Suzane Louise von Richthofen é uma lenda do mundo do crime. Em 30 de outubro de 2002, ela abriu a porta de casa para guiar os matadores dos seus pais. Enquanto dormiam, Manfred e Marísia morreram com dezenas de pauladas, desferidas pelo namorado de Suzane e pelo irmão dele, Daniel e Cristian Cravinhos. O crime abalou o país. Pela monstruosidade, a assassina recebeu dois o primeiro saiu do Tribunal do Júri em 2006, quando foi condenada a 39 anos de cadeia. A segunda sentença foi proferida pelo Tribunal do Crime, existente dentro das penitenciárias. A comunidade prisional não perdoa pedófilos, estupradores, nem filhos que matam os pais. A menina rica, branca e de cabelos loiros foi condenada. As mulheres sanguinárias do PCC receberam a missão de matá-la dentro da Penitenciária Feminina da Capital, ainda nos anos 2000. Esperta, extremamente manipuladora, Suzane sobreviveu. Este livro esquadrinha o caminho que a criminosa trilhou desde que foi presa pela primeira vez até o momento em que começou a sair da prisão. Para detalhar a vida da assassina, o repórter Ullisses Campbell realizou dezenas de entrevistas e mergulhou nos emaranhados universos do Direito Penal e da Psicologia Forense. A obra mostra uma Suzane que deseja se casar no religioso, virar pastora evangélica e que nutre um sonho agora revelado.
Apesar de algumas figuras de linguagem terem me causado arrepios de vergonha alheia ("sua beleza cheirava a pecado", "ficou estática feito o Cristo Redentor" e "gemia como se fosse parir", para citar algumas), a narrativa flui de maneira clara, tornando a leitura rápida e interessante.
eu não tenho nem vocabulário suficiente para expressar o tanto que esse livro é HORRIVEL!!!!!!!! que suplício foi terminar isso, eu cheguei ao final com dó da suzane de tanto nojo que eu peguei do autor. Se eu tomasse um shot cada vez que ele se referisse a ela como “a loira” eu terminaria o livro em coma alcoólico. esse homem, que teve a pachorra de se comparar com Gay Talese, acha que tem alguma moral pra chamar a suzane de egocêntrica, pífio.
Claro que um caso tão emblemático ao ser revisitado gera todo tipo de comoção, e com esse livro não foi diferente já que as pessoas erroneamente creditaram a autoria a própria Suzane (mesmo com o nome do autor bem destacado). O primeiro contato que eu tive com o livro foi em um post no twitter que citava trechos que pareciam saídos de uma fanfic, isso me incomodou ao ponto de eu desistir da ideia de ler, porém o livro praticamente caiu no meu colo e eu resolvi encarar. E sim, a leitura é fluida quando o autor não cai na tentação de colocar uns eufemismo bizarros e seguir por uma linha sensacionalista. O livro é repleto de humor involuntário (ou não). Como ponto positivo o enfoque da vida dos criminosos no presídio (quando não cai no ponto citado acima) e o breve relato dos crimes cometidos pelas pessoas que convivem com eles, acaba sendo a parte mais interessante (já que o crime em si ainda segue tão fresco na memória).
A leitura é fácil e agradável? Sim. O tema é fascinante? Sim. Mas alguns aspectos do livro são imperdoáveis.
Desde o prólogo, o autor se mostra extremamente parcial. Não faltam adjetivos e "mas note que"s. E para um livro que se propõe a ser algo entre o jornalismo, o direito e a psicologia, essa parcialidade me leva a, no mínimo, questionar o quão não-enviesado o autor realmente tenta ser.
Para resumir as minhas críticas: se um livro fala sobre "a mente criminosa" e se refere ao autor de um delito como "a parricida", "a criminosa", isso me diz com todas as letras que o autor não entende algo chamado "Direito Penal do fato". Quem diria, pessoas são mais do que um crime que elas cometem! E não coincidentemente, o nosso sistema penal pune FATOS. Essa ideia de punir autores, de consertar mentes criminosas, é um absurdo lombrosiano que me dói ver sendo propagado um século mais tarde. Se um livro insiste em conduzir o leitor a ter uma certa opinião de seus personagens, fazendo coisas como dizer "ah mas não se esqueça dessa incoerência aqui" em múltiplas ocasiões, isso me diz que ele tem uma agenda. Essa parcialidade não me soa coerente com os princípios do jornalismo. E, bem, tenho várias discordâncias com certos ramos da psicologia, especialmente a psicologia jurídica dominante. Mas talvez esse livro tenha acertado para essas correntes da psicologia: traçou um perfil subjetivo, fortemente atrelado a adjetivos ("egocêntrica", "superficial", etc) de sua protagonista. Uma pena que essa psicologia que sustenta a existência de um mundo preto e branco, com bom e mau, me pareça um absurdo. Portanto, para mim, foi apenas mais um defeito.
Acredito que teria gostado muito mais do livro se houvesse sido escrito por um(a) jornalista que realmente buscasse fazer um relato imparcial, mostrando os vários lados da história, e não insistindo em me dizer o que pensar ou, pior, sustentando lugares-comuns ultrapassados.
Fiquei muito curiosa para ler esse livro depois de ver uma conversa do autor no flow podcast. O autor elogiava sua obra, dizendo que não era ele que dizia que era bom e sim todo mundo que lia, e sim, é bom, mas acho que o autor poderia ter feito melhor se ele simplesmente não tivesse tentado fazer gracinhas.Me incomodou demais todas as frases bregas que ele usava, como por exemplo
“Foi impossível Daniel não reparar na beleza daquela ninfeta.”
“Sua beleza cheirava a pecado”
“aquela Lolita bela e rica para os padrões dele era um sonho impossível.”
“A princípio, Vinas correspondeu aos encantos de Suzane com a única intenção de passar uma mão de verniz em seu currículo de galanteador.”
Eu simplesmente parei de marcar as partes bregas pq já estava riscando o livro todo. Também me incomodou muito todas as vezes em que o autor queria se referir à alguém sem falar o nome da pessoa. ( aquela ninfeta, a loira, a lésbica… ) ele escreveu tanto “a loira” que eu já tava querendo gritar “o nome dela é Suzane” dei até graças na parte que ela pintou cabelo. Mas enfim, tem outros pontos que me irritaram na leitura, porém, tirando essas partes, a história do é bem interessante, foi bem pesquisado, só cagou mesmo na hora de montar o livro, tem partes do livro que são tão romantizadas que fiquei pensando se as coisas aconteceram daquele jeito mesmo ou era só o autor enchendo espaços com coisas para entreter o leitor.
Ufa! Não consegui deixar o livro até terminar, fazia um tempão que não terminava um livro em um dia.
O relato de Ulisses é rico em detalhes sobre a vida de Suzane e dos irmãos Cravinho após o crime, obtido através de conversas com pessoas próximas a eles, dentro e fora da vida carcerária. Os primeiros capítulos me causaram um estranhamento enorme, não sabia se ficava chocada ou intrigada com todos os detalhes. Revoltada, eu diria, com tamanha frieza e perspicácia da mandante do crime. Ulisses também nos traz um panorama da vida da família, relações familiares e dramas, até então, desconhecidos pelo público.
Interessante observar como a vida dos três mudou após aquele fatídico dia e o quanto Suzane não deixou de ser quem era e nem se arrependeu pelo que fez. Uma mulher extremamente inteligente que sobreviveu a todos esses anos no sistema graças ao poder de sua mente. Gostei de como o autor intercalou os capítulos e colocou algumas história paralelas de outros dententos na narrativa - casos que me causaram enjoo genuíno.
Já assisti a diversos programas policiais baseados no caso e diversas entrevistas de pessoas envolvidas nele de alguma maneira, senti falta de alguns detalhes neles contidos. Gostaria muito que um depoimento atual da amiga de Suzane na época, Amanda, que chegou até a visitá-la na cadeia, sobre o que ela pensa e ainda observa da vida da ex-amiga.
Vale a leitura para quem quiser saber os bastidores da vida da presa mais famosa de Tremembé. Belo e corajoso trabalho! Parabéns, Ulisses!
Livro muito bem escrito, riqueza de detalhes ímpar. Entretanto, isso pode vir a ser negativo, como quando o autor descreve diálogos de Suzane com quem quer que seja... não temos como confiar 100%. Algumas partes poderiam ser cortadas facilmente sem prejudicar o entendimento do livro. No geral é uma leitura dinâmica, que prende.
Gosto muito do estilo destes livros do autor. Já conhecia o crime mas para mim o diferencial destes livros é todo o background das “personagens” e de todas as outras pessoas que vamos conhecendo. Para mim que não sou brasileira também faz uma muito boa contextualização do Brasil, neste caso do sistema judicial e de prisões. A escrita é viciante, livro fácil de ler e rápido.
tenho que ler o cara escrever " 'o' travesti" em um livro de 2020. além de ficar usando adjetivos como "ninfeta" e "A LESBICA", "vestiu-se como homem". não importa o quanto muito do livro seja interessante, esses aspectos deixam um gosto ruim na boca; além de serem feitos inumeráveis juízos de valor tirados diretamente do datacool. melhore, ulisses.
É uma leitura interessante, a história é bem contada. Me pergunto até que ponto alguns diálogos realmente ocorreram como foram descritos. E existem alguns detalhes que incomodam como os adjetivos usados para se referir a Suzane e o uso de artigo masculino para se referir a uma travesti – em pleno 2020 se equivocar com isso é questionável e beira a covardia.
Livro normal com questões espirituais!? Temos! Enfim, eu li o livro Suzane: Assassina e Manipuladora do autor Ullisses Campbell. E sim! É sobre a Suzane von Richthofen.
Bom! Primeiramente: Tem muitos gatilhos. Se você for ou estiver sensível, nem chegue perto desse livro.
Segundamente: O caso em si nem é preciso comentar porque, creio eu, a maioria já conhece, não é mesmo?
Porém, existiram várias situações ao longo da narrativa onde apareceram questões espirituais, digamos assim.
A relação de Suzane com os pais sempre foi muito fria, assim como a maioria das famílias de origem alemã. Depois que começaram a planejar os assassinatos, a Espiritualidade ainda tentou uma humanização na relação mãe e filha. E quase conseguiu, porém, a obsessão e simbiose de Suzane com Daniel estava bem, infinitos, maior.
Outro ponto a ser comentado é a amiga Amanda. Espírita, sempre que pode ajudou Suzane, mesmo não achando correto e esteve ao lado dela enquanto fez algum sentido. Inclusive a mesma visitou a casa depois do crime e, por causa da sua mediunidade, "descobriu" os assassinos.
Depois do trágico ocorrido, outros fatos começaram a acontecer. Suzane, um dia já presa, se encontrou com a mãe e a mesma estava com a aparência final quando foi morta. Daniel também comentou que "sonhava" direto com o casal.
Além dos acontecimentos com Suzane, o livro também mostra histórias das presidiárias que passaram pelo caminho da protagonista ao longo desses anos. Um delas é Celeste, uma mulher que se tornou espírita dentro da prisão depois de ter matado e queimado o marido. A mesma, além de transmitir as questões espirituais de Allan Kardec, também fazia mediúnicas para auxiliar os espíritos amigos e também aquelas que necessitavam de algum carinho de parente desencarnado.
Aliás, o fator religioso é um assunto abordado no decorrer da leitura. Mostra, nas entrelinhas, o quanto ter uma religião é essencial dentro do presídio e a presença constante de autoridades das igrejas católica e evangélica.
O texto é de fácil entendimento e a leitura, como não poderia deixar de ser, pesada e constante. Para quem gosta de uma boa biografia criminal junto com questões espirituais é uma ótima pedida.
Sinceramente eu gostei mais das histórias das outras presidiárias do que os fatos com a própria Suzane. Mas né? Adoro conhecer o universo alheio, então, não conto muito. :P
Sou português e não conhecia esta historia. Este tipo de homicídios, embora horríveis, é relativamente comum em todos os lados. Nota-se que o escritor fez um magnifico trabalho de pesquisa sobre os acontecimentos do antes e do depois do horrível homicídio. Excelente forma como o autor caracteriza os personagens, sobretudo a sua personalidade mental. O livro esta muito bem escrito, altamente documentando. Adorei o estilo da escrita.
Peguei o livro para ler por curiosidade e logo na introdução o autor se compara ao Gay Talese. Me pareceu promissor. Só que não! A escrita é horrorosa, sensacionalista, claramente fantasiosa e bastante problemática (adjetivos como ninfeta para se referir a Suzane permeiam a narrativa). Dá até vergonha de falar que eu li essa porcaria, mas enfim, estou sobrevivendo a essa pandemia como eu posso, ninguém pode me julgar! rs
Even before finishing Chapter 2, I had the impression that the writer romanticized the tragic case. Despite the synopsis informing the book on official sources (and some not so much, apparently), narrative dangerously blurred the boundary between fiction and reality, like those sensationalist TV shows. During Chapter 4, I remained deeply bothered by the book's author's claimed omnipresence and omniscience. He wrote as if he had witnessed everything but had not. Was that literary journalism? I don't think so. The misogynistic, superficial, even erotic tone added nothing to the case's narrative but extreme sensationalism. When I read Chapter 5, I considered it interesting how the author highlighted that the delegate issued a value judgment in a national network when he (the author) made value judgments throughout the book. I had doubts about the editorial quality of the book during all the reading. In Chapter 7, I was perplexed by the dangerous line between fiction and reality. On one side, dialogues whose sources were not revealed; on the other, reproductions of sentences without explanations of technical terms for the general public. In Chapter 10, the author's writing and the crime's brutality sickened me, as he (the author) seemed to employ a literary style that he did not master. Sometimes narrative pimped it out, sometimes it was far-fetched (legal passages), and most of the time, it was pedantic. What was the need to use the term "nymphet"? There was also an ironic, homophobic, and chauvinistic tone that disqualified the narrative. In conclusion, I was horrified by this book, both by the crime's brutality and the author's sensationalism and dubious writing quality.
Leitura interessante e fluida, porém a forma da escrita assemelha-se mais a um romance do que a um livro de cunho jornalístico. Algumas figuras de linguagem realmente foram de péssimo gosto, mas o livro não é de todo ruim. As histórias dos criminosos dentro da cadeia, de seus romances e dos passados de seus colegas foram uma boa adição. Consideração final: o jornalista fez um ótimo trabalho investigativo, mas o formato de "fanfic" prejudicou um pouco a credibilidade da narrativa.
Não sei nem por onde começar de tão ruim. Situações fantasiosas, sem nenhum embasamento e sensacionalistas. Escrita péssima, o tempo inteiro Suzane sendo referida como “a loira famosa”. Além disso, várias vezes sentimos machismo nas entrelinhas, além de transfobia e lesbofobia. Graças a deus não gastei um centavo com isso e baixei. Pra quem estiver interessado no assunto, o livro da Ilana Casoy é ótimo.
Achei o livro excessivamente dramático e sensacionalista. Muitas vezes parecia que o objetivo do autor era mais formar uma personagem do que realmente contar a história. Mas, de qualquer forma, achei o livro fácil e agradável de ler.
A obra de Campbell se diz ser de cunho jornalístico, mas beira ao sensacionalismo exacerbado. Durante a leitura, fiquei em dúvida sobre grande parte das informações “reveladas” por ele como verídicas. Com certeza faltou bom senso por parte do autor ao relatar um crime tão hediondo.
Pelo menos o livro consegue entreter e prender a gente na leitura (...)
O livro tem uma escrita fluida, mas a escolha de certas palavras me incomodou em alguns momentos. Também achei que esse livro iria ser voltado mais pro psicológico de Suzane, o que só veio no último capítulo