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Dionísio em Berlim

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Zagreu, Eleutério, Dentrites, Brômios, El Greco. Dionísio. Ele tem muitos nomes e muitos um artista da dança, um refugiado de origem incerta, um viajante sem destino à procura de uma paternidade ignorada.

Neste romance, sua história é narrada por cinco vozes de estrangeiros imigrantes que o conheceram em Berlim, cidade contemporânea, babélica, vertiginosa, dionisíaca.

Emin, Mercedes, Silena, Kamal e Agave contam seus encontros com esse personagem misterioso e fugidio, de paradeiro desconhecido.

Aqui, Dionísio não deixa rastros, senão nas histórias que se contam sobre ele. Ninguém sabe onde ele está. E a busca por Dionísio, em Berlim, continua.

Apresentação – Julián Fuks

“Artista é aquele que está vivo”, nos diz Tiago Novaes numa das muitas vozes que assume neste livro. Leio a frase e penso no próprio autor, na inquietude física e estética que ostenta há muitos anos, no impulso imperioso que o mantém sempre em movimento, atravessando romances e países. Leio a frase e penso no livro, nesta exuberante ficção de matizes infinitos. Concluo sem hesitaçã este é o livro de um artista.

Dionísio em Berlim é um romance de danças e mistérios, como anuncia sua epígrafe. Nas palavras irrequietas de seus cinco narradores, compõe-se o intrincado labirinto que é a vida de um homem – ou a vida de um deus caído. Todos eles, almas sensíveis, foram tocados pela existência desse sujeito complexo e esquivo, todos se veem em algum grau enlouquecidos. Ainda assim, chegamos a conhecê-los, vemos seus perfis ganhando contornos tão ricos quanto os do protagonista – esse que jamais ouviremos, que só conheceremos por palavras indiretas.

Tais palavras guiam os caminhos de Dionísio, mas também nos guiam por Berlim. Uma cidade que assume tantas feições quanto o homem, tantos nomes quanto o é a cidade do silêncio, dos artistas, máquina de prazeres induzidos. É a cidade em ruínas que soube renascer sobre os seus escombros, reconstruindo-se em cada esquina. Assim é também este livro, que a cada página se renova, reinventa sua linguagem, seu tom, seu sentido. Do romance policial partimos e seguimos à deriva, vendo o mistério se adensar em aventura, em horror, em algo cada vez mais sinistro.

Aos poucos, nesta narrativa mutante, o mundo festivo dá lugar à brutalidade, à experiência mais terrível. E, no entanto, há beleza em toda parte, há energia, estamos diante da “potência vital da morte”. É nesse paradoxo que Dionísio se abriga, na linha tênue entre o prazer e o fim, e é nele que chegamos a entender quem foi esse homem, qual o sentido de sua vida. Como seus narradores, nos tornamos testemunhas de sua história, “de um segredo revelado apenas aos que, por paixão ou acidente, se deixam desabrigar”.

Mais sobre Tiago Novaes O que temos aqui é um autor que associa uma extraordinária capacidade de contar uma desafiadora história a uma vasta cultura e a um soberbo domínio da palavra.

131 pages, Kindle Edition

Published November 26, 2019

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About the author

Tiago Novaes

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Tiago Novaes nasceu em Avaré (SP), em 1979. Publicou o livro de contos subitamente: agora (7Letras), os romances Estado Vegetativo (Callis), Documentário (Funarte) e Os Amantes da Fronteira (Dobra), além de organizar a antologia Tertúlia: o autor como leitor (Sesc Edições). Foi finalista do Prêmio São Paulo de Literatura em 2008 (Estado Vegetativo) e do prêmio Jabuti em 2014 (Tertúlia). Traduziu mais de dez livros para distintas casas editoriais. Em 2014, trabalhou como correspondente freelancer para a Folha, o Estado de São Paulo e a BBC Brasil.

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