Ricardo Boechat lamentava ter descoberto o rádio tão tarde. Começou no jornalismo impresso em 1971 e estreou na TV em 1996. O rádio só entrou na vida dele em 2006 e virou rapidamente sua grande paixão. Em 13 anos à frente do microfone da BandNews FM, Boechat se tornou um dos mais ácidos, eloquentes, bem-humorados e populares apresentadores do país. Valorizava como poucos a interação com o ouvinte, a ponto de dizer no ar o número particular de seu telefone celular. Dois de seus mais próximos colegas, Eduardo Barão e Pablo Fernandez, trazem agora cem histórias que mostram o ser humano dedicado e o profissional exigente que ele foi com um só propó manter vivo o legado desse gigante do jornalismo.
Se você acompanhava Boechat no rádio, não tem novidade no livro, mas é importante reunir tudo em livro para ficar registrado para posteridade e de forma digna. Ele já faz parte da história do jornalismo do país. Eu ouvi com a ótima narração do próprio autor, Eduardo Barão e, de quebra, ainda teve mensagem final gravada pela própria Dona Mercedes (mãe de Boechat).
Esperava histórias um pouco mais aprofundadas sobre o dia a dia de um dos maiores jornalistas e radialistas da atualidade, mas foram suficientes para matar um pouco da saudade diária de ouvi-lo nas rádios. Deixou um gostinho de “quero mais”, de querer conviver mais com este ícone do Jornalismo Brasileiro.