Num lugar quase deserto e condenado ao esquecimento, há ainda duas candeias que resistem ao vendaval. e quando tudo pertence ao passado, a descoberta constante das crianças, ou o que ficou da memória, não é mais do que uma construção. Um castelo de cartas. Uma miragem e um vislumbre de todos os segredos do mundo.
Toutinegra fala de ausência, de aceitação e do vazio que fica após uma perda. da coragem que é preciso para entrar no moinho escuro.
He once said he'd like to tell stories for a living but nobody was listening. He just hopes someone will read it instead. André was born in Lisbon and lives by the beach in Portugal's sunny Estoril. Writing comics is his game. Which has nothing to do with his name...
Quando cheguei a dois terços da história, estava a gostar. Era uma leitura agradável, mas sentia que faltava alguma coisa. E então — de repente — aquilo que faltava chegou.
Nada me poderia ter preparado para o último terço.
Esta é uma história que nos faz refletir sobre a perda e a culpa, sobre enfrentar os demónios do passado para poder encarar o futuro sem correntes.
Na minha opinião, é uma leitura indispensável, pois carrega consigo lições de vida profundas.
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EN Nothing could have prepared me for this.
By the time I reached two-thirds of the story, I was enjoying it. It was a pleasant read, but I felt something was missing. And then—suddenly—it arrived.
Nothing could have prepared me for the final third.
This is a story that makes you reflect on loss and guilt, on confronting the demons of your past so you can face the future unchained.
In my opinion, it’s a must-read, as it carries profound life lessons.
Ontem ouvi cantar uma toutinegra. Foi um amigo biólogo que o confirmou depois. Estava a passar por mais uma das minhas terríveis crises de enxaqueca e resolvi ir chillar com os cães até um pequeno oásis de verde, escondido em plena cidade de Leiria.
Achei que era um sinal para finalmente ler o livro. Às vezes gosto de guardar os livros um bocadinho, adiar a leitura, para saborear a antecipação. E então li.
Toutinegra, com argumento de André Oliveira e desenho de Bernardo Majer, editada pela Polvo em 2019. "Real ou não, a Toutinegra tinha segredos."
Foi o único livro que fiz questão de trazer da Coimbra BD, não porque não houvessem tantos outros livros merecedores no evento, mas porque o meu orçamento, afectando pela crise do covid 19, não me permitiu mais. E este eu fazia questão.
Sou uma fã muito muito grande dos textos do André Oliveira. Não sei se ele o sabia, quando teve a grande simpatia de me vir dar um beijinho, mas sou mesmo. Acho incrível que seja capaz de me levar às lágrimas em tão poucas páginas, em histórias como as do Casulo, e estou muito ansiosa para saber o que acontece na continuação do Volta, desenhado pelo talentoso André Caetano.
Fiquei ainda mais curiosa sobre este livro depois de ver a exposição dos originais e do processo do ilustrador Bernardo Majer. Adorei especialmente a combinação da textura subtil da aguarela com as cores suaves, em tons quase pastel.
O contraste da inocência do desenho com a crueza dos acontecimentos é algo que já antevia, por estar familiarizada com os temas habituais do André Oliveira. E funciona.
Os argumentos do André Oliveira são potentes! De uma mestria, fruto de alguém que consegue pincelar as palavras certas. Ao mesmo tempo em que parecem poéticas, também conseguem ser dignas de uma fábula. Aqui misturado com as aguarelas do Bernardo, fizeram esta história tornar-se esmagadora. O André consegue sempre criar histórias com um envolvimento negro e eu sou fã!
Toutinegra é uma banda desenhada portuguesa escrita por André Oliveira com ilustrações de Bernardo Majer. Conta a história de duas crianças de nove anos que moram numa aldeia esquecida. A mãe adoptiva do menino é uma louca que provocou um acidente de carro que causou a morte da mãe biológica dele e a quem, por alguma razão que não compreendo é permitido ficar com o bebé que ela encontrou no carro. Os dois encontram uma criatura negra num moinho abandonado na floresta que "traz más notícias" a quem vai morrer ou a quem vai perder alguém. A influência da criatura inicia uma série de eventos trágicos. Gostei do estilo e dos desenhos (bastantes simples e ingénuos) mas acabei por não me sentir satisfeito com a história. Quase deu em êxito mas... Sei lá... Ficou muita coisa por explicar e o enredo parece um pouco rebuscada e incompleta.
4/10 Não percebi muito bem este livro. Estava a gostar das personagens e das ilustrações, mas mais para o fim acabou por ir por um caminho que eu não estava à espera. Ao fim e ao cabo, era tanta coisa a acontecer que só fiquei confusa.
A história tem um elemento mágico com o aparecimento de uma espécie de monstro que na realidade e infelizmente não parece fazer grande coisa. Depois temos como personagens principais um rapaz e uma rapariga jovens que vivem numa aldeia muito pequena e que, inclusivamente, provêm de famílias bastante diferentes.
Mais tarde, podemos ver que a em vez de uma história linear no tempo, vamos saltando entre o passado e o presente, este último com as duas crianças já na suas fases adultas. No fim temos um grande plot twist que não percebi de onde é que veio sendo que não houve, a meu ver, nada algo remotamente a insinuar que tal iria acontecer.
Comprei este livro no AmadoraBD para aproveitar uma promoção de "leve 4 pague 3". Valeu bem a pena, porque foi um bom achado.
Duas crianças são as únicas fontes de esperança para uma aldeia envelhecida e perdida no tempo e no espaço. A vida delas vai dar uma grande volta quando, num moinho abandonado, descobrem a "toutinegra", uma criatura estranha e negra que traz más notícias.
A história é por vezes um pouco confusa, por causa das mudanças de perspectiva que não têm nenhum indicativo na arte que nos permita situar-nos em cada realidade. No entanto, o resultado final acaba por ser bastante comovente e desesperançoso, como uma "má notícia" da toutinegra. Aliado a uma arte delicada, redonda e suave, o efeito coloca-nos perante uma certa onda de desespero.
Num lugar quase deserto e condenado ao esquecimento, há ainda duas candeias que resistem ao vendaval. E quando tudo pertence ao passado, a descoberta das crianças não é mais do que um castelo de cartas. Toutinegra fala da ausência, da aceitação e do vazio que fica após uma perda.
ISBN: 978-989-8513-92-2 CDU: 821.134.3-9(084.11) Livro recomendado PNL2027 - 2019 2.º Sem. - Banda desenhada - dos 15-18 anos - maiores 18 anos
É bonito encontrar assim histórias adultas, de perdas e ausências, com desenhos tão simples e inocentes. Não dei 5* porque ainda assim não aprecio muito quando a narrativa anda tão livre e com tanta liberdade poética. Mas recomendo a leitura e gostei da experiência.
Narrativa interessante, contada de forma pouco usual e através de um narrador com problemas neurológicos. A arte é simples e eficaz. Recomendo este livro.