'Vergonha dos pés' comemora 10 anos de publicação da obra de Fernanda Young, uma das mais importantes autoras brasileiras sobre o universo feminino. Solitária, lírica, imprevisível. Ana, a personagem central desse livro, alimenta o sonho de ser escritora. Ela cria histórias fantásticas, imagina tramas sórdidas, elabora diálogos. Mas tudo se passa somente em sua cabeça. Suas histórias jamais chegam ao papel. 'Vergonha dos pés' é uma atordoante viagem aos pensamentos de Ana. O encontro com Jaime, a paixão fulminante entre os dois, o tédio que lhe provoca a vida universitária aparecem entremeados aos personagens que existem somente em sua imaginação, vivendo emoções extremadas, não muito diferentes das da própria Ana.
Fernanda Maria Young de Carvalho Machado foi uma escritora, roteirista, apresentadora de tv e atriz brasileira.
O primeiro trabalho de Fernanda escrevendo para a televisão foi em 1995, na série A comédia da vida privada. O texto original era de Luis Fernando Verissimo, no entanto, Fernanda e o seu marido (Alexandre Machado) adaptaram o clássico para a televisão. Em parceria com o marido, ela também escreveu para a rede Globo as seguintes produções: Os Normais (2001-2003), Os Aspones (2004), Super Sincero (2005), Minha Nada Mole Vida (2006), O Sistema (2007), Nada Fofa (2008), Separação?! (2010), Macho-Man (2011), Como Aproveitar o Fim do Mundo (2012).
Em 1996, Fernanda Young lançou o seu primeiro livro intitulado Vergonha dos pés.
Menos impactante do que "Tudo que você não soube" (meu primeiro contato com livros da autora), o romance de estreia de Fernanda Young peca um pouco pelo ritmo, mas a escrita de Young tem algo de inexplicável. Ela consegue transmitir pensamentos e sensações humanas como ninguém. Todas as personagens são incomodamente reais. Impossível não pensar que Young colocava muito dela mesma nessas pessoas descritas no livro. Aqui, Ana é uma mulher solitária em busca de descanso para a alma. Recomendo.
2.5 Mais ou menos. Tem umas tiradas boas, uns diálogos que devem ter sido reutilizados em uma ou outra obra televisiva da autora. Mas no geral tedioso... me forcei a terminar e dei graças por ser curto. Ana é uma chata, e a ideia é realmente ela ser chata, entendo. Porém quem é que quer realmente ouvir chatos falarem? Pensarem então... A sorte de Ana é que ela é uma chata objetiva em suas opiniões ruins, pois assim não permite muitas divagações dos leitores. O livro fictício dentro do livro também ajudou, com uma história bem mais interessante e narrativa instigante. O tratamento naturalizado do estupro foi desconfortável, marcado demais na época.
Mesmo se acreditando ordinária, Ana nos é apresentada enquanto um ser de intensas emoções. Até porque a vida é assim: feita do ordinário. O prazer que se encontra nas histórias comuns. E Fernanda Young brinca e descreve perfeitamente essa história a partir de situações que não são nominalmente extraordinárias, o que aproxima ainda mais o leitor da atmosfera literária criada.
Divertido, leve, com boas mensagens como um todo. O primeiro livro da escritora só mostra como a sua mente era brilhante.
1- Achei a personagem principal insuportável ( é sobre isso e tá tudo bem). 2- a dinâmica tb é bem tradicional, e não me agrada muito, focada muito nos eventos dentro da história, sem muitas referências bacanas como em outres, fica ali dentro da coisinha/mente deles. 3- porém você fica interessade na história e é um livro maleável de se ler. Dou tchau com carinho. Mas não sentirei saudade dos personagens.
desmembramento lento de um período depressivo, um narrador onisciente e filosófico que dá contorno aos personagens. A narrativa digressa explora a psiquê de Ana, não só pelo narrador, mas pela narração que a personagem mantém em seu romance. As fugas de Ana não dão conta de sua necessidade, o confronto inevitável com a realidade é devastador e pede por algum alívio. Ana está em seu próprio "Ano de Descanso e Relaxamento"
Ela é muito engraçada até quando não quer ser, dizem que é um dos mais fracos dela mas por ser livro de estreia é um ótimo convite para conhecer sua escrita e suas ideias, quando se pensa que ela escreve ficção como uma desculpa para por seus erros, preconceitos, ideiais ela usa isso como metalinguagem e nos dá o caminho de onde ela espera chegar. É um drama de personagens meio desvairados porém muito palpáveis.
Acho interessante- Detesto romances. Acho obvio. Mas gosto de encontrar neste livro perolas que Fernanda plantou na historia, opinioes e proverbos unicos. Gosto da filosofia da Ana.
mais gostei do que desgostei. das coisas que gostei, destaco a sensação a lá laranja mecânica de assistir aos pensamentos maldosos, sensíveis, preconceituosos e dolorosamente humanos da protagonista. páginas e mais páginas são dedicadas a análises da protagonista sobre o mundo, sobre suas relações e sobre si mesma. também gostei muito do poder da fernanda young sob sua própria escrita, isso vai desde mudanças de cenário durante um diálogo a própria maneira que o romance é constituído, sendo contado no passado, presente e no romance que a própria protagonista quer escrever; é realmente muito impressionante tanto domínio, considerando que "vergonha dos pés" é a estreia da autora.
das coisas que desgostei, sinto que o ritmo é meio entruncado; alguns episódios são completamente aleatórios e não trazem nada importante para a história, a deixando maçante, mas nada insuportavelmente chato de ser lido. os diálogos em sua maioria parecem irreais e mecânicos e também senti falta de um desenvolvimento maior dos simbolismos que o livro se propõe e esquece algumas páginas depois (a vergonha dos próprios pés do título é um exemplo disso).
é um livro de altos e baixos na mesma quantidade, os altos me fizeram gostar da escrita de Young e os baixos não foram tão baixos ao ponto de me arrepender de ter comprado outros dois livros dela. com tudo isso dito, acho que Ana, a protagonista, iria amar a música "relay" da fiona apple.
Amei a narrativa do livro e a construção da personagem principal, Ana.
Uma mulher honesta consigo mesma e com toda a realidade ao seu redor... A vida como ela é descrita de uma forma leve e engraçada, cheio de referências culturais e coisas cotidianas que tanto me remetem à lembranças de casa. Sou atraída por personagens reais, de mulheres fortes, sem romantização de comportamentos esteriotipados.
Ana me cativou com seu jeito honesto, seus palavrões honestos, seus humores instáveis e essa punheta toda de altos e baixos que é a vida de todo ser humano mesmo. Me chamaram a atenção as referências culturais ao longo da narrativa. Adoro! Dou três estrelas e meia.