Salazar acabou de ascender ao poder e, com mão de ferro, vai impondo a ordem no país. Portugal muda de vida. As contas públicas são equilibradas, Beatriz Costa anima o Parque Mayer, a PVDE cala a oposição.
Luís é um estudante idealista que se cruza no liceu de Bragança com os olhos cor de mel de Amélia. O amor entre os dois vai, porém, ser duramente posto à prova por três acontecimentos que os ultrapassam: a oposição da mãe da rapariga, um assassinato inesperado e a guerra civil de Espanha.
Através da história de uma paixão que desafia os valores tradicionais do Portugal conservador, este fascinante romance transporta-nos ao fogo dos anos em que se forjou o Estado Novo.
Com A vida num sopro, José Rodrigues dos Santos traz o grande romance de volta às letras portuguesas.
José Rodrigues dos Santos is the bestselling novelist in Portugal. He is the author of five essays and eight novels, including Portuguese blockbusters Codex 632, which sold 192 000 copies, The Einstein Enigma, 178 000 copies, The Seventh Seal, 190 000 copies, and The Wrath of God, 176 000 copies. His overall sales are above one million books, astonishing figures considering Portugal’s tiny market.
José’s fiction is published or is about to be published in 17 languages. His novel The Wrath of God won the 2009 Porto Literary Club Award and his other novel Codex 632 was longlisted for the 2010 IMPAC Dublin Literary Award.
His first novel, The Island of Darkness, is in the process of being adapted for cinema by one of Portugal’s leading film directors, Leonel Vieira.
José is also a journalist and a university lecturer. He works for Portuguese public television, where he presents RTP’s Evening News. As a reporter he has covered wars around the globe, including Angola, East Timor, South Africa, the Israeli-Palestinian conflict, Iraq, Bosnia, Serbia, Lebanon and Georgia. He has been awarded three times by CNN for his reporting and twice by the Portuguese Press Club.
José teaches journalism at Lisbon’s New University and has a Ph. D. on war reporting.
Romance agridoce numa escrita fluida e melódica que se lê num fôlego. Uma história de amor com tudo para dar certo, tolhida pelo preconceito e ignorância de uma mãe para quem o estatuto social era mais importante que a felicidade da filha. Infelizmente, situações destas eram um lugar-comum na época. Era o fruto da ganância e da propaganda politica num país a viver os vergonhosos anos de uma ditadura que castrou a liberdade e subjugou a vontade de um povo. Gostei do rigor histórico e dos detalhes apresentados; a vertente jornalística do autor está bem presente na obra, e é notório o trabalho de pesquisa e investigação por detrás da história. Nenhuma das mulheres deste romance me agarrou, mas gostei do Luís Afonso. Foi uma personagem forte; um homem preso ao passado e a um amor inesquecível, um homem ciente das suas ideias que nunca se vergou ao regime. Um dia o passado veio ao seu encontro e obrigou-o a escolher estre as suas convicções, a sua honra -ou - a traição, a ignomínia, a passagem para o lado daqueles que desprezava e tinham contribuído para a sua infelicidade. Quando já não restavam escolhas aceitáveis, optou pelo derradeiro sacrifício em nome de um amor impossível. Confesso que não gostei muito do final, mas compreendo-o. A verdade é que não havia muitas alternativas e um final mais satisfatório acabaria por retirar credibilidade à história.
Apesar de gostar deste escritor e de lhe reconhecer mérito, sou de opinião que quando os escritores começam a escrever a "metro" correm grandes riscos... quando o aspecto comercial tende a sobrepor-se à inspiração, poderá haver descalabros. Fiquei mal impressionada com esta obra. Parte dela achei entediante, previsível e o fim gostei menos ainda. Fiquei satisfeita por o livro me ter sido emprestado, porque adoro comprá-los , tê-los, vê-los amiúde, são-me preciosos. Por outro lado, irrita-me o espaço que ocupam aqueles que me defraudaram. Sou tão ciosa com eles como me apetece bani-los quando me sinto ludibriada, quando investi tempo e dinheiro em vão. Vou vos contar um segredo: uma vez, zanguei-me tanto com um livro, que além de não conseguir passar das primeiras páginas (atitude que tento sempre contrariar), agarrei nele e deu-me prazer colocá-lo no contentor de reciclagem de papel. Achei que assim iria servir para alguma coisa. Ressalvo que não é o caso deste, mas enfim nem sempre se pode ou se consegue agradar a todos.
A Vida num Sopro… ¿Cómo lo traduzco? ¿La vida en un soplo / en un soplido / en un santiamén? No puedo consultarlo porque me parece que no hay traducción española.
Y, sin embargo, la novela tiene interés para españoles: no sólo porque la historia transcurre en el Portugal de la primera década de la dictadura de Salazar, sino porque, además, parte de ella se desarrolla en la España desgarrada por la Guerra Civil.
Mi opinión sobre José Rodrigues dos Santos es cauta. Pienso que es un buen escritor que da una de cal y otra de arena: escribe un libro por el placer de escribir, y otro para ganar dinero (o, literalmente, forrarse). Yo leí el primero de su serie comercial, O Códex 632, que tiene al criptólogo Tomás Noronha por protagonista, y decidí no seguir por ahí: la lectura se me hizo entretenida como libro de aventuras (con un relato en parte basado en la historia), pero me pareció que no iba mucho más allá que una obra para matar los ratos perdidos mientras se viaja en metro o autobús. Sin embargo, me gustó mucho A Filha do Capitão, traducida al español como La amante francesa.
Si La amante francesa trataba sobre la participación de Portugal en la Primera Guerra Mundial, con unos excelentes capítulos iniciales sobre las dos décadas anteriores a la Gran Guerra, A Vida num Sopro no coge un marco cronológico muy lejano al anterior: se centra en los primeros años de la dictadura de Salazar, entre 1929 y 1939. Son los tiempos que abolieron la caótica República y “pusieron orden” en el país, a costa de sofocar toda disidencia.
El protagonista no simpatiza con la nueva situación del Estado Novo, pero tampoco tiene conciencia de hasta qué punto ha desaparecido la libertad de expresión. Ese será el detonante de su tragedia.
Encuentro cierto paralelismo con otra novela de Miguel Sousa Tavares, Rio das Flores. Esta desarrolla un marco temporal parecido, el Portugal de entre 1915 y 1940, con importantes incursiones en la Guerra Civil española y en el Brasil de los años 30. Pero la obra de Tavares me parece superior por la complejidad de sus protagonistas, seres con ideas muy definidas que, sin embargo, tienen que encajarlas en un contexto difícil e inestable para adaptarse y “negociar” con los tiempos. Tal como en el caso de Rodrigues dos Santos cuando da una de cal y otra de arena, creo que Tavares escribió una obra superior a su éxito anterior, Equador, muy comercial, pero intuyo que Rio das Flores no le dejó tanto dinero. Parece que al gran público le interesan relatos truculentos con personajes sencillos, donde está claro quién es el bueno y quién el malo.
Me pregunto, por otra parte, por qué no se traducen las novelas portuguesas que se ocupan del tema de la Guerra Civil española. En los casos de A Vida num Sopro y Rio das Flores, se trata de autores que sí han conocido traducciones españolas de otras obras suyas. Es muy ingenuo decir que “porque no queremos que los extranjeros se metan en nuestros asuntos”. Nuestra Guerra Civil ha producido millones de páginas y en España se ha leído y se lee lo que escriben muchos hispanistas como Pierre Vilar, Gabriel Jackson, Stanley G. Payne, Paul Preston, o aventureros como Ernest Hemingway. Siendo Portugal nuestro vecino, que debió de seguir con mucho interés nuestra contienda, no me explico los vericuetos de los intereses editoriales.
Por necesidades de puntuación (en Goodreads no existen las medias estrellas) he hecho constar cuatro, pero le doy a “la vida en un soplo” tres y media: los personajes son un poquito simples, previsibles, aunque la novela mantenga el interés hasta el final.
Para mim o livro divide-se em 5 partes. Gostei bastante das 3 primeiras, mas as últimas duas foram um pouco forçadas. Os personagens principais Luis e Amélia foram perdendo a química ao logo do livro. Cheguei a desejar que deixasse de haver qualquer relação entre eles. O final, se não fosse tão comprido e detalhado (havendo diversas repetições) tinha sido mais impactante.
Luís e Amélia, dois adolescentes dos anos 30, estão apaixonados mas a mãe de Amélia irá impedir esse amor... mas nunca o destino.
Adorei, mais uma vez. Há muitas criticas ao escritor por não saber romancear, no entanto, é de lhe saber reconhecer a capacidade de introduzir factos verdadeiros nas suas estórias de uma forma perfeita. Quando parto para uma leitura de JRDS sei que no final irei sair mais rica de conhecimento enquanto fui entretida por uma boa estória. Gostava que tivesse tido um pouco mais de foco na história de Portugal nesta altura, no entanto, o autor soube trazer um tema pouco abordado e interessante. Uma coisa tão banal nos dias de hoje que nos anos 30 era impensável e fatal. Não me consegui apegar a nenhum personagem. Luís é o foco da narrativa, não é uma personagem perfeita e a certa altura é difícil gostar dele...mas gostei da "irreverencia contida" que foi mostrando ao longo do tempo.
A sínopse prometia. E as promessas não se diluiram nas primeiras páginas. No primeiro dia leu-se 25% do romance. Mas das 5 estrelas de crédito com que o livro partira, já se tinha retirado 1. A prosa tem um ritmo impressionante, não se consegue parar de ler, mas não há grande substância. Mais para a frente, foi-se outra estrela, vítima dos clichés e das situações previsiveis. Havia ainda três estrelas. Passou a duas quando o livro se aproximou do fim, porque de facto, tanta página deixada para trás e nada de notável a não ser, de novo, aquele extraordinário ritmo. Já pensava que se ficaria por ali... 2 estrelas... quando mesmo no finzinho, a ladainha miserabilista do "país que temos" arrancou aquela última estrela que havia para arrancar. Não há paciência para isto.
E já acabei! A leitura deste livro foi mesmo num sopro ;D gostei bastante da história e das personagens mas o final podia ter sido melhor, acho que o autor não conseguiu dar a volta de modo que ficasse tudo bem e puff lá decidiu aquele final. Gostei das partes do Estado Novo e dos abusos da PVDE, interesso-me sobre esses assuntos, mas achei a Guerra Civil Espanhola um bocado forçada. É sem dúvida um bom livro.
Gosto especialmente dos romances históricos do autor e este é excelente! Baseado na vida dos avós, esta é a história de como se vivia em Portugal durante o Estado Novo. Como a vida das pessoas se vergava ao peso da família, das regras sociais e do Regime. Muito bom!!
De JRS só ainda tinha lido livros com o personagem Tomás Noronha. Adorei este livro e a sua escrita complemente fluída. Esta nova experiência foi igualmente gratificante.
Este era um dos livros mais esperados da temporada: a sinopse prometia, bem como o abandono (espero que permanente) da personagem Tomás Noronha, que tinha estado presente nos últimos três livros do autor. Esperava um romance ao estilo de "A Filha do Capitão" e provavelmente fiz mal. Mas vamos por partes.
Bragança, 1929. Luís conhece Amélia na escola e os dois apaixonam-se. Esta primeira parte do livro foi de leitura muito rápida. Basicamente, assistimos ao desenrolar da relação dos dois, ao mesmo tempo que temos algumas informações sobre o contexto, principalmente a nível de usos e costumes da época. Gostei imenso da presença de várias palavras próprias da região... Conheço bastantes da região do Baixo Alentejo, a região dos meus pais, e foi engraçado ver algumas comuns ou semelhantes. Achei que ajudou as personagens a tornarem-se mais reais.
A história prossegue e rapidamente os protagonistas vêem-se perante várias dificuldades para poderem, tal como toda a gente deseja, ser felizes. Uma correcção: ao contrário do que é referido na sinopse, a Guerra Civil Espanhola não tem influência directa no desenrolar da história do casal; está presente, é profusamente detalhada (até demais, achei eu), mas a sua presença é secundária na linha principal do enredo.
Pessoalmente, acho a época do Estado Novo interessantíssima e importante para percebermos onde nos encontramos hoje, a vários níveis, mas especialmente a nível social. Este livro não constituiu uma fonte de informação do período tão detalhada como estava à espera e gostaria... Fiquei com a sensação que poderia ter sido melhor explorada. Terá este facto sido propositado, face a algumas críticas relativas à extensão habitual da parte informativa? Não sei, mas ainda assim gostei imenso das partes em que a PVDE (futura PIDE) deu o "ar da sua graça". Deu para sentir a astúcia e a falta de escrúpulos da instituição.
O enredo deixou-me algo a desejar. Houve qualquer coisa que para mim não funcionou na história das duas personagens principais deste livro, apesar de ainda não ter conseguido perceber bem o quê. Nunca consegui entrar na pele das personagens e na sua (trágica) história. O enredo teve partes bastante previsíveis (eu, que nunca adivinho nada, desvendei uma das supostas "surpresas" 30-40 páginas antes) e, sinceramente, não gostei do final. Sem querer desvendar o que quer que seja, compreendo a opção do escritor pelo dramatismo, mas neste caso em concreto, e é uma opinião muito pessoal, não teria sido o final que eu escolheria. Não gostei da mensagem que transmite.
De resto, fiz mal em sair de um escritor como o Zafón e passar para o José Rodrigues dos Santos. Acho que prejudicou a minha leitura devido às diferenças da escrita entre os dois. Não é que este último escreva mal, mas na minha opinião fica a léguas de distância do espanhol e senti isso várias vezes.
Para finalizar, que o texto já vai longo, é um livro com uma história e pano de fundo interessantes q.b., mas que não corresponde às expectativas (pelo menos, às que eu tinha). Contudo, não posso deixar de aconselhar que o leiam e tirem as vossas próprias conclusões.
Tal como comecei a prever quando iniciei a minha segunda leitura de A Vida Num Sopro,mais de 4 anos depois de ter lido a primeira vez, acabei por alterar a minha classificação para 5 estrelas. E só porque não posso das 6. É verdade que a guerra civil espanhola tem certas descrições um pouco maçudas e aparentemente desnecessárias e talvez por isso eu não tenha atribuído as 5 estrelas da primeira vez que li. Mas que diabo? As descrições até estão bem feitas,reconheço. Nota-se que houve cuidado na verosimilhança. Que culpa tem o autor da guerra civil espanhola ser uma assunto que não me interessa por aí além? Além do mais, há também que reconhecer que ela está ali com um segundo propósito: mostrar a evolução da personagem Francisco, que acaba por ser fundamental no desenrolar dos acontecimentos.
Acho que se trata de um romance encantador que consegue sr, ao mesmo tempo, simples e complexo. A linguagem é simples, mas ao mesmo tempo cuidada. Não falta ali nem uma vírgula. O autor consegue usar certas palavras mais populares, sem cair no "popularucho". Uma forma própria e genuína de escrever que me encanta, conforta e confere boa disposição.
E, talvez porque as minhas ideias, sabe-se lá porquê, tendem, regra geral, em ser muito próximas ás do autor, ao contrário do que pensa grande parte dos leitores com quem falei, eu acho que o final mais lógico era mesmo aquele. Não podia ser outro se a intenção era mostrar os malefícios do Estado Novo. Se tivesse optado por um final feliz, ternos-ia dado uma ideia de que, afinal a ditadura não tinha sido assim tão má, pois as pessoas tinham lutado contra o regime e conseguido impor-se. E é verdade que houve quem lutasse. Mas também houve muitas vítimas. Directas e indirectas. E houve muitas pessoas que se sacrificaram para deixar outras a salvo. Foi uma realidade triste (não se se agora estaremos muito melhor, mas isso é outra história)e era isso que se pretendia mostrar. Houve muita injustiça cometida em nome da chamada "paz segurança". Era isso que se pretendia mostrar. De modo que o final não podia ter sido melhor escolhido. Triste, mas realista. Cinco estrelas.
Confesso que o facto de grande parte do livro se passar em Penafiel, a cidade de onde sou natural, a leitura tornou-se bem mais apelativa. Adorei ler referências a estabelecimentos que ainda se encontram abertos e referências a personalidades bem conhecidas dessa zona. Foi como se voltasse atrás no tempo, e imaginei a Penafiel dos meus avos e bisavós, quase que os vi também em determinadas partes dos livro. Gostei muito do Luis, e da história de amor e ao contrário da maioria entendi o trágico final e tão como Luis nao consigo visualizar outro fim para toda aquela tragédia. A vida e sofrer. A razão por nao ter dado 5 estrelas deve-se meramente ao facto de nao ter gostado das partes da guerra civil espanhola, nem tão pouco estava interessada no que o Francisco andava por lá a fazer. Nao senti nenhuma ligação para com esta personagem, li a pressa essas partes pois só queria ler sobre o Luis. Só tenho pena de nao ter lido este livro antes de ter lido o Anjo Branco, nao sabia que este e anterior a ele.. Entao eu já sabia o final, só nao sabia o que levaria a ele.. Mas adorei o livro, e sem duvida ficará no meu coração por muito tempo.
Um livro maravilhoso. Gostei muito de ler sobre a vida na altura de Portugal Salazarista. Uma visão muito esclarecedora. Um livro emocionante, que retrata a realidade da época do nosso país, mas que não deixa de nos tocar.
Um romance em Portugal na altura do Estado Novo. Uma história de amor simples com muitos detalhes referentes à realidade vivida em Portugal na altura de Salazar. No início temos esperança, as personagens abraçam-nos e fazem-nos acreditar que o amor vence. Contudo, ao longo da mesma vamos percebendo que o amor não vence a “pevide”, nem os preconceitos, regras, mentalidades, no fundo não vence o regime. Como eu costumo dizer é uma “história com história” pois tem bastantes detalhes que nos fazem ver o rigor histórico e a pesquisa. No fundo a história é fruto do regime, escolhas têm de ser feitas, caminhos têm de ser seguidos.
Vale a pena ler para não esquecer o que já vivemos, e não cairmos na tentação de querermos viver outra vez.
Mais uma vez o autor "transporta-nos" de forma exemplar para a história que nos conta. As descrições da Sociedade, dos costumes e das pessoas são excelentes, mostrando-nos a forma de viver do povo Português na altura da Ditadura. A história anda à volta de um casal de namorados adolescentes que não consegue triunfar no amor devido às mentalidades que dominham as suas vidas e passados alguns anos se reencontram, mas novamente a altura não é a melhor. Girando sempre em torno deste romance o autor descreve pormenorizadamente o tempo de Guerra em Espanha, o ambiente que se vivia no seio militar em Portugal e na Sociedade em geral com as perseguições da PVDE, não esquecendo a cultura (que ele enaltece sempre nos seus livros), desta vez deu enfase ao Teatro onde brilhavam os celebres Beatriz Costa, Vasco Santana entre outros. O Romance em si não é grande coisa, mas o modo como o autor o expõe é muito bom. Apenas tenho a referir que tanto neste livro como nos outros, o autor deveria juntar uma pequena adenda relativamente a algumas expressões usadas nos seus diálogos, pois ele recorre à linguagem popular das várias regiões do país o que é bastante engraçado, mas por vezes não se percebe muito bem o que querem dizer. Poderia dizer muito mais sobre o livro, mas assim iria "estragar" um pouco a leitura a quem o pretende ler. Resumindo, gostei bastante :)
“A vida num sopro” conta-nos a história de amor entre Luís e Amélia, dois jovens que se conheceram no liceu em Bragança e se apaixonaram. No entanto, o seu amor não é aprovado pela mãe da jovem, que deseja um homem mais abastardo para casar com Amélia. Acabam-se por se separar, Luís ruma a Lisboa para frequentar o curso de Veterinária e tenta encontrar o amor que sentia por Amélia em outras mulheres. A história desenrola-se, cheia de dificuldades para as personagens…
Quanto à minha opinião sobre livro, apesar de alguns pontos menos bem, gostei! O tipo de escrita faz-nos virar página atrás de página, sem nunca querermos parar. No entanto, houve alguns aspectos que achei menos conseguidos. É o caso da Guerra Civil Espanhola, em que achei um pouco forçada a introdução na história, o seu protagonista, e as suas alterações de personalidade não me convenceram. Uma das partes do livro que deveria ser “a surpresa”, achei muito previsível e que Luís estava a ser burrinho por não ver o que estava à frente dos seus olhos. Acho que também o Estado Novo poderia ser mais explorado através da personagem Aniceto Silva, um dos inspectores da PVDE. Quanto ao final, tendo em conta a situação das personagens e o período em que se passa a história, penso que foi um final possível.
De tanto ver e ouvir falar do autor, lá me aventurei na leitura de um livro dele. Escolhido do tipo "pim pam pum cada bola mata um....". Calhou-me este. Não tenho nada contra estes best-sellers ou este género. Agora a série Noronha: definitivamente NÃO!!!
A nível geral gostei do livro embora tenha pena que acabasse de forma tão trágica. Não me consigo rever na pele dos protagonistas e não acho este livro com um envolvimento sentimental tão profundo como “ A Filha do Capitão”. A nível histórico, gostei dos detalhes apresentados sobretudo na parte da Guerra Civil, onde tantas atrocidades foram cometidas de forma arbitrária. Na parte do Estado Novo, tenho pena que o autor não explore de forma mais detalhada, visto ter sido uma das fases mais importantes da história de Portugal do século XX. Não sei se o faz propositadamente, face a algumas críticas relativas à extensão habitual da parte informativa. Gostei da forma como são mencionados os contextos linguisticos, os hábitos e costumes de cada região (pormenores bem estudados pelo autor onde se denota bem as influências jornalísticas patentes na sua escrita). São notórias as diferenças entre a mentalidade rural e citadina. De uma forma geral gostei embora a expectativa esteja mais alta depois de ler “A Filha do Capitão”. Continuo a adorar ler José Rodrigues dos Santos e acho que além de um grande escritor, é uma mais valia para a literatura nacional e internacional.
A acção temporal tem apenas dez anos, mas dez anos onde acontecimentos determinantes sucederam tendo do um impacto determinante a nível nacional e internacional.
1929-1939, dez anos.
Dez anos onde ventos de mudança sopram. Assiste-se ao nascimento do Estado Novo num Portugal assustado, rude, inseguro, só o facto desse regime trazer ordem e segurança foi o bastante para o mesmo originar a simpatia pela larga maioria do povo.
1929-1939, dez anos onde nasce, decorre e finda a Guerra Civil de Espanha (1936-1939). Uma guerra entre Nacionalistas e a Frente Popular, apelidados de blancos e Rojos, estes compostos pela esquerda (comunistas, anarquistas e também o governo eleito liberal-democrático). Uma guerra onde atrocidades são cometidas de uma forma arbitrária, sendo este conflito um laboratório de experiências para o conflito mundial que estava prestes a rebentar. Curioso o que está por detrás da ajuda camuflada do regime português aos nacionalistas.
1929-1939, dez anos onde o regime do Estado Novo ganha força e cria um sistema de informação acerca dos cidadãos tidos como ameaça para a nação (regime) e, mais grave, um sistema onde qualquer pessoa podia ser informador, bufo, e assim atraiçoar o melhor amigo ou qualquer familiar que tivesse a ousadia de proferir qualquer frase contra o regime. Ou seja, a imposição do regime do medo que, até hoje, nunca nos conseguimos apartar. Por detrás desse sistema a PVDE (Polícia de Vigilância Do Estado) ou a Pevide, como era conhecida pelo povo.
Neste livro são estes os três pontos principais da narrativa.
Como pano de fundo, interligando estes acontecimentos que nos colocam no cerne desses três pontos, uma história de amor. Uma simples, singela e trágica história de amor entre Luís Afonso e Amélia Rodrigues.
Passado entre Bragança-Lisboa-Penafiel-Vinhais, esta história é o elo condutor entre a vida e mentalidade rural e citadina. A mudança de mentalidades e a forma como se sente a diferença das mesmas de local para local não passa aqui despercebida.
Um livro apaixonante que narra acontecimentos importantes que estiveram por detrás da longevidade desse regime. Facilmente entendemos do porquê do surgimento do regime, do porquê de tão facilmente ter sido acolhido e do porquê de ter durado tantos anos. Quanto a mim o livro vale por isso.
A escrita é simples.
Aflorada por frases poéticas, José Rodrigues dos Santos não se perde em devaneios tão comum na maioria dos autores portugueses. Os diálogos são simples e directos, caracterizando a época com termos locais não faltando mesmo o castelhano e o galego.
É um livro na mesma linha da “Filha do Capitão”. Na minha opinião não se podem comparar devido aos temas que um e outro trata, no entanto o estilo é o mesmo mas confesso que este “A Vida num Sopro” apaixonou-me menos, no entanto sublinho que considero a “Filha do Capitão” um dos grandes livros da literatura universal, logo, será extremamente difícil JRS fazer melhor.
Este “A Vida num Sopro” é muito bom. Lê-se num fôlego, num sopro e facilmente nos apaixonamos pelos personagens, até porque, como é costume nos seus livros, JRS tem a capacidade de criar personagens do povo, gente como nós que facilmente incorporam se não nós mesmos, pelo menos, nossos antepassados.
Li este livro num sopro. Porque nos prende desde a primeira página e quando chegamos ao fim temos pena que tenha acabado.Comigo foi o que aconteceu.
"A Vida Num Sopro" é a história de Luís e Amélia, que se conhecem ainda adolescentes, num liceu em Bragança. A amizade de ambos rapidamente dá lugar a uma paixão de adolescentes, vivida no caminho entre a esquina da rua da casa de Amélia, onde Luís a espera todos os dias, e a porta do liceu, onde rapazes e raparigas têm aulas separadas.
No entanto, o entusiasmo do namoro dos jovens não é partilhado pela mãe da rapariga, que tem outros planos para a filha. Planos esses, que ignorando a vontade e a felicidade de Amélia visam um casamento conceituado socialmente, onde a filha desempenhará o seu papel de esposa dedicada. E é assim que Luís se vê separado da sua amada, de forma inesperada e abrupta.
Mas, se a separação foi conseguida, os sentimentos de Luís não foram apagados, e mesmo em Lisboa, enquanto estudante de Medicina Veterinária, é Amélia quem ele procura nas relações fugazes que vai mantendo.
Discreto, mas de ideias próprias formadas, Luís não concorda com o caminho que o país está a tomar e emite as suas opiniões, o que lhe vai trazer alguns dissabores futuros e encontros com a PVDE (Polícia de Vigilância e Defesa do Estado), sendo este organismo o responsável pelo fim inesperado desta hstória.
Apesar de casado com Joana, irmã de Amélia e responsável pelo reencontro dos dois, é Amélia a mulher que ele sempre amará. Amélia, casada com um superior hierárquico de Luís, nunca esqueceu a paixão de juventude. O encontro entre ambos e o sentimento que os une vai levá-los a uma vida clandestina, que apesar de curta será marcada pela tragédia: um assassinato, a que ambos assistem e que terão de ocultar, a bem dos bons costumes.
Uma bela história, a fazer lembrar os romances de outras épocas!
I have very mixed feelings on this book. While I love the author's writing style and enjoyed learning about the historical facts that it was based in, there were a few aspects that really annoyed me. First, the insta-love: I generally don't find love at first sight to be very credible but, in this case, it was ridiculous. Then, the attitudes of the main characters (especially on the first half of the book) were again... ridiculous. Things got better towards the end but finally, the whole novel was pretty predictable.
I can't say it was the worst read ever but I was expecting something much better from this author.
Depois de ter lido "A Filha do Capitão" algum tempo antes, tenho de confessar que esperava um pouco mais.
Os cenários e as descrições que o JRS faz nos seus livros é sempre o que mais me cativa a comprá-los, e realmente ele não me desiludiu nesse aspecto. No entanto, a história principal pareceu-me "pobre" e previsivel em todos os momentos...
Fico-me pela "boa impressão" deixada com "A Filha Do Capitão".
Não gostei tanto como de outros livros que tenho lido do autor. A cerca de 2/3 do final do livro, o enredo parte-se em dois, até voltar ao tema inicial. Esta mudança numa fase avançada da história traz uma perspectiva história ao enredo, mas não senti que adicionasse grande valor ao drama central do protagonista. Já agora, a história não tem um final feliz...
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É verdadeiramente tocante a evolução da personagem Luís Afonso desde as primeiras páginas, em que nos é apresentado como um jovem sonhador, enérgico, otimista e decidido, ao desfecho a que o autor nos conduz, mostrando claramente a falta de controlo do próprio destino, da própria vida. O início desta história faz sonhar com o romance de Luís e Amélia e torna difícil largar o livro, na ânsia de querer saber sempre o que se segue. Foi verdadeiramente tocante para mim sentir a evolução do Luís, sobretudo, a partir do momento em que Amélia lhe é roubada pela força maior que é o estigma da sociedade. A partir daí, assistimos a uma espiral vertiginosa com rumo à decadência de alguém que tinha em si todos os sonhos e toda a vontade de fazer bem as coisas, de viver. Chegados ao ponto em que nada na vida de Luís parece ter corrido como era esperado ou justo, podemos entender a sua decisão final, pois nunca viveu realmente a vida que gostaria e que o faria feliz (tirando o amor canino, que me fez chorar com uma mágoa quase infantil). Os factos históricos bem presentes na narrativa são sempre algo que valorizo muito e não me senti desiludida. Entre tudo o mais que se possa dizer, chega-se à última página e percebe-se a pertinência do título, a vida é mesmo um sopro (e a de Luís pode mesmo ser resumida pelo seu sopro final, "Amélia") e muitas vezes andamos à vontade de quem, pelo poder, nos comanda e nos retira as rédeas do nosso destino. Correspondendo a uma época real e não tão longínqua assim, é, de facto, triste e revoltante pensarmos que tantas pessoas possam ter passado por este tipo de privações da liberdade e do controlo da própria vida - vidas que nunca foram realmente vividas. Faz-me também refletir na sorte não consciente que temos de viver em tempos democráticos, modernos e livres, que nem pensamos que possam ser colocados em causa, mas que devemos defender e não tomar por garantidos. Não costumo gostar de finais tristes, embora reconheça que nem todos podem ser felizes, mas este final em particular abalou-me, pelo que sei que a leitura valeu a pena!
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Quando assuntos como o amor impossível e as angústias existenciais são abordados, somos levados a pensar que José Rodrigues dos Santos, finalmente, se decidiu dedicar a escrever livros que fugam realmente do registo "Patrulha Pata". Ora, basta ler algumas páginas deste livro para perceber que não. Uma história de amor, um amor de liceu sem grandes probelmas sem ser...a oposição da mãe. Uma grande surpresa de que ninguém estava à espera. Como assim um livro sobre um amor impossível?! Como assim um livro onde os pais tentam controlar a vida amorosa dos filhos?! Eu, lendo o resto do livro (sempre surpreendido por esta originalidade do tema), deparei me com uma descrição temporal ótima. Com comentários sobre lei e ordem que me faziam duvidar se estava a ler um romance ou o "Mein Kampf", o personagem vai sendo moldado a tudo o que se passava no Estado Novo, mas nunca esquecendo os seus ideiais. Entre esses ideiais estava o seu amor, perfeito e maravilhoso. Esse amor impossível que continua vivo nos dois e, surpresa das surpresas, viverá sempre no coração deles até um um surprendente e nada básico reencontro entre os dois, anos depois da separação. Com um enredo digno de uma novela qualquer, ao longo do livro a qualidade de escrita não esconde a grande inspiração de José Rodrigues dos Santos na literatura: Geronimo Stilton. Enquanto peça de entretenimento não me parece propriamente mau. Não tem a emoção de outras obras:não faz chorar e rir só se for da qualidade da escrita. Apesar disso, não é uma má leitura, perdendo apenas para grandes clássicos ou para catálogos de ferramentas de grandes superfícies O final, tão surprendente como o resto do livro, é uma incrível metáfora. O personagem principal suicida-se perante a impossibilidade da concretização do amor. Qualquer pessoa normal, perante isto, diria que a licão que este livre quer transmitir é "não se apaixonem". Mas o que eu acho que verdadeiramente tirei como lição desta obra foi nunca mais ler nada escrito pelo José Rodrigues dos Santos
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