Em 1845 o escritor norte-americano Henry David Thoreau retirou-se para a floresta, onde ergueu, com as próprias mãos, sua nova casa e a mobília, com o intuito de viver com o mínimo necessário e em total contato com a natureza. O que o moveu foi a necessidade de procurar entender as mudanças pela qual a sociedade da época passava, bem como investigar as necessidades essenciais da vida.
Não se isolou, porém, da sociedade. Recebia visitas enquanto passava dois anos em contato absoluto com a natureza e seus livros, refletindo sobre a liberdade e a existência, que começava a assumir um ritmo acelerado nas cidades com a industrialização e urbanização crescentes. O resultado desta experiência social e espiritual a partir da autossuficiência tornou-se público com Walden, ou A Vida nos Bosques, manifesto poético que o autor publicou em 1854.
Em 2019, Wagner Willian, premiado autor de obras magistrais como Bulldogma, Martírio de Joana Dark Side e O Maestro, o Cuco e a Lenda deixou a casa de Thoreau com novas considerações. Entrando para o time de grandes autores da DarkSide® Books, o quadrinista brasileiro entrega aos leitores uma obra de arte imersiva e reflexiva, ao mesmo tempo orgânica e visceral.
Em Silvestre, acompanhamos a jornada de um velho caçador que atravessa e dialoga com lendas sobre divindades extintas, mergulhando na relação entre o homem e a natureza, e o respeito sobre o que a terra pode nos dar e o que somos capazes de oferecer. No isolamento de sua cabana, ele assa uma torta. Seu aroma cruza a memória, as paredes, a floresta, atraindo animais silvestres e criaturas fantásticas em um grande resgate ao convívio humano, digno de uma celebração selvagem e ritualística
“Quando voltei a seguir este raro animal, a maneira como o concebia havia mudado, o mundo a minha volta também. Foi preciso encarar sua narrativa como um caderno de viagens ou sketchbook para gravar seu rastro e a animalidade em volta sem perdê-los de vista, usando do lápis, do nanquim, do óleo, do óxido de ferro, o diabo que fosse, para tentar compreender sua forma”, explica Willian.
Silvestre, lançamento da DarkSide® Books em seu selo DarkSide® Graphic Novel — inteiramente dedicado ao melhor da arte sequencial —, chega para os leitores em dezembro com quase duzentas páginas em capa dura, luva e aquele acabamento especial que os amantes da nona arte já conhecem e admiram.
A DarkSide® Graphic Novel é uma expansão do universo fantástico e sombrio da editora, lar de Danilo Beyruth, autor de Samurai Shirô, Wesley Rodrigues, criador de Imaginário Coletivo, Pablo Auladell, Dave McKean, Loputyn, Emily Carroll, Charles Burns, entre outros. Se você é apaixonado por histórias em quadrinhos, prepare-se para se surpreender novamente — quem aposta no escuro com a DarkSide® costuma virar fã.
Silvestre é uma experiência bem diferente. Wagner William nos coloca em um cenário no meio de uma floresta repleto de criaturas sobrenaturais as mais diversas ao mesmo tempo em que nos faz pensar sobre quem somos. Qual é a engrenagem que nos faz funcionar? O que é a real natureza humana? Em uma HQ linda e poética, ele passa do belo e magnífico ao grotesco e monstruoso em um piscar de olhos. Sem dúvida alguma foi uma das melhores HQs que saíram em 2019 e só prova o talento do autor. Daqueles quadrinhos que servem como vitrine para você curtir alguém e se tornar fã eterno.
Vou tentar falar um pouco sobre a história, mas acreditem que isso não será uma tarefa simples. Temos três narrativas que são interligadas e tem alguma sequência específica. Mas, é possível lê-las de forma independente. Na primeira parte, nos familiarizamos com aquele que vai ser uma espécie de protagonista da história, o caçador. Vemos sua rotina diária em busca de alimento e o quanto ele precisa se preparar e superar as dificuldades que são impostas pela mãe natureza. Esta pode ser bondosa e bela, mas também cruel e demoníaca. Os desígnios da natureza não são compreendidos pelo homem. A segunda narrativa começa com o caçador preparando uma torta que lhe foi ensinada por sua mãe. Quando a torta fica pronta todo tipo de divindade que tem a ver com a natureza chega na casa do caçador e ele procura repartir a torta com o maior número possível deles. Na última vemos uma inversão no que é contado na segunda história, e é uma espécie de orgia desenfreada de violência e sangue.
A arte do Wagner é linda. É preciso destacar que o Wagner é um ilustrador, então a maneira como ele concebe suas páginas pode parecer diferente do que você está acostumado. Ele enxerga as páginas como um todo e mesmo o letreiramento faz parte do cenário. Até o tipo de fonte que foi empregado naquele momento pode causar um efeito no leitor: uma letra mais correta implica uma pesquisa, algo manual denota um relato pessoal, uma letra macabra pode indicar um personagem com medo. A arte é pintada o que produz alguns efeitos magníficos. Mesmo páginas simples são obras de arte nas mãos do Wagner. Tem algumas páginas inteiras que são algo de outro mundo. Tem uma em especial lá pela terceira parte que mostra uma página inteira com vísceras que é arrepiante. Daquele tipo que te faz ficar horrorizado e maravilhado ao mesmo tempo em como ele foi capaz de fazer aquilo.
Algo importante de se destacar antes de passarmos aos temas abordados é em como arte e roteiro conversam entre si. Nos últimos tempos eu aprendi a curtir silêncios mais do que enormes caixas de texto. Admito que isso se deu muito por causa do Chabouté (leiam a minha matéria sobre Um Pedaço de Madeira e Aço) e a gente acaba aprendendo a ler mais os quadros propriamente ditos. A terceira parte é aquela que possui menos texto (em contraste com a primeira) e teoricamente passaria mais rápido. Me peguei passando minutos contemplando os quadros e retirando interpretações do que eu estava vendo. Ou seja, Silvestre é também uma HQ repleta de símbolos e metáforas. O roteiro conversa com a arte e vice-versa.
O ser humano está ilustrado na figura do caçador. Como se trata de uma HQ que trabalha muito os símbolos e as metáforas por trás deles, algumas interpretações são possíveis. Por exemplo, podemos especular que os três capítulos representariam o desenvolvimento da humanidade dos dias antigos até hoje. No primeiro capítulo o homem estaria descobrindo como dominar a natureza. Isso seria representado pelo caçador indo atrás da sua rara caça e ao longo do caminho ele vai nos mostrando pequenas lendas que representariam o conhecimento acumulado pelo ser humano até aquele momento. O segundo capítulo seria a era dos deuses quando os homens buscavam o favor deles de forma a alcançar benefícios. O ato de oferecer uma torta a eles representaria algum tipo de sacrifício ritual em troca do favor divino. Já o terceiro capítulo poderia ser interpretado de duas formas: ou representaria a vitória do monoteísmo sobre as religiões antigas (e aí o caçador poderia ser interpretado como o filho do Deus cristão) ou o crepúsculo dos deuses, quando o homem perde a fé nas divindades sobrenaturais.
Wagner pesquisou bem uma variedade de culturas, representadas por diversos panteões presentes na narrativa. Temos deuses védicos, pagãos, norte-americanos e até alguns representando a cultura brasileira como o curupira e a mula-sem-cabeça. Apesar do clima inicial de harmonia e união, logo reparamos como os deuses antigos não são nem um pouco amistosos. Algumas cenas bem estranhas vão se sucedendo uma atrás da outra e vão construindo o clima para o que viria a seguir. Não confundir os deuses representados pelo autor com seres amistosos e justos. Nesse sentido, temos toda a selvageria por trás de suas ações, ou situações que nem sempre saem como o esperado inicialmente. Alguns são malignos e cruéis, outros são trapaceiros.
Silvestre é um trabalho sensacional que eu só consigo encontrar uma palavra para descrevê-lo: visceral. E é isso o que vamos ver nas páginas que mostram o talento como pintor de Wagner Willian em que algumas cenas brilham com vida saída da tinta a óleo usada na composição delas. A narrativa exige um pouco mais do leitor e vai revelando detalhes e camadas que em uma primeira leitura não são tão perceptíveis. Mas, à medida em que nos sentamos e remoemos aquilo que foi lido, conseguimos fazer os links. Eu adorei o trabalho do autor e quero ler mais coisas dele.
Dziki komiks. Nie tylko dlatego, że zahacza o całą tę leśną mitologię, ale także ze względów formalnych. Mnóstwo tu zwariowanych plansz, artystycznych zabiegów, ekspresji i chaosu, za którym czasem ciężko nadążyć. Podoba mi się to graficzne szaleństwo i myślę, że poczułem klimat, o jaki autorowi chodziło, a jednocześnie w pewnym momencie poczułem się zmęczony konwencją. Z każdą kolejną stroną ujawniał się największy mankament tej historii - brak porządnego scenariusza. Coś co odbiera się bardziej intuicyjnie niż fabularnie. Nie dla każdego
a princípio, talvez você não entenda o que está lendo (nem o que está em jogo) aqui. uma história sobre caça, caçador, natureza, estranha e quieta demais. e de repente, é uma explosão, uma força folclórica maravilhosa. leia, leia com certeza. cada página vale a pena, desde a introdução do Felipe Castilho, sempre uma excelente pedida. um trabalho de amor, de estranheza e crueldade.
'Silvestre' é o retrato da natureza humana. É a caminhada de um velho na natureza do subconsciente, revivendo o passado, analisando gatilhos e traumas, confrontando acontecimentos e erros. Humanos criam deuses e criaturas à sua semelhança para dar significado à vida. Decidem quem é digno e quem não é. Manipulam e são manipulados. Exploram além do necessário. Mentem. Usam máscaras. Agem por impulso. Egoístas. Esse livro nos mostra um aspecto pessimista da humanidade e nos faz refletir sobre 'trust no one'. Interessante que senti uma vibe 'Na Natureza Selvagem' (filme) desde o começo do livro e não me surpreendi quando no final do mesmo o autor cita Henry Thoreau como uma de suas inspirações. Também fico imaginando como esse livro poderia ser transformado em filme na visão de um cineasta como Ari Aster.
as ilustraçoes sao lindas. fiquei meio perdido nas historias porque nao sei muito sobre folclore, mas me deixou curiosa para aprender mais e no futuro voltar pra esse livro pra ver se pego as nuanses que eu senti que estavam sendo apresentadas sobre os personagens porem eu nao consegui pegar por nao ter muito conhecimento desse tema
Cada obra que Wagner William coloca no mercado são encantos visuais, com sua arte estonteante e ultra detalhista. Dessa vez, com o quadrinho Silvestre saindo pela Darkside Book a obra também ganhou o deslumbramento no projeto gráfico que conta com luva com hotstamping e capa dura. Silvestre é um livro-quadrinho sobre banquete numa choupana no meio de uma floresta, mas um banquete em que o alimento não é o que parece e nem os comensais são assim tão inocentes convidados que gostam da convivência uns com os outros. Se por um lado a HQ lembra a Festa de Babette com criaturas desfiguradas, por outro, está mais para aquela cena do filme de terrir da Elvira, a Rainha das Trevas, onde os comensais liberam seus instintos mais guturais. Neste Silvestre, Wagner William retorna à forma de narrar de suas primeiras obras, como o belíssimo Lobisomem sem Barba, que é mais prosa ilustrada do que quadrinhos. Mas Silvestre também tem quadrinhos. Para ficar numa palavra wagnerwilliana, ele flerta com os livros ilustrados assim como flerta com os quadrinhos. Resultado é algo híbrido, silvestre, que brota naturalmente, como um líquen no meio da relva, mistura de fungo e de alga, disso e de algo mais e que se torna um algo muito mais frente nossos olhos.
Difícil decidir por onde começar a rasgar várias sedas para essa obra aqui, então vamos de aviso: não é o tipo de coisa que você deveria ler "em uma sentada". Vá com calma. Aprecie a arte do Wagner Willian. Preste atenção nos detalhes do texto. Leia em voz alta como se fosse uma poesia. São muitos os elementos concentrados em poucas páginas, então leve o tempo que for necessário.
Até porque a história é extremamente abstrata e pouco óbvia. Inclusive eu só estou escrevendo aqui depois de ter lido algumas coisas pelas internets da vida (e aqui no Goodreads, principalmente). Ao mesmo tempo esse foi um dos pontos mais importantes nessa minha avaliação; existe um super espaço para interpretações e eu já tenho duas aqui que fazem muito sentido: podemos ver a história como a interação entre homem e a natureza; ou então um ensaio sobre a relação passada, presente e futura entre humanidade e religião. Leia pensando em qualquer uma das duas e sua cabeça vai explodir.
E aí pensa que tudo isso é ilustrado por verdadeiras obras de arte em cada página. É como se você estivesse lendo algo contado através de telas aquareladas, nas quais os constrastes, os rabiscos, a presença ou ausência de cores ajudam a contar a história. Fora que é tudo muito viceral, selvagem e explícito.
Leia, principalmente, se você quer prestigiar os quadrinhos produzidos por autores brasileiros, mas também se você quer ficar com uma eterna cara de ponto de interrogação, ou então juntar uns amigos para ficar teorizando sobre todas as pontas soltas e possíveis interpretações da obra.
Jeżeli miało chodzić głównie o atmosferę typu romantyzm, z mrocznym lasem, dziwnymi folklorystycznymi postaciami i niepokojącym rozwojem wydarzeń, to zdecydowanie udało się osiągnąć cel. Jeśli miało być coś więcej, to do mnie niestety nie dotarło.
Kreska interesująca, projekty postaci moim zdaniem świetne. Bardzo doceniam różne zabiegi typograficzne w narracji.
comecei a ler sem saber do que se tratava. quando vi que era um autor brasileiro e, ainda mais, com personagens da mitologia brasileira, me deixou sem palavras. ainda estou tentando processar história como um todo e, principalmente, o final, que definidamente me conquistou.
alguma ações e narrativas são confusas e aleatórias, mas no geral, a arte é linda e a escrita também.
Silvestre was one of the last releases of 2019, and undoubtedly, one of the best comic books in the Darkside Books publishing house. And it is scripted and illustrated by the Brazilian, Wagner William. In addition to being good at the art of drawing, he charmed me with his writing.
During the first few pages, we follow an old man wandering through the forest, and according to the paths he takes, he reflects on his life, his feelings and what the old forests transmit to him.
However, history hits us with a tremendous twist. The old man, who until then seemed to be the only character in this work, begins to receive visitors in his hut. And very peculiar visits. They are ancestral deities linked to forests and nature, in a general sense. And these beings are from the most varied cultures, from characters of our folklore, such as Mula Sem Cabeça, Curupira and Cuca, to the fearsome Baba Yaga, present in Slavic folklore.
In addition to being very well designed, (and as far as I know from very reliable sources, the author used human blood in its shades of red), Silvestre marked me for containing a plot with a load of violence and for opening up the hypocrisy of the human being . It shows us how much we want more and more, how we are stingy, selfish, and we often leave out the true essence of our passage on earth for the simple desire to own something or countless things.
I would like to talk more about this work of art, but my words are not at the level of the author's brilliance. The last thing I can say is my old tip: read and enjoy. Worth it.
In 1845, the American writer Henry David Thoreau retired to the forest, where he built, with his own hands, his new house and furniture, in order to live with the minimum necessary and in total contact with nature.
What moved him was the need to try to understand the changes that society at the time was going through, as well as to investigate the essential needs of life. However, he did not isolate himself from society. He received visits while he spent two years in absolute contact with nature and his books, reflecting on freedom and existence, which began to assume an accelerated pace in cities with increasing industrialization and urbanization. The result of this social and spiritual experience from self-sufficiency became public with Walden, or A Vida nos Bosques, a poetic manifesto that the author published in 1854.
In 2019, Wagner Willian, award-winning author of masterful works such as Bulldogma, Martyrdom of Joana Dark Side and O Maestro, Cuco e Lenda left Thoreau's house with new considerations. Joining the team of great authors of DarkSide® Books, the Brazilian comic artist gives readers an immersive and reflective work of art, both organic and visceral.
Um velho caçador segue o rastro de um raro animal, mas, por já não ser tão forte quanto antigamente, precisa retornar a sua casa e, quando o faz, decide assar uma torta. Resumidamente é assim que somos introduzidos a reflexões e diálogos sobre a relação entre o homem e a natureza.
Muita gente me recomendou essa HQ e talvez eu tenha ido com muita “sede ao pote”. Temos, sim, diálogos dignos de aplausos (indiozinho, sou sua fã) e exposições do tratamento que o ser humano dá para tudo e todos que não são iguais a ele (muito bem dito pelo indiozinho. Sou sua fã, já comentei?). Eu só não encontrei o grande BUM da história. Mas calma, ela não necessariamente precisa ter isso.
Na realidade, acredito que não me choquei tanto com a narrativa justamente pelo fato de que já passo 100% do meu tempo indignada com essa situação e a HQ foi só mais do mesmo sentimento, entendem?
Poréém, a arte gráfica é a própria definição da palavra belíssima! Me via perdida nas ilustrações, tentando encontrar e entender todas as mensagens que elas traziam. E o detalhe das letras combinando com o que está sendo dito também foi espetacular. Una tudo isso com uma escrita poética e imagine o efeito que o conjunto causa aos sentidos.
É válido mencionar também a originalidade da história, inclusive utilizando elementos do folclore brasileiro que, convenhamos, são raramente citados. Achei muito interessante a forma como os seres reais e fantásticos foram retratados sem distinção. Por diversas vezes o leitor não sabe se aquela figura representa uma espécie real ou não.
Uma menção honrosa ao prefácio do Felipe Castilho, digno de arrepios.
uma coleção de belas pinturas realistas. a HQ é quase um sketch book de pintor de estilo clássico que viaja por matos do norte das américas. entre pinturas complexas e rascunhos, encontramos esse velho viúvo branco sem muita coisa descrita.
a história é algo pós apanhadão de deuses do gaiman, onde não basta encontro de entidades, tem festa com mais 20 personificações culturais. me dá a impressão de ser um caldo pós moderno que tem distância de todas as entidades em igual medida. a narrativa tem alguns momentos para acompanhar esse velho na floresta e culmina em catarse civilizatória com arma e morte.
um volume bonito e bem impresso na sua capa dura. a luva em cartão, revela o livro lateralmente e tem o nome do autor na 4a capa.
um quadrinho bonito de se ter na estante. uma narrativa que não me cativou.
Flertando com o onírico, o folclore e o mito, Willian entrega um relato doce sobre isolamento - nada mais propício nos dias de hoje - imaginação, humanidade e progresso.
Os desenhos são de uma nervosismo inconsciente que remete a qualquer pesadelo jamais sonhado, beira o absurdo e o esquizofrênico e nos imerge num sem fim de sonhos dentro de sonhos.
Também é uma fábula sobre o envelhecimento e sobre a morte dos mitos que deixam nossa sociedade cada vez mais concreta e menos doce, um tratado sobre a selva que se torna cada mais de pedra e menos de seiva.
A arte do Wagner é maravilhosa! Cada ilustração mais bonita que a outra e a gente pode passar boa parte do livro só admirando e absorvendo tudo. Foi bem interessante como a fonte da escrita acabou se tornando parte da experiência literária e, na maior parte do livro, gostei bastante disso. Mas alguns trechos ficaram um pouco mais difíceis para ler (e até agora tem uma palavra no livro que eu simplesmente não consegui decifrar).
Quanto à história, bem, terminei do jeito que comecei: não entendendo nada. A narrativa é toda muito sutil e subjetiva. Acredito que seja mais proveitoso em uma segunda leitura, depois de verificar as interpretações dos outros leitores.
Uma mistura de raiva, nojo, repulsa, "garganta enroscada"e chato. Eu costumo demorar para ler HQ's etc por que gosto de observar os desenhos junto aos textos ou não, essa eu meio que nem liguei pra isso, mas tive raiva e nojo em algumas passagens. Blé, blé e blé, que chato. Teve vários personagens que nem faço ideia de que lenda urbana pertencia, mas mesmo assim achei sem graça. Não entendo como funcionam os prêmios, agora com certeza esse não levaria meu voto positivo. Engraçado que fiquei com a sensação de ter visto algumas partes, deve ser das lendas mesmo.
As ilustrações são maravilhosas. Amei o fato do lettering ser alterado em trechos específicos de acordo com o que está sendo dito. Me parece que é uma história sobre como a humanidade caça e mata indiscriminadamente aquilo que é silvestre, ou o que é misterioso e sagrado... Uma história que questiona a relação humana com a natureza e o sagrado. O final foi absolutamente inesperado, e fiquei surpresa com o quão dolorido ele foi (para mim).
This entire review has been hidden because of spoilers.
O bagulho é doido. Uma história visceral que aborda uma diversidade cultural gigante. Porém não sei se entendi o conceito kkkkkkkkkkkk Mas com certeza é uma experiência única. As ilustrações do autor são bem interessantes e bonitas.
This Wagner Willian comic is amazing!!! The art made with oil paint, ink and iron oxide is wonderful. The story is also excellent. And what about the exquisite edition of Darksid.
Sensacional. Experiência única. Ritmo que te deixa nervoso e contemplativo ao mesmo tempo. Muito difícil fazer essa combinação dar certo, mas Wagner Willian conseguiu!