Crocodilo

by Javier Arancibia Contreras

Uma narrativa singela e emotiva sobre a construção da família, da relação pai-filho e das mudanças que o amadurecimento traz para a vida de todos nós.

“Hoje, meu filho Pedro pulou da janela do seu apartamento.” Assim começa o romance de Javier A. Contreras, um relato ágil e surpreendente sobre o suicídio e a angústia dos que permanecem.
Ao contar a história dos sete dias que se seguem à morte de Pedro, o autor embarca em uma narrativa única, que aborda temas como a relação pai-filho, o caos do mundo moderno e as expectativas que nutrimos e frustramos no decorrer da vida.
Com uma linguagem moderna e de ritmo fluido, os sentimentos de Ruy, pai de Pedro, são trazidos à superfície em um misto de raiva e desolação. Ao perder o único filho, Ruy reavalia não só sua relação com a paternidade, mas com todo o mundo a sua volta.

Genres: Adult, Fiction

184 pages, Paperback

Published January 1, 2019

About the author

Nasceu em 1976. Ex-repórter policial, escreveu Imóbile, finalista do Premio São Paulo de Literatura. Em 2012, foi escolhido pela revista Granta como um dos vinte melhores jovens escritores brasileiros.

Reviews

[Leonardo Ramos Da Rocha · Rating 5 out of 5]

- a vida invisível de eurídice gusmão
- tudo é rio
- o peso do pássaro morto
- crocodilo

[Ricardo Oliveira · Rating 4 out of 5]

Me atraí pela proposta ousada do livro: um pai que escreve sobre o suicídio do filho. Javier Contreras é hábil ao tratar um tema tão sensível e invisibilizado na sociedade. Li uma crítica que os diálogos do livro seriam pouco naturais e devo concordar. Isso posto, é um livro bonito e com uma leitura bem fluida.

[Walkyria Arruda · Rating 3 out of 5]

Pesado pra caramba, mas me prendeu do começo ao fim. E isso, pra mim, já é sempre um ponto bem positivo.

[Izzy · Rating 3 out of 5]

3.5 e um tempo pra pensar em como eu me senti de verdade

[Maria · Rating 5 out of 5]

bué lindo

[Karlesy Stamm · Rating 5 out of 5]

Tem como dar 6 estrelas? Adorei!

[Felipe · Rating 2 out of 5]

Algumas coisas: curioso que calhou de ler esse (um livro sobre o pai lidando com o recém suicídio do filho) bem no setembro amarelo. Isso significa algo? Nada. Eu achei que ia amar (por amar eu quero dizer ficar profundamente incomodado) esse livro, por ser um tema tão caro pra mim, tão próximo, de mim e dos meus mortos, mas me pergunto quantas vezes um personagem, ainda que falando de um lugar de choque e perplexidade precisa repetir diferentes versões de 'será que me deixei levar pelo tempo e me tornei uma pessoa amarga e intransigente?', a memória me falha mas me lembro de pelo menos 5 instâncias. O que me leva a outra pergunta, aí talvez de caráter mais subjetivo: Eu não sei exatamente se o desejo aqui era fazer uma abordagem menos melodramática e histérica da dor de quem fica, mas ainda que um luto sisudo e duro fosse o desejo (o que dados os ator do protagonista eu duvido), não sei se era necessário que o texto acompanhasse com tanto afinco. O que eu quero dizer é que me parece muito estranho de maneira geral ver personagens em conversas coloquiais respeitarem a norma culta e a polidez do diálogos, tanto pior se os tais personagens estão com o espírito em frangalhos. Sei lá, esquisito. Entrei nesse livro do jeito errado, achei que ele ia pra um lugar um pouco mais errático, mais aflito, como aquele de Tiago Ferro n'O pai da menina morta, mas é outra coisa. Não posso dizer que é uma coisa ruim, mas é uma que me agrada menos.

[Gabriela Essig · Rating 4 out of 5]

Li esse livro em 1,5 dia, passando o feriado na casa da minha namorada. Ele interrompeu um período longo que passei sem ler. O estilo de escrita é precisamente o que eu gosto. Primeira pessoa. Leitura fluida. Gostei bastante dos personagens. Curiosamente, o narrador é o menos interessante deles. Talvez porque ele saiba muito bem fazer descrições e fazer com que as outras pessoas pareçam assim. Não dei 5 estrelas pois acho que a história apresenta algumas falhas, por exemplo ser um pouco previsível. Além disso, não gostei muito do tom em que foi narrada a parte envolvendo pessoas em situação de rua. Contudo, é um livro muito intrigante. Pretendo olhar mais coisas desse autor.

[Tiago Melo · Rating 2 out of 5]

"Crocodilo" lançado em 2019 soava como um dos mais promissores romances da literatura brasileira daquele ano. E a premissa a respeito do suicídio, assunto que continua sendo tabu, realmente parecia indicar um livro e tanto. Não foi.

É notável a dificuldade do autor ultrapassar o estilo jornalístico para realmente construir uma obra literária. A inserção a certa altura de diversos nomes célebres que cometeram suicídio ao longo dos anos indicam que o negócio do Contreras talvez seja o jornalismo literário. Enquanto romance, "Crocodilo" falha em diversos aspectos.

Se o tema pedia um tom mais singelo e íntimo, Contreras caracteriza seus personagens de forma grandiosa e equivocada (o pai, editor chefe do maior jornal do país que em certo momento se compara a Herzog; o filho gênio do cinema documental que aos nove anos já extraía depoimentos profundos de seus entrevistados) e não sente nenhuma vergonha de utilizar chavões batidos (o pai sobre ainda trabalhar aos 70 anos: "uma chama que ainda não se apagou") e diálogos pouco convincentes.

O tom meio que investigativo, apesar de um pouco refutado, é o que acaba conduzindo o livro, onde o pai tenta descobrir a razão factível do suicídio do filho. A todo momento ele é lembrado pelos personagens ao seu redor que isso não irá levar a lugar nenhum e realmente é o que acontece. A personagem da mãe, uma voz que poderia trazer um interessante contraponto e abordar outros aspectos de dor e luto, fica meio que esquecida após o início da trama.

Apesar de um início promissor, "Crocodilo" é um livro que peca pela falta de ritmo literário. Sua leitura é fluída e de fácil compreensão, mas absolutamente superficial nos sentimentos.

[Zoni · Rating 2 out of 5]

Existe uma diferença entre um artigo de jornal e um romance de ficção, aqui, ficou difícil de enxergar a linha que deveria separar essas duas coisas. É uma história bem escrita, mas que eu não gostei.

[Rodrigo Perticarari · Rating 5 out of 5]

Excelente livro. Retrata as dores do suicidio.

[mary · Rating 4 out of 5]

doloroso. tudo desse tema doi e rasga no fundo da minha alma e do meu peito. não sei pq eu me forço tanto a ler esse tipo de assunto total e unicamente p me deixar mais engatilhada a tomar a mesma decisão do pedro o mais rápido possível.

[Beatriz Singer · Rating 2 out of 5]

Uma ideia bonita, mas realmente não achei o livro bom. subestima a capacidade do leitor de ler nas entrelinhas, além de um estilo de linguagem que não mexeu comigo. Faltaram imagens fortes para um tema tão forte.

[Gorete Fernandes(estante_da_gury) · Rating 5 out of 5]

aquele livro que nos faz pensar em tudo mesmo ....

[Corina · Rating 4 out of 5]

No início não foi uma leitura fácil, mas depois fluiu bem.
A história ser centrada na personagem do Ruy eu achei interessante, ao mesmo tempo ele é o pai do suicida e parece não saber muito sobre o filho. Essa mistura de luto e descobrimento do próprio filho instiga a leitura. Porém eu sinto que a redundância em contar o tempo todo que Ruy é jornalista e tratar toda essa investigação como uma reportagem tornou a leitura chata e inverossímil em alguns momentos.
É meio engraçado que nessa busca (pro leitor e um pouco pro Ruy) em saber quem foi o Pedro e porque ele se matou a gente na real conhece mais o Ruy.

[Marina de Cuffa · Rating 4 out of 5]

Um livro que flui tão rápido, que já estou com saudades. É uma história delicada, sensível e tão próxima da minha história de vida.
Faz pensar sobre quem fica. Acho que essa visão é inédita para mim. Já li livros que falam sobre o sofrimento de quem vai, mas a vida de quem nem sempre é foco de atenção.
Gostei muito

[Flavia · Rating 4 out of 5]

maravilhoso, sensível, pesado, chorei horrores. única reclamação é a caracterização das personagens, sobretudo quando duas mulheres não-brancas foram descritas simplesmente como m o r e n a s

[Barbara Matsuda · Rating 4 out of 5]

já li alguns livros que discorrem sobre esse assunto, mas acredito que nenhum chegou tão próximo de me fez pensar tão profundamente sobre os conflitos internos de quem decide tirar a própria vida e de quem fica. um relato muito comovente de ruy, cujo filho (pedro) se joga de um prédio. ele então narra os próximos 07 dias, em meio ao luto intenso. jornalista e inconformado, tenta investigar os motivos inexplicáveis pelos quais pedro tomou tal decisão e revive sua história com ele e a esposa marta.

me fez pensar muito sobre a complexidade do que é o suicídio. e como é um tabu gigantesco, prefere-se falar “tragédia”, pra encobrir os fatos. mas, segundo o próprio livro, em média, a cada 40 segundos uma pessoa se mata. então não discutir sobre, não torna uma realidade menos relevante.

o livro é emocionalmente BEM pesado, mas sem dúvidas me tocou muito

[Aécio Dantas · Rating 3 out of 5]

Primeira leitura decepcionante do ano. "Crocodilo" toca em um tema espinhoso, filho se suicida e o pai tenta investigar as causas. A partir daí o autor vai fazer diversas considerações e reflexões sobre o tema. Até aí tudo bem, o problema é que ele faz isso de forma tão expositiva que o livro fica com aquela cara de palestrinha. O Autor passa tanto tempo tentando te dar uma grande lição que chega a soar condescendente com o próprio processo e até contraditório com sua principal "mensagem". Talvez se ele tivesse levado um pouco mais a sério a frase que serve de introdução para o próprio livro "Só existe um problema filosófico realmente sério: o suicídio." (Camus)

[Wania Cris · Rating 4 out of 5]

Convidada para ler esse livro em uma conjunta, entrei sem nada saber sobre o autor ou a obra e sai sem nada saber sobre mim...

A primeira frase do livro já é impactante. Começa contando que Pedro, filho do narrador, pulou do prédio onde morava e daí em diante acompanhamos um casal enlutado tentando processar todo esse horror.

Ruy, o pai, revela seu pior lado (na minha opinião) agindo de maneira egoísta e egocêntrica enquanto sua esposa, Marta, tem que lidar com todas as burocracias e comoção social. Achei Ruy de uma infantilidade imensa, apesar dele já contar com a idade de 73 anos. Obviamente não qiero julgar a forma como cada um lida com a sua dor, mas ele poderia ser bem mais empático sim.

O final do livro redime tudo o que transbordou durante a obra e temos um desfecho, se não lindo, promissor.

Apesar de ter gostado da leitura, abstenho-me de recomendar em virtude da temática. Cada um que decida por si.

[Igor Pimenta · Rating 3 out of 5]

Em geral, achei a prosa distante e insensível, talvez inadequada para um romance que se propõe a tratar - em primeira pessoa - do luto de um pai diante do suicídio de seu único filho.

Ainda que o protagonista se apresente como um cara pé no chão e cartesiano, minha impressão é de que o tom aqui deveria ter sido mais intimista e vulnerável.

Em alguns momentos, a escrita aqui se parece mais com redação jornalística do que com literatura. Um exemplo disso é a sequência na qual o autor decide elencar uma série de suicídios emblemáticos, sob o pretexto de uma investigação realizada pelo protagonista.

Outro ponto que desagradou foi o excesso de formalidade do texto, o que acaba tornando os diálogos entre os amigos e familiares do suicida inverossímeis e enfadonhos.

Em suma, a leitura é fluida e traz reflexões urgentes sobre um tema necessário, mas carece de profundidade emocional.

[Amanto Moura · Rating 3 out of 5]

Talvez eu esteja ficando muito crítico, mas o livro começou bem e "se perdeu" no decorrer da narrativa, não sei explicar, porém, está ficando recorrente com minhas leituras ultimamente.
Jurei que daria 5 estrelas +favorito pela vulnerabilidade desse pai, o autoconhecimento dele, o amadurecimento mesmo "tardio" se tratando de um idoso mas ainda assim sinto que faltou um tempero, foi muito "cru".

A parte que gostei foi da imprevisibilidade, de ter entregue algo diferenciado, totalmente sensível, delicado, daqueles assuntos que doem só de imaginar iniciar uma conversa. Os personagens tem suas particularidades (e complexidades) mas no fim todo mundo se entende, se abraça e o final feliz acontece rápido demais. Talvez eu quisesse chorar mais um pouco e estivesse esperando (mais) drama.

Só não indico para quem tiver passando por qualquer tipo de problema pois com certeza pode dar gatilho. Fora isso vale muito a pena.

[Lorem Morais · Rating 5 out of 5]

Sobre a morte e luto
"Hoje, meu filho Pedro pulou da janela do seu apartamento."
Foi assim que começou esse livro. Já ali, na primeira frase. E foi essa primeira frase que me fez continuar a ler, e que bom que esse livro veio parar nas minhas mãos!
Veja só, eu tenho certo fascínio sobre os livros que retratam o luto, que mostram aquela verdade que de vez em quando a gente esquece: a morte acontece para quem fica para trás.
Ainda mais em casos como esse; na forma como mostra a família de alguém que cometeu suicídio, aquela busca incessante pela razão, porque tem que ter uma razão, certo? Como admitir que na verdade não se conhecia tão bem aquela pessoa que você amava ao ponto que não ver o sofrimento dela? Esse livro entrega isso. A busca de um pai pelo o porquê, como uma maneira de amenizar a dor da perda, apenas para perceber que ele começava a conhecer seu filho melhor na morte do que conheceu em vida.
"A morte, assim como a vida, não tem qualquer explicação. Tudo o que está vivo é absurdo. Tudo o que morre é consequência de ter estado vivo. E só o que resta é a jornada de cada um."

[Carol Nogueira · Rating 5 out of 5]

Direto ao ponto e ainda assim repleto de uma delicadeza impalpável, Crocodilo aborta o tema da paternidade e suicídio de maneira extraordinária. Uma leitura curta e que, sem papas na língua, traz reflexões profundas sobre o sentido da vida e o luto.

Temos apenas um pequeno recorte da relação entre Pedro, Ruy e Marta, mas ainda assim conseguimos perceber neles as marcas familiares do amor.

Termino refletindo sobre vida, morte e liberdade - com a cabeça fervendo ao me questionar sobre alguns dos temas trazidos pelo autor.

Não é todo livro que desperta tamanha inquietude dentro dos leitores e, por isso mesmo, Crocodilo é uma jóia rara da literatura nacional atual.

[rruli · Rating 5 out of 5]

é meio difícil ler este livro considerando o peso de estar do outro lado. eu procurava a outra perspectiva quando topei com este livro, mas resolvi dar uma chance pelo título e tive uma grande surpresa. mesmo bem curto, eu demorei para acabar de propósito por nao querer que a obra acabasse, é curioso ver o luto escrito de uma forma sóbria que nem foi feito (e ainda fico em dúvida se é por estilo do autor ou pelo perfil do personagem - jornalista)
enfim, me surpreendeu em vários sentidos, quero ler mais do autor

[Stephanie Duarte · Rating 5 out of 5]

Encarar a morte já é uma temática delicada, o suicidio, então, mais ainda. Este livro aborda com a seriedade exigida mas ao mesmo tempo muita sensibilidade a jornada de um pai vivendo o luto da perda de seu único filho. Nos faz refletir, pensar e repensar muitas vezes. Me tocou profundamente.

[Mateus Bernardes · Rating 4 out of 5]

O que leva alguém ao suicídio? Ou ainda mais cruel, o que leva um filho ao suicídio?

Um pai transforma seu luto em uma busca por respostas.

E quem procura sempre acha... mas não necessariamente aquilo que gostaria.

[Raphael Lima Lima · Rating 5 out of 5]

Perfeita anatomia do suicídio

[Quezia · Rating 4 out of 5]

Como é difícil a dor do luto, ainda mais quando é um pai que perde seu filho
O filho de Ruy suicidou -se, e inconformado, Ruy começa a procurar motivos, tenta entender o porquê de tal decisão.

[Tamara Carlos · Rating 5 out of 5]

“Tudo que morre é consequência de ter estado vivo.”