«O sentimento de felicidade pode dar medo. Medo de que, de repente, tudo se desmorone. Que o coração gele, depois de aquecer. Que a pele esfrie, depois de recolher os melhores pedaços do Sol.»
Os dias de Miguel são divididos entre a intensa atividade profissional e o apoio a Teresa, a sua tia, institucionalizada com uma doença irreversível. Na família encontra o conforto dos seus dias agitados, com Catarina e os filhos André e Tiago. As alterações recentes na administração do banco onde trabalha, a degradação do casamento e os problemas vividos pelo filho adolescente levam Miguel a questionar as opções de vida. Ao mesmo tempo, retoma as memórias mais antigas, incluindo a sua vila no interior e a casa onde nasceu e viveu, criado por Teresa, num ambiente de permanente felicidade. Quando o mundo de Miguel parece desabar, passado e presente unem-se numa longa jornada de salvação e de mudança de prioridades, onde o amor se transforma no principal caminho para a reconstrução da felicidade, mesmo quando a perda e a saudade pareciam não querer dar tréguas…
Gosto de ler coisas diferentes umas das outras, nos seus temas e nos seus géneros. Gosto de ler livros de diferentes autores. Sempre fui apologista de que é importante termos várias perspectivas sobre o mesmo assunto. No que diz respeito aos livros, porque penso que, se ler sempre o mesmo tipo de livros, vou pensar sempre da mesma maneira. Gosto de arriscar e procurar diferentes perspectivas. É assim que tenho regido a minha vida enquanto pessoa e, consequentemente, enquanto leitora.
Sendo que, maioritariamente, as experiências até não correm mal, continuo a achar que é uma boa política. Desta vez, não correu muito bem.
Este livro tem coisas boas. Tem uma capa de que gosto imenso, um título muito apelativo, e umas fotografias maravilhosas da autoria de Sara Augusto. A história, sendo simples, não é má. Tenta retratar a vida cosmopolita e do interior de Portugal, através da vida de uma vila a que o autor chama de Vilar de Centena. Tenta, também, abordar as crises de meia idade e as crises da adolescência. Tenta, ainda, retratar a temática da saúde mental, particularmente no que diz respeito ao Alzheimer. Tenta.
É na execução de tudo isto que, a meu ver, o resultado fica aquém. O autor tem uma escrita corriqueira e simples, e entrecorta o desenrolar de diálogos com tentativas de frases filosóficas que parecem, por vezes, meio deslocadas. A juntar a isto, foram os estereótipos em excesso que me incomodaram. Como alguns de vocês já sabem, sou investigadora na área da comunicação. Acontece que todo o meu trabalho tem girado em torno da análise crítica do discurso e, como devem calcular, as palavras e a forma como se constrói o discurso no mundo, dizem-me MUITO.
Obviamente, e como não me canso de repetir, a beleza dos livros é a de que servem diferentes leitores, de diferentes maneiras, e cada um procura nos livros coisas diferentes, mediante o que é e o que está à procura naquele determinado momento da sua vida.
Esta foi uma leitura tão bonita...passo a explicar porquê: No início de cada capítulo temos uma foto tão, mas tão deliciosa de se ver e que faz todo o sentido para com o capítulo que a mesma abre. Há fotos tão lindas que eu apaixonei-me sinceramente, e aí dou os parabéns à Sara Augusto pelas belas fotografias que tanto acrescentaram à beleza das palavras escritas por José Rodrigues! A história prendeu-me e em dia e meio devorei toda a intensidade, todos os ensinamentos que ele contém..que não são poucos. Adorei todo o desenvolvimento de Miguel, foi uma personagem que a meu ver sempre foi assim, puro, mas que o amor o cegou para uma vida que por ele, não a teria. Acho que quando começa essa mudança (e que mudança) se torna como foi antes, e é tão bonita toda a sua viagem. É um ensinamento para o futuro sem dúvida alguma. É um livro maravilhosamente escrito e sem dúvida de uma sensibilidade incrível. Recomendo imenso e espero ler mais do autor.
Foi o primeiro livro que li do autor e já só quero ler os seguintes.
ADOREI! História atual, que mexe com todos sentimentos. De vez em quando levamos "um soco no estômago" com o desenrolar dos acontecimentos mas é maravilhosa de tão "normal", aquela podia ser a nossa vida.
Faz-nos pensar em como a maior parte das vezes damos prioridade ao que menos importa. Deparamos-nos com a realidade de que o melhor da vida é o que menos custa.
Foi mais uma estreia para mim de um autor português e que estreia esta! Adorei a escrita do José, doce e poética, num registo que nos aconchega o coração mas ao mesmo tempo que nos confronta com uma dura realidade que ainda é muito escondida nos dias de hoje. Mais do que um romance, este livro é a prova de que determinados problemas podem bater à porta de qualquer família, não escolhendo idade nem género, muito menos classe social. Mais uma prova de que os nossos escritores são fabulosos e se eu já queria ler outros livros deste autor, agora ainda quero mais!
Este é o terceiro livro (opiniões Voltar a Ti e O Tempo nos Teus Olhos) que leio do autor e, por isso, ia com as expectativas muito elevadas mas foram totalmente preenchidas. Em Dias de Outono acompanhamos a vida de Miguel, e os seus problemas quer profissionais, quer familiares. Mguel é casado, tem dois filhos adolescentes, trem um trabalho exigente num banco mas, sempre que pode, visita a sua tia, que está internada num lar com Alzheimer. É, por isso, uma história muito familiar, já que, grande parte dos problemas de Miguel giram em torno da sua família. E são problemas comuns a tantos de nós, a degradação de uma relação/casamento, e problemas com filhos adolescentes. História de famílias e dos seus problemas mexem sempre comigo. E este livro não foi excepção. Gostei muito do modo como o autor explorou a relação de Miguel e Catarina, bem como o modo como cada um deles encara o problema do filho mais novo. Apesar de, para mim, se estranho o modo como Catarina vê a situação, acredito que, muitos pais e mães, desvalorizem os problemas e não vêm o óbvio. E o que me cativa? O modo como José Rodrigues nos consegue expor os problemas, conseguindo tocar nas nossas emoções e tornando-as como sendo nossas. Senti a tristeza, a impotência, o sofrimento do Miguel mas, também consegui sentir a sua mudança. Uma vez mais, encontrei uma escrita fluída, cuidada, com mais atenção ao e senti que, nestes três livros, o autor tem vindo a mostrar uma evolução na sua escrita, tornando os seus livros, cada vez mais agradáveis de ler. E tenho que dizer que, quase no fim, José Rodrigues, apanhou-me completamente desprevenida e que me abalou e me levou, uma vez mais, às lágrimas. Por último não posso deixar de referir as fantásticas fotografias de Sara Augusto que, e à semelhança dos outros livros, iniciam cada capítulo.
No entanto tenho que referir dois aspectos que me fizeram "comichão", ou melhor, um aspecto e algo que senti que ficou por "explicar", mas que em nada retiraram o prazer à leitura. Fez-me confusão, dois adolescentes, de 18 e 15 anos, tratarem por "mamã" e "papá", não me pareceu muito realista mas pode ser da classe social. E senti que, para o final, o autor se esquecer do Bari, o cão da família pois, de repente, deixou de aparecer e de ser mencionado.
A escrita de José Rodrigues fascina pela sua simplicidade com que descreve cada personagem e momento pelo qual estão a passar. Chamando temas bem atuais da sociedade, o autor não falha no aproximar as suas criações de forma emotiva ao leitor que se deixa facilmente conquistar por cada um sem criar embaraços porque na verdade todos têm pontos positivos a transmitir a quem pega num livro e simplesmente quer viajar por uma história simples e neste caso com as raízes nacionais como pano de fundo. Após ter lido e ter ficado rendido aos romances O Tempo nos Teus Olhos e O Rio de Esmeralda, desta vez foi a vez de Dias de Outono de me acompanhar por uns dias através de uma história tão real como qualquer outra, contada de forma emotiva e focando temas como o álcool e as drogas entre as influências na adolescência, a balança que tanto pesa entre um casamento perfeito e o foco total na carreira, a perda e as conquistas, fundamentando bem perto do final a perceção de que nem tudo vale a pena se não existe felicidade por trás dos sacrifícios que são gerados pela ambição. De forma rápida posso revelar que este romance nos dá a conhecer a vida de um casal, Miguel, um banqueiro de sucesso, e Catarina, a médica em ascensão entre os seus pares profissionais, e dos seus dois filhos, André e Tiago, ambos a sair da adolescência. Tudo parece bem na forma como os conhecemos primeiramente, mas a situação não é bem essa. Entre problemas de Tiago perante más influências e o afastamento pelo trabalho do casal a rotura acontece, as preocupações aumentam e a vida da cidade deixa de fazer sentido para Miguel que recupera o seu passado para ao mesmo tempo ajudar a salvar o filho de um futuro menos bom. Quatro vidas feitas de mudança necessária para que todos entendam que casamentos não são eternos quando não se dá o devido valor ao outro e a atenção necessária aos filhos. Tudo muda, o leitor é convidado a conhecer a ruralidade do nosso país, o que o autor tem feito brilhantemente em todos os seus romances, e a deixar-se levar pelos encantos de uma aldeia tão tradicional, com gente boa a circular em torno da nova vida deste homem que percebe a bom tempo de que é necessária uma mudança na sua vida para se voltar a ser feliz. No final a surpresa acontece e entre mudanças, conquistas e a perspetiva de um futuro bem consistente com o passado resolvido, eis que a surpresa acontece, já que nada consegue ser idealizado para acontecer eternamente, voltando o antes ao presente perante um novo contexto de se estar na vida. Dias de Outono é mais um excelente romance de José Rodrigues para ser lido quando se está de bem com a vida, mostrando como o que por vezes parece um real drama se consegue transformar numa mudança positiva para todos.
Simplicidade de escrita numa estória que nos parece próxima como se o Miguel fosse mais um amigo que se questiona sobre o que faz com a sua vida. 🤔 Muito bom o que li e o que vi, com as belas fotos que marcam o início de cada capítulo.
Sem ser uma narrativa virtuosa é tocante ao abordar vários temas mundanos e nada fáceis.
Os livros do José são sempre maravilhosos. Histórias de vida que nos põem a pensar. Por vezes a vida segue tão rápido que começamos a dar mais importância às coisas materiais e a deixar a família para trás. Até que algo acontece e que nos acorda para a vida. Mais coisas más vão acontecendo para finalmente nos reencontrarmos, e recuperarmos o que perdemos. Muitos sentimentos aqui presentes, momentos felizes e momentos muito tristes, mas assim corre a vida. Adorei tudo, as personagens, a história as paisagens. Encantada com mais este romance.
Eu adoro a escrita do autor, acho que ele escreve com a alma e o coração. Senti uma evolução muito grande na escrita, senti que estava mais detalhada, ele aborda temas muito importantes. E neste livro isso não foi exceção! Ele refere temas que ainda são considerados tabu, e que ao mesmo tempo fazem parte do dia a dia. Se for referir todos os temas que o livro aborda ia dar muitos spoilers! Mas, como mãe sinto que devo falar do tema que o autor usa para iniciar este livro. Ele começa este livro a falar do filho mais novo de Miguel, o Tiago, um rapaz de 15 anos, de uma boa família, com um irmão que se preocupa, mas que mesmo assim juntou-se a más companhias, começou a fumar, a beber e a experimentar drogas. Como mãe de uma adolescente tenho muito medo destas companhias, sinto que sou um bocadinho como a Catarina, a mulher do Miguel, muitas vezes sou cega, não quero acreditar que a minha filha possa vir a ter más influências, mas a vida é mesmo assim, uma incerteza constante. Quase no final do livro acontece um momento que me deixou sem chão, que aconteceu de uma forma muito repentina, fiquei completamente destroçada, mas lá está, era mais um tema importante que o autor queria abordar neste livro e que acabou por fazer todo o sentido para o concluir. 5 ⭐⭐⭐⭐⭐ . .
Um escritor português, com certeza. Uma escrita leve, fácil, fluída e suave. Aborda temas de interesse geral, amor pelo próximo, amor próprio, amor pelos filhos, amor, divórcio, drogas, alienação parental, excesso de trabalho, conexão com as origens. Conseguiríamos mudar a nossa vida em 180 graus, em prol do amor? Estamos dispostos a abrir mão da nossa zona de conforto?
Este livro abordada temas como: dependência química (drogas), apoio familiar, escolhas, família, divórcio, perdão, e recomeço, simplesmente perfeito e recomendo a sua leitura sem reservas é sem dúvida um dos melhores livros que li este ano. As fotos maravilhosas que o livro contém são da autoria da fotografa Sara Augusto.
Ter me deparado com esse trabalho repentinamente foi de grande valia para mim, pois é um livro que se escreve em torno do amor familiar e sou fã desse tipo de romance que no final é tão enriquecedor para a alma.
Dias de Outono do autor português José Rodrigues é uma obra que nos fala sobre os mais puros sentimentos de amor, como esse sentimento pode reparar vidas e ajudar a não cair no vazio quando a queda é iminente. É preciso dizer que a obra te coloca à beira da tristeza e da depressão de acordo com a forma como os acontecimentos são narrados, mas é justamente o que este romance busca, dar-te um golpe de vida e que tu tomais como referência os acontecimentos que viva os personagens deste livro que nos fala sobre a problemática dos jovens na droga, dos pais arrastados pelo trabalho, dos filhos em busca da liberdade, dos casamentos acabados, mas no final a mensagem fica clara: o amor pode fazer tudo, até reconstruir uma família despedaçada.
Pessoalmente, fiquei impressionado com a capacidade do autor de construir um romance novo, triste e sentimental, essa história me abalou e me fascinou tanto que quero recomendar que vocês leian este trabalho que lê muito facilmente e é digerido em sua totalidade.
"Dias de Outono" de José Rodrigues, apresenta sem grandes floreados literários, a narrativa de uma família com problemas que por serem comuns a muitas outras famílias, fez com que este livro inicialmente me causa-se algum tédio, mas no último terço do livro o volte face da história melhorou um pouco a minha perspetiva, no que resultou em mais uma estrela na classificação final.
O primeiro livro que leio deste autor. Gostei das fotografias, da fluidez da escrita, dos dramas existenciais de Miguel e da forma como escolhe voltar á vila que o viu crescer, aonde o ritmo de vida é muito mais calmo que em Lisboa!
Um livro fascinante, muito emotivo que refere alguns assuntos ainda um pouco polémicos da nossa sociedades mas sempre a referência ao amor ,e claro fotos fantásticas.