Peut-on porter un turban, des dreadlocks ou une coiffe de plumes autochtone ?
Oui et non, car les accessoires culturels fonctionnent comme des piliers d’identités pour les peuples historiquement subalternisés par l’Occident. Ils portent en eux une ancestralité et des pratiques sociales de lutte et de résistance qui doivent être respectées.
Séparant l’appropriation culturelle des autres formes d’échange culturel, Rodney William révèle comment l’appropriation participe aux dispositifs d’invisibilité et de génocide culturels, en affaiblissant intentionnellement les savoirs et les connaissances des peuples noirs, autochtones et minoritaires.
S’appuyant sur des bases anthropologiques, R. William dialogue dans cet essai engagé avec la cosmogonie africaine et des auteurs comme Frantz Fanon, Stuart Hall, Kabengele Munanga et Abdias Nascimento.
Rodney William a grandi dans un univers baigné de samba, de capoeira, et de spiritualité afro-brésilienne. Anthropologue, docteur en sciences sociales, il est aussi babalorixa, dignitaire de la religion afro-brésilienne candomblé.
Esta coleção Feminismos Plurais, organizada pela Djamila Ribeiro é sensacional. Traz à tona conceitos que mesmo dentro da academia são pouco trabalhados, pouco discutidos e que mereciam mesmo uma maior profundidade. È o caso da Apropriação Cultural trabalhada nesta edição por Rodney William. O estopim desta publicação foi o case de mulheres brancas usando turbantes, próprios da cultura negra, em suas cabeças e o quiprocó que aconteceu nas redes a partir deste acontecimento. Embora William aborde esse case, ele nao é central no livro. O autor primeiro parte do conceito de cultura e de aculturação para depois defender suas visões sobre o que, realmente, constitui uma apropriação cultural. Chega a citar o caso dos Acarajés que seriam vendidos como Bolinho de Jesus por evangélicos na Bahia ou ainda a Capoeira Gospel, aproporiação cultural dos mesmos evangélicos para "higienizar" as raízes africanas e do candomblé da capoeira. Eu simplesmente adorei todas as inferências que Rodney William traz neste livro e que certamente vão orinetar não somente as minhas pesquisas mas a minha vida.
Ótimo livro para entender como a cultura negra foi usurpada e teve seus elementos distorcidos ou esvaziados para servir ao racismo brasileiro. Leitura conectada com temas culturais como música, esporte, vestuário , culinária e religião.
Excellente remise en perspective et approche de l.AP. Decouvrir les problemes d.ap au bBresil est passionnant. Mais cest clairement un ouvrage generaliste d.introduction au sujet. Ecriture fluide et agreable
O que seria Apropriação Cultural? Será que eu posso usar dreadlock para parecer mais negro, sem ofender e esvaziar seu sentido simbólico e religioso? Ou usar um cocar indígena ao mesmo tempo que sou conivente com o extermínio de seu povo? Assim como para nós, brancos, seria inconcebível sair vestindo uma batina sem ser padre, dever-nos-ia causar semelhante estranheza usar um cocar que é reservado aos pajés nos povos indígenas, ou um dread que é um símbolo de uma cultura religiosa Rastafari. Estes objetos são símbolos de resistência e servem para a preservação da identidade cultural, que fortalecem o sentimento de pertencimento e orgulho racial na conscientização de valor e riqueza destes povos. A questão é muito mais profunda do que apenas saber se posso ou não usar, como pessoa branca, alguma negritude. Portanto, antes de se “apropriar” de algo de origem cultural minoritária, a melhor forma de proceder é dar o poder de fala ao grupo a quem este objeto ou símbolo pertence. Sim, isso se chama respeito e por ser ouvido e, quiçá, permitido por estes, excluímos dali qualquer tipo de apropriação, pois o seu uso foi consentido entre as partes. No Brasil e no mundo há a máxima: “A moda é ser preto, desde que que você não seja preto.” Exemplo, são as escolas de samba que são obrigadas a colocar suas musas brancas para torná-las mais “palatáveis” ao público, excluindo as meninas que cresceram e nasceram no samba. “O Racismo faz com que o grupo que se percebe superior de uma sociedade se sinta no direito de dispor dos bens culturais dos grupos inferiorizados.” Logo, não basta apenas um esforço de fortalecimento da luta pela população negra, mas também requer uma conscientização das pessoas brancas em relação a sua posição de privilegiadas. “O corpo de um negro e de um índio está impregnado de cultura e memória, traz as marcas de dor e sofrimento que a colonização impingiu. Portanto, a apropriação cultural não é uma homenagem, é violência simbólica exercida de forma sutil ou explícita.”
Rodney William discute de maneira bastante profunda, mas com linguagem simples e acessível, o complexo e polêmico conceito de Apropriação Cultural.
O que mais chamou minha atenção foi a diferenciação entre apropriação cultural, aculturação, intercâmbio de culturas e outros conceitos que às vezes são confundidos entre si.
Quando se fala de apropriação cultural não se está referindo apenas a um "mimimi" de quem quer se vitimizar e obter vantagens com isso. Trata-se de usar elementos que são símbolos da resistência de um povo, esvaziá-los de suas origens e significados, às vezes tornand0-os mais palatáveis / aceitáveis para o uso comercial / obtenção de lucro.
Muitas vezes os turbantes, colares, penteados, roupas, comidas, músicas, saberes... são adaptados, incorporados a desfiles de moda ou outros eventos ou tratados como produtos exóticos apenas para agradar ao mercado consumidor e gerar lucro para pessoas que não respeitam (ou até mesmo criticam e demonizam) a cultura de onde esses elementos vieram.
É um debate muito importante nos tempos atuais para compreender os mecanismos do racismo no Brasil e para aprender a abraçar as diferentes culturas sem desrespeitá-las e sem apagá-las.
Ler esse livro é essencial! Diversas discursões sobre apropriação cultural estão sendo feitas sem embasamento. Então, Rodney William vem com conceitos, exemplos e um suporte teórico acessível para entendermos que apropriação cultural faz parte de um sistema capitalista e racista.
Muito interessante e oferece exemplos muito pertinentes.
No entanto a escrita por vezes foi confusa e muito densa, devido a tentativa de explicar vários conceitos de pontos de vistas de diversas personalidades simultaneamente. 3,5⭐
Educativo com relação à apropriação cultural e seus problemas materiais, mas se perde muito em dogmatismos religiosos e crenças do autor. Tangentemente, a perspectiva do autor é também, no mínimo, problemática quanto à causa animal.
Entre um livro de teoria/antropologia/política e um livro de teologia, não foi bem sucedido em nenhum dos dois. Eu leria um livro sobre religiões e entidades afro-brasileiras. Aqui eu estava esperando um livro de "teoria política", análise social ou antropologia. Mas não cumpre nada.
Afirmações são feitas sem nenhum embasamento ou argumentação... Afirmações religiosas são usadas como se tivessem caráter "científico"... É cheio de frases do tipo "sempre que x então y", ou "quase sempre", etc. sem apresentar nenhum fundamento para essas afirmações. Além disso essas afirmações são super problemáticas porque são carregadas de essencialismo e ideia de origem de coisas que foram elas mesmas formadas por trocas (no fim, na última página, diz que o que importa é o caráter de resistência do objeto para ser apropriação cultural ou não, mas se a pessoa teve contato com o tal item/objeto por meio de outras interações e nem conhece esse sentido de resistência que tem em um grupo? Enfim...).
Pra coroar tem problemas de escrita, formatação e padrão de citação (ora segue um modelo, ora outro, sem contar as citações sem referência).
Comecei a leitura de Apropriação Cultural junto com Ciranda de Pedra, como uma tentativa-teste de ler dois livros ao mesmo tempo. A tentativa falhou. Acabei não conseguindo acompanhar e, definitivamente, nem mesmo o fato da obra ser teórica isso me auxiliou.
Quanto às observações do livro em sí, ele segue a mesma dinâmica de grande parte das obras da coleção Feminismos Plurais. Logo, é de se esperar um livro teórico com uma abordagem mais didática. Especialmente nessa leitura, é interessante observar a alta presença de autores originais de outros ambientes, que não o acadêmico, como de religiões de matriz africana; por conta disso, o autor acrescenta diversas citações que estão em uma outra língua, que não o português.
Coloquei três estrelas por conta, principalmente, da demora que obtive para fechar a leitura. No entanto, destaco a profundidade e clareza com que o tema é abordado e apresenta-se ao leitor!
"Se pensarmos em alguns adornos, como turbantes, dreads, cocares, pinturas corporais, e na maneira como estão inseridos na realidade brasileira, veremos que não só colaboram para construir e manter um imaginário de mestiçagem ou miscigenação que alimenta, por exemplo, o mito da democracia racial (...) Qualquer elemento de apropriação só é aceito e assimilado pela cultura dominante depois de ser submetido a um processo de depuração, de esvaziamento de significados e apagamento dos traços de sua cultura de origem. (...) o grande problema da apropriação cultural não se resume às alterações e desvirtuamento de significados, está justamente no fato de concorrer para o genocídio simbólico de um povo."
Rodney William apresenta de forma clara e reflexiva como os processos de aculturação e apropriação se diferenciam, o primeiro mostrando a Troca, enquanto o segundo reforça o caráter violento de uma cultura dominante sobre outra inferiorizada, menosprezando elementos de luta e resistência para um simples aspecto estético reforçado pelo capitalismo. Excelente leitura, didática e instigadora.
C'est un livre qui n'est pas facile d'accès, il est plutôt "académique". Il reste cependant accessible et permet de se remettre en question et tenter d'appréhender d'autres perspectives. L'auteur est brésilien et le livre se concentre donc plus sur la situation au Brésil; ce qui est plus pertinent selon moi.
Leitura importante pra entender que a apropriação cultural passa pelo esvaziamento de uma cultura e sua utilização sem propósito. Além de todo o conteúdo a leitura é bem completa e exemplificativa.
Muito bom. De início dá a impressão de ser mais acadêmico - na verdade ele é _rigoroso_ como uma boa obra acadêmica (citando suas fontes, evitando juízos de valor e baseando as construções), mas na verdade é bastante didático e acessível, cobrindo uma enormidade de assuntos, casos e visões sobre a apropriação cultural - focado em situar as apropriações que afetam culturas e lutas afrodescendentes, mas (como não poderia deixar de ser numa coleção que tem a pluralidade até no nome) trabalhando a apropriação cultural no geral. O autor é qualificado para falar do assunto em múltiplas frentes, e isso se mostra no desenrolar do texto.
OBS: li a edição em papel, não Kindle, mas não sei como mudar isso aqui.
UPDATE: eu estava na dúvida sobre dar 4 ou 5 estrelas porque foi uma leitura um tanto exaustiva. Depois de seguir na coleção com outros dois livros, cheguei à conclusão que de fato é um livro cinco estrelas, mas para quem está lendo sem o propósito acadêmico e/ou já tem algum conhecimento sobre o assunto, o ideal é fazer uma leitura menos minuciosa, focando na estrutura macro e entrando nos detalhes apenas em partes que sejam mais novidade ou de maior interesse. Parece óbvio em retrospectiva, mas queria ter tido essa noção quando li este :-)