Contos Populares Portugueses são contos de todos os tempos e de todas as idades. Uma obra que nos devolve o imaginário e o maravilhoso da nossa cultura popular, e de que faz parte, entre outras, História da Carochinha, A Formiga e a Neve, O Coelhinho Branco, A Raposa e o Lobo, O Compadre Lobo e a Comadre Raposa e Os Dois Irmãos.
Francisco Adolfo Coelho (Coimbra, 15 de Janeiro de 1847 — Carcavelos, 9 de Fevereiro de 1919) foi um pedagogo e pedagogista, filólogo e escritor português. autodidacta, que foi uma das figuras mais importantes da intelectualidade portuguesa dos finais do século XIX.
O meu primeiro contacto profundo com contos de fadas em Portugal. Em termos de pesquisa/análise etnográfica o livro merece 5 estrelas, mas a maioria dos contos portugueses têm uma secura narrativa e uma estrutura estranha que me desagrada pessoalmente. Existem contos que são exceções à regra, e que me deram imenso prazer a ler. Tive, inclusivamente, oportunidade de debater alguns deles na minha universidade e foi muito proveitoso. No entanto, não consigo deixar de sentir pena por a maioria deles não ter capturado a minha imaginação como desejava.
Ótimo livro do ponto de vista histórico e científico, com um prefácio muito pertinente. A classificação que dei deve-se apenas à minha opinião relativamente aos contos, que muitas vezes achei repetitivos. Mas aconselho a todos a leitura!
Alguns temas recorrentes e os contos em que estão presentes:
- Fábulas ou animais falantes: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13; - Narrativa em cadeia: 1, 2, 3, 4, 5, 10, 11, 13 (sendo que 3 e 4 têm uma sequência semelhante); - O Ciclo da Raposa: 7, 8, 9; - Um gato sem rabo: 10, 13; - Transformações mercurial: 15; - História fantástica (e cumprimento de tarefas): 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 24; - Na companhia de Deus (ou santo): 19, 20; - Um pai que, por ter muitos filhos, precisa de padrinho: 19, 23; - Um pai pobre com filhos: 21, 24; - Herói de proezas: 21, 22; - Visitar a chuva, a lua, o vento, o sol: 14, 25, 44; - Tirar sete peles: 25, 34; - «Um filho nem que seja...»: 25, 33, 34; - Gata borralheira: 35, 36; - Tiro pela culatra num concurso de adivinhação: 38, 39; - Um «namoro» abusivo: 42, 43; - Uma planta com voz: 40, 50; - Bicha de sete cabeças: 49, 51, 52; - Uma princesa posta numa torre: 32, 55; - Um filho esperto e outro tolo: 45, 57; - Tentar fugir à sina: 32, 55, 58, 59; - História de enganos: 62, 63, 66, 67, 68, 69; - Ocorrência cómica: 66, 67, 68, 69, 70, 71, 72.
Além das anteriores, existem muitos príncipes ou princesas encantados.
Os eternos contos populares portugueses. Todo o povo tem aquelas histórias infantis que passam de geração em geração e que ajudam na construção da identidade popular. Foi muito agradável e nostálgico reviver estas histórias. Super recomendo para quem quer manter viva a identidade cultural portuguesa aos filhos e claro a quem quiser recordar Sá histórias que os avós contavam ❤️
Uma importante coletânea de contos populares portugueses. Variedade de temáticas, são contos de proveniência nortenha e essencialmente contados por mulheres - Ana Alves Leite (Ourilhe), a irmã de Adolfo Coelho que falou com Evangelista, uma idosa na Misericórdia (Coimbra), mulheres analfabetas (Foz do Douro), S.ª Luísa, lavadeira (Oliveira do Douro), e depois alguns homens (amigos e colegas).
O que não gostar deste livro? É um privilégio poder lembrar contos da nossa terra, uns mais lembrados, outros mais esquecidos, muitos sem moral, mas na verdade parte da história e da cultura de um povo. Agradeço esta compilação.