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Uma Duas

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Em seu romance de estreia, Eliane Brum - conhecida no jornalismo pela sensibilidade e força do seu texto - mergulha num novo, mas não menos delicado desafio: transformar em palavra a intrincada relação entre mãe e filha. De que material são feitos os laços que as amarram? Como é tecida a trama de ódio e afeto entre duas mulheres (des)unidas pela carne? Uma duas é um retrato expressionista tão dramático quanto nauseante que foge de clichês e eufemismos que costumam cercar o tema. Dotada de um humanismo visceral, a autora entrelaça os narradores do mesmo modo que o acaso embaralha integrantes de uma família numa teia de subjetividades.

192 pages, Paperback

First published January 1, 2011

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About the author

Eliane Brum

17 books186 followers
Eliane Brum é escritora, jornalista e documentarista. Uma das repórteres mais premiadas da história do Brasil, em 2021 recebeu o prêmio Maria Moors Cabot, da Columbia University, pelo conjunto de sua obra.
É idealizadora, fundadora e diretora de redação da plataforma trilíngue Sumaúma – jornalismo do centro do mundo, baseada na Amazônia, e colunista da seção de internacional do jornal espanhol El País. Publicou 9 livros e dirigiu quatro documentários.

Eliane Brum is a writer, journalist, and documentary filmmaker. One of the most highly awarded reporters in Brazil’s history, she received the Maria Moors Cabot Prize from Columbia University in 2021 in recognition of her body of work. She is the creator, founder, and editor-in-chief of the trilingual platform Sumaúma – Journalism from the Center of the World, based in the Amazon, and a columnist in the international section of the Spanish newspaper El País. She has published nine books and directed four documentaries.

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Community Reviews

5 stars
283 (40%)
4 stars
251 (36%)
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119 (17%)
2 stars
28 (4%)
1 star
16 (2%)
Displaying 1 - 30 of 93 reviews
Profile Image for Dafne.
124 reviews10 followers
September 14, 2020
Li "Uma Duas" há alguns dias, mas não tive coragem de avaliá-lo imediatamente. É um livro que exige um tempo para ser digerido e, mesmo assim, mal consigo articular agora o que senti durante a leitura. "Uma Duas" é uma daquelas obras que te abre e te estraçalha por dentro, mostrando um relacionamento tóxico entre mãe e filha que, apesar de ser extremo, não "demoniza" nenhuma das personagens. Muito pelo contrário, por meio da voz de cada uma, vamos entendendo o seu passado, seus traumas, motivos e ações, criando uma identificação entre elas e o leitor. Não é um livro que eu recomendaria para todo mundo (fica aqui o alerta de gatilho para automutilação, suicídio, infanticídio e maus tratos), mas para quem busca um livro visceral sobre o relacionamento tortuoso entre mãe e filha, duvido que exista algo mais perfeito.
Profile Image for Tânia Tanocas.
346 reviews48 followers
October 31, 2017
Por norma escreve-se e lê-se o lado bom entre o relacionamento de pais e filhos, este livro é uma (boa) excepção. Aqui não há metáforas bonitas para escamotear a verdade que se quer contar, não existe clichés de "viveram felizes para sempre", aqui encontramos a realidade tal e qual como ela é, ficando tão paranóicos e agonizados tanto ou mais quanto as personagens desde excelente livro.

Opinião completa aqui: http://baudatanocas.blogs.sapo.pt/uma...
Profile Image for H.A. Leuschel.
Author 5 books282 followers
October 18, 2019
A fantastic short novel by this Brazilian author about a conflictual mother-daughter relationship. With each chapter there is a new layer added to the two characters and their background story. It was original, dark and painful, yet also paced like a thriller. Highly recommended!
Profile Image for Caroline Gurgel.
259 reviews64 followers
Read
March 18, 2018
Sei que muita gente gostou, mas não consegui. Sabia que era pesado, e não foi esse o problema. Enfim, tentarei escrever o que senti (ou deixei de sentir)
Profile Image for Ema.
815 reviews82 followers
September 19, 2021
Que leitura agradável e simpática, só que não. A má relação entre uma mãe e sua filha, ou entre uma filha e sua mãe, é aqui exposta com todos os seus podres, defeitos, abusos e crimes. Não é o tipo de livro fácil de ler para quem vê como sagradas e intocáveis as relações familiares, especialmente entre progenitor/cria. Para meu espanto, à medida que a leitura avança, percebemos que não há vítimas ou abusadores completos, não gostamos nem queremos salvar ninguém... mas condenar também não. Ficamos apenas à margem a assistir à degradação de cada uma, sem nada poder fazer. Entendemos alguns porquês, mas nunca conseguimos desculpar ou defender um dos pontos de vista. Não estava à espera deste final fechado, mas, afinal, tenho de concordar, alguns demónios também têm direito à paz, como todo o ser humano que foi ferido e maltratado durante uma vida inteira.
Profile Image for Leninha.
154 reviews
April 28, 2015
Uma, Duas... tem uma narrativa forte, que mergulha no íntimo das relações entre mãe e filha. Fala de mágoas, traumas, decepções... faz pensar, refletir! Nunca tinha lido nada de Eliane Brum, valeu a experiência e nota-se que a autora põe o dedo na ferida, um livro emocionante que toca na alma!!Recomendo!
Profile Image for Bruna Prior.
28 reviews3 followers
June 14, 2016
Maria Lúcia e Laura. Mãe e filha. Uma Duas.
O primeiro livro que leio de Eliane Brum é também seu primeiro romance de ficção e me absorveu por completo. Trata-se de um livro indigesto, pesado, com descrições desconfortáveis, mas que levam a reflexões necessárias. A relação conturbada e por vezes doentia entre mãe e filha é apresentada ao leitor de forma crua, sem censura, sem os romantismos da maternidade e do amor incondicional que forçosamente parte do útero para toda a vida.
A narrativa é feita sob três pontos de vistas - o da mãe, o da filha e de um narrador em terceira pessoa - o que nos permite desconstruir muitas questões, pois quando as mentes perturbadas se abrem com sinceridade é possível caminhar rumo a empatia (ou não, dependendo do leitor). Mãe e filha se amam e se odeiam com a mesma intensidade, coexistindo e se anulando nesses sentimentos. Um relacionamento sustentando através de um cordão umbilical que não parece ter sido rompido, mesmo diante do ardente anseio pela separação que por vezes tangencia o desejo de morte. No decorrer do livro questões como abuso sexual e psicológico, o papel da mulher na sociedade patriarcal, depressão pós-parto, automutilação, matricídio e eutanásia vêm a tona enquanto as personagens se desenvolvem e se revelam profundamente ao leitor.
Eliane Brum certamente expões questões que a inquietam e que ultrapassam o senso comum, e isso já torna o livro ótimo. Para além do conteúdo, a autora tem um domínio completo da escrita e das palavras (a propósito, a duas personagens do livro tem uma relação bastante intensa com o ato da escrita), oferece uma narrativa rápida, intensa, construída com frases curtas e diretas. Certamente quero conhecer mais da autora em suas crônicas e reportagens.
124 reviews11 followers
October 26, 2024
Visceral. 🩸 Como a autora conseguiu trabalhar com profundidade os dois polos do cordão umbilical. Uma metáfora íntima e grandiosa, abarcante, da maternidade. Um dos melhores que li este ano.
Profile Image for Gi Marques.
69 reviews5 followers
November 6, 2014
Uma, Duas conta de Laura e Maria Lúcia, filha e mãe. Filha, criada com um amor quase odioso. Amor que cuida, mas afasta; que não fala, mas vê. Amor que se demonstra pela diferença do olhar. Mãe, que ama pelo que viu e por como foi vista. Mãe que protegeu e, por ter sido mal compreendida, chorou.

Laura é jornalista. Escreve pra que as palavras falem por ela. Escreve, porque esse é o jeito de arrancar o que dói - sem sangrar.


Maria Lúcia vive em casa, de uma aposentadoria deixada pelo pai. Casou-se e teve Laura - nome inspirado em um livro de Clarice Lispector que lhe chamou a atenção.

Laura nunca teve muito contato com os pais. Foi criada pelo silêncio de um pai ausente e pelo silêncio de uma mãe presente. Dormia na cama com a mãe todas as noites. Com o pai, mal conversava, mas amava por instinto e admiração. Sem palavras.


A vida acontece. Acho que este é o próximo passo ao falar sobre o decorrer deste texto. A vida acontece e, porque a vida acontece, Laura e Maria Lúcia precisam, depois de anos sem conversar, morar juntas no mesmo apartamento. A portas trancadas, janelas fechadas e sentimentos reclusos por palavras não ditas, vivem juntas, porque a vida acontece.

O decorrer do livro é instigante, incômodo e, no mínimo, perturbador. Não lia nada que me tirasse o fôlego há tempos. Não lia nada que me fizesse querer correr há tempos. Não leio nada tão bom há anos. Nada me surpreende tanto na prosa desde Eliane Brum.

Eliane Brum (romancista) foi a primeira coisa que me surpreendeu desde Eliane Brum (jornalista). E que surpresa.
Profile Image for Juliana Santos.
36 reviews1 follower
June 13, 2017
Eliane Brum se parece com Clarice Lispector do jeito ruim que autores contemporâneos se parecem com autores mais antigos.
Bem mediano.
Profile Image for Victória.
8 reviews2 followers
November 8, 2022
I connected a lot with the book. I chose to read it precisely because it talked about this kind of painful relationship. that kind of mother-daughter feeling that no one talks about, because mother-daughter relationships are always awkward. It's great to have a book that expresses exactly that conflicting feeling of anger, love, envy, pain, and hate.
the author is judicious with her words, she uses them very well, with dexterity, managing to accurately delve into the guts of this confusion. I loved the way it's written. the writing is amazing!
the book made me find myself more and understand my own feelings.
Profile Image for Fernanda.
129 reviews2 followers
June 27, 2022
“Talvez não seja culpa da minha mãe desta vez, de as palavras se enfraquecerem em mim. Este desejo de fora sempre me drena. É difícil saber como nomear cada coisa, e uma palavra nova desordena tudo. As palavras não são fáceis, pelo menos para mim. Preciso sempre fechar bem as pernas para que elas não me escapem deixando um vazio que não é silêncio.”


Boa história em personagens mal construídas. É difícil enxergar a mãe por trás de uma voz tão incompatível com a trajetória que a Eliane Brum criou para essa personagem. Só deu para enxergar a Eliane Brum brigando por espaço com as personagens. Lembrou-me o livro Ella, de Jennifer Thorndike, apesar de caminhos diferentes e da angústia do início ao fim em Ella, que em Uma Duas não passa de incômodo por ser mal resolvido mesmo.
Profile Image for Lacerda.
23 reviews
January 3, 2024
Que desconforto. De fato, senti tudo que deveria sentir e não sentir ao ler esse livro, literal e fisicamente. A escrita de Eliane Brum me tocou e espero conhecer mais trabalhos dela. Por enquanto, e provavelmente ate os últimos dias, seguirei com a mentira da luz, escondido no sol com meu próprio inferno.
Profile Image for Márcio.
682 reviews1 follower
August 7, 2017
Que livro da p***a! Em síntese, uma história de ódio entre mãe e filha e vice-versa, muito bem escrito, difícil, por vezes, por o livro de lado. Ótimo!
(Atenção: o Ministério de se lá o quê adverte que se trata de livro desaconselhado para quem gosta de gatos)
5 reviews
June 9, 2020
A autora aponta seus dez dedos e atira. Sem nenhum dó. E é maravilhoso por isso!
Profile Image for Nathani.
14 reviews5 followers
June 7, 2021
Esse livro me deixou completamente despedaçada. Terminei em uma noite e depois não conseguia dormir pensando em tudo que esse livrinho pequeno apenas de tamanho contém. É arrebatador, visceral, verdadeiro, íntimo e por vezes cruel. Laura e Maria Lúcia, duas mulheres, por vezes meninas solitárias e com infâncias conturbadas, mãe e filha, inimigas, uma única alma e até um único corpo. A relação entre elas é intensa e nos últimos anos distante. Mas um problema de saúde choca suas vidas cuidadosamente separadas novamente. Elas se odeiam e se amam e sentem repulsa e sentem como se fossem um só corpo, como uma benção ou uma maldição, ou os dois. A escrita de Eliane Brum me deixou extasiada, como pode alguém escrever de maneira tão fluida e franca? Não recomendaria esse livro a qualquer um, é uma narrativa que apesar de poética é forte e por vezes pesada e com cenas difíceis de digerir. Em certo ponto, a narrativa até então sobre o ponto de vista de Laura passa a ser guiada por Maria Lúcia: sua infância, sua fria relação com o pai, a ausência de uma figura materna e o início de seu relacionamento controverso com o pai de Laura. Gostaria apenas que houvessem mais cenas da infância de Laura assim como tivemos da de sua mãe. O final do livro é ao mesmo tempo agoniante e emocionante, vou ficar por um bom tempo pensando em tudo que li...
Profile Image for Gláucia Renata.
1,305 reviews41 followers
April 10, 2016
Alguns livros a gente começa lendo com uma espécie de obrigação de gostar. Por indicações confiáveis e por conhecer alguns escritos da autora. Mas preciso confessar que esse primeiro livro que leio dela foi uma decepção. Fico imaginando se eu (e vários outros leitores) o tivesse lido sem saber nada da autora. Uma desconhecida completa.
Narrado em primeira pessoa por Laura, jornalista que recebe a notícia que sua mãe, de quem tem estado afastada, encontra-se muito doente. A partir daí nos depararemos com a difícil e estranhíssima relação entre as duas e o sentimento de amor, ódio e dependência entre elas.
As personagens são muito difíceis, tive dificuldade em compreender a profundidade dessa relação meio patológica e não consegui me aproximar de nenhuma das duas. Faltou empatia.
O livro me pareceu melodramático, forçado, exagerado, artificial. Não me convenceu.
Quero conhecer outras obras da autoa, especialmente aquelas que retratam a vida de pessoas bem comuns. Como a gente mesmo.


Histórico de leitura


4% (7 de 176)

"A risada do braço. O sangue saindo pela boca do braço. Quantas vezes eu já me cortei?"
Profile Image for Kerry.
1,737 reviews76 followers
May 4, 2015
This is the disturbing, complex story of codependent abusers and victims. The changes in perspective and lack of punctuation or paragraph separation for dialogue might have made it a difficult read, but the writer and translator were able to make it coherent even without traditional cues.

Instead, it was difficult for a different reason--for the rawness that Brum brings to a damaged mother-daughter relationship, the source of the characters' behaviors, and the evidence of the cycle of abuse. Brum also offers criticism for society, which judges "bad" daughters who don't behave the way they are expected to towards their mothers and the pain that those daughters are forced to endure because psychological abuse and history are invisible.



Profile Image for Maitê.
764 reviews
January 4, 2015
I didn't like anything about this book, it was slow, pretty much nothing happened the entire book and the author was always repeating herself, I could barely read more than one chapter at once. The author felt the need to use a lot of fancy words for when the characters where describing their feelings and they came out like a bunch of empty words without meaning, it felt like she was trying too hard and the book suffers because of it.
Profile Image for Jonathan Mendonça.
37 reviews
December 24, 2025
A agonia de quem sente através da palavra (ou da falta delas) e transporta pro corpo. É como um body horror literário, que ficcionaliza a biografia de duas mulheres através da forma como elas expressam a dor de compartilhar um laço indivisível. Eu me contorci com os detalhes de suas sensações em cada página. Absolutamente ótimo.
30 reviews7 followers
September 28, 2014
Very melodramatic and exaggerated. I found the dysfunctional relationship between the mother and daughter unbelievable.
Profile Image for Lethycia Dias.
Author 6 books42 followers
October 13, 2019
Quando a mãe é encontrada em situação de abandono no próprio apartamento, Laura, uma jornalista que vive sozinha, precisa passar a conviver com a mulher que ama e odeia ao mesmo tempo, abrindo velhas e novas feridas.
"Uma duas" nos apresenta a história de uma mãe e uma filha em conflito, por meio de três narrativas diferentes: uma em terceira pessoa, com as interações de Laura com outras pessoas; outra em primeira pessoa, no manuscrito de Laura sobre como a mãe a feriu; e, por fim, outro manuscrito, com a versão de Maria Luisa, a mãe, sobre sua própria incapacidade de amar.
A escrita desse livro é crua e até escatológica, do início ao fim. Laura disfarça para outras pessoas a aversão que sente pela mãe, mas não a esconde do leitor. Não existem eufemismos, vergonha ou pudor, e somos conduzidos em três linhas de narrativas não-confiáveis, recebendo a possibilidade de confrontar cada uma delas. As palavras são um elemento bastante importante, não só pelos relatos, mas também pela dificuldade de comunicação das personagens.
Acho importante dizer que esse é um livro em que os julgamentos morais precisam ser dispensados. Julgar as personagens pelo que fazem de errado, consigo mesmas e uma com a outra, me parece uma leitura muito superficial. Mais importante é entendermos como cada uma se afunda no próprio mundo, e como é difícil sentir apenas amor ou apenas ódio, sem deixar que uma coisa se misture com a outra.
Em uma história curta, porém densa, Eliane Brum questiona o amor maternal e os laços familiares, abordando também depressão, automutilação e abuso sexual. É um livro duro, que apesar da pouca quantidade de páginas, eu li devagar, pesando a intensidade de significados em cada narrativa.
Displaying 1 - 30 of 93 reviews

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