No século XIX, o comboio significava progresso. No século seguinte, entrou em declínio. E hoje? Sabia que Portugal é o país europeu onde o peso do comboio no movimento de mercadorias mais aumentou na última década e o principal operador do sector é rentável? E que a tendência recente é de crescimento no transporte de passageiros, sobretudo no longo curso entre as principais cidades e no serviço suburbano?
Este ensaio analisa e explica a evolução de mais de século e meio de existência do caminho de ferro português. Defende a ferrovia como alavanca do desenvolvimento económico, fundamental para sectores estratégicos como os portos ou uma melhor organização do território, e o comboio como o único modo de transporte já largamente electrificado, reduzindo a dependência dos combustíveis fósseis importados e as emissões poluentes. Por fim, expõe prioridades e directrizes para maximizar o potencial da ferrovia no século XXI. Porque o comboio português pode e deve ir cada vez mais longe.
"Estão em curso transformações sociais de alcance global que são uma oportunidade para a ferrovia. O automóvel, embora com um papel utilitário central, já não é o símbolo de estatuto que foi durante boa parte do século XX, em particular nos países mais desenvolvidos. (...) O século XX foi o século do automóvel no mundo ocidental, do transporte em veículo individual propriedade do utilizador, quando muito partilhado pela família. Não é seguro que seja esse o modelo de mobilidade do século XXI." (...) Esse é um dos grandes desafios do caminho de ferro para o século XXI: como ser a coluna vertebral estruturante da mobilidade num contexto de declínio da utilização do automóvel, mas de simultânea emergência de novas formas de transporte."
Aprendi muito ao ler este ensaio! Não fazia ideia da preponderância do transporte de mercadorias comparativamente com a de passageiros na nossa ferrovia, por exemplo. Gostei de descobrir o contexto histórico, o poequê de ainda usarmos a bitola ibérica e todos os desafios que a ferrovia em Portugal tem. Fiquei com pena de perceber que uma ligação de alta velocidade entre Lisboa e Madrid seja economicamente inviável, mas há motivos para ter esperança na Ligação Lidboa-Porto!
Uma leitura curta mas interessante sobre a ferrovia em Portugal, o seu contexto histórico, estado actual e perspectivas futuras.
Apesar de muitas vezes ser pensado como trivial e de simples resolução, o assunto dos caminhos de ferro, não só em Portugal como em todo o mundo, revela-se complexo, com muitas condicionantes que podem passar despercebidas à pessoa comum - a rentabilidade de certos investimentos, a interface com outros países e o horizonte temporal das decisões.
De leitura fácil e bastante elucidativo. Esta leitura permite ter uma opinião mais fundada acerca do tema.
Um volume sucinto mais muito elucidativo do passado e presente da ferrovia em Portugal. Uma excelente maneira de compreender aquilo que foi o aparecimento do comboio no nosso país, o papel que teve na sua urbanização e alvitrar o impacto que poderia ser, com melhorias que precisam de ser feitas. Elenca sucintamente o que está previsto na Ferrovia 2020 e o capítulo final faz um bom trabalho a sublinhar as principais medidas futuras a tomar.
Sucinto, elucidativo e realista. Sem entrar em exageros ou ilusões (demasiado otimistas) traça um caminho entre o que foi e o que deve ser o papel do comboio em Portugal. A mercadoria é mais mencionada do que os passageiros, mas fala o suficiente sobre as duas vertentes. Bom para quem quer dar um primeiro passo a explorar a curiosidade do mundo ferroviário.
Muita mercadoria e poucos passageiros. Conta bem a evolução da ferrovia portuguesa. Gostava de ter lido mais sobre planos de expansão, abertura da rede a outros operadores e novas formas de rentabilidade.
Um livro meio meh. Não é muito cativante mas acho que serve. Apesar de se intitular "a ferrovia em Portugal", o foco é na ferrovia... de mercadorias. Poucas páginas são dedicadas à ferrovia de passageiros ou é referido um pouco de passagem. Acho que se aprende algumas coisas interessantes sobre alguns detalhes técnicos e definitivamente entra-se muito mais nesse mundo mas acho que um livro assim titulado (que ainda por cima é um ensaio para uma coleção da FFMS que é suposto ser sobre vários temas) acho que merecia uma discussão mais abrangente. Outra coisa estranha é que o autor era *contra* a LAV(???) pelo argumento de que a Linha do Norte deveria modernizada. Apesar de entender *um pouco* o seu argumento, já que em 2020 ainda não era publico a intenção de fazer a LAV em bitola ibérica, mesmo que a LAV fosse feita em bitola UIC continuaria a valer a pena! Mas pronto ele já é a favor which is fine by me. Apesar de obviamente apoiar imensamente o transporte de mercadorias por comboio, não é de todo o meu maior interesse. Acho que prefiro só ficar a ver os comboios passar
Ótimo ensaio sobre o estado da ferrovia em Portugal, falando sobre o aspeto do transporte de mercadorias, pouco abordado a nível da comunicação social. Informação simples e direta, sem muitos rodeios, muito boa para quem quer se informar mais acerca do tema. O estado de Portugal, inclusive da ferrovia, não é o melhor do mundo, mas também não é o pior, visão que muitos temem em propagar.
Dá um bom trabalho de casa sobre a ferrovia em Portugal. O livro é de 2020 mas 4 anos depois permanece tudo estagnado com muitas promessas e pouca ambição. Mas pessoalmente retenho a esperança. É só mais um esforço e meter gente nova no lemo.