Com dezessete anos, Hanah vive cada dia esperando que seja o último. Sua mente cética já não acredita em muita coisa. Crê na realidade fria em que vive, nas paredes mofadas e aprisionadoras do corredor três. Crê não ser uma assassina. Não acredita nas sombras, mas elas acreditam em Hanah. Desde muito tempo, mesmo antes de nascer, as sombras permeiam seu destino. O sangue corre em suas veias e ela nunca poderá negá-lo, por mais que queira, por mais que precise. Hanah não poderá fugir, porque ninguém foge das sombras. Ninguém. Nunca.
Sozinha com as sombras é, sem dúvida alguma, um dos melhores livros que já li.
O cuidado da autora em desenvolver o psicológico ferrado da personagem principal, sem romantizações e nem diminuição da dor é algo incrível de se ler. Beatriz valoriza o desenvolvimento de outros personagens também, com destaque para Soi, que tinha de tudo para ser mais um mocinho de histórias de fantasia romântica. Mas ele é muito mais do que isso. Se é que podemos chamar Soi de mocinho.
Outro destaque é o casal Fay e Valerik, a maneira como a autora aborda a dor, a saudade e o amor proibido dos dois é algo encantador. E é difícil falar que qualquer coisa em um livro como Sozinha com as sombras seja encantadora, pois a história é densa e pesada em vários momentos. Mesmo assim, há equilíbrio e ritmo, tudo na dose certa.
Sei lá umas cinco páginas e já tem violência sexual descrita de uma maneira muito gráfica? Não funciona pra mim, duvido que isso agregue na história mas eu só queria avisar.