O mais horrendo dos crimes: o massacre de inocentes. Um romance de factos verídicos.
Julho de 1772. Na Casa da Suplicação, em Lisboa, agitam-se as hostes perante ruas fervilhantes de um povo acicatado pelos terríveis actos cometidos por uma assassina. Luiza de Jesus é acusada de ter assassinado 33 crianças, expostas na roda da Misericórdia de Coimbra. O que pode ter levado uma jovem mulher a matar impiedosamente inocentes? Quem é ela afinal? Estas perguntas desassossegam o espírito do intendente Pina Manique, seu julgador. Deambulando entre Lisboa, Coimbra, Figueira de Lorvão e até a Galiza, será possível encontrar respostas? Tradição e mística milenar poderão, afinal, coexistir? Um romance histórico de intensa emoção, baseado em factos verídicos: aqui, as nossas convicções sobre verdade, mentira, miséria e ostentação são postas definitivamente à prova. Os horríveis e sanguinários pormenores da execução pública desta assassina serão suficientes para que a «memória de semelhante monstro» não desapareça?
Conseguimos viver a emoção do crime, a emoção da população e de tudo o que aconteceu naquele dia. É um livro que revela os pormenores acerca do que realmente aconteceu e qual foi a história da última mulher a morrer em Portugal, quais eram os crimes que ia responder, qual foi a reação da população na altura e tudo o que procedeu à sua condenação e morte. Tem cópias do acórdão real de Luiza, da sua condenação, o que torna tudo mais interessante. Apesar de estar bem estruturado, as palavras escolhidas, típicas daquele tempo, não tornaram a leitura fácil. Por um lado tornou-se interessante conhecer algumas expressões utilizadas mas por outro tornou um pouco cansativa a leitura porque tinha que estar sempre à procura do significado daquelas palavras.
A "Assassina da Roda", de Rute de Carvalho Serra, é um romance histórico denso que retrata o século XVIII em Portugal, centrando-se nos crimes de Luiza de Jesus. A narrativa integra figuras como o intendente Pina Manique, criador da Casa Pia, e explora as reformas sociais da época. A escrita, complexa e repleta de termos antigos, enriquece a autenticidade, mas torna a leitura mais lenta.
Já há algum tempo que não me entusiasmava assim a ler um livro. Não é só a história. O que é que faz um bom livro? Este está magistralmente escrito, à antiga, como eu gosto. Uma profusão enriquecida de palavras, muitas já perdidas no tempo das coisas. O detalhe e o rigor histórico, o mistério escondido à espreita no medo subterrâneo do oculto, a reflexão ética às turras entre o castigo e a compreensão. O que é a Justiça? A Assassina da Roda não é só a história romanceada da última mulher condenada à morte em Portugal, numa época em que os romances históricos (com mais romance e menos história) saltam estantes-fora por essas livrarias. É uma belíssima obra de arte no género. Fui-me sentar em frente à casa do Intendente, em Lisboa, imaginar a conversa por trás dos reposteiros que, um dia, lá estiveram.
O tema é interessante e história bem estruturada. Gostei mesmo de saber mais sobre Luiza de Jesus. Ficou uma pergunta no ar e que nunca se vai saber ao certo: "porquê?".
Contudo, apesar de perceber a intenção, o vocabulário utiizado dificulta a leitura, especialmente no início do livro. Tornou a leitura cansativa porque tinha de estar a ver o significado das palavras. Chegou uma altura que já passava à frente porque estava constantemente a interromper a história e acabava por perder o fio à meada.
A comprehensive and imaginative tale centered around the last woman to be sentenced to death in Portugal. Being from the same small village as this woman, I have always been fascinated by this case. Although the author takes quite a few liberties in the recreation of the assassin's life, and a bunch more unnecessary explorations of Lisbon's bourgeoisie, it is a dry, objective and I'll admit sometimes emotional book.
Baseado em factos verídicos, é um livro bastante informativo sobre a realidade da roda dos expostos. Todos os atos macabros evidenciados ao longo do romance histórico acabam por ser fruto de uma sociedade debilitada que necessita de fazer escolhas para sobreviver.
eu adorava a premissa, mas senti que além de acabar por não ter o foco que devia na história exata da luiza de jesus, o palavreado caro (e as “traduções” só no fim do livro) estragou a possibilidade de uma leitura fluída.