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Escravidão #1

Escravidão: Do primeiro leilão de cativos em Portugal até a morte de Zumbi dos Palmares

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Maior território escravista do hemisfério ocidental, o Brasil recebeu cerca de 5 milhões de cativos africanos, 40% do total de 12,5 milhões embarcados para a América ao longo de três séculos e meio. Como resultado, o país tem hoje a maior população negra do planeta, com exceção apenas da Nigéria. Foi também, entre os países do Novo Mundo, o que mais tempo resistiu a acabar com o tráfico de pessoas e o último a abolir o cativeiro, por meio da Lei Áurea de 1888 — quatro anos depois de Porto Rico e dois depois de Cuba.


Nenhum outro assunto é tão importante e tão definidor da nossa identidade nacional quanto a escravidão. Conhecê-lo ajuda a explicar o que fomos no passado, o que somos hoje e também o que seremos daqui para a frente. Em um texto emocionante e rigorosamente documentado, Laurentino Gomes lança o primeiro volume de sua nova trilogia, resultado de 6 anos de pesquisas, que incluíram viagens por 12 países e 3 continentes.

504 pages, Paperback

First published January 1, 2019

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1729 people want to read

About the author

Laurentino Gomes

22 books347 followers
É um jornalista e escritor brasileiro. É mais conhecido pela autoria do best-seller 1808 - Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil, onde narra a chegada da corte portuguesa ao Brasil. Em 2008, o livro recebeu o prêmio de melhor livro de ensaio da Academia Brasileira de Letras e o Prêmio Jabuti de Literatura na categoria de livro-reportagem e de livro do ano de não-ficção.

Formou-se em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná, possui pós-graduação em Administração de Empresas pela Universidade de São Paulo, e fez cursos na Universidade de Cambridge, na Inglaterra, e na Universidade de Vanderbilt, nos Estados Unidos da América.

Trabalhou como repórter e editor para vários órgãos de comunicação do Brasil, incluindo o jornal O Estado de S. Paulo e a revista Veja.

Em 2008, a Revista Época elegeu Laurentino Gomes uma das 100 pessoas mais influentes do ano, pelo mérito de conseguir vender mais de meio milhão de exemplares de livro de história do Brasil.

É casado com a jornalista e psicóloga Mara Ziravello e vive desde 1988 em São Paulo.[5]

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Displaying 1 - 30 of 143 reviews
Profile Image for Roseane Corrêa.
49 reviews7 followers
February 9, 2020
O livro começa com uma frase do Padre Antônio Vieira, seria fofo se no mesmo livro não tivesse a descrição de que o padre atribuía o comércio de escravos a um grande milagre de Nossa Senhora do Rosário porque, segundo ele, eram tirados da barbárie e do paganismo na África.

Escrito por Laurentino Gomes, homem branco, privilegiado, descendente de Italiano que chega ao Brasil como mão de obra cativa. (termo cativo na mesma régua para imigrante italiano e para negros sequestrados e torturados em África e no Atlântico me causou estranheza). De família também branca da parte do pai onde teve um abolicionista então o autor reivindica lugar de fala para narrar a escravidão negra.

Há uma linha do tempo com fatos marcantes no Brasil e no mundo, exemplos: conversão do rei do Congo ao Cristianismo que foi um crime, chegada de Pedro Alvares Cabral a Bahia, me da arrepios só de pensar na matança indígena, Chegada dos primeiros Jesuítas ao Brasil com suas missões, de apagar a história e religiosidade existente, Londres devastada por um incêndio...

Francisco Felix de Souza é colocado como um dos personagens “mais extraordinário do Brasil”. O talento? Foi um dos maiores escravocratas do Brasil. Sua fortuna que seria hoje equivalente a 120 milhões de dólares... ELE VENDIA GENTE a base de tortura!!!.

Lula foi na porta dos sem retorno, Lula vestiu-se de rei Africano, o BNDES liberava fartas quantias de dinheiro pra angola, o Brasileiro deixou um vácuo nos negócios que foram ocupados pelos Chineses em Angola, Lula não pagou indenização a embaixada de Gana, 14 anos de governo petista, lava jato e o Michel Temer que fechou a torneira... Eu lendo com a voz de Willian Bonner.

Após a leitura tive a sensação de estar lendo um manual de coach da escravidão pois foi extenso e detalhado a quantidade de datas , números, valores, rotas e sem faltar adjetivos positivos ao sucesso da barbárie. Eu já estava esperando: “a escravidão negra era a satart up da época, enquanto uns dormiam outros acordavam as 5 da manhã com suas Naus e persistiam a cada erro. Era só schedular um brainstorm para estimular o team building na cultura organizacional deles, aproveitando o know-how do CEO, agregar valor ao business plan". “Sucesso” Europeu garantido.

Se detalha mais a revolta liderada por Spartacus do que a Revolta dos Malês. Para uma epistemologia pretensa a ser do Sul, acho complicado.

Cita problemas da África de hoje como epidemias, tragédia humanitárias, fome e fecha o raciocínio com a imigração do Africano para Europa (terra da salvação?) como opção de vida melhor. Fiquei desconfortável com a não racializaçao do problema, e a branquidade nisso tudo? e ausência do debate sobre desigualdade, capitalismo ja no embalo dessa parte do texto.

O Brasil “recebeu” 5 milhões de Africano...

Recebeu = sequestrou, manteve em custódia a base de tortura e obrigou a trabalhar numa dinâmica de castigo físico e psicológico. Estavam fora de seu território, não podiam professar sua fé e falar seus idiomas, privado de família e amigos. Não, não era o Enzo que trancou a faculdade de design na PUC pra curtir seu ano sabático e foi RECEBDO pela sua tia rica que tem uma escola de Yoga na Tailândia

O autor cita outros tipos de escravidão que é bem interessante, mas usa a mesma régua para a escravidão negra realizada pelos Europeus. Cita todo tempo que todas as raças foram escravizadas mas contextualiza fora timing.

Repete, exemplifica, detalha, relembra... do papel do negro na escravidão. Cita os reis, as rotas os valores, nomes... mas não contextualiza de imediato. Jogo estranho.

Em a Crítica da Razão Negra Achile Mbembe fala que dos séculos XV ao XIX homens e mulheres originários de África foram transformados em homem-objeto, homem-mercadoria, homem-moeda. Deixavam de ter nome e língua, aprisionados no calabouço para suprir a ambição do branco Europeu. A servidão foi assim racializada. O negro foi o elemento central na criação da plantation que foi uma das formas mais eficazes de acumulação de riqueza e um local de disciplina onde era autorizado a destruição do corpo negro. O racismo passa ser a tecnologia de opressão. Através da racialização sabe-se quais corpos podem ser hostilizados da forma mais bárbara possível. E foi tudo muito bem pensado, não foram experimentos aleatórios. A França após perder para Prússia em 1870 usou a colonização como a nova era de virilidade, a colônia seria o lugar de exaltação de sua potência e investiu-se pesado em uma pedagogia colonial era ensinado desde a infância que os colonos não eram cruéis e sim protetores pois os negros eram débeis.

O europeu DESABROCHOU apenas no final do século XVIII que sequestrar e torturar gente por dinheiro era errado. O termo desabrochar, achei conceito.

Pedro Claver o único santo católico fruto da escravidão passou 40 anos aguardando a chegada dos navios negreiros para descer aos porões para cuidar dos sequestrados. Michel Foucault em Microfísica do poder fala que cuidar de doente não tinha muito haver com doente, as pessoas os faziam para buscar redenção. O padre devia cuidar dos necessitados recém escravizados e depois comer comida feita por escravizados, dormir no quentinho com lareira cheio de lenhas cortados por escravizados, tomar banho com água carregada pelos escravizados...

O romântico relato do homem negro que fez o exame de DNA e vai conhecer os eus em Africa, uma vez lá pergunta ao Rei Africano como ele foi parar no Brasil. Senti falta de relatos tão emotivos de negros fazendo o mesmo em Europa.

África perdeu 22 milhões de habitantes em três séculos, mas o historiador John Thornton observou que o desbalanceamento entre o número de homens e mulheres foi compensado pela tradição africana de poligamia, a taxa de natalidade se manteve elevada, mesmo durante os períodos mais intensos de tráfico negreiro, permitindo que o contingente populacional fosse reposto gradativamente. Eu estava esperando o autor soltar um: Eles que lutem! Ta tudo de boa.

Em 2017 Emmanuel Macron afirmou que África tem problema civilizacional e criticou taxa de 7 a 8 filhos por mulher. O branco jogando a culpa pra o Africano

Tentaram por uma estátua de 4 metros da Rainha Catarina de Bragança no bairro do Queens em Nova Iorque e foram impedidos pelo movimento negro e movimento social. Catarina era escravocrata e homenageá-la em um bairro negro seria um despautério.

Rainha Jinga e seus feitos. Ela é colocada como uma mulher voluntariosa e arrematam que no final da vida foi uma pacífica e devota católica. No capítulo seguinte e dito que Jinga infernizava os Portugueses (ela negociava e resistia).

Beatriz do Nascimento já falava que o Quilombo se forma da necessidade humana de se organizar de uma forma específica e não da determinada pelo colonizador. Quilombo é uma estrutura social, e já estabeleciam suas lideranças que poderia ser o curandeiro, uma parteira. Fuga para ela está longe de ser movido pela incapacidade de lutar é antes de mais nada, decorrência de todo um processo de reorganização e contestação da ordem estabelecida. Dentro de um regime de escravidão, o Quilombo e seus correlatos são tentativas vitoriosas de reação ideológica, social, político-militar sem nenhum romantismo irresponsável. No capítulo sobre quilombo o autor até fala sobre isso, mas logo no início do livro ele define Quilombo como “redutos de escravos africanos fugitivos”.

Luiz Mott um homem branco gay usa a orientação sexual na tentativa descontruir a guerrialidade e força de Zumbi e o descreve como gay por ser possuidor de “temperamento suave e habilidades artísticas”. Eles não desistem.

As mulheres do povo banto tinham o corpo curvilíneo e de volume generosos e o autor manda observar o CARNAVAL DO RJ pra conferir. Nessa hora eu chorei de verdade. Olha a referência sexualizada, que falta empatia.

A sensação que me da é que se tenta passar que era tão lucrativo, que era praticamente inevitável e irresistível não sequestrar, matar, torturar, mutilar, queimar por dinheiro Até tubarões que foram o último jazido de muitos corpos de nossos ancestrais iriam sentir falta.

Danos físicos, psicológicos, crianças e grávidas torturada, mães assassinando seus filhos para protege-los da escravidão nos moldes do branco europeu, suicídios, homens negros mutilados, destruição da família e vínculos como tecnologia de poder, civilizações destruídas, genocídio indígena em toda a américa... Só quem tem banzo sabe.

Não sou historiadora e não refuto nenhum dado histórico do livro, falo do meu lugar de mulher negra leitora e a narrativa me incomodou.

Leitura cansativa.. Não recomendo para quem esta iniciando os estudos em relação étnicos raciais para auto conhecimento. Deve ser bom para trabalho escolar porque tem a coletânea de muitos dados e sao fáceis de localizar no livro.
Profile Image for Lea.
501 reviews84 followers
October 5, 2019
Eu achei esse livro uma bagunça. Não tenho nada contra Laurentino Gomes ser jornalista e não historiador de formação, gostei muito dos seus livros anteriores sobre o Brasil, mas infelizmente neste volume o autor parecia bem perdido.

O livro não tem ordem cronológica, nem geográfica. Vai e volta nos séculos, nos lugares e nas figuras históricas, conta a mesma coisa mil vezes em capítulos diferentes (eu acho que a história de que "Catarina de Bragança levou o chá para a Inglaterra" ele contou umas 5 vezes). Dá pra ver que ele fez muita pesquisa, mas faltou organização, coesão, uma narrativa.

Talvez seja porque eu estou bem familiarizada com a História do Brasil, mas eu também achei que o livro não trouxe novidades. Uma pena, esperei um bocado por esse livro e saí desapontada.
Profile Image for A. .
7 reviews1 follower
June 17, 2020
Mais uma visão branca sobre a história da Escravidão. Em muitos momentos quis desistir da leitura, devido a inserção da opinião política do autor em um livro que não se cabe tais comentários.
Os acontecimentos por muitas vezes são embaralhados e confusos, com a priorização em narrar fatos que demonstram a visão do autor, que é um homem branco. Um ponto que me chamou a atenção, por exemplo, foi a ênfase na escravização de negros pelos próprios negros por várias páginas e passagens e poucos comentários sobre a responsabilidade europeia pela destruição do continente africano como um todo por causa do comércio de escravos - o que pra mim é uma visão muito ignorante e que já foi usada incansavelmente em discursos da extrema direita brasileira.
Entretanto, o livro serve como um bom
resumo da história que aprendemos no colegial. Laurentino Gomes tem uma escrita inclusiva e simples, o que faz o livro ser digerível e de rápida leitura.
Infelizmente não tem nada de novo nessa pesquisa, mas ainda acho que vale a leitura para refrescar a memória.
Pra quem for ler, sempre mantenha o pensamento que essa não é uma história sobre a escravidão e sim a visão de Laurentino Gomes sobre o tema.
Vale a pena anotar as referências e estender a leitura para outros autores.
Profile Image for Ramiro Breitbach.
64 reviews4 followers
December 22, 2019
Muito bem pesquisado e uma boa introdução ao tema para o público em geral. Poderia ter uma outra revisada. Aquela história da Caterina de Bragança levando o chá pra Inglaterra aparece várias vezes, por exemplo
Profile Image for Lucas Iten Teixeira.
15 reviews5 followers
October 11, 2020
Excelente e necessária leitura. Além da novidade nas relações entre Brasil e África que pouco tivemos nas aulas de história, esse livro, junto com o A História da Riqueza do Brasil do Carlos Caldeira, traz a literatura acadêmica mais recente, com mais dados, mais bibliografia e menos narrativa.
Profile Image for Luiz da Motta.
55 reviews3 followers
October 17, 2019
A obra é uma viagem por um passado duro de encarar.

Durante a leitura, a gente alterna sentimentos de horror, náusea e revolta.

Vai ser difícil revisitar os monumentos coloniais com o encantamento de antes. Cidades inteiras com suas construções, história e personagens são, antes de tudo, registro de como aqueles povos foram trucidados pelo Brasil.

Impressionante o envolvimento de gente como Kant e o padre Antônio Vieira.

Num país que parece estar em ruínas no presente, pior é conhecer como foi o passado.

Foi um alivio ter chegado ao meio do livro, e encontrar o relato sobre a vida do jesuíta Pedro Claver, que viveu em Cartagena das Índias e se dedicou durante 40 anos a atender e confortar os cativos que chegavam nos porões do navio.

Trata-se daquele fio de esperança que confortava o sofrimento dos negros desesperados e que ainda serve para aliviar a alma de quem revira a história e não encontra luz.
Profile Image for Sami Eerola.
951 reviews108 followers
March 31, 2020
The definitive history of the Brazilian slave trade. This book was published partly as a reaction against the Brazilian far-fight propaganda trying to white wash the horrors of Brazilian slave trade.

So i was expecting this to be a left wing myth busting book, but this is a serious popularisation of resent discoveries about the history of Brazilian slave trade. The author takes a impartial and broad look on the slave trade, showing not just the Brazilian side, but also Portugal's and its African colonies. So the author explores how Africans and Muslims participated on the slave trade with the Portuguese and how the institution of Trans-Atlantic slave trade developed to the be the biggest slave trade in whole human history.

There are many notable historical characters in this book, African, Muslim and Portuguese kings and queens, soldiers, mercenaries and slaves. But there are no clear heroes and villains, just complicated people, products of their times.

The author approaches the reparation issue not, by casting blame to one party or another, but on who is still suffering from the effects of slave trade and who is not? That is the point that the Brazilian far-right want to obscure.

This is one of the best history books that i have read. It is at the same time passioned, but impartial. There is one truth, but it will only be clear if the facts are clear.
Profile Image for Amanda Lins.
3 reviews
September 2, 2020
Achei engraçado que o autor tenha se proposto a fazer um estudo sobre escravidão, alegando que todo brasileiro deve estudá-la a fundo, já que foi fundamental na construção de nosso país, mas entrega mais do mesmo e do que já é narrativa hegemônica há tempos: escravidão da perspectiva do escravista. Passa centenas de páginas relatando como a escravidão era um empreendimento arriscado, como fulaninho, cicraninho e fulaninho outro enriqueceram com o tráfico de escravos, como lucraram, como foi surpreendente e blá blá blá.

No final, ainda arremata com defesa de estátuas de escravistas, alegação de que a retirada delas é "severo julgamento, seguido de duríssima sentença, que provavelmente teria surpreendido e revoltado seus contemporâneos de quatro séculos atrás" (nesse ponto eu dei uma gostosa risada. Inacreditável o cinismo) e condenação do que ele chama de "movimento que ficou conhecido como politicamente correto'", numa clara tentativa de apagamento das lutas de diversos movimentos sociais e extenso número de contradições, colocando tudo sob o rótulo de "movimento do politicamente correto".

Eu teria uma lista enorme de outras críticas a fazer, mas aí eu passaria o resto do dia nessa resenha. Em suma: o livro é uma grandecíssima bosta, puro suco de abobrinha liberal. Perdi meu tempo, meu dinheiro e passei raiva. Não recomendo
Profile Image for Danilo Weiner.
266 reviews8 followers
July 6, 2020
Laurentino aqui fez toda a lição de casa por se tratar de um livro histórico numa temática polêmica. Primeiro enche o livro com fatos, números e testemunhais, depois porque procurar trazer mais de um lado em assuntos particularmente controversos, como a sexualidade do Zumbi dos Palmares ou o envolvimento da Catarina de Bragança com a escravidão. Mas talvez esse seja justamente a fraqueza do livro; você vai passando pelas páginas e alguma coisa o impede de se envolver mais na leitura, o que parece contraditório dado a força do tema.

Não teria uma solução para isso, obviamente não esperaria uma romantização de passagens ou de personagens em prol de algum ganho narrativo, mas me parece que o autor foi mais bem sucedido com seus recursos literários no 1808 (aqui também caberiam mil hipóteses). No fim, não sei se vou persistir na triologia...
Profile Image for Willy Robert.
128 reviews5 followers
September 8, 2019
O livro é excelente. Laurentino trata do assunto com uma sensibilidade inigualável. AS atrocidades cometidas contra os negros foram coisas inimagináveis para nós cidadãos do século XXI, e Laurentino nos conta essa história sem nenhum lenitivo, mas também sem nenhum sensacionalismo (o que evidencia mais ainda a maldade cometida contra os africanos escravizados). Leia, conheça essa parte sombria da história da humanidade.
Profile Image for Mangualde.
30 reviews1 follower
April 12, 2022
Laurentino Gomes investiga a fundo a história da escravidão, não apenas no Brasil, mas em suas raízes no mundo. Adentrando na questão da escravidão africana no contexto da colonização do novo mundo, apresenta aspectos como o envolvimento dos europeus, a participação dos próprios africanos, o transporte para a América, a comercialização dos cativos, o trato, as revoltas e a exploração dos escravos.

A pesquisa foi feita a fundo - inclusive com visitas à África e locais icônicos relacionados à escravidão na Europa - e a linguagem usada no livro, a exemplo das outras obras icônicas do autor, "1808", "1822" e "1889", é simples e fácil.

Livro indispensável para melhor conhecermos parte de nossas origens como nação.
Profile Image for Luis Brudna.
269 reviews16 followers
September 5, 2023
Excelente.
A parte sobre as disputas com os holandeses ficou um pouco confusa.
Profile Image for Marco Antônio.
23 reviews
October 15, 2021
Maravilhoso. Demorei muitas semana pra terminar, embora tenha apenas 440 páginas de conteúdo. Ele é de leitura fácil e altamente informativo, denso e extenso em história não só do Brasil, mas também da África e sua relação com a Europa. É apenas o primeiro volume de um total de três, mas pode ser lido como volume único no que se trata de desenvolvimento inicial do tráfico negreiro. Considero um livro essencial para qualquer brasileiro, entendendo assim a história de algo que está enraizado não só aqui, mas em diversos países. Há detalhes que por mais que já soubéssemos, são mostrados em detalhes e sob nova descrição que fazem toda a diferença, desde a captura, preparo e armazenamento de escravos para a venda, modos de tratamento, navios negreiros, relações comerciais, guerras, economia europeia, africana e americana ao longo dos primeiros anos da escravidão, até o fim do ciclo da cana de açúcar e início do ciclo do ouro em Minas Gerais. Simplesmente esplêndido.
Profile Image for Luciana Betenson.
271 reviews2 followers
December 21, 2020
Um capítulo da História do Brasil que precisa ser escrito. Quanto mais, melhor. Em muitos momentos desta leitura dá uma tristeza imensa ver gente sendo tratada e vista como coisas e números. Mas leitura necessária. Um combo perfeito com “Um defeito de cor”.
Profile Image for Fernando Paladini.
Author 4 books12 followers
May 24, 2024
Um bom trabalho jornalístico de descoberta e investigação de fontes, entretanto possuo ressalvas sobre: (1) o livro; e (2) o autor



(1) O Livro
O autor investiga e se aprofunda muito bem em dados, números, registros históricos de fontes primárias e secundárias, tem histórias e estórias curiosas e que nos surpreendem em alguma medida. Aparentemente o autor tenta ser imparcial e apenas um observador distante, sem viés, mas já é sabido que não temos como ser imparciais. A cultura e a sociedade que nos formou nos trouxe a ter determinada visão sobre um determinado tema. O zeitgeist de uma geração também deve ser levado em consideração em obras pretensamente (ou fingidamente) imparciais.

Acontece que, ao tentar não levantar advertências sérias sobre temas espinhosas, o autor acaba municiando visões mais ignorantes do mundo e da realidade - que encaram acontecimentos como um simples preto no branco, buscando versões da história para satisfazer suas visões de mundo. Ao pretensamente ser imparcial e "mostrar apenas os fatos", Laurentino Gomes acaba sendo parcial para o lado opressor. É como distribuir as ideias do Mein Kampf sem anotações destacando o contexto histórico, as distorções da realidade e os resultados desses pensamentos.

Fatos podem ser perigosos. Ao dedicar grande parte do livro à excravização dos negros pelos próprios negros, o autor passa uma mensagem. O autor tem certo cuidado com o tema, é perceptível, porém não é o suficiente para evitar uma interpretação equivocada dos fatos e justificar visões de mundo preconceituosas. Ao citar Zumbi e o pensamento dos negros do Quilombo dos Palmares sobre escravidão, não explica a motivação ou a motivação mais aceita para tal finalidade. Ao citar Gana Zumba, líder do Quilombo de Palmares, sem o devido cuidado histórico e pesquisa de fontes, acaba cometendo erros históricos, como por exemplo atribuir a morte de Gana Zumba à Zumbi, ou mesmo ao encarar Gana Zumba como um tolo que acreditou nos portugueses, ao invés de um líder com traços centro-africanos e com costumes que faziam sentido para o contexto cultural dos proprios quilombolas. Erro histórico, falha proposital, má fé ou inocência?

O autor deixa o leitor descobrir, mas sem os insumos necessários para uma visão completa e abrangente da realidade.


Ademais, o livro é muito bom, porém precisa saber lê-lo e interpretâ-lo.

(2) O Autor
Eu sempre escutei versões conflituosas sobre o Laurentino Gomes: bom jornalista, jornalista que se acha historiador, bom contador de histórias, falsificador da história, conservador defensor dos opressores, esquerdista, etc. Eu discordo da grande maioria dessas definições, mesmo porque muitas delas são antagônicas.

Fiquei apaixonado pela série 1822, que fala sobre o Brasil Império e o Brasil República. Gosto muito de como o autor conta as histórias e traz os fatos, de maneira leve e divertida. Ele faz com que você se apaixone por história do Brasil e queira pesquisar e entender mais sobre a nossa origem. Pra mim ele acaba sendo um excelente divulgador de história do Brasil, que cativa milhões, muito similar ao trabalho exercido pelo também jornalista Eduardo Bueno, o "Peninha". Tal qual como o Eudardo Bueno, falta um pouco de aprofundamento político de tópicos importantes (propositalmente ou de maneira não proposital).
Profile Image for Amanda Rocha.
14 reviews
December 30, 2022
O livro impressiona pela quantidade e qualidade de referências, percebe-se que realmente levou muito tempo e estudo para ser construído. Tive dificuldade em terminá-lo, o texto dá algumas voltas e tinha que reler algumas partes para me reencontrar. Meu pai, que gostava da narrativa de Laurentino e foi o antigo dono dos 1808 e 1822 que estão agora na minha estante, talvez lendo essa obra de identificasse para além do “não lugar” que sempre ocupou, de homem pardo, de ascendência negra e indígena, que não se reconhecia como tal.

Alguns pontos da narrativa, porém, me incomodaram, como chamar controversos personagens históricos, como Domingos Jorge Velho e Salvador de Sá de “notáveis” ou “extraordinários”, e o uso de termos como “mulatos” com naturalidade nos dias de hoje. Fora isso, considero um livro que me trouxe grande aprendizado.
Profile Image for Vania Nunes.
2,341 reviews51 followers
December 30, 2020
Livro com assunto difícil e - por que não dizer - ainda não resolvido, de uma nação que prega não ser racista, mas prova o contrário todos os dias com comportamentos e regras que põem o negro sempre numa posição de submissão.
Laurentino fez uma pesquisa longa e, creio eu, ele também deve ter se sentido mal a cada página escrita. Não tem como a pessoa ter coração e cérebro e não se sentir incomodada com a história desse povo sofrido.
Confesso, em vários techos tive que dar uma parada e buscar por ar, não dá para ler numa tacada só.
Segundo o autor, outros dois livros sobre o assunto virão.
Separa um lugar na estante. São documentos e mais documentos de vergonha que a história não pode - e nem deve (para que não se repita em séculos futuros) - apagar.
4 estrelas
24 reviews
December 27, 2023
Novamente, Laurentino Gomes dá uma aula de história de uma forma natural, trazendo dados, desmistificando alguns personagens da nossa história e trazendo relevância a outros.

Trata-se de um livro pesado, pois aborda um dos capítulos mais nefastos da história global e nos faz refletir um pouco sobre alguns comportamentos tão intrínsecos nos brasileiros. É preciso coragem para querer entender sobre o assunto, suas consequências e o mais importante: refletir sobre como podemos, ainda hoje, buscar uma reparação histórica.

Em virtude da leitura desse livro, também me fez querer saber um pouco mais sobre a minha ancestralidade.

Realmente, uma baita obra do Laurentino Gomes.
Profile Image for Monique Américo.
28 reviews
March 23, 2022
É um bom livro pra iniciar o tema, que foi como serviu para mim. Acho que se perde em alguns momentos, como chamar de políticamente correto a queima de estátua de escravagistas que vimos há pouco tempo e faltou um pouco de escrita mais crítica em momentos como a seção que descreve a escravidão pelos próprios povos da África. Mesmo assim, me trouxe MUITA informação que eu nunca tive ciência. Mérito do autor por fazer uma pesquisa bem extensa.
Profile Image for Edival Santos.
27 reviews
February 23, 2021
Adorei o livro. Excelente para entender o que foi a escravidão nas Américas e o papel dos Portugueses, Africanos e Brasileiros no processo. Também apresenta uma boa visão do que foi a escravidão ao longo da história. Podemos entender também qual a implicação desses quase 400 anos de escravidão no Brasil contemporâneo. Laurentino Gomes detalha tudo de forma simples, agradável mas ao mesmo tempo profunda.
Profile Image for Carolina Osmo.
1 review
August 18, 2021
Livro pouco fluído, os últimos capítulos são os melhores, para mim a parte mais interessante foi quando mostrou o que se sabe de Zumbi dos Palmares versus a sua história mítica. Não pretendo ler a trilogia.
Profile Image for Andre Abukawa.
223 reviews2 followers
May 23, 2021
Muito bom. Aprendi muito sobre este período trágico da história do Brasil.
Profile Image for Diego Pacheco.
163 reviews10 followers
November 5, 2021
This is a sad, awful, difficult, painful, inhuman part of brazil's history which the legacy was the structural racism in Brazil. This is not a lightweight book, you will read several shocking facts like sharks following ships because there were lots of deaths in the Atlantic(12M people died on the travel from Africa to Brazil), people being iron branded 5x, and other cruelties. Some authors said 50M slaved - some others said 3, 5, 15, or 20M, slaved. This subject is necessary for Brazil to grow as a nation and maybe one day become a more egalitarian and fair society. The author brings some interesting facts like slaved people actually mastered several technologies and were immigrants, highly skilled workers on diamond, gold, silver miners but also poets, musicians, blacksmiths, sailors, and much more beyond farmers.

The author also explains that slavery was a historical fact and it happened in all places but Brazil turned that into an industrial scale. Anachronism is also explained and the author calls out very explicitly that this does not change the fact that we need to fix this historical debt and find ways to improve things.

The author also calls out the *Brazillian way*(Jeitinho Brasileiro) by people not following laws and having a box of sugar with high-quality sugar on the top and low-quality ad the button. The church was in a very bad philosophical position. How Christian values could accommodate and be okay with slavery(Very good question). This is a good book - highly recomended.
This entire review has been hidden because of spoilers.
Profile Image for Mi.
14 reviews4 followers
May 3, 2020
Apenas acabo de ler Escravidão - volume 1, de Laurentino Gomes. Muito enriquecedor, apesar notar alguns leves resquícios de mentalidade “superior branca”.
A maior lição tirada (na verdade, apenas confirmada) é que Portugal tem uma dívida eterna com o Brasil, com a Africa em geral e com Angola em especial.
Infelizmente, a romantização da historia, ainda hoje, ensinada nas escolas; do espirito desbravador e aventureiro dos portugueses; ao invés do que realmente foi; sequestro, invasão, roubo, estupro, destruição e devastação, genocídio, e mais tantos outros crimes; continuam a serem disseminados e por isso hoje o Brasil tem um presidente que reencarna a mentalidade cruel do que Portugal levou para o Brasil desde o fatídico 21 de abril de 1500.
Obviamente, não podemos considerar todos os descentes diretos vis como seus antepassados, mas a historia precisa ser recontada corretamente e todo o mal causado ser exposto para que possamos compreender nosso presente e melhorar nosso futuro.
Me sinto muito honrada em ter nascido em 20 de novembro, dia da morte do Zumbi dos Palmares que se tornou o dia que celebramos a consciência negra.
Profile Image for Joaquim Pedro.
17 reviews
December 8, 2020
Um triste e urgente relato sobre o infeliz ponto de contato de todo brasileiro.

Com muito respeito à história dolorosa da escravidão, e com a qualidade da escrita jornalística, Laurentino nos oferece uma densa compreensão de todos os aspectos que tornaram a escravidão africana a mais perversa e arrasadora de toda a humanidade.
Profile Image for Hilton Betta Jr..
44 reviews
January 22, 2021
O livro é muito bom, discute a escravidão evitando julgar o período com os valores e visões de hoje, algo difícil de encontrar.

Entender a história da escravidão a partir da África, como tudo se organizou, seu viés comercial, a visão dos escravagistas, a participação ativa da igreja no processo, a importância de núcleos da igreja para os cativos e Palmares são alguns pontos que destaco. Muito difícil encontrar uma obra com este rigor científico para o público em geral.

Contudo, até mesmo pela natureza vasta e complexa do assunto, achei que este livro não teve um sequência “linear” como os demais sobre a corte brasileira. Em alguns momentos o livro tornou-se denso em demasiado. Desta maneira, recomendo a leitura em conjunto com outros livros. De certo tempo para que os capítulos sejam digeridos após a leitura.

Valerá muito a pena!
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