A cognição estética é anterior a qualquer silogismo aristotélico. O pensamento estético evoluiu com o corpo humano tendo talvez origem no princípio das coisas, em Gaia, a deusa primordial que representa a Mãe Terra, a sofia ancestral do corpo humano. Cientistas cognitivos e neurocientistas vêm colocado abaixo antigas crenças idealistas acerca da hegemonia da racionalidade abstrata no pensamento humano. Hoje sabemos que o cérebro opera com milhões de biossensores internos e externos, com o objetivo de processar sinais aproveitados pelo inconsciente, em vista da sobrevivência e prosperidade do corpo humano. Ao fazer a gestão dos sinais colhidos pela percepção, o inconsciente, que ocupa 99% do cérebro, elabora os pensamentos e as ações que serão entregues à consciência, que decide segundo o aprendizado do indivíduo. Não é de hoje que vários pesquisadores vêm nos alertando para outras fontes de conhecimento disponíveis à humanidade, para além dos rígidos sistemas lógico-gramaticais da tradição pedagógica. Há muito mais recursos cognitivos em nossas percepções, sensibilidades e paixões, do que imagina o velho idealismo platônico.