews
July 29, 2020
Linguagem ótima para o público geral, mas estudiosos vão sentir falta de uma análise que vá além.
Profile Image for Gabriel Kobarg.
2 reviews
November 30, 2020
Como historiador, tenho interesse pela autora Lilia Schwarcz - gosto muito do seu trabalho sobre D. Pedro II e quero ler o seu livro sobre Lima Barreto - mas é impressionante como terminei esse livro sem levar absolutamente nada de novo da leitura. Todos os temas que se aborda, desde escravidão no Brasil Império até os dados sobre violência no país na década atual, são feitos não só de maneira rasa mas com vários saltos entre um período e outro completamente distintos; a impressão que dá é que o livro é um manualzinho para pessoas que têm a pretensão de se engajarem politicamente mas não sabem nada sobre a história do Brasil. Claro que de fato um monte de brasileiros não sabem nada da própria história, mas eu me pergunto em quem esse livro chega; e certamente é muito mais nas mãos do público acadêmico do que do brasileiro ordinário; só que o público acadêmico têm a seu alcance obras muito mais aprofundadas em temas como escravidão, autoritarismo, violência e política no Brasil do que esse livro.
Profile Image for Tiago Massoni.
113 reviews5 followers
September 21, 2019
Bom no resgate histórico mas péssimo em ficar citando números incansavelmente através de uma análise superficial.
Profile Image for Guilherme Smee.
Author 27 books189 followers
April 9, 2022
Neste ótimo livro que explora a história da formação do sentimento de autoritarismo no Brasil e seu contexto na sociedade atual, a historiadora e antropóloga Lilia Moritz Schwarcz, traz temas que fazem parte dessa forma de pensar. Ela começa com a escravidão e o racismo endêmico no território brasileiro, depois mostra como esse sistema gerou o mandonismo e o patrimonialismo que fazem parte do autoritarismo. A corrupção, tão tida como a principal maldiçao da política brasileira, segundo a autora, também faz parte dos conceitos que formam o autoritarismo brasileiro. Esse tipo de posicionamento também desenvolve, mantém e é apoiado pela desigualdade social, seja nos direitos de gênero e sexualidade, seja através dos marcadores e preconceitos de raça. Além disso, completam esse terrível quadro, a violência e a intolerância que servem como bastiões que mantém o autoritarismo no Brasil cada vez mais presente e posto em manutenção em diversos contextos deste país, principalmente no campo da política.
Profile Image for Pascoal Martorelli.
247 reviews2 followers
December 27, 2024
Tristeza total. Praticamente o resultado de um exame de sangue do Brasil. Todas as métricas e porcentagens que diagnosticam nossa saúde debilitada e já partindo dessa para pior. Entendo a beleza de conhecer sua história e não repeti-la, mas a última pagina desse livro tem o barulho de um prego no caixão da fé na nossa pátria e nossa gente.
Profile Image for Luiza Bellotto De Vito.
7 reviews
April 21, 2021
Maravilhoso e muito bem escrito. Devia ser o nosso manual do que fazer e não fazer na política e como melhorar a coisa toda rs
Profile Image for Natalia Alves.
55 reviews
January 27, 2022
5 estrelas para a Lilia Schwarcz - tão necessária nesse país autoritário e mal resolvido com suas dores e sua história.
Profile Image for Leonardo Gedraite.
79 reviews3 followers
October 8, 2020
Uma "divulgação científica histórica" de uma qualidade enorme.

Esse livro é algo difícil de definir, parece um ensaio que foge um pouco dessa tipologia textual, para longe da verve acadêmica. Também parece uma revisão integradora dos trabalhos seminais de antropologia e sociologia brasileira, transposta para uma linguagem simples, de fácil compreensão.

Ao mesmo tempo que é um texto de leitura fluída, ele está cheio de dados e teorias baseadas em fatos. Classificaria como um livro de divulgação científica da área de humanas, essencial para divulgar debates que encontram-se restritos a alguns nichos universitários para a sociedade em geral.

Não é um ensaio transformador, que inova as teorias sociológicas brasileiras. Inclusive concordo com algumas resenhas que li na internet que, para acadêmicos, o texto não acrescenta muito. Mas, no entanto, isso de maneira nenhuma denigre o papel importantíssimo desse livro, de permitir que esse debate se espalhe para outros locais. Acredito ser essa a proposta principal da autora, que ela cumpre magistralmente.

Recomendo, muito útil para servir de base a debates importantes na escola, especialmente para alunos do ensino médio. Um livro que é essencial para o país, na nossa situação atual. É impossível não finalizar a leitura (re)pensando algumas atitudes e práticas nossas, quando relacionamos elas às nossas raízes históricas.

Vale!
Profile Image for Daniel Supimpa.
166 reviews12 followers
December 11, 2019
Uma interessante continuação de Lilia Schwarcz à sua extensa e detalhada obra em "Brasil: Uma Biografia", escrita com bom fundamento, embora em um estilo mais livre—a autora opta por não colocar notas de rodapé, por exemplo.

À partir do princípio da importância de se estudar a memória social de um grupo para compreender suas cicatrizes e intuições, Schwarcz descreve o processo de formação cultural no Brasil, e seus traços de autoritarismo até o presente. Os capítulos curtos entrelaçam os temas de mandonismo, patrimonialismo, desigualdade social, violência, racismo e intolerância velada conforme exemplos emblemáticos da história do país. Curto, aguçado e sagaz em sua leitura, este livro representa um importante lembrete de que o crescimento de líderes autoritários—primeiramente no Brasil, embora tenha interessantes implicações para outras culturas—é algo cultivado lentamente, e altamente nocivo para o bem-estar de uma nação.

Um aspecto negativo do livro é sua ausência de grandes respostas ao problema do autoritarismo—além de alguns ideais por meio da resocialização por meio da educação pública—, algo devido provavelmente à limitação de espaço. Outra crítica pode ser direcionada ao empilhamento de dados de mais de uma fonte e que confundem estatisticamente. À parte disso, é uma leitura relativamente acessível e provocativa.
Profile Image for André.
127 reviews16 followers
January 19, 2021
Escrito para o público geral, “Sobre o Autoritarismo Brasileiro”, de Lilia Moritz Schwarcz, reúne oito ensaios sobre mazelas que assolam o Brasil, tais como patrimonialismo, corrupção, escravidão e racismo. O livro não avança novas teses ou estudos e funciona mais como um apanhado sobre os temas tratados, como se fosse um livro introdutório sobre essas questões. Já para quem conhece a fundo a história brasileira e costuma acompanhar os principais jornais do país, pode-se refrescar a memória.

Apesar da escrita fácil da autora, capítulos que apresentam grande número de estatísticas – como os que lidam com desigualdade social, violência, raça e gênero –, perderam a fluidez e ficaram com um ar de “copiar e colar” de artigos previamente escritos para jornal.
Profile Image for Solange Cunha.
278 reviews44 followers
March 1, 2020
3.5, na verdade.
Um livro muito bem escrito, dividido por capítulos que tentam explicar o autoritarismo brasileiro. Pautas como escravidão e racismo, patrimonialismo, desigualdade, gênero são discutidas.

Em alguns momentos, o excesso de números e estatísticas (muitas vezes sem fonte) me cansou e deixou a leitura um pouco mais arrastada.

Além disso, tive pequenas discordâncias sobre o posicionamento da autora, sobretudo nas “soluções” que foram levantadas.
Profile Image for Artur Benchimol.
41 reviews1 follower
March 12, 2020
Important read to understand the roots of the mess we’re in today. Some of the writing could be better. The essay lacks that kind of storytelling that makes it a great book.
Profile Image for Weslley Dos Santos  Graper .
20 reviews1 follower
December 21, 2020
Ótima obra para refletir acerca das continuidades na sociedade brasileira. Lilia não só explora o tempo todo em seu livro, recortes como colônia, império e a república no século XX, mas também a História do tempo presente - um dos pontos mais interessantes, eu diria. A autora traz conceitos já consagrados, como "patrimonialismo" e "mandonismo" para guiar sua interpretação ensaística da História do Brasil, usando como ponto de partida a estrutura gerada pela escravidão e o patriarcalismo. É nítida sua influência de Sérgio Buarque de Holanda, emprestando do autor conceitos como o de "cordialidade", e neste quesito Lilia demarca uma hipótese interessante; as polarizações políticas que vem ocorrendo na última década, rompem com nossa intolerância velada (diz respeito a cordialidade), e a escancara sem escrúpulos, virando motivo de orgulhos. Reservo minhas críticas negativas a ausência de notas de roda pé, e no não aprofundamento de algumas questões no desenvolvimento do livro, no qual senti muita falta. Espero que esta obra seja atualizada em edições futuras.
Profile Image for Mácio Meneses.
62 reviews2 followers
February 28, 2021
Comprei esse livro quando foi lançado, mas fiquei com muita pena de lê-lo, porque o meu exemplar é autografado pela própria Lilia Schwarcz, hahaha.

A Lilia é uma das maiores antropólogas do Brasil, e quando ela fala, a gente escuta. O livro, apesar de ser de 2018, é extremamente atual, e nos ajuda a entender o contexto autoritário do nosso passado e do nosso presente.

Não sei se essa é uma boa leitura nesse contexto de pandemia. Bate um cansaço, um desânimo, ver que ainda somos uma sociedade tão problemática, e que estamos regredindo em muitas pautas, em vez de avançar. Por outro lado, essa leitura é fundamental. Leia quando a desesperança não estiver batendo tão forte.
Profile Image for Leonardo Wild.
20 reviews1 follower
December 13, 2020
Uma obra que convida ao leitor a realizar um retorno no tempo. A autora retoma de modo linear o autoritarismo no Brasil. Explicando os paralelos de “antes” com os de “hoje”.
Uma caminhada que coloca em questão a própria “evolução” brasileira. Se não nos encontramos em algum tipo de ajuste mesmo como os de “ontem”.
Ao mesmo tempo, é uma obra para que se possa pensar no amanha. Já que dele nada além de possibilidades se estabelecem
Profile Image for Matheus Chaves.
12 reviews6 followers
February 3, 2020
Conciso e direto

Ótimo para o público não acadêmico e especialista.
Profile Image for Ana Claudia Lima.
67 reviews18 followers
January 21, 2021
Eu adorei esse livro!

Lilia Schwarcz escreveu de forma brilhante toda a formação do Brasil, focando principalmente no porque somos um país tão desigual e preconceituoso.

É uma leitura bem atual que inclui fatos das eleições de 2018, e que dialoga com todos os interessados em aprender mais sobre nossa história e nossa cultura.
Profile Image for Luciana.
69 reviews57 followers
December 26, 2022
Fui atrás desse livro influenciada pelo Fagundes e pelo noticiário aterrador que tivemos por boa parte do ano. Não demorei a chegar a conclusão que Sobre o Autoritarismo Brasileiro deveria ser uma daqueles títulos obrigatórios - nas salas de aula, no debate público, em todo e qualquer lugar que se pense e reflita a nossa História como país.

Schwarcz aborda nossa jornada política desde nossa concepção como colônia portuguesa. Cada capítulo trata de um tema específico do nosso contexto social e histórico, com seus desdobramentos ao longo dos últimos cinco séculos. Escravidão e racismo, mandonismo, patrimonialismo, corrupção, desigualdade social, questões de gênero e intolerância de uma maneira geral são algumas das questões que ela aborda, com abundância de dados e números, mas sem a linguagem técnica de um livro didático, o que torna a leitura muito mais acessível (e aguda) para o leitor leigo em nossa historiografia.

É um bom ponto de partida para qualquer um que queira entender como chegamos a nossa situação atual. Talvez não agrade tanto aos especialistas, que poderiam querer um texto mais robusto (li críticas nesse sentido), mas é exatamente o recomendado para o leitor comum.
Profile Image for Ju oluz.
63 reviews2 followers
January 19, 2020
Me fez refletir muito. Gosto muito do jeito que ela escreve. Uma breve (até breve demais) passagem por mitos e “teorias do senso comum” sobre o Brasil e brasileiros.
Achei especialmente interessante a parte de racismo, onde ela cita o preconceito reativo que vemos aqui: preconceito contra o preconceito, uma vez que preferimos negar a reconhecer e atuar. Gostei também de como ela usa números para demonstrar o preconceito (população carcerária, censo demográfico, mortes por homicídio). Também é interessante que ela cita ações afirmativas, como a constituição de 88 que validou direitos às terras quilombolas, tornou racismo crime inafiançável, e também as políticas compensatórias como cotas raciais para ingresso nas universidades.
Também é interessante ver a conexão feita do começo da colonização com o mandonismo, patrimonialismo, e corrupção, que embora não sejam a mesma coisa, estão bem interligados. Nessa parte também foi interessante ver como os títulos de nobreza funcionavam no Brasil, não hereditários mas dependendo de feitos pela coroa, como o fato de “todo blanco es caballero” aumentava a desigualdade e a pretensão de nobreza da minoria branca. Como a dinâmica do latifúndio rural evoluiu para o coronelismo e sua influência política, que gerou um aspecto de “intimidade” nas relações de poder também.
O capítulo de desigualdade social é bem interessante especialmente quando fala de como a educação classifica socialmente e por essa razão nunca foi acessível para todos, além de ratificar a diferença entre civismo e patriotismo muitas vezes misturada nas escolas.
Os capítulos de violência retrata a violência na cidade e no campo e ficamos impressionados com a semelhança entre passado e presente das políticas e pensamento em relação aos índios e suas terras.

Puta livrão.
Não gostei que as referências não são sempre claras, e achei que ela traz poucos pontos contraditórios à políticas de esquerda. Acho que vi pelo menos dois erros no livro e isso me irrita muito (um qnd ela fala de “gênero (lesbico)”, mas isso não é genero, e outro foi uma tabela que não tinha legenda nem referencias no texto).
This entire review has been hidden because of spoilers.
Profile Image for Diego Aragão.
44 reviews2 followers
December 14, 2020
O livro é bom, só que não mantém a qualidade do início ao fim. Na primeira metade do livro a autora faz boas análises do contexto atual trazendo conexões e justificativas históricas. Já na segunda metade, esse "tino histórico" se perde um pouco e alguns capítulos mais parecem uma simples exposição de estatísticas, como se o leitor estivesse lendo seguidas matérias de jornal.
Profile Image for Marcelo Galuppo.
Author 11 books12 followers
July 18, 2019
Em seu novo livro, a antropóloga e historiadora Lilia Moritz Schwarcz mostra que nossa sociedade, ao contrário da retórica comum que a apresenta como liberal, igualitária, solidária e fraternal, é marcada por distâncias sociais profundas geradas pelo passado em que a vontade de ser diferente, especial, era a marca da vida social. Nosso passado mostra uma sociedade na qual até padres e escravos libertos tornavam-se senhores de escravos, em que a vontade do senhor se impunha a todos e a tudo, apropriando-se da coisa pública como se fosse sua, em que a corrupção marcou a construção das relações públicas, em que a violência se implementa explícita e implicitamente separando grupos sociais, em que ser mulher representa ser inferior, uma sociedade marcada pela intolerância e pelo desprezo ao outro. Um livro que deve ser lido por todos que querem compreender como nos últimos anos o ódio de classes e de grupos e a sensação de certos grupos de que são superiores aos demais moldou os conflitos por que passam nossa sociedade.
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