O Sedutor Do Sertão

by Ariano Suassuna

Escrito entre 7 e 30 de março de 1966, "O Sedutor do Sertão ou O Grande Golpe da Mulher e da Malvada" surgiu de um convite recebido por Ariano Suassuna para levar uma história sua às telas de cinema. O filme, no entanto, acabou não se realizando por falta de verbas e o texto foi parar na gaveta de inéditos até 2020, quando foi publicado pela primeira vez. A narrativa, escrita durante a criação do "Romance d'A Pedra do Reino" (1958-1970), não à toa apresenta vários pontos de contato com a obra-prima do autor, a começar pelo protagonista, o anti-herói cômico Malaquias Pavão, irmão bastardo de Pedro Dinis Quaderna. A ideia para o mote do enredo é retirada de uma passagem de "Os Sertões", de Euclydes da Cunha, a quem o livro é um golpe para enriquecer contrabandeando cachaça. À diferença do clássico euclydiano, porém, o texto de Suassuna carrega nas tintas do humor, apresentando o riso como uma forma de escape de nossas recorrentes mazelas políticas.

248 pages, Paperback

First published March 30, 1966

About the author

Ariano Suassuna (born João Pessoa, 1927) is a Brazilian playwright and author. He is in the "Movemento Amorial". He founded the Student Theater at Federal University of Pernambuco. Four of his plays have been filmed and he is considered one of Brazil's greatest living playwrights. He is also an important regional writer doing various novels set in the Northeast of Brazil. He received an honorary doctorate at a ceremony performed at a circus. He is the author of, among other works, the "Auto da Compadecida" and "A Pedra do Reino". He is a staunch defender of the culture of the Northeast, and his works deal with the popular culture of the Northeast.

Reviews

[Maitê · Rating 3 out of 5]

Uma delícia de ler esse roteiro em formato de livro, de romance. Conta uma história muito nordestina, de muita familiaridade, inclusive ao contextualizar conflitos históricos. Enfim, Ariano sendo Ariano, engraçadíssimo e politico.

[K · Rating 5 out of 5]

GTA Brasileiro
Quando teremos obras derivadas desse rico universo nordestino? Personagens marcantes, esquemas mirabolantes, o que mais falta? Falta o brasileiro ter mais orgulho do que produz isso sim!

Ariano Suassuna, o Shakespeare do Sertão!

[Marcus Gasques · Rating 5 out of 5]

Ariano Suassuna deixa muito evidente sua admiração por
Miguel de Cervantes ao levar para o sertão do nordeste brasileiro uma “adaptação” de Dom Quixote.

“O sedutor do sertão” traz as aventuras da dupla de cavaleiros, de ideais bem menos nobres do que seus inspiradores ibéricos, porém com o talento do escritor a serviço de uma narrativa envolvendo política, trapaças e romance temperada com muito humor.

Publicado pela Editora Nova Fronteira, a obra traz ilustrações de Manuel Dantas Suassuna, filho de Ariano.

[Carlos Gonzaga · Rating 4 out of 5]

Ariano segue com seu humor politizado, aqui mais do que nunca, aborda a polarização política da Paraiba em 1930, o messianismo dos Canudos e o jeitinho brasileiro num único espaço, os personagens são 2 amigos mascates/feirantes que vivem dando miguelagens, eles são o Chicó e João Grilo em situação de MEI, cruzando estradas e se livrando de vaqueiros, policiais e militares até a encomenda final que acaba da forma mais suassuna possível

[Ester Suassuna · Rating 5 out of 5]

Livro inédito de Suassuna, escrito na década de 1960 para virar um filme, terminou guardado nos arquivos do escritor. Leitura leve e rápida, em que acompanhamos o cavaleiro contrabandista Malaquias Pavão. Os leitores de Suassuna não devem perder a oportunidade de voltar a rir com esse mestre, que, através riso, nos lembra dos perigos da polaridade política a partir do exemplo da Guerra de Princesa, episódio de luta e segregação na Paraíba de 1930.

[Jean Martins · Rating 5 out of 5]

"- Se a briga é do verde com o encarnado, que é que vem o azul a fazer nesse meio?
- O azul tem a vantagem de mostrar a todo mundo que a gente é neutro. Não é nem o verde do Coronel José Pereira, nem o encarnado do Doutor João Pessoa. Assim, quem encontrar a gente na estrada, vê logo que a gente não tem nada com a política.
- Se o povo está exaltado como o senhor diz, ninguém vai querer que a gente seja neutro.
- Por isso mesmo é que vamos usar os mantos. Você não está vendo que, para a neutralidade, bastava a gente andar como sempre andou?
- Mas o senhor escolheu um azul meio esverdeado!
- É preciso contrabalançar nossas botas vermelhas. Esse azul vai servir de azul mesmo para a Polícia e de verde para os cabras de Princesa."

[MARCONI Urquiza · Rating 5 out of 5]

Neste livro se tem duas artes. A da escrita e do humor, e a das ilustrações.

É um livro muito bom. Uma história divertida, gostosa de se ler e com uma linguagem que a leitura flui. Sem esgotar os nossos nervos com tensões sem fim.

[Carla Parreira]

Escrito em 1966, apesar de nunca ter se tornado um filme, foi publicado em 2020. O protagonista, Malaquias Pavão, é um contrabandista carismático que vive em um contexto histórico da Paraíba em 1930, durante a Revolta da Princesa. A narrativa explora a dualidade política da época, onde as cores das roupas simbolizavam lealdades políticas, refletindo questões contemporâneas do Brasil. A obra de Suassuna, com seu ritmo regionalista e influências do cordel, traz à tona temas de moralidade e heroísmo, mostrando personagens complexos. A polarização política é um dos eixos centrais da narrativa, permeada por humor. Malaquias Pavão, o protagonista, é um personagem astuto que busca agradar a todos, mas enfrenta dificuldades devido à intensa divisão política da época. Ele se veste de azul, tentando se manter neutro, mas frequentemente precisa usar sua eloquência para convencer as pessoas de que está ao lado delas. Sua habilidade em negociar contrabando de cachaças e garrafadas é marcada por situações cômicas, onde ele se apresenta como um milagreiro, atribuindo poderes divinos a seus produtos, o que aumenta sua popularidade. A história também apresenta Silviana, a mulher mais bela da região, por quem Malaquias é apaixonado, apesar de ela ser casada com Sinfrônio, um homem astuto que busca tirar proveito da situação. O melhor amigo de Malaquias, Miguel, desempenha um papel importante como seu fiel escudeiro, trazendo humor à trama com seu jumento e os nomes inusitados que dá a ele, o que pode ser interpretado como uma crítica social. Miguel serve como uma "escada" para as piadas de Malaquias, semelhante à dinâmica entre os personagens de comédias clássicas. Além disso, a obra possui elementos musicais que expressam as emoções dos personagens, complementando a narrativa que é contada através das ações, sem acesso aos pensamentos internos. O narrador onisciente se diverte com as situações, e a história termina de forma que sugere uma continuidade, deixando o leitor curioso sobre o futuro de Malaquias. O livro é ilustrado por Manuel Dantas Suassuna, filho do autor.

[Cecília Lorca · Rating 5 out of 5]

Como não abrir um amplo sorriso ao ler uma obra do irreverente Ariano Suassuna? É impossível!



O Sedutor do Sertão é um desses casos. O romance heroico e picaresco, cômico e inteligente, nos conduz a um mergulho nas páginas repletas de sabedoria sertaneja e regadas à peripécias e peraltices.



O protagonista deste livro é Malaquias Pavão, cheio de vigarices, um anti-herói, e apaixonado por Dona Silviana, a dos braços brancos, que por sua vez é casada com Sinfrônio Perigo.



São tantas estrepolias e traquinagens que não dá para contar em pouco tempo; por isso sugiro que leia o livro e perceba o quanto Suassuna é magnífico por ter escrito esse livro em menos de um mês.





Eu sou Cecilia Lorca, professora aposentada e escritora apaixonada!

[Ana Paula de Sá · Rating 3 out of 5]

This book is interesting to reflect on the historical context of the development of the Brazilian Northeast and the cangaço. The main character, Malaquias, is ingenious, determined, and fearless. He does everything to get the woman of his dreams, he deceives others and courts her in front of her husband. The story is funny, but not one of Ariano Suassuna's best. Nothing compares to Auto da Compadecida.

[Aliene · Rating 5 out of 5]

De humor singelo e ritmo gostoso, é uma história excelente pra acompanhar uma noite insone e começar bem um ano

[Mariza · Rating 4 out of 5]

Suassuna sempre divertido

[Uanine Oliveira · Rating 5 out of 5]

acho que nunca existiu um homem no brasil que conhecia tanto as palavras, as letras, os jeitos fe falar como suassuna

[Waldir F. Reccanello · Rating 4 out of 5]

Que livro delicioso de se ler, bons e ricos senhores e belas senhoras a quem só peço que me amem! Com um pouquinho de imaginação a gente consegue ouvir nas falas dos personagens as vozes de Chicó e João Grilo, aqueles dois cabras mais feios que briga de foice, e, da mesma forma, é fácil rir de e com suas malandragens, estripulias e seus planos mirabolantes, sempre intentados como arma e "vingança" contra a opressão das "autoridades constituídas" e a dureza da vida imposta pela natureza agreste que só a gota serena!
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Exceto pel"O auto da Compadecida", não conheço a obra de Suassuna, mas sei que uma de suas motivações sempre foi retratar o sertanejo e sua vida de uma forma alegre e orgulhosa! E ele consegue!