Farsa barroca y obscena en torno a un sátiro sexagenario, fanático de los placeres carnales en todas sus disciplinas y modalidades. Al hilo de sus confesiones iremos conociendo a sus mujeres y sus camaradas, una jovial cofradía de pícaros para los que la búsqueda del placer es la más alegre de las fiestas y la más dichosa de las metafísicas
Hilda de Almeida Prado Hilst, more widely known as Hilda Hilst (Jaú, April 21, 1930–Campinas, February 4, 2004) was a Brazilian poet, playwright and novelist, whose fiction and poetry were generally based upon delicate intimacy and often insanity and supernatural events. Particularly her late works belong to the tradition of magic realism.
In 1948 she enrolled the Law Course in Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo(Largo São Francisco), finishing it in 1952. There she met her best friend, the writer Lygia Fagundes Telles. In 1966, Hilda moved to Casa do Sol (Sunhouse), a country seat next to Campinas, where she hosted a lot of writers and artists for several years. Living there, she dedicated all her time to literary creation.
Hilda Hilst wrote for almost fifty years, and granted the most important Brazilian literary prizes.
Um dos livros mais engraçados que li. Por ter demorado até os vinte e sete anos para pôr os olhos em qualquer livro de HH, estou buscando a redenção espiritual através do autoflagelo com um par de consolos e um rabanete, como talvez seria aprovado por essa autora tão inteligente, ácida e escrota no melhor dos sentidos. A ler, sem tardar: tudo que eu encontrar dela.
Grotesco e escrachado como se espera pelo título, mas também sutil, engraçado e profundo. A profundeza exuberante de um cu, como diria Crasso, narrador dessa história que se parece menos um romance e mais uma antologia de aventuras e desventuras sexuais. Atravessando do ensaio literário (hilários quando ocorrem, gosto quando falam mal do Ezra Pound, mas fazer isso com elegância e a insanidade de um conto erótico-absurdista é algo que evidencia a originalidade da escrita da Hilda) ao gênero epistolar e a poesia, esse livrinho tem toda a dimensão escatológica do desejo. As pulsões descritas são sexuais, mas também aniquilantes, a maior tara de todas é pela morte, pelos limites da vida. Além disso tudo é também uma banana pro mercado editorial, é possível sentir a total frustração da Hilda com o descaso do mercado e o preciosismo dos editores. Nesse sentido é preciso dizer que a introdução de Alcir Pécora parece ignorar essa frustração de Hilda, a escrita maçante e academicista do seu texto é desestimulante, talvez interessante para eruditos da literatura, eu como um mero mortal me basto rindo com a chacota da Hilda usando estrutura do teatro grego para fazer piada chula.
hilda com mais uma narrativa sublime, envolvente e com uma criatividade que nos espanta. livro que trás muito riso e agonias, até algumas alfinetadas. prato cheio psicanalítico, principalmente quando relacioando ao desejo e relações parentais. apesar de temática pornográfica o livro vai além, há posicionamento político, reflexão sobre o que é ser brasileiro e o peso de nossa nação.
vocabulário que fascina, riqueza de sinônimos tão bem estruturados que nos entregam o significado.
é uma afronta aos escritores, leitores, intelectuais. ironia em sua mais fina prática.
imagino que ela deve ter rido horrores escrevendo esse livro, como ela mesmo diz em suas entrevistas. achei um arraso ela mandando uma direta pro mercado editorial que a indignava.
Enfim... apenas LEIAM HILDA, sua prosa é indescritível e uma explosão de sensações pra quem lê.
...tudo bem, Líria, mas o que é que uma caceta pode ter de tão diferente da outra, claro, a não ser comprimento e grossura? ah, meu caro... diferenças sutis, temperatura, pulsação, resistência. cor. cor?! sim senhor! há cacetas abatidas, da cor de aspargos. e o professor com tudo isso? o professor com tudo isso é que na hora da cama eu lhe dizia: meu caralho russo, lembra-te do Homem, fica inigualável, fica. e ele ficava? claro! inigualável, frenético, discursivo, profundo, você não imagina, o Gutemberg chegava até a fechar o olho esquerdo nessa hora. ??? o Homem tinha um tique insinuante: fechava às vezes o olho esquerdo. Nos grandes momentos de dialética. curioso. Curioso. Olhei o meu pau. Estava murchinho. Tentei fechar o olho esquerdo mas não aconteceu nada.
Levou uns cascudos da polícia e entrou com Clódia no camburão, apesar dos meus protestos. Eu estava alarmado, ela sorria: "fica frio, liebling, coelhinho, tudo se arranja, tem suco de orquídea na geladeira, e pato e brotos de bambu e amêndoas e...". Quando fui procurá-la na delegacia disseram-me que tanto insistiu em ver o pau dos tiras que mandaram-na para um hospício logo ali.
No meio de agosto, eu fui à biblioteca da minha cidade procurar algo novo para ler depois de renovar minha carteirinha – e depois de tanto tempo sem ler os livros de lá. Eu estava atrasada para ir à dentista, tinha apenas alguns minutos, então meus olhos corriam apressadamente por entre as prateleiras da biblioteca municipal. Foi então que vi esse livro da Hilda, e soube exatamente qual seria minha próxima leitura.
Acontece que esse não foi meu primeiro contato com a obra hildiana. No semestre passado, conheci Hilda Hilst através da disciplina Introdução aos Estudos Literários I. Eu e meus amigos apresentamos um trabalho no qual falávamos sobre essa impecável mulher. Foi o melhor trabalho da minha vida, aliás, que posso comentar num post mais tarde.
Contos d’escárnio/Textos grotescos é uma obra que causa estranhamento quando se começa a ler. Pois trata-se exatamente do que o título fala. A obra é narrada por Crasso, personagem chulo que logo no início da obra faz uma crítica ao mercado de livros de baixa qualidade presente naquela época (a primeira publicação do livro foi em 1990): “Ao longo da minha vida tenho lido tanto lixo que resolvi escrever o meu” .
Dessa forma, como objetivo de criticar o modo como nosso país celebra o baixo nível, Hilda cria uma obra baixa, suja e tão medíocre quanto. Crasso narra suas memórias mais grotescas, seguindo em forma de sátira ao mercado que produz “lixo” como único objetivo o lucro. É importante para refletir até onde o capitalismo interfere em nossa cultura – no caso, literária. Merece um post falando somente sobre isso.
Mas o que mais impressiona na obra, na minha experiência de leitura, é a forma como é narrada. Descontínua e desconfiguradamente, Hilda escreve uma narrativa que ora é lírica, ora é poesia, ora é carta, ora é teatro. Hilda coloca diversos gêneros literários dentro de um livro só, em que ora as personagens abordam suas confissões baixas, ora fazem críticas.
Desse modo, o livro mostra-se importante para quem deseja conhecer o estilo de Hilda. A autora sabe usar e abusar das palavras, sabe explorar gêneros e estilos de escrita. Eu ri muito com as declarações de Crasso e devorei o livro em um dia. Mesmo que o propósito dessa obra seja fazer críticas ácidas, a leitura é leve e prazerosa. Li no trem, rindo e fazendo caras e bocas de surpresa (Crasso fala cada coisa que o tempo inteiro eu ficava no trem com a paranoia de que alguém pudesse estar lendo comigo e pensando “que diabos essa menina tá lendo?”), me divertindo muito. A leitura vale super a pena! 😉
Confesso que conheci Hilda Hilst quando a editora Globo lançou ebooks a preços baixos e comprei por curiosidade. Este livro foi o segundo que li dela e sou uma admiradora. O texto não linear tem o ritmo dos pensamentos e a autora nunca perde a oportunidade de ser sarcástica. O texto faz uma critica a má qualidade da literatura que se espalha por aqui, da porcaria estrangeira que consumimos e do próprio Brasil "bandalho". Fazia tempo que um livro não me fazia dar tantas risadas.
Enquanto o caderno rosa provocou mil questionamentos em mim e na maioria dos seus leitores, esse não provocou muita coisa. E me fez pensar que talvez eu não goste mesmo do tipo de provocação da HH.
This is my first Hilda Hilst’s book. Well, I don’t know if I started by the right one, because my overall feeling was shock. I didn’t know previously but this is the second book of an erotic triology and the title describes well its content: grotesque texts told by Crasso, the narrator. But at the same proportion that I got shocked, I laughed a lot, because the writing is extremely funny. The way Hilst uses the language is original, well worked and defies all literary concepts. After reading the book, it was important for me to research more about the author and her work. These erotic texts are the way Hilst found to criticise the editorial market and how we think here in Brazil. For her, writing for selling purposes is the real pornography. Also, it’s a book full of links to other texts, especially to the Classical culture, and this made me question myself: why am I shocked by reading Hilda Hilst, but was not shocked by reading Catullo or Lawrence? It is definitely not a book among my liked ones, but it made me want to read more books by the author.
Como diabos alguém traduz um livro tão brasileiro como este para outras línguas? Se você não for brasileiro, dificilmente entenderá este livro. Isso me faz pensar o quanto se deve perder ao ler traduções em vez do texto original. Sem contar que há todo o fator cultural do país de origem do escritor, que muitas vezes não nos é familiar (países de língua inglesa, talvez, sejam exceções hoje em dia, graças a gigante influência americana e britânica). Mas só talvez.
If you're a foreigner, before judging this masterpiece of a book, try to get yourself acquainted with Brazilian culture and - perhaps - learn Portuguese.
Uma delícia de ler. Hilda conquistou meu coração com a malemolência e humor que conta sobre algo esdrúxulo e eticamente bizarro. Uma mulher corajosa que na época dos bons costumes gozou da liberdade se falar de sexo das maneiras mais inesperadas.
Comecei a ler a Hilda agora, ontem, terminei o caderno rosa e fiquei completamente assombrada e maravilhada, que troço desgraçado, foi a primeira coisa que pensei, depois só consegui dizer GÊNIA. É cômico, mas é trágico, desesperador. Que raiva, quero ler só Hilda daqui pra frente
Genial tanto pelas críticas subentendidas, quanto pelas possíveis articulações com a teoria psicanalítica. Também, divertido. Como uma ávida leitora de Hilda posso dizer esse talvez tenha sido o meu preferido até agora.
Um experimentalismo absurdo, delicioso, chocante, brasileiro, revoltado, cheio de tesão, cheio de necessidade, que faz admirar mais a Hilda e agradecer por ser lusófono e entender esse em sua imensidão.
É legal até o momento que o texto começa a se levar a sério demais com um papo filosófico. A parte inicial, recheada de sacanagem, é cômica, constrangedora e até excitante.
Massa. Até a putaria da Hilda é bem escrita. É muito engraçado e bem grotesco mas em alguns pontos achei um pouco cansativo. No geral: outra pedrada da senhora obscena.
“Sabia que não era para a gente se perguntar muito, que a vida é viável enquanto se fica na superfície, nos matizes, nas aquarelas. Aquarela já é perigoso também. Há tristíssimas e sinistras aquarelas."
Sem começo, meio e fim - algo que inclusive o personagem principal, Crasso, avisa logo no início ser exatamente o tipo de narrativa que ele não fará – esse livro vai assim, emendando uma coisa na outra, uma lembrança com algo atual e segue desta forma fragmentada, bem no estilo de fluxo de consciência.
Está cheio de pitadas sarcásticas a respeito de alguns temas que a autora deu um jeitinho de colocar no texto. A hipocrisia da igreja católica e seu falso puritanismo; alfinetadas ao mercado editorial brasileiro; o ato de pensar que hoje em dia é tão negligenciado pelo povo. Tudo isso, de novo, usando o sexo como ingrediente, aparentemente, principal.
Sinto que perdi muita coisa pelo caminho e com certeza gostaria de reler mais pra frente.