What do you think?
Rate this book
Viajantes do Abismo
Esta é a história de desertos que avançavam cobrindo cidades. A história de um mundo à beira da destruição. Da gente desse mundo, de sua alienação e da violenta guerra em que se perdeu.
Esta é a história de uma mulher que fazia curas e de sua amiga, que dirigia um bordel. E de como elas enfrentaram tudo isso. Também é a história do tigre e da menina.Mas para conhecer todas elas, você terá de aceitar o chamado para olhar o futuro. E mergulhar no abismo.
Esta é a história de uma mulher que fazia curas e de sua amiga, que dirigia um bordel. E de como elas enfrentaram tudo isso. Também é a história do tigre e da menina.Mas para conhecer todas elas, você terá de aceitar o chamado para olhar o futuro. E mergulhar no abismo.
304 pages, Paperback
First published September 6, 2019
13 people are currently reading
74 people want to read
Ratings & Reviews
Friends & Following
Create a free account to discover what your friends think of this book!
Community Reviews
Displaying 1 - 25 of 25 reviews
October 31, 2019
A história começa mais lenta e aí, na segunda parte, o negócio engata de um jeito que a gente só para de ler no final. Esta estrutura me lembrou muito minha experiência de leitura de "Incidente em Antares", do Érico Veríssimo. Uma primeira parte para "contextualizar" enquanto a história principal acontece mesmo é na "segunda parte".
O Worldbuilding também é sensacional. A gente fica bem à deriva nos conceitos de "Fraires Inventoras", "que mundo é esse?" e etc no início, mas foi uma ótima escolha deixar essas revelações para a Segunda Parte. É como se nós descobríssemos tudo junto à Elissa.
E é claro, os personagens são ótimos. Amo a Elissa, a Tyla e a Teo! Isso sem contar os outros dois personagens misteriosos.
Quanto à capa, meu Deus, que trabalho lindo! Estou apaixonado com as ilustrações.
O Worldbuilding também é sensacional. A gente fica bem à deriva nos conceitos de "Fraires Inventoras", "que mundo é esse?" e etc no início, mas foi uma ótima escolha deixar essas revelações para a Segunda Parte. É como se nós descobríssemos tudo junto à Elissa.
E é claro, os personagens são ótimos. Amo a Elissa, a Tyla e a Teo! Isso sem contar os outros dois personagens misteriosos.
Quanto à capa, meu Deus, que trabalho lindo! Estou apaixonado com as ilustrações.
June 23, 2021
peguei "Viajantes do Abismo" uma noite dessas para ler e fui dormir quase duas da manhã, querendo terminar o livro naquela mesma madrugada (mas a idade não permite poucas horas de sono, rs). gostei muito dos elementos que a autora conecta, transformando a história em várias outras ao longo da leitura, indo por caminhos que eu não esperava.
os temas climáticos são bem trabalhados e os elementos um tanto "mágicos" que aparecem foram uma boa surpresa. fiquei tensa por Elissa, Seth, Tyla, Teodora e todas as personagens, e os confrontos (bem construídos) e dilemas só traziam mais decisões difíceis, me prendendo ao livro para saber qual seria a saída. não há respostas fáceis e soluções universais - outro ponto que achei interessante da história.
quero reler para pegar ver com mais calma os detalhes desse universo construído pela autora, sem a curiosidade/necessidade de saber o que acontece logo em seguida na aventura.
os temas climáticos são bem trabalhados e os elementos um tanto "mágicos" que aparecem foram uma boa surpresa. fiquei tensa por Elissa, Seth, Tyla, Teodora e todas as personagens, e os confrontos (bem construídos) e dilemas só traziam mais decisões difíceis, me prendendo ao livro para saber qual seria a saída. não há respostas fáceis e soluções universais - outro ponto que achei interessante da história.
quero reler para pegar ver com mais calma os detalhes desse universo construído pela autora, sem a curiosidade/necessidade de saber o que acontece logo em seguida na aventura.
March 17, 2020
Vou fazer uma resenha maior no site Papo de Quadrinho, com calma e com cuidado para falar de alguns aspectos do livro de forma mais adequada mas sem soltar Spoilers.
É um livro incrível, tem uma história bacana e personagens muito bons.
As questões debatidas aqui são urgentes e não poderiam ter escolhido melhor hora para serem retomadas. Tudo de uma forma extraordinária, bem feita (bem escrita e intensa).
Além de ter uma história instigante, a autora dá uma aula de como escrever e debater temas importantes - tanto pessoais quanto sociais - como feminismo, ecologia, guerra, saude pública, violência, política, etc, sem ser panfletária, sem a detestável lacração.
Um marco na literatura de ficção científica brasileira.
É um livro incrível, tem uma história bacana e personagens muito bons.
As questões debatidas aqui são urgentes e não poderiam ter escolhido melhor hora para serem retomadas. Tudo de uma forma extraordinária, bem feita (bem escrita e intensa).
Além de ter uma história instigante, a autora dá uma aula de como escrever e debater temas importantes - tanto pessoais quanto sociais - como feminismo, ecologia, guerra, saude pública, violência, política, etc, sem ser panfletária, sem a detestável lacração.
Um marco na literatura de ficção científica brasileira.
November 18, 2020
surpresa boa: história alucinante com ares steampunk, toques de solarpunk e flerte sério com hopepunk.
no começo, a quantidade de informação me confundiu e cansou um pouco. são muitas personagens, cenários, cenas de ação. a protagonista acaba se repetindo para conseguir se ouvir nos próprios pensamentos no meio dessa gente toda. mesmo assim, a maioria das personagens é bem desenvolvida e tem cenas estruturadas na trama.
gostei da direção da crítica ambientalista e social diluída nos conflitos da história. me incomodou um pouco a ausência de algumas cenas que foram mencionadas mais de uma vez mas só apareceram sumarizadas (escravos da mina, especialmente); os diálogos balancearam bem esses resumos e foram o ponto alto da leitura.
no geral, gostei muito de ler situações em que Elissa era estratégica, conhecia seu campo de ação e sabia o que estava fazendo. entre as muitas personagens femininas fortes, há um leque diverso de idades, sexualidades, etnias, inclinações e afinidades. aliás, a obra defende bem um espaço inclusivo em que mulheres são ativas e decisivas.
acho que é um romance de alto potencial para um desdobramento audiovisual. talvez pudesse ser um pouco mais refinado ou tenha deixado essa impressão pela insistência em palavras fisgando deslocamentos linguísticos sem tanta conexão com a história, por exemplo o apego com nomes complicados (com os quais eu implico). talvez me incomode por ser o primeiro texto steampunk que leio, onde os termos e nomes talvez tenham uma tradição.
gostei bastante de ter lido.
recomendo para leitores de ficção científica que se interessem por desbravar as ótimas obras sendo publicadas aqui mesmo no Brasil.
no começo, a quantidade de informação me confundiu e cansou um pouco. são muitas personagens, cenários, cenas de ação. a protagonista acaba se repetindo para conseguir se ouvir nos próprios pensamentos no meio dessa gente toda. mesmo assim, a maioria das personagens é bem desenvolvida e tem cenas estruturadas na trama.
gostei da direção da crítica ambientalista e social diluída nos conflitos da história. me incomodou um pouco a ausência de algumas cenas que foram mencionadas mais de uma vez mas só apareceram sumarizadas (escravos da mina, especialmente); os diálogos balancearam bem esses resumos e foram o ponto alto da leitura.
no geral, gostei muito de ler situações em que Elissa era estratégica, conhecia seu campo de ação e sabia o que estava fazendo. entre as muitas personagens femininas fortes, há um leque diverso de idades, sexualidades, etnias, inclinações e afinidades. aliás, a obra defende bem um espaço inclusivo em que mulheres são ativas e decisivas.
acho que é um romance de alto potencial para um desdobramento audiovisual. talvez pudesse ser um pouco mais refinado ou tenha deixado essa impressão pela insistência em palavras fisgando deslocamentos linguísticos sem tanta conexão com a história, por exemplo o apego com nomes complicados (com os quais eu implico). talvez me incomode por ser o primeiro texto steampunk que leio, onde os termos e nomes talvez tenham uma tradição.
gostei bastante de ter lido.
recomendo para leitores de ficção científica que se interessem por desbravar as ótimas obras sendo publicadas aqui mesmo no Brasil.
February 18, 2024
Esse livro acabou me surpreendendo bastante.
O começo me lembrou um livro YA: uma garota muito jovem (17 anos) que "não é como as outras", esse estilo que para mim já vem com um rancinho... Não sou o público alvo de YA, não leio, não costumo gostar. Segui por ser de um grupo de leitura do qual participo (Filamentos - Literatura e Ecologia). A primeira parte é bastante lenta, mas o ritmo melhora na segunda parte, mas mesmo assim ainda não me conquistou. Qual não foi minha surpresa quando o livro se torna frenético e impossível de largar lá por volta da página 200 - a partir daí foram 100 páginas impossíveis de parar, eu andava pela casa carregando o livro aberto na altura dos olhos.
A discussão climática é muito interessante, por não ser milagrosa ou simples. Entende-se a gravidade do ocorrido naquele mundo e sente-se o peso do que está por vir. É claro, trata-se de uma fantasia, então as causas do apocalipse climático não são as mesmas do mundo real (a.k.a. capitalismo), mas acho que eu poderia chamar de "pé no chão" as expectativas daqueles personagens quanto ao futuro próximo. Seria mais fácil dar um final lindo e feliz e brilhante e tiro o chapéu por isso não ter sido feito.
Alguns clichês do gênero ainda me incomodaram um pouco (a garota diferente de todos, instalove, sinceramente não tenho muita paciência para esse tipo de coisa), mas tudo isso é relevado pela trama que engata a partir de certo ponto. Ao todo, foi um experiência muito boa!
O começo me lembrou um livro YA: uma garota muito jovem (17 anos) que "não é como as outras", esse estilo que para mim já vem com um rancinho... Não sou o público alvo de YA, não leio, não costumo gostar. Segui por ser de um grupo de leitura do qual participo (Filamentos - Literatura e Ecologia). A primeira parte é bastante lenta, mas o ritmo melhora na segunda parte, mas mesmo assim ainda não me conquistou. Qual não foi minha surpresa quando o livro se torna frenético e impossível de largar lá por volta da página 200 - a partir daí foram 100 páginas impossíveis de parar, eu andava pela casa carregando o livro aberto na altura dos olhos.
A discussão climática é muito interessante, por não ser milagrosa ou simples. Entende-se a gravidade do ocorrido naquele mundo e sente-se o peso do que está por vir. É claro, trata-se de uma fantasia, então as causas do apocalipse climático não são as mesmas do mundo real (a.k.a. capitalismo), mas acho que eu poderia chamar de "pé no chão" as expectativas daqueles personagens quanto ao futuro próximo. Seria mais fácil dar um final lindo e feliz e brilhante e tiro o chapéu por isso não ter sido feito.
Alguns clichês do gênero ainda me incomodaram um pouco (a garota diferente de todos, instalove, sinceramente não tenho muita paciência para esse tipo de coisa), mas tudo isso é relevado pela trama que engata a partir de certo ponto. Ao todo, foi um experiência muito boa!
January 1, 2021
Achei um livro com uma narrativa surpreendente. A construção da protagonista é muito bacana, perto do fim fiquei com dó de terminar e de me despedir dos personagens, valeu cada página lida. Gostei muito e recomendo a leitura.
November 16, 2020
Uma história envolvente e muito atual que fala, com o viés fantástico, de questões políticas de meio ambiente. Gostei muito da jornada da protagonista e do desenvolvimento das personagens secundárias (só não comprei muito o romance da Elissa, por mais que tenha entendido o motivo da existência).
May 30, 2020
Faz dias que terminei essa leitura e ela ainda ressoa na minha cabeça. Nikelen construiu um universo muito coerente com subtextos muito interessantes - quem conhece o ethos do interior do RS vai encontrar paralelos. Mas o que interessa é que os elementos fantásticos da narrativa vão sendo apresentados de forma gradual e coesa ao mesmo tempo em que a trama política e social se entranha nos acontecimentos da vida da protagonista. Aliás, que protagonista! Elissa Till é cheia de contradições (o que a deixa incrivelmente humana) e vai crescendo muito ao longo da trama. Os paralelos com o momento atual da pandemia e o crescimento dos desertos e destruição do planeta traz muitos elementos para pensarmos. Baita livro!
December 19, 2019
Posso dizer sinceramente que eu tive minhas expectativas destruídas com este livro. Esse é um daqueles casos onde você pega algo para ler e se coloca em uma postura X e acaba tendo um resultado Y completamente oposto. Talvez eu tenha me enganado com a proposta steampunk da autora (que de fato existe) e fui com um espírito aventureiro para a narrativa. Em menos de cinquenta páginas tive que rever os meus conceitos. E achei isso maravilhoso! A Nikelen conseguiu fazer com que eu, do nada, sacasse o meu caderno de anotações e começasse a anotar ideias como um louco transtornado. Viajantes do Abismo tem muito mais do que você imagina e muito mais do que está ali naquela sinopse. Duvidam? Sigam o texto.
A narrativa da autora possui um vasto elenco de personagens. E vemos pessoas diferentes, com características e motivações que podem ou não se cruzar e se colocando até em lados diferentes do espectro da protagonista. Apesar disso tudo, estamos diante de uma clara narrativa em terceira pessoa, colada no ombro de Elissa, a qual serve como nosso ponto fiador da história. Em nenhum momento saímos de seu lado. Ou seja, é aquela narração pseudo-terceira pessoa, sendo que este é usado apenas para não ficarmos presos à mente da protagonista e termos a possibilidade de voar pelos ares e apresentar um mundo que não é inteiramente conhecido por ela. Boa escolha, principalmente pela construção de mundo em si.
Somos colocados diante dos preparativos do casamento de Elissa com Larius Drex, um homem que conseguiu se alçar a uma importante posição em sua província. A protagonista está reavaliando suas prioridades e analisando como será seu papel como esposa. Claramente ela não gosta de reuniões e ter de desfilar para pessoas, mas decidiu se conformar com o que a vida lhe ofereceu. Aliás, esta é muito a tônica da personagem: ela gostaria de ser submissa, mas a vida acaba colocando-a diante do fato de que ela não deve ser. Que ela precisa tomar as rédeas de seu próprio destino. Larius então a abandona próximo ao casamento, alegando que não gostaria que o casamento destruísse a personalidade instigante dela. Que ele estava abandonando-a pelo seu próprio bem (calma, gente, isso não é spoiler... é o primeiro capítulo). Esse acontecimento acaba derrubando o chão dela que não sabe o que fazer de si diante do impacto. Ela tinha se preparado psicologicamente e emocionalmente para isso, e de repente precisa mudar tudo e repensar o que fazer com sua vida. É então que ela conhece a jovem Aleia, uma menina estranha que lhe dá conselhos como uma mulher adulta. A aconselha a fazer aquilo que seu coração mandar. Dessa forma, Elissa se torna uma curandeira.
O mundo criado por Nikelen é parecido, mas bem diferente (sem trocadilhos) em relação ao nosso. Entre os vários reinos, repúblicas e estados, a protagonista vive na República Tríplice, um lugar governado por três governadores que juntos decidem os rumos daqueles que vivem sob sua tutela. Mas, a república vive sérios problemas: o avanço das areias tem acabado com a vida daqueles que já possuem pouco para viver. A desigualdade social é enorme sendo que uma elite domina os recursos básicos para sobrevivência como água e alimentos. A maior parte da população vive em regiões que cobram muito de sua resistência. E o governo nada faz para ajudar a população empobrecida. Surge então um movimento independentista que deseja se descolar desse governo corrupto e retomar a autoridade para as mãos do povo. Do outro lado ficam os unionistas, cujo chefe militar é Harin Solano, um homem cruel e inescrupuloso que age em nome da República Tríplice. Após se tornar curandeira, Elissa vai se tornando pouco a pouco uma figura proeminente em seu vilarejo a ponto de servir como exemplo de resistência. Percebendo o perigo vindo da vila de Elissa, Solano e suas tropas vão até lá e arrasam tudo o que veem pelo caminho. Inclusive a casa onde moram Elissa, Simoa, Teodora, Miranda e sua mãe Ursula. A morte de uma pessoa importante para a família acaba fazendo com que Elissa tome a decisão de se vingar de Solano. Aí é que começa a história, principalmente após a protagonista encontrar a corajosa Tyla e o enigmático Seth.
Essa é uma jornada de empoderamento para Elissa. Começando como uma personagem conformada e submissa, ela vai entendendo que sua vida pertence a ela mesma. E que, ao se submeter, ela estaria deixando de lado a sua capacidade de viver e de tomar suas próprias decisões. Não apenas isso, mas a possibilidade de escolher que rumo deve seguir. Elissa preferia agir com indiferença diante das coisas. Ao se convencer de que nada a afetava, se sentia segura e não poderia sofrer. Só que se envolver com outras pessoas faz com que ela desperte sentimentos aos quais sua racionalidade não consegue lidar. Os laços que se formam ao seu redor, obrigam-na a agir. A tornam ativa. Esse emaranhado de relações fazem com que ela precise tomar decisões não apenas pensando no que é seguro para ela, mas no que é bom para aqueles que a cercam.
Em uma de suas jornadas, ela conhece Seth, alguém que aparece junto de uma tempestade de areia alegando que teria matado o mundo. Tratado como louco por todos que o cercam ele acaba contando para a protagonista sua história. Achei a abordagem da autora interessante ao nos apresentar um planeta como uma espécie de ser vivo. O que de fato é. E que, muito da culpa pela destruição do planeta cabe aos seres humanos que não são capazes de cuidar apropriadamente dos recursos naturais. A ideia de que o planeta pode ficar doente também é uma linha de raciocínio plausível e até já explorada por alguns cientistas.
Por outro lado, existe uma questão filosófica por trás da narrativa. Ao estarmos em constante guerra com nossa própria espécie, estamos também afetando o planeta. Se estivéssemos no lugar de um deus criador, qual seria nossa postura? Ajudar os seres humanos e tentar lidar com as alterações que já fizemos ou recomeçar tudo de novo, eliminando quem está atualmente no planeta? Adaptação ou recomeço? Se formos parar para refletir bem sobre os argumentos que regem ambas as posições veremos que ambos os lados possuem seus prós e contras. Hoje vivemos em um planeta que parece estar caminhando para um estado terminal. E não sabemos mais o que fazer para impedir a nós mesmos de continuar em uma lenta (não tão lenta mais) caminhada da destruição.
A autora faz uma bela brincadeira usando um deus ex machina na história. Normalmente esse artifício serve para corrigir algum encaminhamento que não atenderia aos objetivos do autor. Alguns autores buscam esconder esse mecanismo, mas Nikelen nos mostra desde o começo. O emprego de um certo personagem funciona como um deus ex machina. E é bem utilizado. A ponto de entendermos com naturalidade a sua presença na narrativa. O legal é que é quase como se a própria autora estivesse ao lado da protagonista ajudando-a e aconselhando-a em momentos de real necessidade. Isso é feito de forma orgânica sem ferir a narrativa.
Porém, preciso dizer alguns pontos que me incomodaram um pouco. Achei a escrita um pouco pesada desde o começo e a narrativa não pegou velocidade comigo por toda a sua extensão. Geralmente quando eu consigo me assentar a uma escrita, a narrativa acaba seguindo com mais fluidez. Não vou saber responder o motivo disso, mas talvez tenha sido culpa da primeira parte da história (o livro é dividido em duas partes; uma espécie de prólogo inicial e o grosso da história). Nesta, parece que a autora está me apresentando uma série de fatos que se sucedem um ao outro. Não consegui me investir da história nesse momento e, quando a história realmente engrenou lá pela metade do livro eu não tinha comprado a narrativa lá atrás.
Um segundo ponto que me preocupa são os personagens de apoio, que acabam ficando obscurecidos diante de um protagonismo centralizante de Elissa. Mesmo personagens fortes como Teodora e Tyla não conseguem ser mais do que satélites gravitando ao redor da protagonista. Gostaria de ver talvez mais núcleos narrativos até para explorar mais o mundo criado por Nikelen. A autora perdeu uma boa oportunidade para brincar com sua criação. É curioso que apesar de ser apresentado como um cenário steampunk, este é usado de forma bem parcimoniosa e sutil. Se não tivesse alguns dirigíveis e os googles eu não lembraria que se trata de um steampunk. Não digo nem que é necessário explorar todos os aspectos do gênero, mas dava para brincar um pouco com isso.
Viajantes do Abismo é uma narrativa que vai fazer com que olhemos para o nosso planeta com outros olhos. Como pessoas preocupadas com o destino que nossas ações podem provocar e o que devemos fazer para mudar esse cenário. Para que sejamos como Elissa que se investiu de seu próprio destino e se empoderou o suficiente para gritar para o mundo que as coisas deveriam mudar.
A narrativa da autora possui um vasto elenco de personagens. E vemos pessoas diferentes, com características e motivações que podem ou não se cruzar e se colocando até em lados diferentes do espectro da protagonista. Apesar disso tudo, estamos diante de uma clara narrativa em terceira pessoa, colada no ombro de Elissa, a qual serve como nosso ponto fiador da história. Em nenhum momento saímos de seu lado. Ou seja, é aquela narração pseudo-terceira pessoa, sendo que este é usado apenas para não ficarmos presos à mente da protagonista e termos a possibilidade de voar pelos ares e apresentar um mundo que não é inteiramente conhecido por ela. Boa escolha, principalmente pela construção de mundo em si.
Somos colocados diante dos preparativos do casamento de Elissa com Larius Drex, um homem que conseguiu se alçar a uma importante posição em sua província. A protagonista está reavaliando suas prioridades e analisando como será seu papel como esposa. Claramente ela não gosta de reuniões e ter de desfilar para pessoas, mas decidiu se conformar com o que a vida lhe ofereceu. Aliás, esta é muito a tônica da personagem: ela gostaria de ser submissa, mas a vida acaba colocando-a diante do fato de que ela não deve ser. Que ela precisa tomar as rédeas de seu próprio destino. Larius então a abandona próximo ao casamento, alegando que não gostaria que o casamento destruísse a personalidade instigante dela. Que ele estava abandonando-a pelo seu próprio bem (calma, gente, isso não é spoiler... é o primeiro capítulo). Esse acontecimento acaba derrubando o chão dela que não sabe o que fazer de si diante do impacto. Ela tinha se preparado psicologicamente e emocionalmente para isso, e de repente precisa mudar tudo e repensar o que fazer com sua vida. É então que ela conhece a jovem Aleia, uma menina estranha que lhe dá conselhos como uma mulher adulta. A aconselha a fazer aquilo que seu coração mandar. Dessa forma, Elissa se torna uma curandeira.
O mundo criado por Nikelen é parecido, mas bem diferente (sem trocadilhos) em relação ao nosso. Entre os vários reinos, repúblicas e estados, a protagonista vive na República Tríplice, um lugar governado por três governadores que juntos decidem os rumos daqueles que vivem sob sua tutela. Mas, a república vive sérios problemas: o avanço das areias tem acabado com a vida daqueles que já possuem pouco para viver. A desigualdade social é enorme sendo que uma elite domina os recursos básicos para sobrevivência como água e alimentos. A maior parte da população vive em regiões que cobram muito de sua resistência. E o governo nada faz para ajudar a população empobrecida. Surge então um movimento independentista que deseja se descolar desse governo corrupto e retomar a autoridade para as mãos do povo. Do outro lado ficam os unionistas, cujo chefe militar é Harin Solano, um homem cruel e inescrupuloso que age em nome da República Tríplice. Após se tornar curandeira, Elissa vai se tornando pouco a pouco uma figura proeminente em seu vilarejo a ponto de servir como exemplo de resistência. Percebendo o perigo vindo da vila de Elissa, Solano e suas tropas vão até lá e arrasam tudo o que veem pelo caminho. Inclusive a casa onde moram Elissa, Simoa, Teodora, Miranda e sua mãe Ursula. A morte de uma pessoa importante para a família acaba fazendo com que Elissa tome a decisão de se vingar de Solano. Aí é que começa a história, principalmente após a protagonista encontrar a corajosa Tyla e o enigmático Seth.
Essa é uma jornada de empoderamento para Elissa. Começando como uma personagem conformada e submissa, ela vai entendendo que sua vida pertence a ela mesma. E que, ao se submeter, ela estaria deixando de lado a sua capacidade de viver e de tomar suas próprias decisões. Não apenas isso, mas a possibilidade de escolher que rumo deve seguir. Elissa preferia agir com indiferença diante das coisas. Ao se convencer de que nada a afetava, se sentia segura e não poderia sofrer. Só que se envolver com outras pessoas faz com que ela desperte sentimentos aos quais sua racionalidade não consegue lidar. Os laços que se formam ao seu redor, obrigam-na a agir. A tornam ativa. Esse emaranhado de relações fazem com que ela precise tomar decisões não apenas pensando no que é seguro para ela, mas no que é bom para aqueles que a cercam.
Em uma de suas jornadas, ela conhece Seth, alguém que aparece junto de uma tempestade de areia alegando que teria matado o mundo. Tratado como louco por todos que o cercam ele acaba contando para a protagonista sua história. Achei a abordagem da autora interessante ao nos apresentar um planeta como uma espécie de ser vivo. O que de fato é. E que, muito da culpa pela destruição do planeta cabe aos seres humanos que não são capazes de cuidar apropriadamente dos recursos naturais. A ideia de que o planeta pode ficar doente também é uma linha de raciocínio plausível e até já explorada por alguns cientistas.
Por outro lado, existe uma questão filosófica por trás da narrativa. Ao estarmos em constante guerra com nossa própria espécie, estamos também afetando o planeta. Se estivéssemos no lugar de um deus criador, qual seria nossa postura? Ajudar os seres humanos e tentar lidar com as alterações que já fizemos ou recomeçar tudo de novo, eliminando quem está atualmente no planeta? Adaptação ou recomeço? Se formos parar para refletir bem sobre os argumentos que regem ambas as posições veremos que ambos os lados possuem seus prós e contras. Hoje vivemos em um planeta que parece estar caminhando para um estado terminal. E não sabemos mais o que fazer para impedir a nós mesmos de continuar em uma lenta (não tão lenta mais) caminhada da destruição.
A autora faz uma bela brincadeira usando um deus ex machina na história. Normalmente esse artifício serve para corrigir algum encaminhamento que não atenderia aos objetivos do autor. Alguns autores buscam esconder esse mecanismo, mas Nikelen nos mostra desde o começo. O emprego de um certo personagem funciona como um deus ex machina. E é bem utilizado. A ponto de entendermos com naturalidade a sua presença na narrativa. O legal é que é quase como se a própria autora estivesse ao lado da protagonista ajudando-a e aconselhando-a em momentos de real necessidade. Isso é feito de forma orgânica sem ferir a narrativa.
Porém, preciso dizer alguns pontos que me incomodaram um pouco. Achei a escrita um pouco pesada desde o começo e a narrativa não pegou velocidade comigo por toda a sua extensão. Geralmente quando eu consigo me assentar a uma escrita, a narrativa acaba seguindo com mais fluidez. Não vou saber responder o motivo disso, mas talvez tenha sido culpa da primeira parte da história (o livro é dividido em duas partes; uma espécie de prólogo inicial e o grosso da história). Nesta, parece que a autora está me apresentando uma série de fatos que se sucedem um ao outro. Não consegui me investir da história nesse momento e, quando a história realmente engrenou lá pela metade do livro eu não tinha comprado a narrativa lá atrás.
Um segundo ponto que me preocupa são os personagens de apoio, que acabam ficando obscurecidos diante de um protagonismo centralizante de Elissa. Mesmo personagens fortes como Teodora e Tyla não conseguem ser mais do que satélites gravitando ao redor da protagonista. Gostaria de ver talvez mais núcleos narrativos até para explorar mais o mundo criado por Nikelen. A autora perdeu uma boa oportunidade para brincar com sua criação. É curioso que apesar de ser apresentado como um cenário steampunk, este é usado de forma bem parcimoniosa e sutil. Se não tivesse alguns dirigíveis e os googles eu não lembraria que se trata de um steampunk. Não digo nem que é necessário explorar todos os aspectos do gênero, mas dava para brincar um pouco com isso.
Viajantes do Abismo é uma narrativa que vai fazer com que olhemos para o nosso planeta com outros olhos. Como pessoas preocupadas com o destino que nossas ações podem provocar e o que devemos fazer para mudar esse cenário. Para que sejamos como Elissa que se investiu de seu próprio destino e se empoderou o suficiente para gritar para o mundo que as coisas deveriam mudar.
November 14, 2020
Elissa Till possui uma calma vida junto aos entes queridos, é uma curandeira de renome, uma boa filha e irmã que preza pela segurança da sua família. Porém, quando a situação política da República se aperta e os desastres ambientais começam, Elissa é induzida a agir. Os desertos estão avançando e destruindo cidades, junto a isso, A Tríplice República está beirando uma guerra civil.
Num mundo tomado pela raiva, medo e destruição, Elissa é a figura em busca conseguir solucionar tudo. É interessante o fato dela ser uma personagem que se deixa levar pelos acontecimentos, Elissa reage aos problemas e assim se vê no meio de um furacão no qual não pretendia estar. Para ir em frente, ela contará com a ajuda de sua irmã Teodora e de sua amiga Tyla. Dessa forma, o livro é movido por mulheres diferentes entre si munidas com conhecimento, força e esperança. Mas há algo mais acontecendo, no meio de toda a luta, a percepção sobre tudo o que Elissa conhece muda drasticamente quando surgem criaturas de outro mundo.
Os planos se alteram e se moldam, nada parece ser como o real que ela sempre conheceu. E mesmo cansada, apesar das dificuldades, todos estão juntos por um bem maior, por amor, por esperança e pelo futuro.
Eu amei esse livro, Nikelen traz elementos bastante reconhecíveis do cenário nacional. Alguns apectos dentro da obra conversam bastante com o que estamos vivendo hoje, valendo a pena conhecer algumas das suas reflexões. A autora entrega um livro com tantos detalhes importantes, mesmo que sutis, e escancara uma historia empolgante, com personagens diversos e livres da sua forma. É sobre resistir, sobre crescer, mudar e encontrar sua própria força.
Num mundo tomado pela raiva, medo e destruição, Elissa é a figura em busca conseguir solucionar tudo. É interessante o fato dela ser uma personagem que se deixa levar pelos acontecimentos, Elissa reage aos problemas e assim se vê no meio de um furacão no qual não pretendia estar. Para ir em frente, ela contará com a ajuda de sua irmã Teodora e de sua amiga Tyla. Dessa forma, o livro é movido por mulheres diferentes entre si munidas com conhecimento, força e esperança. Mas há algo mais acontecendo, no meio de toda a luta, a percepção sobre tudo o que Elissa conhece muda drasticamente quando surgem criaturas de outro mundo.
Os planos se alteram e se moldam, nada parece ser como o real que ela sempre conheceu. E mesmo cansada, apesar das dificuldades, todos estão juntos por um bem maior, por amor, por esperança e pelo futuro.
Eu amei esse livro, Nikelen traz elementos bastante reconhecíveis do cenário nacional. Alguns apectos dentro da obra conversam bastante com o que estamos vivendo hoje, valendo a pena conhecer algumas das suas reflexões. A autora entrega um livro com tantos detalhes importantes, mesmo que sutis, e escancara uma historia empolgante, com personagens diversos e livres da sua forma. É sobre resistir, sobre crescer, mudar e encontrar sua própria força.
February 13, 2021
Ainda não sei bem o que pensar dessa leitura; acho que esperei algo da história, só que esse algo não foi entregue, sabe? Foi a minha primeira leitura de steampunk e fique um pouco decepcionada, senti que precisava de mais do que uma menção ou outra a dirigíveis e membros mecânicos. Além disso, os personagens não me cativaram - muito disso vem das frases de efeito dignas de filme de franquia de super herói (se certas colocações pegam mal o suficiente pra soarem constrangedoras aos ouvidos de quem está no cinema, imagina como é quando só está você e o livro). Esse quê de filme de franquia aparece em um capítulo "pós-créditos", que é absolutamente desnecessário para os acontecimentos.
O enredo é interessante e flui com facilidade - só não digo o mesmo dos relacionamentos que aparecem ao longo da história: um é totalmente esperado, mas parece artificial. Já outro, que o leitor só descobre que existe por uma menção curta das personagens envolvidas, parece súbito demais e acaba artificial também. Aliás, ironicamente, este último só convence mesmo no epílogo da história. No fim, a leitura é até válida por ser um livro nacional atual, mas estes e outros pontos não me convenceram do mundo que me foi apresentado. Mesmo assim, valeu a tentativa.
O enredo é interessante e flui com facilidade - só não digo o mesmo dos relacionamentos que aparecem ao longo da história: um é totalmente esperado, mas parece artificial. Já outro, que o leitor só descobre que existe por uma menção curta das personagens envolvidas, parece súbito demais e acaba artificial também. Aliás, ironicamente, este último só convence mesmo no epílogo da história. No fim, a leitura é até válida por ser um livro nacional atual, mas estes e outros pontos não me convenceram do mundo que me foi apresentado. Mesmo assim, valeu a tentativa.
December 26, 2022
Em um governo autoritário na beira de um colapso Elissa tenta viver bem com sua família e ajudar aqueles que estão a sua volta. Porém, será mesmo que uma pessoa poderia mudar um roteiro já escrito para o mundo?
Com personagens interessantes e um ar de mistério, Viajantes do Abismo se equilibra entre uma história que pode entendida como futurista e uma obra que reflete a presente realidade.
Quando comecei a ler eu não sabia muito do que se tratava a história e foi uma surpresa enorme encontrar uma leitura fluída, com várias críticas a nossa sociedade e ainda com uma pegada meio distópica.
Além da fluidez, outra coisa que se destaca na obra são os vários acontecimentos que se sucedem sem que fiquemos perdidos ou desinteressados.
Elissa, depois de algumas perdas e uma virada enorme no seu destino se torna uma personagem bem real, o que faz a história ser mais incrível!
Por fim, o que completa a história são as personalidades diferentes e complexas de Tyla e Teodora, duas mulheres incríveis, cada uma a sua maneira!
Para mim, o final do livro não deixou NADA a desejar, estando muito de acordo com a história e com o objetivo da autora e foi o fechamento que me convenceu a dar 5 estrelas para o livro!
Com personagens interessantes e um ar de mistério, Viajantes do Abismo se equilibra entre uma história que pode entendida como futurista e uma obra que reflete a presente realidade.
Quando comecei a ler eu não sabia muito do que se tratava a história e foi uma surpresa enorme encontrar uma leitura fluída, com várias críticas a nossa sociedade e ainda com uma pegada meio distópica.
Além da fluidez, outra coisa que se destaca na obra são os vários acontecimentos que se sucedem sem que fiquemos perdidos ou desinteressados.
Elissa, depois de algumas perdas e uma virada enorme no seu destino se torna uma personagem bem real, o que faz a história ser mais incrível!
Por fim, o que completa a história são as personalidades diferentes e complexas de Tyla e Teodora, duas mulheres incríveis, cada uma a sua maneira!
Para mim, o final do livro não deixou NADA a desejar, estando muito de acordo com a história e com o objetivo da autora e foi o fechamento que me convenceu a dar 5 estrelas para o livro!
December 26, 2024
Que livro frenético, eu só sei que esse livro e o RPG Numenera devem andar de mãos dadas, pois eles se encaixam perfeitamente. Amei cada momento, como não amar e odiar ao mesmo tempo Aleia, compreender Seth e toda sua trilha e a perseverança de Elissa em salvar a Terra lutando em meio uma revolução, um verdadeiro Steampunk, eu não sei qual personagem eu admirei mais ali, amei muitos e odiei outros, mas amei o final desses, as invenções então, as lições que tem ao decorrer desse livro e os vários momentos de vontade de puxar a orelha da Aleia também principalmente kkkkk.
O melhor é quando aparece o O colégio das fraires inventoras, gente, eu amei muito e nele se há a mensagem do livro, é por elas que temos que lutar em seguir em frente e fazer desse Mundo e de outros Mundos melhor e não desistir!
O melhor é quando aparece o O colégio das fraires inventoras, gente, eu amei muito e nele se há a mensagem do livro, é por elas que temos que lutar em seguir em frente e fazer desse Mundo e de outros Mundos melhor e não desistir!
September 23, 2020
Eu não consigo explicar o tamanho da minha surpresa com esse livro. Eu literalmente abri ele no Kindle Unlimited porque achei a capa incrível, mas o conteúdo me levou para locais e situações que eu nem esperava. Um breve resumo desse livro é que ele poderia ser um steam punk, com elementos fantásticos e distópicos e uma guerra. Dito isso, a maneira como a história é construída lentamente até a virada do livro é incrível. O jeito que os elementos mágicos são inseridos: maravilhoso. Personagens femininas não só levam a história, mas se remontam e reinventam. Se é que existe uma crítica pra esse livro, ele realmente começa lento, mas eu julguei essa lentidão um ponto de partida incrível para todas as outras coisas que ela se propõe a desenvolver.
August 31, 2021
Li super rápido, realmente me envolveu do começo ao fim! É um bom steampunk e eu gosto dos elementos de ficção científica e fantasia presentes. A Elissa é uma protagonista forte, muito carismática e humana. Talvez ela tenha ofuscado o resto dos personagens que, apesar de serem maravilhosos, ficam muito ao redor das decisões da personagem principal. Eu gostei da resolução, deu uma esperança bem realista ao mundo, em que a humanidade se degenera e destrói muito rápido mas é bem mais lenta em reconstruir.
O romance de Seth e Elissa eu achei meio rápido demais, faltou um pouco de construção desses sentimentos ao meu ver, não consegui identificar quando que a atração sexual de Elissa vira afeição e amor. Mas eu gostei bastante e é um ótimo livro nacional
O romance de Seth e Elissa eu achei meio rápido demais, faltou um pouco de construção desses sentimentos ao meu ver, não consegui identificar quando que a atração sexual de Elissa vira afeição e amor. Mas eu gostei bastante e é um ótimo livro nacional
This entire review has been hidden because of spoilers.
May 8, 2021
Quando peguei para ler não sabia nem a sinopse, me surpreendeu muito! O desenvolvimento da personagem saindo de uma menina inocente e boba para uma mulher que comanda uma revolução é sensacional. Eu gosto muito de ler personagens femininas fortes e esse livro traz muitas delas. A trama política também me encantou, toda a história é baseada nos jogos de poder. Além de tudo isso, o livro trata de questões muito sérias e atuais através da fantasia. E por último, um livro de fantasia nacional escrito por uma mulher, em um país que tenta de todas as formas desestimular a leitura.
This entire review has been hidden because of spoilers.
December 17, 2020
Um livro sobre perseverança, mesmo quando você sabe que as chances são mínimas e tudo parece prestes a dar muito errado. Uma leitura ideal para o atual momento do mundo e da realidade, melhor que a nossa por ser no estilo Steampunk.
Gostei bastante das personagens e das evoluções, do crescimento movido pela necessidade e os impulsos, e da união do fantástico com o político.
Queria mais histórias nesse mundo, em especial sobre as Fraires Inventoras e as escolas.
Gostei bastante das personagens e das evoluções, do crescimento movido pela necessidade e os impulsos, e da união do fantástico com o político.
Queria mais histórias nesse mundo, em especial sobre as Fraires Inventoras e as escolas.
April 8, 2024
After I finished this book, I couldn’t read anything else… I couldn’t find something that touched me as much as this one did.. it touches so many delicate, yet necessary topics… I would DIE for a series or a movie of this book, I love the Steampunk vibe, and I love that the author is a historian, just like me.
As others said, part of the book felt rushed, but I appreciated it nonetheless. It’s a beautiful book and I wish it got more recognition
As others said, part of the book felt rushed, but I appreciated it nonetheless. It’s a beautiful book and I wish it got more recognition
February 10, 2022
Eu não estava esperando muito desse livro, mas ele come��a bem e vai crescendo ao longo das páginas.
A escritora escreve bem, a história é boa, os personagens são bem desenvolvidos, complexos e cativantes. O ambiente steampunk desse livro é diferente e bem interessante. A narrativa tem um ritmo bom e que nos prende.
Para não dizer que não há nenhum problema, eu digo que o problema está no depois. A edição que li trazia um "bônus", descrito como o equivalente às cenas pós-créditos dos filmes. E eu diria que, se for esse o caso, é melhor levantar e ir embora do cinema antes de a cena começar. Chegou a quase estragar o livro todo para mim. Um livro que tem um final bem fechadinho, redondo, corajoso e extremamente adequado. Esse bônus, além de desnecessário, traz uma situação nova que apaga decisão mais impactante da escritora e ainda evoca uma sensação de incesto e pedofilia muito desagradável.
Enfim, leia o livro sim, é ótimo e vale a pena demais. Mas fique longe do bônus.
A escritora escreve bem, a história é boa, os personagens são bem desenvolvidos, complexos e cativantes. O ambiente steampunk desse livro é diferente e bem interessante. A narrativa tem um ritmo bom e que nos prende.
Para não dizer que não há nenhum problema, eu digo que o problema está no depois. A edição que li trazia um "bônus", descrito como o equivalente às cenas pós-créditos dos filmes. E eu diria que, se for esse o caso, é melhor levantar e ir embora do cinema antes de a cena começar. Chegou a quase estragar o livro todo para mim. Um livro que tem um final bem fechadinho, redondo, corajoso e extremamente adequado. Esse bônus, além de desnecessário, traz uma situação nova que apaga decisão mais impactante da escritora e ainda evoca uma sensação de incesto e pedofilia muito desagradável.
Enfim, leia o livro sim, é ótimo e vale a pena demais. Mas fique longe do bônus.
April 8, 2021
dnf @ 60%.
February 19, 2022
4.5 stars
Caramba, que livro incrível! E ainda está disponível no Kindle Unlimited. Recomendo demais!
Caramba, que livro incrível! E ainda está disponível no Kindle Unlimited. Recomendo demais!
October 31, 2020
Eita Steampunk lindeza demais.
Eu poderia fazer a resenha ser somente isso que já ficaria feliz hahaha
Gostei demais de tudo, das personagens, da ambientação, do conflito, das escolhas de possibilidades, do drama. Me encantei e virei ainda mais fã da Nikelen.
Eu poderia fazer a resenha ser somente isso que já ficaria feliz hahaha
Gostei demais de tudo, das personagens, da ambientação, do conflito, das escolhas de possibilidades, do drama. Me encantei e virei ainda mais fã da Nikelen.
Displaying 1 - 25 of 25 reviews