Não é só a escrita de Rita Ferro que é imprevisível, a sua vida é um constante renovar de cenários e de forças. Quando a imaginávamos a viver serenamente na casa onde escreveu os diários anteriores, Veneza Pode Esperar e Só Se Morre Uma Vez, troca as voltas ao destino e desafia-se de vende o apartamento, faz as malas e regressa ao campo, desta vez ao berço dos seus bisavós maternos.Aparentemente, perde tudo o que tinha a proximidade da família, dos amigos, dos programas culturais, dos desafios profissionais e dos apoios urbanos. O que perde e ganha? Quanto vale agora, sem os expedientes e as distracções da cidade? Tem 65 anos e vive sozinha – conseguirá manter a chama, a alegria, o arroubo criador? E como ficou a sua relação com o amor?A par dos romances que tem publicado, a escritora mantém a tradição de partilhar com os leitores a sua cronologia pessoal, através de diários que são também a sua forma de analisar os avanços e retrocessos do seu trajecto, as pulsões e contradições da sua alma. Os Pássaros Cantam em Grego é o terceiro volume do seu diário.
Rita Roquette de Quadros Ferro nasceu em Lisboa, a 26 de fevereiro de 1955. Iniciou a sua carreira literária em 1990 com a publicação do romance O Nó na Garganta. Estudou design e foi professora de Publicidade. É filha do escritor e filósofo António Quadros e de Paulina Roquette Ferro e neta de Fernanda de Castro e António Ferro, ambos escritores. Publicou, entre outras obras, O Vento e a Lua, O Nó na Garganta, Uma Mulher Não Chora, Por Instinto, etc.
Tem colaboração dispersa na imprensa, nomeadamente na revista Ler e nos jornais Diário de Notícias e A Capital.
O último diário de Rita Ferro. A mesma maneira simples e brilhante de escrever. A intimidade com o leitor levou-a neste diário a tratar o leitor por tu . Fez bem .
“Sempre que estou com um neto lembro-me da minha mãe, que vou amando sempre mais à medida que o tempo passa e já morreu há nove anos”.
Gostei. Apesar de não ter lido os outros 2 diários, consegui sentir a sequência de uma vida. Identifiquei-me ! Como há muito não fazia , sublinhei frases e detive-me por várias vezes, sentido paralelismo e empatia por momentos, por sentimentos e por fases de vida. Gostei. Pode não ser o mais literário dos seus livros (como na página 236 a autora refere ) mas sinto-o genuíno, descomplicado… sinto cada momento ! Gostei .
De todos os diários este foi o que menos gostei, mas ainda assim gosto sempre de ler Rita Ferro. Escreve de forma despretensiosa, empática e toca - nos pela honestidade das suas palavras.