Dizem que segredos não sobrevivem por muito tempo em cidades pequenas. Mas, em Três Rios, eles estão por toda parte há tempo demais. Sombrios, aterrorizantes e indecifráveis — um espelho da cidadezinha onde tudo aquilo que é estranho e profano sempre encontra um jeito de se manifestar na superfície.
O encontro inevitável de Cesar Bravo com a DarkSide® Books veio das profundezas. Algo visceral, que era para ser, como todas as coisas assinadas com sangue. Ultra Carnem selou o pacto entre a editora mais sinistra do Brasil e a mente maldita de Bravo, povoando os pesadelos dos leitores, que pediram mais. Mais histórias. Mais mistérios. Uma nova experiência sobrenatural, quem sabe?
Em VHS: Verdadeiras Histórias de Sangue, Bravo guia os leitores amaldiçoados até os cantos mais sombrios de nossas mentes. E a cidadezinha de Três Rios, localizada no noroeste paulista, é o palco principal — um ponto de encontro de todas as coisas estranhas que acontecem nas redondezas. O inferno corre por essas águas e lança suas sementes nessa terra. Um lugar vivo e pronto para devorar o próximo filho que renegar sua origem.
VHS: Verdadeiras Histórias de Sangue se passa em um período especial e repleto de esquisitices, entre 1985 e 1995, e tem início em uma videolocadora peculiar capaz de alugar os sonhos e as vidas de seus clientes. Quem viveu nessa época vai ter para sempre suas lembranças com textura de VHS. Bravo constrói a narrativa de seu novo romance de horror fragmentado com base em registros orais, casos sinistros e uma porção de detalhes que rodeiam a vida dos moradores de Três Rios — mandingas macabras, crimes brutais, animais soturnos e inúmeros mapas, notícias de jornais e anúncios compõem o imaginário de um local esquecido pelo tempo.
“Os relatos mais sangrentos de Três Rios têm lastro na vida real, e vão empurrar o leitor em um dilema moral”, comenta o autor, Cesar Bravo. Em VHS: Verdadeiras Histórias de Sangue, cada fragmento é uma memória, algo a ser dividido, e os relatos dos habitantes de Três Rios deixa de ser pessoal e passa a fazer parte de um todo. As várias faces do horror se manifestam e prometem assombrar qualquer um que ousar mergulhar nas páginas desta obra. “A grandiosidade da vida está na reunião de episódios insólitos, belos e dantescos”, complementa.
A escrita de Cesar Bravo se mostra ainda mais audaciosa e transgressora em seu segundo livro publicado pela DarkSide® Books. Fãs de Stephen King, Clive Barker, Joe Hill e Robert Chambers têm outro mestre para seguir — com uma voz única e muito brasileira, o terror nacional volta a respirar na pele da nova geração de autores e leitores sedentos por histórias que deem voz a nossa identidade.
Nascido em 1977, em Monte Alto, São Paulo, foi apenas recentemente que Cesar Bravo deu voz à sua relação visceral com a literatura. Durante sua vida, já teve diversos empregos — ocupando cargos na indústria da música, na construção civil e no varejo. É farmacêutico de formação. Bravo publicou suas primeiras obras de forma independente, e em pouco tempo ganhou reconhecimento dos leitores e da imprensa especializada. É autor e coautor de contos, romances, enredos, roteiros e blogs. Transitando por diferentes estilos, possui uma escrita afiada, que ilumina os becos mais escuros da psique humana. Suas linhas, recheadas de suspense, exploram o bem e o mal em suas formas mais intensas, se tornando verdadeiros atalhos para os piores pesadelos humanos.
- Firestar Videolocadora: o conto consegue invocar muito bem o espírito dos anos 80, mas acho que ele termina de uma forma precipitada e quase anticlimática, pelo menos em uma primeira leitura (3/5). - Chuva Forte: Aí sim! Horror sobrenatural da melhor qualidade com direito a espíritos vingativos (4/5). - Quando as Mariposas Voam: Espíritos vingativos + pessoas idosas = Socorro (4/5). - Branco como Algodão: Uma versão da lenda da Maria Sangrenta, assustador, mas nada novo (4/5). - Bicho-papão: Ótimo suspense psicológico que subverte as expectativas sobre o real monstro da história (4/5). - Três que Capturaram o Diabo: o título é autoexplicativo, não me empolguei com este (2/5). - Intersecções: Um conto bem aleatório que me lembrou algumas histórias do Stephen King (3/5). - Jezebel: Bem previsível e fraquinho (1/5). - Torniquete: Uau, para fãs de horror corporal, esse conto é um prato cheio! Muita agonia, me deu até uma coçeirinha na perna (5/5). - Último Centavo da Senhora Shin: A premissa é interessante, mas não acho que a cultura japonesa foi bem explorada (2/5). - Lugar Algum: A única coisa que eu conseguia pensar durante a leitura era que esse conto daria um ótimo curta, mas senti falta de um aprofundamento maior no aspecto sobrenatural (4/5). - Feitiço em Você: A princípio achei o conto fraco, mas acho que ele desperta aquela agonia no leitor de se "deparar com uma doença sem cura" (3/5). - Museu das Sombras: Esse é, de longe, o conto mais fraco do livro, eu nem sei exatamente se ele é de fato um conto ou apenas uma introdução para a história seguinte... (1/5). - Peso do Enforcado: Não vi muito suspense e achei previsível (2/5). - Talheres de Ossos do Rei Invertebrado: Diferente dos contos mais sobrenaturais, a história se foca no horror mais cotidiano e urbano, a forma como o autor aborda a relação entre o pai traficante e o filho é bem interessante e crível (4/5). - Whey Protein: Gostei da premissa e do ar de mistério que o conto deixa, mas a reação do polícial no interrogatório me pareceu totalmente inverossímil e me tirou da história (3/5). - Zona de Abates - Matadouro 7: Horror puro e simples, exatamente o que eu esperava dessa coletânea (5/5). - HSBF6-X: Quase uma continuação do conto anterior (4/5).
Algumas considerações sobre os contos: Apesar de ser muito boa, acho que a coletânea precisava de um fio condutor mais forte do que o simples fato de os eventos acontecerem na mesma cidade, citando os mesmos habitantes. Alguns contos, principalmente os dois últimos, até ajudam a esclarecer histórias anteriores, mas não me pareceram suficientes para dar aquela sensação de "conexão". Acho que eu estava esperando que a estrutura do livro inteiro seguisse a linha dos dois últimos contos: com um conto "emendado" no anterior, formando um quebra-cabeça. Fora isso, o projeto gráfico é quase uma obra-prima, e ajuda muito na experiência de leitura.
Em uma passagem despretensiosa pela livraria em um dia frio e chuvoso acabei saindo com este livro. Era o clima perfeito para ter começado um livro que me encantou muito pelo trabalho gráfico e que não sabia praticamente nada sobre. Foram poucos livros que me fizeram ter uma experiencia de leitura tão boa quanto este, as histórias são bem curtas, o que faz com que o ritmo fique bem fluído. Em cada conto vamos nos deparar com um terror bem diferente um do outro, sendo quase impossível você terminar a leitura sem gostar de nenhuma história, já que são bem diversas dentro do gênero. Trabalho nacional incrível que me enche de orgulho !
Difícil classificar uma coletânea de contos pq tem muita coisa boa e muita coisa que poderia ter sido deixada de fora. Alguns dos contos não funcionam com o tema do livro. Outros são fenomenais. Uma leitura divertida, despretensiosa e cheia de momentos extremamente desconfortáveis. Meus contos favoritos: Chuva Forte Branco Como Algodão Último Centavo da Senhora Shin Lugar Algum Whey Protein Zona de Abate - Matadouro 7
César Bravo tem um talento inegável para escrever terror, ele consegue criar cenários perturbadores, evocar visões marcantes e aterradoras, e ser bem original ao tratar temáticas clichês, porém esse livro é bem inconsistente e confuso. Vamos começar com essa temática de VHS que não faz sentido algum, dois contos mencionam ou fazem uso da tecnologia em algum momento, mas fora isso esse tema é irrelevante para a trama, por mais que o projeto gráfico extremamente poluído e confuso da editora sugira o contrário. Existem alguns contos em que o autor parece perdido com onde quer chegar, "Museu das Sombras", pro exemplo, soa mais como uma introdução de uma antologia do que como um conto (e uma introdução que faz bem mais sentido que o conto "Firestar Videolocadora" que tem esse papel na coletânea). Existe também no autor uma necessidade estranha de ficar justificando e explicando demais as regras do universo, ou de gastar tempo em detalhes que não acrescentam a trama, e que algumas vezes até atrapalham o ritmo de leitura. De maneira resumida, "Verdadeiras Histórias de Sangue" é um diamante bruto, bem bruto, que precisava ser lapidado para conseguir brilhar mais, mas que ainda sim tem seu valor, com certeza vou conferir outros trabalhos do autor no futuro.
Um livro que lembra uma fita VHS O livro VHS: Verdadeiras Histórias de Sangue, de César Bravo, publicado pela DarkSide Books, chegou para mim bastante obscuro. Não tinha lido muito sobre ele. Sabia apenas que eram contos de horror. Doce e agradável ilusão, pois era mais do que isso!
Um dark tour por Três Rios O autor conseguiu criar uma atmosfera aterradora na região de Três Rios, interior noroeste de São Paulo. A sensação da maldade latente é muito bem construída e fica impossível não lembrar do Maine de Stephen King ou mesmo do Lovecraft‘s Country e suas peculiaridades. A região de Três Rios ganha assim sua marca indizível do mal, entrando para o rol de lugares estranhos e inquietantes.
Os contos variam em intensidade, mas todos estão imersos no horror. Alguns exploram bem o terror sanguinolento, com descrições pesadas, capazes em muitos momentos de me fazer respirar fundo. Outros lembram “causos” do interior que eu particularmente adoro. Todos acabam por criar uma tétrica colcha de retalhos que ganha forma e vida.
É uma leitura para amantes do horror e fica novamente o alerta, pois alguns textos são realmente pesados.
Eu gostei muito do conjunto da obra e de imaginar que temos mais uma região sinistra dentro do rol de lugares estranhos sendo ela no Brasil, é sensacional.
Um visual saudosista O visual do livro a todo momento nos remete à experiência da época quando utilizava-se fitas VHS. Seu interior inclusive relembra os adesivos variados que vinham nas fitas virgens quando comprávamos para fazer gravações e cópias de filmes. Isso mostra o cuidado da editora com a criação do livro. Com certeza, contribui muito com a experiência do leitor, enquanto lê.
As ilustrações internas são outro ponto alto dentro do volume. Terríveis e assustadoras, elas ajudam bastante na manutenção do clima tétrico que o livro possui. Todas são do artista Micah Ulrich.
O marcador de páginas é outro show a parte!
Terminando a obra Espero realmente que tenhamos mais histórias estranhas surgindo na região. Ali, ao menos na Três Rios do livro, o mal pulsa, invisível e paciente, deixando suas marcas pelos anos ao tocar vidas e almas. A culpa e o medo sempre adubam as terras do pavor e César Bravo deixou o terreno bem preparado para novos relatos.
Quer saber mais?Precisa virar a primeira página de VHS: Verdadeiras Histórias de Sangue.
Resenha publicada no blog Canto do Gárgula na data de 14/01/2020
Alguns dos contos funcionam muito bem sozinhos. Mas eu retiro uma estrela pelo conto que é uma cópia de "Black Museum" . Não acredito que lerei os outros.
Fora o capricho da edição da Darkside, com as referencias ao saudoso VHS, a grande maioria dos contos que compõem a antologia são fantásticos, nos vários sentidos que esta palavra assume. São contos de horror, mas que passeiam por subtemas diferentes que vão de fantasmas, enforcamentos, assassinos a conspirações demoníacas e matadouros. Em comum, a década de 90 com suas referências (principalmente as tecnológicas e musicais) e o cenário: uma região do interior de São Paulo, chamada 3 Rios, uma espécie de Maine brasileiro. A escrita de Bravo, segura e fluída, rapidamente envolve o leitor, que se vê mergulhado (e preso) num universo de horror incrivelmente vasto e diverso.
VHS: Verdadeiras Histórias de Sangue — Uma experiência de terror nostálgica e visceral
Se existe uma editora que sabe transformar um livro em uma experiência completa, essa editora é a DarkSide Books. E com VHS: Verdadeiras Histórias de Sangue, de Cesar Bravo, eles acertaram em cheio mais uma vez. Desde a capa que imita uma fita VHS desgastada pelo tempo até a diagramação cheia de detalhes, tudo colabora para transportar o leitor diretamente para os anos 80 e 90, quando as videolocadoras eram templos sagrados para quem amava terror. Mas o que realmente faz esse livro se destacar não é só a estética – é a forma como ele brinca com o conceito de coletânea, transformando histórias independentes em peças de um quebra-cabeça sombrio e, muitas vezes, perturbador.
E como se a ambientação já não fosse o bastante, o autor ainda entrega uma curadoria musical impecável. Cada conto tem uma música tema, criando aquele clima de trilha sonora perfeita para um episódio de uma série antológica. Aliás, VHS daria uma série incrível – imagina só as músicas tocando no momento exato, reforçando cada virada de roteiro e cada revelação arrepiante! Alguém liga pro Mike Flanagan!
O livro começa com FireStar Videolocadora, um conto que já deixa claro o conceito da obra: essas histórias não são apenas contos soltos, mas fragmentos de algo maior, um universo interligado pelo terror que circula pelas fitas da locadora. A partir daí, cada conto funciona como uma peça desse universo, algumas mais explícitas em suas conexões, outras de forma mais sutil.
Ao longo da leitura, encontramos maldições, entidades, vinganças, fanatismo religioso, torturas psicológicas e físicas, tudo envolto numa narrativa que oscila entre o horror sobrenatural e o terror realista. Cesar Bravo tem um talento especial para criar histórias que não precisam explicar demais – ele sabe o momento certo de deixar o leitor sozinho no escuro, imaginando o que pode estar à espreita.
Dentre todos os contos, alguns se destacam como verdadeiras joias macabras:
- Bicho Papão: Um conto pesado, violento e com uma lógica perversa que faz você questionar a fronteira entre justiça e barbárie. A premissa é brutal: um crime hediondo gera uma “solução” ainda mais grotesca, criando uma organização de justiceiros que punem novos criminosos. O horror aqui não está no sobrenatural, mas no próprio ser humano e no que ele é capaz de fazer quando acredita ter poder sobre a vida e a morte.
- Torniquete: Se existe um conto capaz de causar uma reação física no leitor, esse é o escolhido. É impossível ler essa história e não sentir a perna coçar, o estômago embrulhar e a mente lutar contra a imagem do que acontece. A narrativa de Millor Aleixo, que perde a perna (ou melhor, amputa a própria perna), é um exemplo de horror psicológico e corporal que gruda na mente. E o final, como já esperado, mantém aquela abertura desconfortável.
- Três que Capturaram o Diabo: Esse conto tem uma ambientação tão boa que faz você se sentir sentado ao lado dos personagens enquanto o vovô Deodoro conta sua história. A mistura de folclore, humor e terror divino cria um equilíbrio interessante, e mesmo que o final pudesse ser mais impactante, ele ainda deixa aquela sensação de querer ouvir mais histórias contadas pelo vovô.
- Feitiço em Você: Um dos contos mais simbólicos da coletânea, trazendo uma metáfora poderosa sobre negação e autossabotagem. A ideia de que os feitiços só funcionam se você permitir que funcionem é uma sacada genial, e o conto mostra como nós mesmos, muitas vezes, colocamos maldições sobre nossas próprias vidas sem perceber.
- Branco Como Algodão: Um conto que reinventa uma lenda urbana clássica e faz isso de forma brilhante. Ao criar uma explicação que realmente faz sentido dentro do contexto do livro, Cesar Bravo transforma uma simples história de terror em algo muito mais complexo e instigante. Quem diria que a mulher morta do banheiro poderia ganhar uma versão tão bem elaborada?
O maior trunfo de Cesar Bravo está na sua narrativa envolvente. Ele sabe construir suspense, trabalhar bem o ritmo e criar reviravoltas inesperadas. Não importa se o conto tem poucas páginas ou se é mais longo – ele sempre prende o leitor até o final. Além disso, ele usa descrições vívidas que, em vez de apenas detalhar o horror, fazem com que o leitor sinta o horror.
A ambientação nostálgica dos anos 80 e 90 funciona como um bônus. Quem cresceu nessa época vai se conectar de imediato com a ideia das videolocadoras, das fitas VHS desgastadas e daquele medo quase infantil de pegar um filme proibido, mas acabar vendo algo que não deveria. E mesmo para quem não viveu essa era, o livro ainda consegue criar uma atmosfera única, que mistura terror clássico com um toque moderno.
O que realmente diferencia VHS de outras coletâneas de contos é a imersão total que o livro proporciona. A escolha de incluir elementos epistolares como anúncios de jornal, matérias e até propagandas dá um toque de realismo que só reforça a ideia de que essas histórias poderiam, de fato, ter acontecido. Além disso, a curadoria musical adiciona um elemento extra de imersão, tornando a leitura quase cinematográfica.
Definitivamente. VHS: Verdadeiras Histórias de Sangue não é apenas um livro de terror – é uma experiência. A edição da DarkSide é impecável, a escrita de Cesar Bravo é afiada e envolvente, e o formato interligado dos contos torna tudo ainda mais interessante.
Se você gosta de histórias que misturam nostalgia com horror visceral, que brincam com o medo e a imaginação do leitor, e que deixam cicatrizes mentais (e talvez uma coceira na perna depois de Torniquete), esse livro é um prato cheio.
Agora só falta a adaptação para uma série para que toquem as músicas certas nos momentos certos.
Essa coleção de contos do Cesar Bravo nos leva em 18 histórias macabras ocorridas na região de Três Rios. O que eu posso dizer é que eu tinha muita expectativa com esse livro, e talvez por isso que me decepcionei tanto. Toda a lore criada para as cidades e os fatos históricos foi bem legal, mas sinto que isso não foi usado para praticamente nada, assim como toda a parte da videolocadora. Meus contos preferidos foram Chuva Forte, Branco como Algodão, Bicho Papão e Torniquete, então quatro de dezoito histórias me chamaram atenção, não sendo algo positivo. Como todo livro da Darkside, o projeto gráfico é maravilhoso e todo o design assemelhando uma fita de VHS é bem legal, mas um livro bonito não é necessariamente um livro bom.
"Há males que vem pra bem, garoto. Nem que seja pra bem longe."
Um livro que menciona Jethro Tull já tem seu diferencial! 🖤
01. Firestar Videolocadora ⭐⭐⭐ 02. Chuva Forte ⭐⭐⭐ 03. Quando as Mariposas Voam ⭐⭐⭐ 04. Branco como Algodão ⭐⭐⭐⭐⭐ 05. Bicho Papão ⭐⭐⭐⭐⭐ 06. Três Que Capturaram o Diabo ⭐⭐⭐⭐⭐ 07. Intersecções ⭐⭐ 08. Jezebel ⭐⭐ 09. Torniquete ⭐⭐⭐⭐⭐ 10. Último Centavo da Senhora Shin ⭐⭐ 11. Lugar Algum ⭐⭐⭐⭐⭐ 12. Feitiço Em Você ⭐⭐⭐⭐ 13. Museu das Sombras ⭐⭐⭐ 14. Peso do Enforcado ⭐⭐⭐ 15. Talheres de Ossos do Rei Invertebrado ⭐⭐ 16. Whey Protein ⭐⭐⭐⭐ 17. Zona de Abate: - Matadouro 7 ⭐⭐⭐⭐⭐ 18. HSBF6 ⭐⭐⭐⭐
Confesso que, pelo hype, esperava histórias mais assustadoras e grotescas. Algumas até chegam bem próximo disso (como o conto Bicho-papão, que me fez recuar algumas vezes) mas no geral achei o livro relativamente leve. Também me incomodou o fato de que boa parte das histórias terminam sem chegar num ápice, quando você acha que tudo está prestes a se desenrolar em algo intenso e satisfatório, o conto chega ao fim de uma forma anticlimática. Ainda assim é uma narrativa simples e envolvente, vale a leitura.
Uma busca por escritores brasileiros renomados de terror lhe retornaria nomes como André Vianco, Raphael Montes, Cláudia Lemes, Rodrigo de Oliveira e até Machado de Assis com seu conto Demônios. Contudo, se você esbarrar por Cesar Bravo, caro amigo ou amiga, sugiro que se dê o privilégio de ler as histórias de um grande contador de histórias de terror da atualidade — sua obra mais recente: Amplificador em 2023.
VHS: Verdadeiras Histórias de Sangue é uma antologia de 20 contos, tendo como cenário central a região fictícia de Tres Rios e cidades satélites no interior de São Paulo. Os contos variam diferentes subgêneros do terror, um misto satisfatório que, em qualidade, entrega desde do mediano até o surpreendente, com uma pegada à la Stephen King que com certeza o fará querer ler a sequência: DVD.
E, adicionando à atmosfera do livro, vários “recortes” fictícios de jornais da cidade de Três Rios e região com notícias mais que macabras. Muito parecido com o livro Casa de Folhas por Mark Z. Danielewski.
Rapidamente sobre os contos. Firestar Videolocadora é quase que um prefácio, nos introduzindo aos horrores da região. Tão bom que eu queria mais, bem ao estilo Clive Barker.
Chuva Forte marca o juízo final de um grupo maldito. Legal e surreal.
Quando as Mariposas Voam conta a história de um velho mal em seu dia de penitência no asilo. Mediano.
Branco Como Algodão é uma reimaginação interessantíssima da lenda urbanda da Loira do Banheiro. Muito bom conto.
Bicho Papão é um terror corporal sobre um homem pagando por um crime hediondo. Sádico no mínimo.
Três que Capturaram o Diabo é um relato sobre o título. Mediano.
Intersecções conta uma história bizarra sobre um homem perseguido por um caminhão adimensional. Sem mais.
Jezebel relata os males de um vírus maldito em uma galinha. Triste e mediano.
Torniquete conta o que levou um homem a amputar a própria perna. Bem contada, mas mediana.
Último Centavo da Senhora Shin conta uma história com quê folclórico de uma idosa nipônica com um costume peculiar. Mediano.
Lugar Algum conta a história de um homem perseguido pela escuridão. Ótimo.
Feitiço em Você conta a história de uma mulher amaldiçoada. Mediano.
Museu das Sombras é basicamente uma alegoria. Bem escrito no geral, mas parado.
Peso do Enforcado conta a bonita história de um suposto inocente prestes a ser enforcado. Belo e bem escrito.
Talheres de Ossos do Rei Invertebrado é a redenção de um filho de um traficante. Bom.
Whey Protein mostra o interrogatório de um suspeito de sumir com sua esposa. Sagaz, mas o título é estranho.
Zona de Abate: Matadouro 7 conta a história de um detetive particular investigando um sumiço e descobrindo um horror indizível. Muito bom.
HSBF6-X é basicamente uma sequência espiritual de Zona de Abate, um conto que mostra o lado obscuro de uma empresa de compostos químicos. Okay para o subgênero terror corporal.
A escrita é direta e muito boa, e o autor consegue transitar muito bem entre o suspense, o horror sobrenatural e o gore. O que mais me incomodou foi o fraco elo que liga os contos e (não) faz do livro uma obra unitária. O nível dos contos oscila bastante, tem algumas jóias em meio a outros não muito empolgantes. Existe um pano de fundo para as histórias que é a região da fictícia Três Rios e os episódios estranhos que acontecem ali, que é muito reforçado pela ótima introdução, com uma breve história da cidade, um mapa da região e diversos recortes de jornais contando alguns episódios dali, bem como por elementos semelhantes que aparecem entre alguns contos. No entanto esse pano de fundo quase que desaparece ao longo do livro, surgindo de relance apenas em alguns contos. No fim, o fio condutor que deveria haver ao longo do livro se perde completamente, sendo retomado apenas nos ótimos dois contos finais (especialmente o penúltimo). Apesar desses problemas, é um ótimo livro de terror, trazendo bem o clima das histórias de Clive Barker e Stephen King para o interior paulista. Destaque absoluto para Chuva Forte, Zona de Abate: Matadouro 7 e HSBF6-X.
A DarkSide não deixa a desejar no design da capa e contracapa (inspirado na embalagem das fitas virgens TDK Super Avilyn) e no acabamento em geral. O material de jornal e os documentos que compõem o prefácio ajudam a estabelecer o clima e as ilustrações de cada capítulo são magníficas.
Sobre a obra
O tema vídeo-locadora e o formato antologia criam uma expectativa enorme que o autor não frustra. Os contos são ousados, gráficos e perturbadores. A narrativa é eficiente para o tema, combinando bem com os textos curtos. Mesmo em dias corridos, dá para ler de dois a três contos a cada sentada.
O livro deixa bastante espaço para continuações, spin-offs e maior elaboração do tema principal. Imagino que seja o que Cesar Bravo já está fazendo com 'DVD', mas ainda não consegui por minhas mãos nesse lançamento. Senti apenas falta de uma conexão maior entre as ilustrações e os contos, sendo que os desenhos aludem a um tema sobrenatural que nem sempre está presente.
Enfim, fiquei muito contente de encontrar uma obra nacional com esse tipo de conteúdo. Recomendo fortemente para fãs de terror em geral, filhos dos anos 80 e colecionadores DarkSide.
descobri que quando não consigo ler nada só o terror me salva. há algo sobre vísceras&medo&horror que prende minha atenção e consegue me fazer sentir alguma coisa nos tempos em que isso é raro. apesar de isso parecer algo que algum moleque de 13 anos falaria, está tudo bem. acho que tá mais ligado ao lado de raiva feminina e paixão pela violência que precisamos controlar no dia a dia. césar bravo foi brabo (haha) elaborando uma cidade fictícia, um monte de lugar que veio até com propaganda dentro de um livro e uma atmosfera bem de terror televisivo. e era bem isso que eu queria. aquele gore que eu poderia facilmente ver numa tela de cinema (mas com atores brasileiros, por favor), aquele tom de mistério de filmes clássicos. tem uma crítica aqui ou ali, porém não acho que seja nem deva ser o forte do autor. também não considerei um ponto negativo, apenas um bônus!
concordo que pode ficar repetitivo devido ao banho de sangue constante, mas isso me impulsionou ao chegar ao fim do livro, pois, de toda maneira, são histórias diferentes, em tempos diferentes etc.
Além de "VHS" ser um dos livros esteticamente mais fantásticos que já tive o prazer de ter em mãos, seu autor, @cesarbravo_autor , nos serve com 18 saborosíssimos e sangrentos contos de terror para nenhum rato de locadora/fã de terror dos anos 80 e 90 botar defeito.
Entre chuvas de sangue, vinganças, feitiços, milagres e torturas, o autor arrasta o leitor para a obscura cidade de Três Rios (E outras várias pequenas cidades vizinhas) e o coloca de frente com a menina do banheiro, com deuses orientais, detetives, demônios, amputações, enforcamentos e tudo aquilo que o estusiasta do horror têm direito.
Não saberia apontar um conto favorito, mas destaco "Chuva Forte", "Peso do Enforcado", e "Zona de abate - Matadouro 7/ Firestar Locadora". "VHS" é um daqueles livros muito bem escritos, que o leitor acaba, involuntariamente, pisando no breque para procrastinar seu inevitável fim. Diversão com D maiúsculo (D de diabo, é claro). Leia o quanto antes!
Primeiro que não dava nada por esse livro. Você entra no universo do livro através de mapa da cidadezinha, recortes de jornal, a história da cidade como se fosse documento de cartório e as fotos de época. As ilustrações perfeitas!
O livro vai testando seus sentimentos em alguns contos: Adorei o Videolocadora, Branco como algodão e o Peso do enforcado. O Bicho papão pra mim foi o ápice do livro, o suprassumo do extremo que o César colocou. O homem tratado como cachorro e sofrendo todos os tipos de tortura e humilhação. Me lembrou de muitas histórias, uma delas: Junko Furuta (fiquei arrepiado, sério mesmo). O Peso do enforcado fala de um condenado à forca que milagres podem acontecer, mas que muitas vezes a ajuda não vem te onde e da forma que se espera. AMEI!!!
E Porque 4? Porque na minha opinião poderia estender em alguns contos dando mais detalhes das histórias. O César é o cara! Amei conhecer e conhecer suas obras!
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Livro de César Bravo que continua seus contos de horror na região da cidade de Três Rios, dessa vez explorando o tema da videolocadora até certa parte, depois sendo distribuído entre vários temas com base sempre em horror e suspense, finalizando com o sempre muito importante matadouro. Algumas histórias são muito pesadas, como as dos três últimos capítulos, lembrando muito as melhores fases do horror clássico, estilo Hellraiser, que não tem medo de ser o que é, sem esconder nenhum nenhuma mensagem política, como a grande maioria dos filmes de pseudo terror que temos ultimamente. Um conto que gostei muito foi o do capítulo 06, não muito pesado, mas que te prende até o fim, por ser parecida com as coisas que nossos avós um dia nós contaram. Assim, ótimo livro, recomendo muito!
VHS foi uma grata surpresa que tive este ano. Não conhecia o trabalho de César Bravo quando comprei o livro e iniciei a leitura de forma coletiva.
Logo no primeiro conto, Bravo nos mostra a que veio. Nostalgia, horror e um universo gigantesco invade nosso cérebro a cada conto, interligados pela região da cidade fictícia de Três Rios.
Gore, sobrenatural e loucura. Assim como Lovecraft e Stephen King, Bravo criou uma região fictícia com mitologia própria e o puro suco da brasilidade em um horror representativo!
Esse livro foi uma surpresa no bom sentido, eu adorei o livro e cheguei a conclusão de que preciso me aventurar mais pelo terror nacional. Esse livro possui contos entrelaçados pelo local, Três Rios uma cidade fícticia no interior de São Paulo e seus arredores. Mistura várias lendas urbanas com uma reviravolta, e deixa muito a imaginação, ou seja, pode ser aterrorizante dependendo do que você está pensando, ou pode não ser tão ruim assim, na minha concepção foi bem de terror, adorei!
"Ao que tudo indicava, aquele desgraçado sabia que certos horrores se tornam bem mais intensos quando estão livres na imaginação."
Os contos têm muita vibe de filme de terror, a maioria envolvendo body horror e/ou sobrenatural. O que me pegou foi o tom humorístico em algumas sentenças (em especial, em relação aos longínquos anos 90) e uns dois contos realmente bons pelo meio.
a parte gráfica do livro é bem legal (como são os livros da darkside), mas os contos em si deixam a desejar. são curtos demais, têm finais que acontecem do nada e terminei alguns pensando "porque essa história tá aqui?". entendi que todas elas se passam na mesma cidade/região mas queria que isso fosse mostrado de outra forma.
essa foi uma leitura conjunta com meu irmão que DEU certo
tem alguns contos fracos como "branco como algodão" e "peso do enforcado" e mas em contrapartida tem uns destaques e o maior deles é "torniquete" e meu irmão adorou "três qque capturaram o diabo"
as ilustrações são um show a parte!! uma que parece um jornal com várias partes que remete aos contos é show
Ah que contoss! Fiz esse livro durar, ele mergulha o leitor em contos macabros e aterrorizantes, inspirados pelo clima nostálgico das fitas VHS. Com uma escrita visceral e envolvente, ele tece narrativas que exploram o horror em suas formas mais cruas e perturbadoras. Um deleite pra quem ama o gênero!