Editado em parceria com a Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine), Mulheres atrás das câmeras: as cineastas brasileiras de 1930 a 2018 reúne 27 artigos que estruturam esta produção por meio de ensaios com recortes temáticos ou focados em figuras de destaque. Do pioneirismo de Cléo de Verberena (a primeira realizadora mulher), Carmen Santos (produtora, atriz, criadora de estúdios) e Gilda Abreu (roteirista e diretora do sucesso O ébrio [1946]), até diretoras em atividade como Anna Muylaert e Suzana Amaral. A edição também inclui filmografias das realizadoras perfiladas e o “Pequeno dicionário das cineastas brasileiras” com mais de 250 verbetes.
O prefácio salienta as dificuldades impostas às mulheres (e, em particular, mulheres negras) para ascender à qualidade de diretoras na indústria cinematográfica. Nos artigos, acompanhamos a jornada dessas mulheres que diversificaram o cinema brasileiro e o histórico de suas contribuições.
O cinema brasileiro tem uma popularidade questionável dentro do seu próprio país. Quantas vezes nós não ouvimos alguém falando: filme brasileiro é tudo a mesma m***. Pois bem, esse livro existe para provar que essas pessoas estão erradas. O cinema brasileiro não apresenta apenas uma grande pluralidade de gêneros mas de formas de se fazer e se pensar cinema.
Se, o cinema masculino já não recebe a visibilidade que merece, o feminino então é a própria invisibilidade. Desde 1934, mulheres extremamente capazes vem traçando essa arte que é o Cinema.
O livro é muito bom de ler, comparado com “Feminino e Plural” que é outro livro com a mesma pegada, “mulheres atrás das câmeras” é infinitamente melhor. Os textos são melhores além da curadoria e organização ser mais eficiente.
Extremamente bem organizado, com uma diversidade exuberante de referências dentro do recorte que propõe. É um livro sobre cinema e mulheres, mas sobre muitas outras coisas. História, filosofia, antropologia, política, etc. No fim, é uma leitura técnica, mas ao mesmo tempo poética e comovente. Todos os ensaios/artigos são cuidadosamente escritos. Muito inspirador e vale total a leitura, especialmente para as pessoas que trabalham no audiovisual.