Este livro reúne dezassete contos, quinze dos quais inéditos.
«Agustina sempre gostou do conto, das histórias contadas à lareira, ou na sombra da ramada. Todos sabiam contar histórias, e a atenção dos ouvintes era captada com uma sabedoria magistral. Agustina foi ouvinte, e aprendeu. Mesmo nos seus romances, por vezes deparamo-nos com umas páginas que poderiam ser isoladas num conto. E o que sinto é que, embora uns desses contos estejam loca- lizados numa cidade, como na Coimbra dos anos 40, por exemplo; numa época, que pode ser a medieval, ou o século XIX, ou a de hoje; num contexto que já é memória, como a infância; é certo que, se despirmos os contos desses sinais, se despirmos as personagens da sua roupagem, se lhes retirarmos as máscaras, e ficar apenas a fala, o conto permanece intacto e eternamente actual.» [Do Prefácio de Mónica Baldaque]
Agustina Bessa-Luís was born in Vila Meã (Amarante) in 1922. Her father's family was from the north of Portugal and her mother was Spanish.
She lived her childhood and teenagehood in the region of Douro, Minho and then Coimbra in 1948. She married Alberto Oliveira Luís in 1945 and after 1948 she moved to Oporto.
She started writing at the age of 16 and in 1950 she published her first novel, Mundo Fechado. In 1952 her talent was recognized with the award Delfim de Guimarães, for her book Sibila, which also received the award Eça de Queirós the next year.
In 1958, she gave her first steps in theatre, writing the play O inseparável.
Between 1986 and 1987 she was the director of the diary O Primeiro de Janeiro in Oporto. Between 1990 and 1993 she was the director of D.Maria II Theatre in Lisbon and a member of the Alta Autoridade para a Comunicação Social.
She is a member of the Academie Européenne des Sciences, des Arts et des Lettres in Paris, of the Academia Brasileira de Letras and the Academia das Ciências de Lisboa, being also recognized at Ordem de Sant'Iago da Espada (1980), Medalha de Honra da Cidade do Porto (1988) and degree of "Officier de l'Ordre des Arts et des Lettres", given by the French government (1989).
Various works have been translated in various countries and some were adapted to the cinema, such as Francisca, Vale Abraão and As Terras de Risco by Manoel de Oliveira. Her novel As Fúrias was adapted to the theatre by Filipe La Féria.
At the age of 81, Agustina Bessa-Luís received the Camões Award, considered the most important portuguese award.
Agustina Bessa-Luís nació en Vila Meã (Amarante, Portugal) en 1922, de madre española y padre portugués. Es miembro de la Academia Europea de las Ciencias, las Artes y las Letras de París, de la Academia Brasileña de las Letras y de la Academia de las Ciencias de Lisboa. Sus numerosos libros le han valido las más importantes distinciones, como la de Santiago da Espada (1980), la Medalla de Honor de la Ciudad de Oporto (1988) o el grado de Oficial de la Orden de las Artes y las Letras del gobierno francés (1989). En 2004 recibió el galardón literario más importante en lengua portuguesa, el Premio Camôes.
Uma decepção. Esperava outra coisa de Agustina. Depois de ter lido alguns dos seus ensaios e da extraordinária e inevitável "A sibila", contava com outra prosa, talvez mais desenvolta. Mas estes são os seus primeiros contos, alguns escritos com 20 anos (para essa idade, o vocabulário é impressionante). Há 4 contos que se lêem bem: os dois primeiros, Aventura Exemplar e A Noite Não Acaba Mais. O Homem que eu matei também se lê com alguma paciência. Esse é o mais steinbeckiano. De resto, são histórias que revelam pudor, a ambição de alguém (feminino ou masculino) com pretensões literárias, inveja, alguma presunção, moralismo e didactismo. O psiquismo à portuguesa também não ajuda nada e torna-se uma maçada. Mas talvez valha a pena conhecer o debut de uma mestre.