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O Jardim das Aflições

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Principal obra do filósofo brasileiro de maior destaque na cena mundial contemporânea, "O Jardim das Aflições" é um ensaio de filosofia e ciência política em que Olavo de Carvalho interpreta toda a história da civilização ocidental sob o ângulo das sucessivas tentativas de reestruturação de impérios, organizações sócio-políticas que visam o controle administrável do mundo visível. Diz o autor: "A ruptura do sentido cristão da vida deu surgimento às duas correntes de idéias — naturalistas e historicistas — cujo en­trechoque constituiu o leitmotiv da história cultural moderna, ajudando a consolidar o culto das divindades cósmicas — natu­rais e sociais — que constituem em substância a religião estatal do Novo Império. O destino do mundo não se decide hoje num conflito entre formas de regimes possíveis, mas sim, por trás desse conflito aparente, na contradição interna do Estado imperial, que parece só poder crescer à custa da destruição do legado espiritual de onde ele extrai sua única legitimação moral possível. No novo quadro mundial, já não se trata de um conflito entre ideologias, mas sim de um confronto entre os elementos espirituais e os elementos ideológicos no seio do Estado imperial. Esta é a única questão que importa: estaremos por um caminho ou pelo outro condenados a viver sob a religião de César?".

Paperback

First published January 1, 1995

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About the author

Olavo de Carvalho

128 books315 followers
Olavo de Carvalho, nascido em Campinas, Estado de São Paulo, em 29 de abril de 1947, tem sido saudado pela crítica como um dos mais originais e audaciosos pensadores brasileiros. Homens de orientações intelectuais tão diferentes quanto Jorge Amado, Arnaldo Jabor, Ciro Gomes, Roberto Campos, J. O. de Meira Penna, Bruno Tolentino, Herberto Sales, Josué Montello e o ex-presidente da República José Sarney já expressaram sua admiração pela sua pessoa e pelo seu trabalho.

A tônica de sua obra é a defesa da interioridade humana contra a tirania da autoridade coletiva, sobretudo quando escorada numa ideologia "científica". Para Olavo de Carvalho, existe um vínculo indissolúvel entre a objetividade do conhecimento e a autonomia da consciência individual, vínculo este que se perde de vista quando o critério de validade do saber é reduzido a um formulário impessoal e uniforme para uso da classe acadêmica. Acreditando que o mais sólido abrigo da consciência individual contra a alienação e a coisificação se encontra nas antigas tradições espirituais — taoísmo, judaísmo, cristianismo, islamismo —, Olavo de Carvalho procura dar uma nova interpretação aos símbolos e ritos dessas tradições, fazendo deles as matrizes de uma estratégia filosófica e científica para a resolução de problemas da cultura atual. Um exemplo dessa estratégia é seu breve ensaio Os Gêneros Literários: Seus Fundamentos Metafísicos, onde se utiliza do simbolismo dos tempos verbais nas línguas sacras (árabe, hebraico, sânscrito e grego) para refundamentar as distinções entre os gêneros literários. Outro exemplo é sua reinterpretação dos escritos lógicos de Aristóteles, onde descobre, entre a Poética, a Retórica, a Dialética e a Lógica, princípios comuns que subentendem uma ciência unificada do discurso na qual se encontram respostas a muitas questões atualíssimas de interdisciplinariedade (Uma Filosofia Aristotélica da Cultura — Introdução à Teoria dos Quatro Discursos). Na mesma linha está o ensaio Símbolos e Mitos no Filme "O Silêncio dos Inocentes" ("análise fascinante e — ouso dizer — definitiva", segundo afirma no prefácio o prof. José Carlos Monteiro, da Escola de Cinema da Universidade Federal do Rio de Janeiro) que aplica a uma disciplina tão moderna como a crítica de cinema os critérios da antiga hermenêutica simbólica. Sua obra publicada até o momento culmina em O Jardim das Aflições (1995), onde alguns símbolos primordiais como o Leviatã e o Beemoth bíblicos, a cruz, o khien e o khouen da tradição chinesa, etc., servem de moldes estruturais para uma filosofia da História, que, partindo de um evento aparentemente menor e tomando-o como ocasião para mostrar os elos entre o pequeno e o grande, vai se alargando em giros concêntricos até abarcar o horizonte inteiro da cultura Ocidental. A sutileza da construção faz de O Jardim das Aflições também uma obra de arte.

É grande a dificuldade de transpor para outra língua os textos de Olavo de Carvalho, onde a profundidade dos temas, a lógica implacável das demonstrações e a amplitude das referências culturais se aliam a um estilo dos mais singulares, que introduz na ensaística erudita o uso da linguagem popular — incluindo muitos jogos de palavras do dia-a-dia brasileiro, de grande comicidade, praticamente intraduzíveis, bem como súbitas mudanças de tom onde as expressões do sermo vulgaris, entremeadas à linguagem filosófica mais técnica e rigorosa, adquirem conotações imprevistas e de uma profundidade surpreendente.

A obra de Olavo de Carvalho tem ainda uma vertente polêmica, onde, com eloqüência contundente e temível senso de humor, ele põe a nu os falsos prestígios acadêmicos e as falácias do discurso intelectual vigente. Seu livro O Imbecil Coletivo: Atualidades Inculturais Brasileiras (1996) granjeou para ele bom número de desafetos nos meios letrados, mas também uma multid

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Displaying 1 - 27 of 27 reviews
Profile Image for Douglas Lobo.
Author 11 books15 followers
June 17, 2012
Olavo de Carvalho mostra como a moral do Estado se sobrepôs à moral religiosa, num aumento em espiral de poder que tornou o Estado -inclusive o dito liberal - em um instrumento ditatorial e opressor.
Profile Image for Amauri Caetano Campos.
13 reviews
June 1, 2017
É sempre um ardiloso exercício de humildade ler a obra de alguém que pensa tão diferente de você. Mas é necessário, sobretudo para a sedimentação dos conceitos e, na minha opinião, para a evolução intelectual.
"O Jardim das Aflições" é um livro belamente escrito, que, partindo de um acontecimento aparentemente inofensivo (um seminário sobre Epicuro no MASP), o autor constrói sua argumentação acerca da mentalidade do homem ocidental e do processo de edificação/queda dos seus impérios. Verifica-se um admirável apreço pela pesquisa histórica, sendo toda a leitura entremeada por sólida cultura artística.
Evidentemente não concordo com todas as proposições, definições e escolhas resolutivas — por exemplo, a possibilidade de se colocar a Bíblia acima da própria Constituição me parece um pouco ingênua —, mas ainda me peguei revisando frequentemente minhas convicções ao longo do livro. O que, por si só e sem si, é o motivo precípuo de toda a filosofia.

PS. Foi curioso observar alguns erros de português, um deles logo nas primeiras páginas. Talvez sejam falhas de impressão, mas acho meio irônico ver um "mais" no lugar de "mas" justamente na obra de alguém que tanto se orgulha de escrever corretamente.
Profile Image for Leandro Dutra.
Author 4 books48 followers
March 16, 2018
Um tour de force falho mas intereßante, provocativo e revelador das deficiências braſileiras, tanto em ſuas qualidades quanto em ſeus defeitos. Muitas boas percepções sobre o atual fim de civilização e ſuas raízes deſde Roma pagã, paßando pelo medievo e pela modernidade; mas profundamente prejudicado por uma cavalar ignorância hiſtórica, complicado por uma cataſtrófica credulidade nos poderes de ſociedades ſecretas e ſimilares, o que moſtra uma preocupante diſposição de buſcar explicações fáceis em vez de entender as correntes profundas de noßa civilização.

Parece-me que, em comum com quaſe todo o reſto do Braſil, eßas deficiências filoſóficas vêm de uma converſão pela metade: ateu tornado romaniſta, de Carvalho ainda continua buſcando uma ſabedoria mundana, ecumênica, comum a todas as grandes religiões, contra a decadência civilizacional, ſem perceber que o romaniſmo, uma forma de criſtopaganiſmo, faz parte da decadência da criſtandade, afaſtando-ſe da Palavra do Eſpírito Santo nas Eſcrituras & recuſando a Reforma — meſmo a magiſtral, que ſe dirá da radical.

Em comum com os ateus, a tremenda ingenuidade hiſtórica e cultural do autor chega às raias do abſurdo, não apenas atribuindo à maçonaria o motor da ſecularização — confundindo aßim um pequeno efeito com a cauſa profunda — como dando a um inexiſtente bloco rußo-chinês um protagoniſmo que ſua catáſtrofe demográfica nega inapelavelmente. Baſtava ter lido alguns artigos do David Paul ‘Spengler’ Goldman) para ter-ſe inſtruído, em vez de ler maçons e rußos com manias de grandeza. Ißo remete a outro ſintoma de noßas deficiências: cavaleiro ſolitário, de Carvalho carece da comunidade de penſamento e crítica que caracteriza os judeus e criſtãos fiéis, e eſpecialmente os reformados, da civilização norte-européia (mundo angloßaxão & europeu), que agora eſtão conſeguindo começar a formar paulatinamente filhotes no mundo proteſtante africano, ſulamericano e aſiático, eſpecialmente coreano & chinês, com ſeu mirabolante projeto ‘De volta a Jeruſalém’.

O que realmente é ridículo é a falta de ſenſo de proporção na opinião que de Carvalho parece ter de ſi, até inſiſtindo em ſua crença na aſtrologia, e o culto à perſonalidade que fomenta entre ſeus ſeguidores, meſmo alguns reformados. Compreenſível dado que preenche uma lacuna no cenário braſileiro, mas triſte em que moſtra que não eſtão lendo os judeus, criſtãos & eſpecialmente reformados angloßaxões & europeus.

Ainda aßim intereßante, talvez até neceßário ao Braſil. Eſpero que ſirva de incentivo a que ſeus leitores buſquem Jean-Marc Berthoud, Rousas John Rushdoony, João Calvino, Pierre Viret & outros reformados cujos nomes agora me fogem.
Profile Image for Rafa Coelho.
7 reviews1 follower
December 14, 2018
Na moral: sem condições. Poucas vezes tive uma leitura tão desprazerosa - contando inclusive com minha propria dissertação de mestrado. Por que duas estrelas, então? Porque a obra ainda é bem erudita, embora seja repleta de nonsense. E cilada.
Profile Image for Kezscribe.
459 reviews24 followers
January 4, 2023
Muito interessante analisar vários pontos filosóficos pelo olhar do professor Olavo de Carvalho, principalmente se tratando de religião contra estado.

Assusta o quão de pensamento pronto materialista reproduzimos e entramos em contato como verdade sem saber de onde vem ou porquê dizemos isso. Ainda mais terrível como esse pensamento conseguiu tomar conta da civilização ocidental de forma tão corrosiva para a própria civilização. Concordando ou não com materialismo, fato é que o pensamento padrão do Regime é essencialmente materialista, mesmo sendo contraditório aos pilares que ajudaram a formar a civilização ocidental.
152 reviews2 followers
October 7, 2022
Achei o livro um pouco cansativo. Olavo é um erudito que conduz muito bem sua narrativa, isso é fato, mas o texto ficou bastante cansativo em algumas passagens.
A motivação desse livro foi, segundo o autor, a seguinte: "o miolo destas páginas redigi numa só noite de maio de 1990, sob o impacto da aversão que haviam despertado em mim as palavras de José Américo Motta Pessanha, ouvidas algumas horas antes numa conferência sobre Epicuro no ciclo de Ética que a Secretaria Municipal de Cultura promovia no Museu de Arte de São Paulo."
Daí Olavo desenvolve teorias conspiratórias globais e principalmente brasileira pra chegar inclusive no impeachment do ex presidente Collor.
Olavo conta a história (ou estória) com sua narrativa interpretativa que conduz o leitor a uma verdadeira lavagem cerebral. Se for incauto é claro.
Engraçado que aquilo que ele criticava quando escreveu o livro (e que eu concordo com algumas partes), ele se tornou depois com o tempo, com suas falas, vídeos e cursos.
No geral, o livro traz gigantescas teorias conspiratórias que tentam, por exemplo, conectar o império americano com intelligentzia marxista...uma doideira.
Os maçons também são alvo ... Os grandes dominantes do mundo...
Sobrou até pro Betinho e as suas campanhas "gêmeas" “Ética na Política” e da “Ação pela Cidadania” chamadas de "duas faces de uma nova pedagogia religiosa". Segundo Olavo, Betinho foi elevado à condição papal. Mantendo-se aparentemente acima do jogo político, conservava o poder de abençoar e excomungar, de erguer qualquer personagem à beatitude da fama ou precipitá-lo nas trevas da abominação."
Malvadão esse Betinho destruindo os valores conservadores hein!!!
Segundo Olavo, e sua teoria conspiratória global, quando o império americano derrotar de vez o comunismo, voltará a sua condição de revolução americana ou seja, ideias iluministas que destrói o arcabouço religioso/espiritual.
Ele diz que a "Religião Estatal" vai acabar com as correntes religiosas provenientes de Abraão!! Seja lá o que isso quer dizer.
Ao concluir seus argumentos contra José Américo Motta Pessanha em 1995, parece que antevia o cerne de sua própria obra completa: Qual de nós, um dia, movido pela angústia ou pela voracidade, não colocou o estetismo acima do dever moral, a paixão ideológica acima dos direitos da verdade, o poder acima do saber, o encanto das palavras acima da evidência das coisas e dos fatos? "Qual de nós não acreditou um dia que nossa repugnância pelo estado de coisas nos revestia de uma dignidade especial e nos dava um salvo-conduto para mentir, iludir, trapacear, desde que fosse em nome da nossa sacrossanta indignação política?"
Pois é né Olavo !!!
E no posfácio, celebrando os 20 anos do livro, vemos o Olavo de Carvalho que tornou-se o pop star dos conservadores brasileiros.
Esse trecho do posfácio particularmente me causa asco: "É essa corrente que traz o laicismo, o feminismo, gayzismo, animalismo e toda essa herança cultural que chegou aos EUA por meio da Escola de Frankfurt e que formou aquilo que, inadequadamente, podemos chamar de marxismo cultural."
Olavo de Carvalho conecta muito bem suas análises. Sem dúvida nenhuma. O problema são exatamente suas análises. Essas análises, muitas vezes, são ração para vários discursos de ódio ao passar uma mensagem de uma imposição de uma agenda globalista (gayzismo e feminismo, por exemplo) que destrói os valores conservadores.
Profile Image for Mario Sergio.
Author 8 books2 followers
November 21, 2019
Circunstancialmente comecei a ler mais aprofundadamente a filosofia de Epicuro e isto aconteceu depois de ler o livro Jardim das Aflições, do Olavo de Carvalho.

Este livro do Olavo é muito bem elaborado do ponto de vista estrutural e ele condena a filosofia de Epicuro, motivado por uma palestra que pretendia reavivar a memória de Epicuro na sociedade brasileira nos idos dos anos 90, promovida pelo professor José Américo Motta Pessanha, falecido em 1993. Apesar de ser um livro que vale a pena ser lido, pela enorme erudição, pelos desdobramentos e pelo brilhante apêndice contendo uma polêmica com a SBPC, exatamente sobre o livro, acredito que Olavo de Carvalho estava equivocado e fortemente influenciado por uma tendência de cunho religioso, pois Epicuro sempre foi um contundente crítico das religiões e clérigos. Uma certeza que transparece também é que Olavo destilou sua ironia e crítica devido ao fato de que José Américo Motta Pessanha, o organizador das palestras que motivaram a elaboração do livro, na segunda conferência do ciclo de Ética pronunciada por ele próprio ter feito "uma rasgada profissão de fé epicurista e uma declaração de guerra a todos os críticos de Epicuro, pintando o epicurismo como uma das maiores filosofias de todos os tempos, portadora da solução para todos os males humanos (sic)".

A análise das cosmogonias de Demócrito e Epicuro é expressada através de um tom irônico desprezando o fato de que ambos especulavam, pois não tinham condições de conhecer a física dos átomos e por si só a especulação de Demócrito, revisada, pelo bem ou pelo mal por Epicuro, já é um enorme salto. Depois que Olavo identifica o Tetraphármakon como programação Neuro Linguística (PNL) ele se detém em técnicas de PNL, hipnose e Pavlov e praticamente esquece Epicuro por cerca de 15 páginas, voltando depois no parágrafo 14 com Porcarias Epicúreas, onde classifica o filósofo epicurista como antifilósofo e misósofo, alguém que aborrece a sabedoria e foge dela.

O que me surpreendeu foi notar que na realidade o epicurismo é uma das filosofias talvez mais distorcidas desde a antiguidade aos nossos dias. Tenho a convicção que isto aconteceu em virtude, principalmente, da crítica de Epicuro ao clero e as papel dos deuses e ao seu antagonismo a algumas ideias de Platão e Aristóteles. Sabemos que uma ideia que se opõe ao “establishment” vigente pode amargar consequências desastrosas para o seu entendimento pelas gerações futuras.

O epicurismo não tem nenhuma relação com a busca desenfreada do prazer pelo prazer como se apregoa como lugar comum em círculos menos esclarecidos e pouco informados sobre a filosofia de Epicuro, que não é o caso de Olavo, que sequer se preocupa com este tipo de crítica. O viés de sua diatribe se apresenta em outras questões, quando por exemplo, baseado no fato de que Marx publicou uma tese sobre Epicuro, Olavo afirma, especulativamente, que as piores atrocidades do regime comunista seria uma herança mórbida que, através de Marx, veio do epicurismo, afirmação que chega a ser patética. Até concordo, no entanto, com a crítica referente ao abandono por Epicuro e seus seguidores de todo o empenho de reformar a sociedade, retirando-se para a vida contemplativa na solidão do campo.

Impressiona-me a lucidez deste filósofo da antiguidade em relação a alguns fenômenos da natureza, que ele não sabia explicar, mas procurava uma explicação fora das superstições ou esperava que algum dia o fenômeno pudesse ser explicado pelo estudo da ciência da natureza.

Não se pode confundir epicurismo com hedonismo (hedonê). Epícuro prega o estado de eudaimonia que implica em razão moderação, e na priorização dos desejos essências para a felicidade e sua busca pela felicidade é pautada em dois conceitos, aponia e ataraxia que significam o mesmo que mente sã em corpo são e representam respectivamente a supressão da dor física e a eliminação dos distúrbios mentais. Os seus quatro remédios, ou Tetraphármakon, não são remédios de origem física.

Realmente, excetuando a retirada para a solidão no seu Jardim, não li nada que criasse impedimento para a adesão ao epicurismo, ou seja, não percebi nada de mal na filosofia que é tão distorcida e sofre da maledicência de muitos. Que o mestre Olavo me desculpe a heresia, pois quem sabe talvez eu não tenha sido capaz de entender inteiramente o Jardim das Aflições! Aliás, já me disseram alguns de seus admiradores com intimidade com a filosofia, que só leem sua produção jornalística e política e nunca ousam ler seus livros de filosofia para não correrem o risco de não concordarem com ele.

Na verdade, o desenvolvimento do livro que começa com Epicuro e seu jardim, prossegue para desaguar na tese que não é difícil de se entender ou mesmo aceitar: de que a história do Ocidente se resume em tentativas de reconstrução do Império Romano ou Translatio imperii. De Roma passamos para Carlos Magno, Otto I, os impérios nacionais, os impérios coloniais até chegar ao Império Americano.
Profile Image for Enrico Costa.
23 reviews2 followers
March 28, 2025
Não satisfeito com nenhuma resenha aqui, faço a minha com um pouco mais de detalhe e revendo o homem com o conjunto de sua obra.

Primeiro, Olavo foi um intelectual com dificuldade em encontrar entre seus pares quem tivesse uma visão um pouco além de sua própria área. Não é verdade que a ciência no Brasil é improdutiva: teríamos alguns prêmios Nobel não fosse um país de uma região negligenciada pelo resto do mundo como produtor de bens menores. Mas é verdade que, nas ciências humanas (uma das mais baratas de se manter por aluno, antes que venham os reacionários aqui), temos um isolamento muito maior com o resto do mundo: isso se comprova analisando citações e trocas acadêmicas, essas sendo resultado direto da direção dessas universidades. Estando nesse campo, Olavo foi tomado de uma solidão acadêmica imensa, que o motivou a criar seu curso de Filosofia: primeiro presencial no Rio de Janeiro, depois online, acompanhado de um podcast e seu canal do youtube. Só consigo redigir de sua participação dos anos 90 pra frente por ser o limite do que conheço.

É raro ver um autor letrado falar tão abertamente do objetivo com que faz seu trabalho. Antecipando um assunto tocado pro final, existe uma visão sobre as ações das pessoas que busca julgar seu feitor pela sua justificativa interna, e não o resultado mesmo da ação, visão essa que o autor critica. Se um político faz uma coisa boa que impacta muita gente, e você o apoia, ele o fez pelos motivos mais puros; se você o opõe, ele é um populista, comprador de voto, demagogo. Olavo é um autor muito preocupado em entender “onde” se quer chegar com cada discurso, argumento ou raciocínio. Por isso, tanto ele quanto, espera-se, o cidadão comum, vão se perguntar qual o sentido de ficarmos debatendo assuntos efêmeros quando o céu desaba sobre nós e, na ocasião da palestra cataclisma do livro, o primeiro presidente eleito por voto direto está pra cair. Não deveria ser a hora de aproveitar a democracia em todas as suas dimensões, invés de sinalizar virtude indo de vermelho pra urna a cada 4 anos e voltar pro conforto de sua casa e ouvir um Caetano?

Nessa primeira parte do livro, é ao mesmo tempo uma negação do jardim dos prazeres de Epicuro e uma chamada à ação pro mundo real digna de autores de líderes de esquerda. Num verdadeiro espírito de “textão do facebook” (reconhecido pelo autor) que não coube nos jornais que era parceiro, Olavo, que é aristotélico e não nutre nenhuma simpatia pelo epicurismo, distila seu ódio pela vã filosofia e pelo professor de faculdade, propositadamente ou não, já falecido na data de publicação do livro, de forma muito divertida, até. Realmente achei trechos dessa primeira parte bem interessantes, do jeito de se portar em relação ao mundo, embora eu claramente não tenha achado o resto do livro lá essas coisas (talvez nem ele mais, uns anos depois). Com muito mais deboche mirando uma pessoa real que o corporativismo universitário viria a aceitar, por causa desse ataque à integridade de um professor falecido, foram fechando-lhe portas cada vez mais, gerando a figura mais raivosa que o público em geral veio a ter contato na década de 2010, especializado em crescer por essa mesma personalização do debate feita no livro (de forma muito mais educada aqui, é verdade), em ocasiões contra o Pirulla, Constantino e certamente mais nomes do que vale a pena discutir aqui.

A verdade é que é desmedida a quantidade de insinuações feitas no livro ao trabalho do professor referenciado. Ao falar mal de Pessanha, Epicuro, Marx, tudo que não é a versão do catolicismo dele, e maçonaria, o leitor vai sair com a impressão que existe um grande complô, que a coleção “Os Pensadores” foi feita para realizar uma gigantesca lavagem cerebral na população brasileira de forma consciente, e que, com pouca ligação lógica, esse trabalho realizado pelo acadêmico seja sustentação pro comportamento hipócrita da esquerda de ser reclusa ou histérica quando interessa mais aos seus líderes que ao movimento. Seria como dizer que seu trabalho foi importante pra solidificação intelectual da direita brasileira, enquanto a maioria dos figurões do governo Bolsonaro podem ser encontrados admitindo nunca terem lido seus livros em “lives” da época do governo. (Desculpe deixar em aberto a citação desse fato – não existe história escrita e verificada desde a primeira comunicação de trabalho por áudio em whatsapp e tenho mais o que fazer que rever vídeos de horas de bate-papo). Correlação não é causalidade. Às vezes fatos são paralelos, às vezes ocorrem de forma oportuna: a esquerda política constantemente é oportunista, ao usar seus apoiadores pra passar pautas do centrão, e abandoná-los sozinhos no trabalho de base. Não foi a esquerda que pegou pra si a defesa da "Ética na Política": foi a direita que deixou o termo cair de suas mãos não sabendo fazer nem ética, nem política, na ditadura militar. A nova direita também foi oportunista, ao encontrar o primeiro cara que escreve bem nesse lado da trincheira, mas não eram motivados intelectualmente o suficiente para protegê-lo no fim de sua vida e carreira política, abandonado pelos políticos eleitos por ele, ou pra debatê-lo, até mesmo hoje, anos depois de sua morte.

Não entendo bem a similaridade da terceira parte do livro “A coerência das incertezas” de Paulo Mercadante, livro esse que Olavo cita entre os “dez livros” pra quem quiser começar a entender alguma coisa do mundo. Como no livro citado, a terceira parte vem para apontar uma direção histórica em cem ou duzentas páginas que poderiam ser reduzidas, visto ser uma ideia simples de apontar, embora seja o assunto que Olavo posteriormente diria ser o principal do livro: que a causa da queda dos impérios seria sua incoerência interna, geralmente com a religião cristã, e com a completa ausência dela (e de seus padrões morais que a acompanham) no último caso, do Império Americano, chegamos em sua versão final, pelo menos entre os Impérios do Ocidente.

Olavo viu um mundo muito diferente do seu nascendo e, diferente da maioria que envelhece e aceita com resignação, tentou fazer sentido disso. Vivemos num mundo cruel, egoísta, que pouco sentido faz, muda em progressão geométrica tecnologicamente, mas continua dando círculos sociologicamente, dado que as histórias humanas se repetem pela inabilidade de apreensão da maioria das histórias dos que já se foram. Ele sabe disso, mas parece esquecê-lo às vezes, talvez motivado pelo seu papel de agitador político. Em certa parte do livro ele diz: “Wilhelm Meister revela-nos que a História é dirigida por forças ocultas, às vezes ambíguas no seu modo aparente de agir, mas boas em essência.” em tom de crítica. Pois o católico não acredita que forças ocultas levam a história de um lado pro outro, mas meu sentimento é que, se modificarmos um pouco a frase atribuindo essas forças ocultas aos maçons, aí ele passaria a concordar. Maçonaria essa, que saí entendendo menos ainda seu objetivo, além de ser um men’s club pros endinheirados.

Olavo faz um esforço pra negar a possibilidade de intencionalismo natural principalmente durante toda a primeira parte do livro, mas reforça a existência de um intencionalismo social principalmente na terceira parte. É muito esforço pra não se pôr do lado da turma da astrologia e de religiões determinísticas, embora a mensagem final seja mais ou menos a mesma pro leitor: tem forças muito maiores que você agindo no controle das coisas, não se esforce para mudá-las, exceto quando eu te disser que é possível, pois eu sei das coisas e você não. Essa foi a base do seu conspiracionismo, muito importante para manter seus alunos alinhados. Espero ser óbvio que nenhuma rede maçônica-esotérica-progressista na dimensão sugerida por ele existia, ou a eleição de reacionários como Trump e Bolsonaro não seria uma possibilidade.

É um livro que ficou rapidamente datado, seja porque o sentimento de fim da história foi continuamente contestado após a virada do século, seja porque o próprio autor refinou algumas ideias aqui em outros textos. Curiosos encontrarão até mesmo uma opinião neutra em relação ao Fernando Henrique Cardoso, invés do "notório esquerdista" que será acusado de ser em anos posteriores.

Além disso, ele se defende duas vezes de ser fumante pro fim do livro.
Profile Image for Felipe Costa.
163 reviews4 followers
March 18, 2017
O livro possui uma tese de fácil entendimento: a história do Ocidente se resume em tentativas de reconstrução do Império Romano.

Roma foi um Estado onde a classe sacerdotal estava ligada umbilicalmente com o próprio Estado, o homem que falava no SPQR para as mais altas classes também era o sacerdote que doutrinava o povo. Roma vivia sob a Religião do Estado. Desde então, se passaram os impérios de Carlos Magno, Otto I, os impérios nacionais e finalmente: o Império Americano.

Com o Império Americano o Estado assume o poder de julgar as religiões e, por outro lado, é governado de dentro por organizações secretas e iniciáticas (já determinadas por Olavo em "Os EUA e a NOM" como possíveis agentes históricos) como a maçonaria. É justamente esse o legado do Império Americano para o mundo: o fim da moral religiosa, o início da moral estatal.

O livro é recheado de complementos a tese, como as passagens em que explica a estimulação incoerente e como a mente do sujeito é manejada na Nova Ordem Mundial, ou a nova busca pelo Império.

Felizmente, o livro termina com uma pequena retificação do professor quanto ao Império Americano e quem estaria por trás dessa nova investida de Leviathan. Assim como Alexandre Dugin pensava antes da eleição do presidente americano Donald Trump (pode ser verificado em seu debate com o professor Olavo) Olavo de Carvalho também acreditava em uma América una, laica e progressista, porém, ambos mudaram de opinião. Não existe apenas a América que deseja exportar a "open society" ao mundo, também existe a América que deseja preservar-ser e cristianizar-se.


Profile Image for Marcelo Tempes.
136 reviews
February 3, 2017
Não tratando-se de um romance, onde popularmente, o conhecimento do desfecho parece desmantelar toda a construção da trama, deixo aqui registrado o último parágrafo da obra, que para mim, sem dúvida a propósito do autor, diluí em poucas palavras a essência e o fundamento da obra:

"Os próceres da reforma intelectual brasileira querem guiar o povo sem saber quem nos guia. São cegos e ingênuos no fundo de uma casca de vaidade e presunção. No fundo de sua aparência erudita, são incultos, despreparados e bem pouco inteligentes. Fascinam a platéia, mas nem imaginam quem fala por sua boca. Também não sabem para onde levam quem os ouve: e assim arrastam o público para o Jardim das Delícias, sem saber que se trata na verdade, do Jardim das Aflições. E lá, novamente, "o Filho do Homem será entregue aos príncipes dos sacerdotes, e aos escribas, que o condenarão à morte. É entregá-lo-ão aos gentios para ser escarnecido, e crucificado, mas ao terceiro dia ressurgirá."
Profile Image for Lucas Magrini Rigo.
168 reviews4 followers
September 14, 2017
Excelente livro para reflexão. De onde vêm as ideias que temos? Estamos apenas repetindo o que alguém já disse?
Voltamos no tempo até Aristóteles para descobrir o que influencia a motivação humana através dos tempos até o Brasil de 95. Quais ideias foram utilizadas desprovidas de sua essencia, em prol de uma agenda frequentemente desconhecida pelo orador.
O livro é uma bela chacoalhada para acordar do sono entorpecente do Jardim das Delícias e enfim perceber que na verdade é um Jardim das Aflições.
Profile Image for Lucas Monteiro.
9 reviews
January 3, 2018
Este livro explode a cabeça!!! Trata de um ensaio sobre materialismo e religião civil. Olavo, o autor, defende a tese de que a "história do ocidente inteiro é marcada pela ideia de império e de sucessivas tentativas de criá-lo." Começando no Império Romano ele explica como surgiram os "Impérios Nacionais", o Império Americano e, no final, revela três blocos-globalistas: o anglo-saxônico ocidental, o comunista russo-chinês e o islâmico. A cada transição ouve uma transformação na ideia de império.
Profile Image for David Peixoto.
37 reviews1 follower
March 6, 2022
Conteúdo relevante para se entender o antagonismo entre os EUA da fronteira para dentro e EUA da fronteira para fora. Não muito agradável de ler em seu estilo com inúmeras digressões. Porém vale a pena o esforço, em especial as últimas páginas (anexo da 3a edição @ 2015 com atualização do original escrito 20 anos antes).

Como sempre muito a frente do seu tempo com análises que culminam em previsões praticamente óbvias após a devida absorção do conteúdo.

A óbvia realização de eventos (quando vistos após a concretude) que eram décadas antes impensáveis para quase qualquer um.
Profile Image for Mario Russo.
268 reviews8 followers
May 17, 2017
Por um lado é sempre um prazer ler a agudez e clareza de pensamento de Olavo de Carvalho em temas que normalmente passam desapercebido pela maioria dos intelectuais, por outro incomoda essa insistente agenda embutida da aliança do conservadorismo e católicismo junto. Nesse caso, assim como Marx, Olavo é ótimo em identificar o problema, mas duvidoso na hora de propor a solução.
Profile Image for André Fernandes.
Author 1 book
November 21, 2017
A perfect book to understand the current political and social crisis going on in Brazil. Amazingly, Olavo maskes a perfect parallel between Brazilian history and the Western word in one book, describing the role empires had since Roman times and the role of Judeo-Christian culture in Western societies.
Profile Image for Pedro Ribeiro.
9 reviews4 followers
June 21, 2019
Obra prima com ótimas chances de virar um clássico. Tem que ler aos poucos e mastigar bem. O documentário (que leva o mesmo nome) é também uma obra de arte com fotografia primorosa e bastante conversa com o filósofo, de forma que sua vida e suas idéias conseguem se unificar de forma bastante comovente e surpreendente.
Profile Image for Iara Luzia.
60 reviews22 followers
June 25, 2018
Parece incrível que um livro escrito há mais de vinte anos continue tão atual e tenha acertado em tantas coisas que podemos observar na política internacional nos dias de hoje, como as sutis e diversas tentativas de islamizar o ocidente, o bloco russo-chinês ou ainda a subida ao poder pelos grupos de esquerda no Brasil. Talvez, as análises do autor, por fim demonstrem-se, ainda que parcialmente, acertadas, justamente pela importância dada a fatos que provavelmente passariam desapercebidos pela maioria. Neste caso, surge de uma "inofensiva" palestra ocorrida no MASP sobre o epicurismo, a partir da qual somos levados a percorrer mais de dois mil anos de história, em que Olavo nos mostra as inúmeras tentativas de reconstruir o Império Romano - mudando apenas de governantes e lugares - desde a sua queda. Submetidos ao poder de um Estado que só aumenta e decide por nós, inclusive questões de âmbito privado, tornamo-nos inconscientes dentro de um sistema pseudo-democrático. Mas, como sabiamente afirmou o filósofo, assim como é necessário estar um pouco acordado para saber que estamos dormindo, temos que ter fugido da manipulação para saber que estamos sendo manipulados. Este livro é uma excelente forma de refletir sobre esses pontos, embora eu não esteja de acordo com tudo, ou mesmo, seja capaz de compreender tudo o que aqui foi exposto.
Profile Image for Santopo.
57 reviews
November 27, 2019
A partir de uma palestra sobre Epícuro, o autor enxerga o movimento de esquerda se apropriando da questão da Ética para fins de tomada de poder no Brasil. A trama é desfiada com uma passagem pela história prática, filosófica e espiritual do ocidente, mostrando sua tendência de expansão imperialista.
Profile Image for André Aranha.
10 reviews1 follower
June 29, 2020
Um passeio por dois mil anos de cultura, recheado de reflexões indizíveis e uma conclusão perturbadora. Acho que vou precisar ler mais umas duas vezes para compreender tudo.
Incrível

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Profile Image for Raphael Nicolau Antonholi.
9 reviews
June 30, 2021
Livro denso, complexo e para seu total entendimento a bagagem literáriandeve ser grande. Tudo nele apresentado envelheceu muito bem nesses anos que passaram. Recomendo muito.
Profile Image for Franck Scarduelli.
18 reviews
July 8, 2020
Um livro fantástico onde Olavo começa falando sobre Epicuro e Pessanha, pessoas que eu nem sabia da existência. Até a metade do liveo fiquei meio perdido pois Olavo faz muitas referências filosóficas, das quais confesso nao ter uma boa base. Porém a partir da metade do livro as peças começam a encaixar na nossa história moderna. Fica muito mais fácil entender o porque de certos comportamentos esquisitos de nossa sociedade lendo esta obra de Olavo. O principal visão que me abriu a cabeça foi quanto ao projeto imperialista mundial. A nova era, globalismo e tal, tem por objetivo montar um imperio mundial onde os "donos do mundo" possam controlar as pessoas de modo a permanecerem no poder eternamente. Esta guerra de quem dominará o mundo ainda está acontecendo entre 3 blocos globalistas: o anglo-saxônico ocidental, o comunista russo-chinês e o islâmico. O mais triste de tudo isso é que o bloco cristão nao inclui-se nesta disputa. Agora basta definir qual daqueles blocos globalistas será o "vencedor" desta guerra.
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Profile Image for Carlos Hugo Winckler Godinho.
203 reviews7 followers
December 31, 2015
Gostei do ritmo da leitura, que em poucos momentos ficou pesado, mesmo com um tema difícil. A teoria levantada também é bem fundamentada, apesar de em alguns pontos me parecer contraditória. Esses pontos onde falta coesão me parecem fruto do autor não se colocar como mero analista, e sim se posicionar sobre qual seria o melhor caminho a seguir. Em resumo: como analista e escritor achei um livro interessante, mas discordo da posicionamento do autor com o "caminho" que a humanidade deveria tomar e acho que isso atrapalha o texto em alguns (poucos) momentos.
1 review
April 12, 2017
Pior leitura da minha vida. Excesso de adjetivação; total falta de modéstia e muita auto referências bibliográficas, com adjetivos positivos, claro; insultos a autores com ideias contrárias; citações excessivas de termos e frases em outras línguas, sem tradução, numa aparente tentativa de se mostrar culto e acadêmico, dificultando a leitura; hipóteses rasas e sem fundamentação aprofundada; proposta de que não se leia o livro fora da ordem, dando a impressão que tenha alguma programação neurolinguística implícita para lavagem cerebral.
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