AUTOR VENCEDOR DO PRÊMIO CAMÕES 2014! A enxada e a lança é "um daqueles livros que já nascem clássicos, no sentido de que, situando-se no plano das grandes obras universais, conquistam desde logo um lugar permanente e definitivo em qualquer biblioteca de cultura". WILSON MARTINS Este box África apresenta, em dois volumes, o livro "A enxada e a lança", de Alberto da Costa e Silva, um estudo minucioso sobre o continente africano antes da chegada dos portugueses. O ensaio começa na pré-história do continente africano, que se confunde com a própria pré-história do homem, e termina em 1500, época em que muitos outros livros de história começam. Somente uma frase, a última, depois de mais de novecentas páginas, permite antever o início da era moderna, mais próxima e mais "Não se estranhará, por isso, que os congos, e talvez outros povos antes deles, confundissem com baleias as formas bojudas que se aproximavam de suas costas e traziam os portugueses". Apoiado em vastíssimo material arqueológico, antropológico e histórico pouco conhecido no Brasil, "A Enxada e a Lança" descreve povos e etnias, técnicas agrícolas e de navegação, expressões religiosas e artísticas, reinos extintos, cidades desaparecidas, costumes e crenças, línguas e dialetos, tratando sempre da África negra.
Nasceu em São Paulo em 1931. É poeta, historiador e membro da Academia Brasileira de Letras. Um dos mais importantes intelectuais brasileiros e especialista na cultura e na história da África. Publicou diversos livros sobre o assunto, como A enxada e a lança (1992), A manilha e o libambo (2002), Um rio chamado Atlântico (2003) e Francisco Félix de Souza, mercador de escravos (2004). Escreveu Castro Alves, um poeta sempre jovem (2006), para a coleção Perfis Brasileiros, da Companhia das Letras. Também é autor de livros infantojuvenis, como Um passeio pela África (2006) e A África explicada aos meus filhos (2008). Em 2009, publicou O quadrado amarelo, que reúne textos sobre arte e literatura, cruzando referências populares e eruditas, recorrendo à memória e às suas experiências de viagem. Além dos Poemas reunidos (2000), publicou dois volumes de memórias, Espelho do Príncipe (1994) e Invenção do desenho (2007). Entre os prêmios e distinções que recebeu estão os títulos de doutor honoris causa pela Universidade Obafemi Awolowo (ex-Universidade de Ifé, Nigéria, 1986) e pela Universidade Federal Fluminense (2009) e o prêmio Juca Pato de Intelectual do Ano (2003) da União Brasileira de Escritores. Ao lado de Lilia Moritz Schwarcz, desde 2008 dirige a coleção das obras completas de Jorge Amado para a Companhia das Letras.
Como muitas culturas ficaram apenas na oralidade vários capítulos caem na arqueologia. Mas no plano geral A Enxada e a Lança é História com H maiúsculo. Clássico.
Um projeto que, pelo escopo épico, inspira sérias dúvidas quanto ao resultado: afinal, como resumir dezenas de séculos da História de um continente inteiro? Alberto, com seu imenso poder de síntese, consegue e, ainda por cima, respeitando uma lógica que mistura critérios temporais e geográficos. Não é um livro definitivo, já que a arqueologia constantemente leva a história a ser reescrita, mas funciona excepcionalmente bem como uma introdução ao fascinante universo africano. Não só somos apresentados a povos, líderes e rotas mercantis, como também à arte, religiões e línguas diversas.
Provavelmente o melhor livro que já li sobre história africana, escrito por alguem que domina lingua portuguesa como poucos e que une a pesquisa historiografica séria com o expressionismo dos historiadores classicos como Buckhardt e Michelet
Resumo abrangente da história do desenvolvimento dos povos, culturas e relacionamentos dos diversos povos e nações que compõe a África, desde as origens do homem até a chegada dos portugueses. Leitura difícil mas ótima como fonte de pesquisa.