A narrativa é uma jornada pela América Latina e pelo interior do Brasil. Começa em 1970, com uma avalanche que soterra uma cidade nos Andes peruanos, e termina nos dias atuais, em Altamira, Pará, pouco depois da inauguração da Usina Hidroelétrica de Belo Monte. Uma catástrofe da natureza, a outra provocada pelo homem. Uma atinge a mãe; a outra atinge a filha. As duas são indígenas.
Por meio de suas protagonistas e outros personagens que sofrem a destruição de seu modo de vida, o romance lida com temas como a situação indígena no Brasil; a procura do pai e da mãe; a força das raízes e do acaso; o que é o bem, o que é o mal; quem sou eu, o que faço de minha vida? É um épico, um romance, um filme, uma série.
Maria José Silveira nasceu em Jaraguá, Goiás, e mora em São Paulo. É formada em Comunicação e em Antropologia, e mestre em Ciências Políticas. Foi sócio-fundadora da Editora Marco Zero e trabalhou na Cosac&Naify Edições. Tem vários romances publicados, entre eles “A Mãe da Mãe de sua Mãe e suas Filhas”, com o qual recebeu o Prêmio Revelação da APCA, 2002, “O Fantasma de Luís Buñuel” e “Guerra no Coração do Cerrado”. Escreve também para jovens e crianças.
Leitura maravilhosa! Me trouxe uma nova perspectiva das expropriação das terras indígenas e das populações ribeirinhas do Xingu. A história de mãe e filha nos levam em uma viagem do Peru até Altamira, no Pará. Uma ótima obra para pessoas que como eu, desconheciam a violência e destruição que a construção da usina de Belo Monte trouxe para a região.
Sem dúvida, uma história que merece muitos holofotes, e alcançar muitos leitores.
Que livro maravilhoso! Se deliciar numa leitura para conhecer novas perspectivas e realidades de um país que vivo e pouco conheço é puro luxo literário. Escrita leve e envolvente para uma temática forte e necessária. Leiam.
Tem livros que são tão bons que a gente não lê, a gente come, mas come de pouquinho para que não termine depressa.
Maria Altamira é uma daquelas obras que já vimos sobre os olhos de Érico Veríssimo e Rachel de Queiroz, só que diferente do pampa e do sertão, estamos a volta do Rio Xingu, da aldeia indígena Juruna rio adentro até Altamira, no Pará. Saindo do Peru, passando pela Bolívia, Chile, Argentina e Paraguai até desembocar na Amazônia, o leitor acompanha a vida de Aleli, uma menina peruana que vaga pela América levando consigo apenas a dor como bagagem; se a morte é a companheira mais próxima da menina, é se agarrando a ela que ela encontra na música e na empatia das pessoas um pouco de tranquilidade para seguir.
Se os países latinos tem como pano histórico a violência imperialista, a usurpação de suas riquezas, no Brasil não é diferente, continuamente explorado, alvo de interesse externo e da ambição interna, somos apresentados a toda barbarie que sabemos haver de forma mais extrema no norte do país, desde os embates por terra, os crimes deles decorrentes, até as explorações naturais de minérios, madeira e água, que destroem pouco a pouco a vida daqueles que ousam se contrapor a eles.
É deixando Aleli e partindo com a filha, Maria Altamira, que somos apresentados a toda violência citada acima, bem como da prevalência dos movimentos sociais que buscam enfrentar o extermínio natural e indígena, seja em São Paulo, seja a margem do Xingu, seja na construção da Usina de Belo Monte, seja pelas ruas de Altamira, a violência insurge, mas apesar dela, há muita vida, história e cultura por detrás e é tudo isso, toda essa riqueza, que a obra vem iluminar para o leitor. Foi, por conseguinte, uma ótima leitura a mim; a literatura brasileira nunca surpreende, pois já sabemos de antemão de sua beleza e qualidade, eis, mais um belo retrato dela.
Infelizmente é raro ler uma história centrada nos povos indígenas, e Maria Altamira tras o tema com maestria. Carrega junto a complexidade da construção da usina Belo Monte, desastres naturais, violência contra a mulher, luta por moradia.. O livro é excelente, e o sentimento de tristeza durante a leitura é inevitável.
A história começa com o evento histórico de um deslizamento causado por um terremoto em 1970, deixou a cidade de Yungay (Peru) com cerca de 400 sobreviventes. Aleli uma das personagens foi uma das sobreviventes e para lidar com o trauma de perder a família e sua filha, começou a viajar pela América-latina, passando por diversos países, até chegar ao Brasil. No Brasil conhece Manu Juruna, um indígena, e com ele tem uma filha. Por achar que carrega uma maldição, onde quem convive com ela, acaba por morrer, Aleli abandona sua filha com Manu, que foi batizada de Maria Altamira. A partir daqui nos deparamos com o desenrolar da vida de Maria Altamira, uma história ambientada pelo Rio Xingu, pela usina de Belo Monte, por povos indígenas, pela migração pra São Paulo e seu posterior retorno.
Eu fiquei apaixonado pela escrita da autora e por essa história, me tocou em diversos pontos e fez perceber o quanto somos ignorantes das lutas dos povos indígenas e dos impactos dessas mega usinas hidrelétricas. Fiquei muito instigado a conhecer mais sobre o assunto e tb permear outras obras da autora. Indico demais a leitura!
O livro começou um pouco devagar, mas logo me envolvi com a história e com as personagens. Que livro lindo! Quanta dor e quanto amor na historia de Alelí e Maria Altamira.
A narrativa da mãe me despiu de tudo. Me despiu de esperança, me despiu do amor, me despiu da felicidade. Com ela e por ela só senti empatia. E aí vem a narrativa da filha, que ao contrário de tudo o que a mãe pensou, transbordava vida. Em Maria Altamira fui do céu ao inferno, e meu coração gelado e cansado de militar por causas impossíveis tomou um belo solavanco. O livro é o ciclo perfeito e eu acho que ainda preciso absorver a história por alguns dias. Talvez eu até retorne aqui pra refazer a avaliação, mas sem dúvida uma coisa vai permanecer imutável: um dos maiores livros que já li na vida.
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Retornando aqui depois de dois meses pra dizer que ainda não consegui parar de pensar no livro, e que estou trabalhando um desenho com meu tatuador pra imortalizar a Aleli na minha pele, porque diferente do impacto inicial que tive de achar que ela me despiu, o que ela é, na verdade é o tudo. Ela é a tormenta e a calmaria. Ela é o mito e o real. Aleli é a mãe, o pai, a família e o abandono. É a música e o silêncio. É, especialmente, o medo e o conforto.
Eu achei que conseguiria absorver a história, mas acho que nunca vou, e estou em paz com isso. É daquelas que quanto a gente mais pensa, mais precisa pensar. Isso sem contar na forma BRILHANTE com a que Maria José trouxe o misticismo latino-americano e a brasilidade na vivência de mãe(s) e filha. Esse livro, minha gente... ESSE LIVRO.
Na região da Volta Grande do rio Xingu, uma peruana e uma paraense se esbarram e mudam suas vidas. • Sei que vou dizer um clichê, mas pense um pouquinho comigo: a vida é feita de encontros, né não?! E esta é a base também deste filme: encontros que mudam as histórias dos personagens. • Nós acompanhamos principalmente a vida de três mulheres: a peruana nômade Alelí, a paraense Francisca e a indígena Maria Altamira - mulheres fortes nas suas falhas, guerreiras nas suas dúvidas, lindas nos seus defeitos. Sei que parece contraditório, mas quem não o é?! É na construção das personagens que o livro cresce muito, pois consegue fazer o leitor conhecer aquelas pessoas como se fossem amigas íntimas. • O que não me deixou tão feliz foi a maneira como a história foi conduzida, porque houve momentos que eu queria detalhes, saber mais sobre os personagens secundários, e não tive respostas (ou foram bem rápidas). E o final... gostaria muito de conversar sobre ele!! • PS: parabéns para a editora Instante pelo projeto gráfico, trazendo um lindo mapa da região do Xingu! E obrigada, Thainá, pela indicação!
"Nunca estamos sozinho dentro da mata. Bicho e árvore o tempo todo tão observando a gente. E não pense que eles são bobo. Falam entre si. Quando um madeireiro derruba uma árvore grande, uma castanheira, por dizer assim, ela tem raízes entranhada terra abaixo, não morre sozinha. Leva junto as árvores do entorno, sua queda puxa as outra. A terra treme e ruge, e a árvore maior cai esperneando com as menor. A natureza solta um berro. É um alerta, um aviso: cês levaram essa, mas cuidado se quiserem levar mais. Posso tardar em vingar a morte dos meus, mas um dia vingo."
Quanto sofrimento cabe num continente tão rico culturalmente quanto a América Latina?
Quanto ainda temos a aprender sobre nossas origens e nossa identidade?
A resposta é fácil: MUITO! E "Maria Altamira" é um ótimo ponto de partida. Obra-prima muito necessária se não quisermos seguir repetindo erros que nos custaram caro enquanto sociedade.
É sempre tempo de correr atrás e (re)conhecer é o primeiro passo.
Leitura bastante fluída. O livro relata a história fictícia de Maria Altamira, filha de Alelí, peruana sobrevivente de uma tragédia, um terremoto que matou mais de 67 mil pessoas em maio de 1970. Ao contar a história das protagonistas, a autora revela a miséria que atinge a América Latina. O romance escancara a destruição causada pela construção da hidrelétrica de Belo Monte, o prejuízo para a fauna e flora da região. O impacto sociocultural experimentado pelas das aldeias indígenas que margeavam o Rio Xingu. O grande Xingu, cuja nascente fica localizada no estado do Mato Grosso, possui quase 2 mil km de extensão e era a fonte de renda e alimentação para a população ribeirinha em Altamira. Com a chegada da usina, Altamira vivenciou uma explosão demográfica que trouxe a exploração sexual, o tráfico de pessoas, a escravidão, o tráfico de drogas, a violência e o medo. Desesperança para muitos. O livro emociona, faz refletir sobre o paradoxo entre o progresso e o uso da terra, a importância do respeito à diversidade cultural e a imposição do homem branco sobre a comunidade indígena.
A edição da editora instante é belíssima (1ª). A capa muito bonita e a diagramação é excelente!
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Escrita deliciosa, ótima forma de contar a história. muito interessante o pano de fundo politico e indigenista da obra. O final pareceu um pouco corrido, para fechar as pontas soltas...
Maria Altamira possui um enredo muito cativante, e é acompanhado por um gosto amargo de impotência. Política por natureza, essa história faz o leitor vislumbrar os desastres que acometem a população indígena e ribeirinha, e que muitas vezes ficam à margem dos noticiários. O livro permite visualizar a tragédia da destruição da floresta e do modo de vida das populações indígenas no longo prazo, não como uma característica de um governo, mas como um pilar das estruturas econômicas e sociais do Brasil. Com certeza, poderia se tornar um paradidático poderoso, uma vez que suscita inúmeras discussões relevantes sobre gênero, classe, raça, ecologia e geografia. Mas 3 estrelas e não 4 ou 5? A execução da narrativa e a construção superficial de alguns personagens dificulta a criação de uma experiência literária imersiva. A autora escolhe não explorar de forma mais detalhada psicologia e personalidade dos seus coadjuvantes, e essa falta se reflete em Maria e a torna menos real. Além disso, a escritora decide muitas vezes contar a história, ao invés de mostrar a história, nos fazer mergulhar nela. Ela perde muitas oportunidades de engajar o leitor, optando por uma sucessão de diálogos em que personagens relatam fatos invés de uma descrição mais substantiva do que aconteceu. Consequentemente, o leitor fica com a sensação de que não está vivendo a jornada dos personagens, mas observando-a à distância, como um relato que é mais sociológico e menos literário. Por isso, é difícil se apegar aos personagens, com exceção possivelmente de Alelí, cuja jornada é extremamente poética. De modo geral, o livro é muito bom, mas me desapontou.
Que livro aprazível, encheu-me de júbilo. As mulheres dessa obra são representação de força. Alelí e toda a sua trajetória de dor, desde a tragédia em sua cidade natal; Chica mais uma mãe da pobreza, uma vida dedicada a suas crias e Maria Altamira filha de índio que sempre abraçou suas origens.
A autora faz um livro muito crítico, com temáticas como: causa indígena, violência contra mulher e desigualdades sociais. Nos leva a comparar a construção de Belo Monte com a tragédia de Yungay. Ainda traz informações relevantes acerca dos governos ditatoriais na América Latina. Um verdadeiro mergulho na história de Altamira e do povo indígena afetada com a construção da usina.
Livro extremamente cadenciado, na minha opinião falha apenas na reta final com alguns caminhos trilhados por Altamira que repetinamente muda de postura frente o “amor" e algumas coincidências pouco plausíveis.
Tava gostando muito. Mas da metade para o final, principalmente depois que ela volta de São Paulo, não sei, a narrativa não me agradou tanto. Os capítulos finais ficaram meio novela mexicana.
O livro já começa com uma tragédia: um terremoto no Peru soterra a cidade de Yungay e mata os familiares de Aelí. Sua filha está entre as vítimas fatais. E é a partir de tantas perdas que a autora goiana nos leva por um caminho dolorido, na tentativa de deixar a tristeza para trás. Como se uma tristeza dessa proporção fosse passível de esquecimento.
Alelí parte sem rumo, encontrando toda uma América do Sul em seus pés. Se o sofrimento não pode sumir, ela parece descansar um pouco quando conhece a personagem Manuel Juruna. O homem leva Alelí para uma aldeia onde vive no Xingu. O que poderia ser o início de um novo capítulo na vida de Alelí, termina bruscamente com uma nova perda. De lá, ela parte mais uma vez sem rumo e abandona sua nova filha, ainda recém-nascida, com uma enfermeira que conhece. Maria Altamira é o nome da menina.
Alternando com a vida de Alelí, a autora apresenta o futuro de Altamira. Uma jovem que ainda busca seu passado e, por suas mudanças de vida, abraça causas sociais. Da destruição do meio ambiente com a construção da Usina de Belo Monte à triste realidade dos sem-teto em São Paulo. A parte de Maria Altamira não me cativou tanto, senti uma menor profundidade e, por isso, me envolvi menos com a sua narrativa.
A escrita de Maria José é cativante e toca em temas muito atuais. Desastres naturais, relação destrutiva do homem com o meio ambiente, proteção dos povos originários e a desigualdade social em grandes centros urbanos. É nesses cenário que a autora insere personagens bem construídos que carregam dores individuais. Destaque para a construção de Adelí.
Mais um lido para o Desafio Bookster 2022 que nos mostra a riqueza da literatura nacional contemporânea.
Alguns livros nos tocam não apenas pela história que contam, mas pela força da voz que os conduz. Maria Altamira, de Maria José Silveira, é uma dessas narrativas que ecoam muito além da última página, trazendo à tona temas urgentes como pertencimento, injustiça e luta.
O romance acompanha Maria Altamira, uma mulher cuja vida é marcada pela destruição de sua terra natal devido à construção da Usina de Belo Monte. Filha de um seringueiro assassinado, ela cresce em meio ao desamparo e à violência imposta pelo progresso, mas também se torna símbolo de resistência. Sua trajetória atravessa fronteiras, levando-a do Brasil à Cidade do México, onde novas descobertas e desafios a esperam.
O que mais me encantou no livro foi a escrita envolvente de Maria José Silveira, que equilibra emoção e crítica social de forma magistral. A história de Maria Altamira não é apenas uma ficção bem construída, mas um espelho de muitas realidades vividas por comunidades ribeirinhas e indígenas no Brasil. A autora dá voz a personagens que raramente têm espaço na literatura, tornando a leitura não apenas emocionante, mas necessária.
Eu adorei Maria Altamira! É um romance forte, sensível e profundamente atual, que nos faz refletir sobre memória, resistência e a força das mulheres diante da destruição e do esquecimento.
"Ajoelhou-se e rezou. Por Leide, pelos dois meninos órfãos de mãe e por todas as mulheres assassinadas na cidade e as crianças que deixavam. Pelas dores de todas elas. Pelas vidades perdidas. E pelos próprios filhos, Avelino e Avenor: 'Que jamais levantem a mão para uma mulher, minhas Santinhas! E por Maria e seu Jurandir, que ele continue um bom homem e trate minha filha com amor, é só o que lhe peço Senhora Poderosa, que também foi mãe, adorada pelo esposo e pelo filho, e por todos os anjos do céu louvando sua glória, e que jamais sofreu nunca nenhuma violência apenas por ser mulher. Amém.'" p. 247
essa oração de mãe Chica é um bom resumo do livro: a dor do feminicídio tratada aqui engloba também as dores do etnocídio, da destruição da natureza, da omissão do estado, da pobreza e tantas outras que, nessa história, tem como pano de fundo Altamira sob a sombra de Belo Monte, mas que representa muito do Brasil e da América Latina como um todo.
Maria José Silveira tem uma escrita fluida e bonita, mas que em nenhum momento tenta enfeitar a feiura dos problemas sociais retratados no livro. Esse final (triste, já aviso) me surpreendeu demais e com certeza vou atrás de outros livros da autora
o romance de maria josé silveira trata de questões sociais e ambientais latino-americanas a partir da história de uma mãe (Alelí) e sua filha (Maria Altamira), com trajetórias completamente apartadas
o livro começa nos anos 70 e vem até os dias de hoje, tendo como marcos tragédias reais como um terremoto no Peru e a instalação da usina de Belo Monte em Altamira, cidade no Pará. a partir desta perspectiva histórica, a autora descreve histórias de luta, injustiça e amor
Maria Altamira se diz filha do Rio Xingu e luta pelos povos indígenas e comunidades ribeirinhas contra o desastre social e ambiental causado pela construção da usina
o livro é lindo demais e merece ser lido!
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Esse livro é super importante, é um romance histórico e o pano de fundo é a construção de Belo Monte. A autora traz diversas questões importantes nesse livro. Eu só não dou nota maior porque não fiquei fã da escrita, e a história foca mais em uma personagem e eu queria saber mais de outra... Mas ainda recomendo!
Mãe e filha, injustiças e caminhos que vão te levando pela América latina desconhecida. Aspectos culturais, históricos, antropólogicos interessantes e que são colocados na narrativa de forma natural. Interessante leitura.
A vontade que dá é de usar um palavrão pra expressar quão bom é esse livro. É um crescente de personagens que vivem, que sofrem e que vivem mais um pouco, na esperança de um dia tudo se ajeitar. E, talvez, se ajeite.
Gostei do livro. Acho que ele traz temas muito importantes, e um enredo bastante interessante. Apesar disso, algo me impediu de me envolver completamente na história, talvez a escrita, talvez a construção dos personagens. Gostei de ter lido, mas não funcionou 100% comigo