Num mundo que corre perigo de desumanização, que alimenta o fascismo e a desintegração da força das redes sociais, tocar numa alma humana é ato poderoso. Afeto que afeta e pode gerar onda, cascata, torrente. Um sentimento tão necessário. Tão em falta. E por isso hoje revolucionário. Uma revolução que para acontecer não precisa de tempo. Ela se dá no agora. Na próxima escolha. Afeto é prioridade. Quando o escritor Kurt Vonnegut perguntou ao seu filho qual seria o sentido da vida, ouviu a seguinte resposta: Nós estamos aqui para ajudar uns aos outros a passar por essa coisa, seja lá o que essa coisa for. De uma forma ou de outra, as crônicas aqui falam dessa revolução através do afeto, do sagrado momento em que tomamos as rédeas da vida nas mãos e nos aventuramos a criar o futuro. Um futuro no qual priorizamos uns aos outros. Um presente que ousamos recriar o “tempo da delicadeza” e evitar a morte da poesia. A soma de todas as nossas escolhas é pura revolução. Afeto Revolution.
Eliana Rigol nasceu em Alegrete. Após anos trabalhando como advogada em São Paulo, radicou-se no Canadá. Em Toronto, foi fotógrafa e colunista do jornal Brasil News. Hoje vive em Lisboa, onde continua com seu trabalho de fotógrafa e prepara seu segundo livro. Moscas no Labirinto é seu livro de estreia.
Acho que não é possível compreender bem o livro sem conhecer um pouco da Eliana, de sua jornada. O livro é daqueles para ler as vezes de novo, pra cutucar e mover. A escrita é leve, mas a autora profunda. Não é sobre se identificar ou concordar é sobre ouvir e entender, se ver, mudar.