Lem é atacada por uma tribo desconhecida e poderosa. Quase todo o povo da aldeia é escravizado. Inclusive Piteco, que luta para não perder o que de mais valioso conquistou. Uma aventura repleta de misticismo, ação, intrigas, descobertas e ensinamentos.
Incrível como a graphic msp é coisa de cinema o roteiro é ok mas os personagens e a ambientação é surreal de caprichada, gostei muito da arte e dar inserção sa filha de piteco e todo seu crescimento dentro da trama
Quem lê a sinopse desta HQ do Piteco, uma nova versão do personagem na Graphic MSP (a primeira foi feitas por Shiko, que assina o posfácio), vai achar que vai se deparar com a mesma trama do filme do Conan. Sim, existem algumas semelhanças com o filme de 1984, estrelado por Arnold Schwarzenegger, mas tem uma coisa que faz a diferença fundamental que se chama protagonismo feminino. Piteco até fica meio apagado frente a sua filha, Thala e sua mulher, Thuga. Essa divisão de protagonismo também desenvolve um recurso narrativo que eu gosto muito, que são as subtramas e tramas em paralelo. Neste quadrinho, a tribo de Lem é escravizada por uma outra tribo que venera um deus do fogo e usa um certo líquido negro (já sacou o que é?) para atiçar o fogo no seu grande deus. Os escravos precisam, então, cavar as profundezas da terra para encontrá-los. Thala, que era desconsiderada como caçador por seu pai, vai provar a sua valentia e também, porque não dizer, a sua validade como membro da tribo, salvando a todos. Nada menos que a luta que toda mulher trava desde o momento que nasce: se provar tão boa e valiosa como um homem. E na sociedade pré-histórica não seria diferente. Ou não?
Traço lindissimo, me lembrou Titã Simbionico, as cores e o uso da sombra também são muito lindas. Até agora esse é o meu MSP favorito! Amo o traço, a história é intrigante e dividida entre seções diferentes depois do conflito inicial, os desenvolvimentos e aprofundamentos de personagens são muito bem escritos e desenhados, da pra sentir a mudança da Thala conforme a trama avança, é muito gratificante de ler. Gostei muito da personagem da Ogra também! Nem me lembrava dela nas histórias do Piteco, gostei muito mais da Thuga nesse, ela tem mais personalidade, mais propósito, muito legal e muito divertido de ler! Consegue separar muito bem seus momentos de tensão e de diversão, muito bem recheada, vou comprar pros meus amigos e irmãos em datas comemorativas, acredito que seja uma leitura muito importante e rica.
O enredo da HQ é bem simples e segue alguns dos padrões do selo em histórias de aventura. A ligação entre vários elementos da história foi feita através do fogo do título, como o desenvolvimento de personagem da filha do Piteco, a vantagem dos adversários, o modo controlado que os protagonistas se utilizam do fogo. O que me impressionou foi o traço, as linhas carregadas e espessas, as cores quentes, a distribuição de quadros nas páginas feita com tanto talento que todas as páginas duplas são de tirar o fôlego. Mas minha sequência preferida foi uma que simula pintura rupestre como forma de ilustrar um flashback, achei criativo e belíssimo.
faltou algo pra me convencer que a tribo malvada era tudo aquilo. mas o que gostei tanto nessa hq quanto na anterior é o fato da Thuga não ser relegada a interesse amoroso apenas, mas ser uma personagem própria, com sua própria história e narrativa.
A primeira história de Piteco (Ingá) está longe de ser minha favorita, mas também está longe de ser a pior história da série Graphic MSP. A bela arte e o uso interessante da mitologia fazem dela valer a pena.
Então, Fogo, a segunda história, com um novo autor, consegue superá-la? Sim e não. A ação e o roteiro são melhores, de certo modo. O mundo é interessante, mesmo que não seja tão bem desenvolvido e rico quanto o da história anterior. O maior problema, na minha opnião, é que o autor criou uma história interessante, mas o desenvolvimento da tribo rival parece incompleto - eles tem um mínimo de história por trás deles, mas sinto que quase nada dela foi tão bem utilizado quanto poderia ser.
No geral, uma boa história, mas poderia ser bem melhor com um pouco mais de desenvolvimento.