"Este livro aborda o tema das formas ameríndias da política, a partir de uma etnografia do grande ritual mortuário que os povos do Alto Xingu realizam em memória de seus chefes – o famoso Quarup. Partindo de uma pesquisa entre os Kalapalo, falantes de uma língua karib daquela região, o livro discute os múltiplos sentidos da política e do ritual na vida desse povo, atravessando questões como etno-história, mitologia, parentesco, artes verbais, e transformações socioeconômicas. Por meio do diálogo entre conceitos indígenas e antropológicos, o livro procura elucidar a dupla centralidade do Quarup, que emerge tanto como um momento-chave na produção de pessoas e coletivos no Alto Xingu, quanto como uma forma de ação política voltada para o mundo não indígena."
ANTÓNIO GUERREIRO é ensaísta, colunista e crítico literário do Público (suplemento Ipsílon) e editor da revista Electra (Fundação EDP).
Professor na área dos Estudos Literários. Licenciado em Línguas e Literatura Moderna–Português/Francês, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Além de colaboração dispersa em revistas, catálogos e livros coletivos, é autor de dois livros: O Acento Agudo do Presente [Prémio de Ensaio P.E.N. 2000, Cotovia] e O Demónio das Imagens. Sobre Aby Warburg (Língua Morta, 2018).