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O que encontramos nas chamas
Afastada dos tios desde a infância, Camila precisa voltar à casa vazia deles para procurar um álbum de fotografias a pedido da mãe, que está no leito de morte. Angustiada, ela atravessa a casa e a cada porta aberta é lembrada dos momentos alegres e dos pesadelos que viveu naquele lugar.
"Real e marcante, cada palavra permaneceu comigo depois da leitura, à espreita. Todo mundo deveria ler o que Mayra Sigwalt tem a dizer." - Iris Figueiredo, autora de "Céu sem estrelas"
"Real e marcante, cada palavra permaneceu comigo depois da leitura, à espreita. Todo mundo deveria ler o que Mayra Sigwalt tem a dizer." - Iris Figueiredo, autora de "Céu sem estrelas"
75 pages, Kindle Edition
First published November 30, 2020
7 people are currently reading
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About the author
Mayra Sigwalt
5 books2,285 followersMayra Sigwalt é natural de Florianópolis mas foi criada em Niterói. Desde pequena escreve histórias e tem paixão por livros. Se formou em cinema como roteirista e há cinco anos cria conteúdo na internet sobre literatura. Também é curadora e co-criadora, junto com a sua irmã, do Turista Literário, o primeiro clube de assinatura focado no público leitor jovem-adulto do Brasil. Descendente de Kaingáng em resgate, tenta através das suas histórias criar espaços para que pessoas como ela também se vejam na literatura. Mora em São Paulo e é geralmente encontrada na companhia de uma boa caneca de café.
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Community Reviews
Displaying 1 - 30 of 148 reviews
December 26, 2020
“o fogo tem sua própria linguagem e não se pode prever o que encontramos nas chamas, mas eu ouço com atenção cada crepitar.”
uma história sensacional, contada com sutileza e respeito. tomara que a mayra continue escrevendo boas tramas pra gente!
uma história sensacional, contada com sutileza e respeito. tomara que a mayra continue escrevendo boas tramas pra gente!
February 13, 2021
Encantada com a escrita da May e com a forma delicada e sensível com que ela conseguiu abordar um tema tão triste e pesado.
A culpa não é da vítima.
Gatilhos: abuso sexual e pedofilia.
A culpa não é da vítima.
Gatilhos: abuso sexual e pedofilia.
November 25, 2020
Mayra escreveu uma história pesada e difícil de contar com uma leveza e cuidado impressionante. O realismo mágico nessa história é TÃO bom e deixa a história com a cara da autora. Era uma das leituras que eu mais tava ansiosa pra ler esse ano e eu fico muito feliz que mais pessoas agora vão poder virar fãs da escrita da May também. <3
November 25, 2020
Esse livro acabou comigo.
Eu não sei por onde começar a falar sobre O que encontramos nas chamas. É uma das melhores coisas que li esse ano. Bem, vamos a uma breve sinopse: Camila está com a mãe no leito de morte e precisa voltar à casa dos tios, onde passou um tempo quando criança, para buscar um objeto. Acontece que o local marcou a sua vida tanto pelos bons momentos quanto pelos pesadelos que ela viveu lá. À medida em que ela explora a casa, lembranças do passado retornam... e talvez esteja na hora de enfrentar alguns fantasmas.
Gosto de pensar nesse livro como uma mistura de tudo o que funcionou em Sadie e Monday's Not Coming, até com alguns elementos de Mentirosos (mas não é thriller nem suspense!). O que me impactou de cara foi a escrita cinematográfica e por vezes lúdica da autora. A novela alterna com perfeição entre passado e presente, vida adulta e infância, maturidade e ingenuidade. Cada movimento que remete a um momento do período em que Camila ficou na casa dos tios resulta numa viagem pela linha do tempo. Essa explicação pode parecer confusa, mas o livro não é.
É uma história forte, com conteúdo sensível sobre abuso sexual e estupro, então cuidado! Tudo é feito com muito respeito. Escrevendo essa resenha agora, duas semanas depois de ter lido a história, ainda penso em como ela me marcou. Sou ruim de memória, mas lembro de cada personagem, cada cenário. Apesar de ser uma leitura curta, o desenvolvimento da narrativa é muito bem feito e a escrita da Mayra, como já disse, é impecável.
Espero que vocês gostem de O que encontramos nas chamas tanto quanto eu. Reforço, é um livro pesado, cuidado ao ler. Poderia falar mais coisas sobre ele, mas quero deixar que vocês mesmos descubram o que há de tão impactante sobre essa novela. Recomendo!!
Eu não sei por onde começar a falar sobre O que encontramos nas chamas. É uma das melhores coisas que li esse ano. Bem, vamos a uma breve sinopse: Camila está com a mãe no leito de morte e precisa voltar à casa dos tios, onde passou um tempo quando criança, para buscar um objeto. Acontece que o local marcou a sua vida tanto pelos bons momentos quanto pelos pesadelos que ela viveu lá. À medida em que ela explora a casa, lembranças do passado retornam... e talvez esteja na hora de enfrentar alguns fantasmas.
Gosto de pensar nesse livro como uma mistura de tudo o que funcionou em Sadie e Monday's Not Coming, até com alguns elementos de Mentirosos (mas não é thriller nem suspense!). O que me impactou de cara foi a escrita cinematográfica e por vezes lúdica da autora. A novela alterna com perfeição entre passado e presente, vida adulta e infância, maturidade e ingenuidade. Cada movimento que remete a um momento do período em que Camila ficou na casa dos tios resulta numa viagem pela linha do tempo. Essa explicação pode parecer confusa, mas o livro não é.
É uma história forte, com conteúdo sensível sobre abuso sexual e estupro, então cuidado! Tudo é feito com muito respeito. Escrevendo essa resenha agora, duas semanas depois de ter lido a história, ainda penso em como ela me marcou. Sou ruim de memória, mas lembro de cada personagem, cada cenário. Apesar de ser uma leitura curta, o desenvolvimento da narrativa é muito bem feito e a escrita da Mayra, como já disse, é impecável.
Espero que vocês gostem de O que encontramos nas chamas tanto quanto eu. Reforço, é um livro pesado, cuidado ao ler. Poderia falar mais coisas sobre ele, mas quero deixar que vocês mesmos descubram o que há de tão impactante sobre essa novela. Recomendo!!
December 10, 2020
Talvez eu não tenha conseguido parar de chorar a partir de determinada página, porque todas as dores vieram à tona junto com a história da Camila. Obrigada, Mayra por me lembrar a culpa não foi minha e por perdoar minha criança interior. Eu não fazia ideia do quanto eu precisava dessa história.
November 25, 2020
Para além de ser uma mulher indígena escrevendo, essa é uma história que todo mundo precisa ler e se dar esse presente.
December 17, 2020
obrigado mayra ♡
December 1, 2020
Mayra escreveu uma história incrível. Não li sinopse antes de começar, e também não percebi o aviso de gatilho no início do livro, então eu fui sem saber absolutamente nada da história (mas fica aí o aviso: tem discussões sobre abuso infantil). E, apesar de não ser uma história propriamente feliz, é uma história tão potente quanto um exorcismo.
As transições entre a personagem adulta e criança e a mescla entre real e fantástico - que buscam ao mesmo tempo dar sutileza à história e criar barreiras que a protagonista se nega a lidar (até que é obrigada a lidar) - são simplesmente incríveis. E o texto de Mayra consegue ser muito claro no que quer expor e no que quer esconder.
Fica aqui a minha maior recomendação para vocês lerem essa história. Ela mexeu comigo de um jeito que me pegou desprevenido. Mas valeu a pena.
As transições entre a personagem adulta e criança e a mescla entre real e fantástico - que buscam ao mesmo tempo dar sutileza à história e criar barreiras que a protagonista se nega a lidar (até que é obrigada a lidar) - são simplesmente incríveis. E o texto de Mayra consegue ser muito claro no que quer expor e no que quer esconder.
Fica aqui a minha maior recomendação para vocês lerem essa história. Ela mexeu comigo de um jeito que me pegou desprevenido. Mas valeu a pena.
November 25, 2020
Eu tô TÃO FELIZ e grata por essa história existir! Muito obrigada, Mayra 💛
December 1, 2020
Sensível, delicado e muito bem escrito. A May tem muito domínio do texto e eu fiquei apaixonada pela forma como ela interligou os capítulos do presente e do passado.
December 4, 2020
que história forte, impactante e necessária. sinto que li segurando a minha respiração o tempo todo. é incrível, estou muito animada para ler os próximos projetos da Mayra.
December 1, 2020
Aviso de conteúdo: abuso sexual
Eu ainda tô plenamente impactado com essa história. Não é uma história fácil, é pesado, mas a escrita fenomenal da Mayra soube trabalhar muito bem com o assunto abordado, de forma muito responsável, um pouco fantasioso, mas com uma sensibilidade imensa. Ainda tenho muito a processar, mas garanto que é um dos melhores do ano.
Eu ainda tô plenamente impactado com essa história. Não é uma história fácil, é pesado, mas a escrita fenomenal da Mayra soube trabalhar muito bem com o assunto abordado, de forma muito responsável, um pouco fantasioso, mas com uma sensibilidade imensa. Ainda tenho muito a processar, mas garanto que é um dos melhores do ano.
November 25, 2020
Li 3 vezes e nas 3 vezes fiquei impactada. é ESTE o poder verdadeiro de mayra sigwalt.
December 4, 2020
“O fogo tem sua própria linguagem e não se pode prever o que encontramos nas chamas, mas eu ouço com atenção cada crepitar.”
• Camila foi afastada de seus tios ainda na infância e agora, vinte anos depois, retorna à casa vazia deles para procurar um álbum de fotografias a pedido de sua mãe — que está no leito de morte. Retornar àquela casa é saber que tem um encontro marcado com monstros de um passado que ela tenta deixar para trás. Angustiada, Camila vai atravessando os cômodos empoeirados da casa e a cada porta aberta, há uma fantasma a sua espera.
• A escrita de Mayra é incrível, é essa primeira coisa que preciso falar. É impossível de largar, você corre os olhos ferozmente por cada página, ansiando por mais, por saber o que vem a seguir, mesmo se tratando de um tema tão pesado e difícil de processar, mesmo quando a leitura chega ao fim. E do mesmo modo que é impossível largar, também é impossível não chorar. Mayra construiu uma trama instigante e absurdamente angustiante da forma mais fluída e leve possível. Brilhantemente misturando fantasia e realidade, ela nos atinge em cheio com um soco no estômago, mas em seguida já está a postos para nos acolher cuidadosamente.
•
“Como se mata um monstro que só vive na sua memória? Cuspir em seu túmulo traria de volta os pedaços que ele arrancou de mim?”
•
Por quanto tempo um trauma do passado pode ditar a sua vida e roubar o seu direito de confiar em seu próprio corpo? É esta uma das perguntas silenciosas que essa história faz, ao menos pra mim. Quando seu corpo te trai e te paralisa, quando sua memória falha e se recusa a te dar os claros detalhes do que aconteceu, você pode perdoá-los? perdoar a si? por ter sido vítima, por ser ainda frágil, por ser uma garota que, infelizmente, como tantas outras, viu partes de si serem roubadas? Há um longo caminho entre entender que não foi culpa sua e parar de se sentir culpada de fato, de se prender aos “e se?” e de odiar seu corpo por ele ter sido posto em risco, sem que você pudesse prever ou ter controle sobre.
Dá para fugir, dos monstros, da casa assombrada, das cicatrizes que só você vê, mas não dá para fugir de quem você era e de quem se tornou depois. Se perdoar é preciso e é possível, mas não é fácil. Mesmo quando você sabe que não teve culpa alguma.
•
“Minha mente tinha se tornado um labirinto escuro e eu estava perdida lá dentro.”
•
É uma história dolorosa para quem lê e imagino que o tenha sido pra quem escreveu também. É mais do que sobre encarar de frente os seus demônios, agora maior, mais forte e talvez sem medo, mesmo que a angústia que um dia te rasgou por dentro ainda se faça presente. É sobre se dar a chance de encarar a si, àquela garotinha que você foi e que, em certa medida, ainda é. Ela vive na mulher que se tornou, talvez ainda precisando de perdão e compreensão, mas já livre do medo.
•
“Não consigo evitar o sorriso que surge no meu rosto. Eu quero abraçar aquela menina, acolhê-la, segurar a mão dela e protegê-la do que ainda estava por vir.”
•
É sobre entender que não dá para voltar atrás e desfazer o nó que te prendeu por tanto tempo, mas é possível ir em frente a partir daqui e se dar uma chance de se reconstruir.
Eu senti tanta coisa lendo essa história. Fui do “coração quentinho” ao mais profundo sentimento de impotência, angústia e indignação. Senti raiva daquele que machucou a garotinha e também de quem fez vista grossa e foi conivente. Senti, assim como a versão mais velha dela, vontade de entrar nas páginas e abraçá-la, protegê-la. E, no fim, senti esperança. Não esperança de um futuro breve onde meninas (e meninos também) não sejam mais submetidas à esse ou a qualquer outro tipo de violência, porque sei que o caminho que nos resta ainda é longo, mas uma esperança na possibilidade de crianças e mulheres como a Camila se sentirem inteiras de novo, serem felizes e construírem uma vida mais saudável e bonita para si, encontrando acolhimento e gentileza para se perdoar.
• Camila foi afastada de seus tios ainda na infância e agora, vinte anos depois, retorna à casa vazia deles para procurar um álbum de fotografias a pedido de sua mãe — que está no leito de morte. Retornar àquela casa é saber que tem um encontro marcado com monstros de um passado que ela tenta deixar para trás. Angustiada, Camila vai atravessando os cômodos empoeirados da casa e a cada porta aberta, há uma fantasma a sua espera.
• A escrita de Mayra é incrível, é essa primeira coisa que preciso falar. É impossível de largar, você corre os olhos ferozmente por cada página, ansiando por mais, por saber o que vem a seguir, mesmo se tratando de um tema tão pesado e difícil de processar, mesmo quando a leitura chega ao fim. E do mesmo modo que é impossível largar, também é impossível não chorar. Mayra construiu uma trama instigante e absurdamente angustiante da forma mais fluída e leve possível. Brilhantemente misturando fantasia e realidade, ela nos atinge em cheio com um soco no estômago, mas em seguida já está a postos para nos acolher cuidadosamente.
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“Como se mata um monstro que só vive na sua memória? Cuspir em seu túmulo traria de volta os pedaços que ele arrancou de mim?”
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Por quanto tempo um trauma do passado pode ditar a sua vida e roubar o seu direito de confiar em seu próprio corpo? É esta uma das perguntas silenciosas que essa história faz, ao menos pra mim. Quando seu corpo te trai e te paralisa, quando sua memória falha e se recusa a te dar os claros detalhes do que aconteceu, você pode perdoá-los? perdoar a si? por ter sido vítima, por ser ainda frágil, por ser uma garota que, infelizmente, como tantas outras, viu partes de si serem roubadas? Há um longo caminho entre entender que não foi culpa sua e parar de se sentir culpada de fato, de se prender aos “e se?” e de odiar seu corpo por ele ter sido posto em risco, sem que você pudesse prever ou ter controle sobre.
Dá para fugir, dos monstros, da casa assombrada, das cicatrizes que só você vê, mas não dá para fugir de quem você era e de quem se tornou depois. Se perdoar é preciso e é possível, mas não é fácil. Mesmo quando você sabe que não teve culpa alguma.
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“Minha mente tinha se tornado um labirinto escuro e eu estava perdida lá dentro.”
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É uma história dolorosa para quem lê e imagino que o tenha sido pra quem escreveu também. É mais do que sobre encarar de frente os seus demônios, agora maior, mais forte e talvez sem medo, mesmo que a angústia que um dia te rasgou por dentro ainda se faça presente. É sobre se dar a chance de encarar a si, àquela garotinha que você foi e que, em certa medida, ainda é. Ela vive na mulher que se tornou, talvez ainda precisando de perdão e compreensão, mas já livre do medo.
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“Não consigo evitar o sorriso que surge no meu rosto. Eu quero abraçar aquela menina, acolhê-la, segurar a mão dela e protegê-la do que ainda estava por vir.”
•
É sobre entender que não dá para voltar atrás e desfazer o nó que te prendeu por tanto tempo, mas é possível ir em frente a partir daqui e se dar uma chance de se reconstruir.
Eu senti tanta coisa lendo essa história. Fui do “coração quentinho” ao mais profundo sentimento de impotência, angústia e indignação. Senti raiva daquele que machucou a garotinha e também de quem fez vista grossa e foi conivente. Senti, assim como a versão mais velha dela, vontade de entrar nas páginas e abraçá-la, protegê-la. E, no fim, senti esperança. Não esperança de um futuro breve onde meninas (e meninos também) não sejam mais submetidas à esse ou a qualquer outro tipo de violência, porque sei que o caminho que nos resta ainda é longo, mas uma esperança na possibilidade de crianças e mulheres como a Camila se sentirem inteiras de novo, serem felizes e construírem uma vida mais saudável e bonita para si, encontrando acolhimento e gentileza para se perdoar.
This entire review has been hidden because of spoilers.
December 1, 2020
"Fantástico" é um bom termo para começar a descrever esse livro.
Talvez seja spoiler dizer que essa é uma história sobre abuso que se propõe a discutir os aspectos psicológicos do trauma, especialmente na dificuldade de admitir que as cicatrizes existem de fato.
Tem duas características muito específicas sobre essa experiência de lidar com trauma que eu sinto que foram convertidas em recursos narrativos. Uma é a sensação de que a qualquer momento, qualquer coisa pode te atirar de volta àquele lugar ou àquela época ou àquela emoção. Outra é o fato de que, para lidar com memórias muito difíceis, cheias de emoções negativas, a mente cria mecanismos de defesa para aguentar o peso da informação de um jeito que a pessoa não vire uma pilha de cacos ambulante.
Essas características são, para mim, a espinha dorsal da história.
A protagonista precisa voltar ao lugar onde ela se sentiu mais frágil e lidar com toda a vulnerabilidade que esse retorno desperta. É o famoso "gatilho" sendo explorado de um jeito muito responsável e amarrado com um olhar artístico super sensível. E toda vez que o gatilho aparece, a gente vê essa garota criando as suas estruturas de autodefesa para sobreviver ao trauma e escapar dele.
Eu tô tendo a sorte de encontrar histórias meio fora da casinha nesse fim de ano e essa foi mais uma delas. Duas coisas se destacam muito para mim: as escolhas de transição narrativa e o uso da fantasia como um recurso poético. E, falando assim parece sem graça e coisa de livro técnico, mas a Mayra fez isso com muito mais sutileza, eu juro.
Talvez seja spoiler dizer que essa é uma história sobre abuso que se propõe a discutir os aspectos psicológicos do trauma, especialmente na dificuldade de admitir que as cicatrizes existem de fato.
Tem duas características muito específicas sobre essa experiência de lidar com trauma que eu sinto que foram convertidas em recursos narrativos. Uma é a sensação de que a qualquer momento, qualquer coisa pode te atirar de volta àquele lugar ou àquela época ou àquela emoção. Outra é o fato de que, para lidar com memórias muito difíceis, cheias de emoções negativas, a mente cria mecanismos de defesa para aguentar o peso da informação de um jeito que a pessoa não vire uma pilha de cacos ambulante.
Essas características são, para mim, a espinha dorsal da história.
A protagonista precisa voltar ao lugar onde ela se sentiu mais frágil e lidar com toda a vulnerabilidade que esse retorno desperta. É o famoso "gatilho" sendo explorado de um jeito muito responsável e amarrado com um olhar artístico super sensível. E toda vez que o gatilho aparece, a gente vê essa garota criando as suas estruturas de autodefesa para sobreviver ao trauma e escapar dele.
Eu tô tendo a sorte de encontrar histórias meio fora da casinha nesse fim de ano e essa foi mais uma delas. Duas coisas se destacam muito para mim: as escolhas de transição narrativa e o uso da fantasia como um recurso poético. E, falando assim parece sem graça e coisa de livro técnico, mas a Mayra fez isso com muito mais sutileza, eu juro.
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June 17, 2021
Histórias com essa temática costumam ser bastante complicadas, eu não me arrisco muito na leitura por ter a certeza que vou sofrer e que, na maioria das vezes, os escritores não vão saber lidar com o assunto de forma sensível e responsável. Mayra Sigwalt foi diferente. A escritora foi capaz de tratar algo tão difícil e doloroso de maneira delicada e necessária. A culpa não é nossa.
December 2, 2020
que livro lindo, duro e acolhedor! acabei a leitura chorando, num misto de dor, tristeza, amor e alívio. parabéns à mayra por conseguir escrever com tanta sensibilidade uma história tão difícil, delineando o trauma com os contornos realistas e irreais da memória.
December 2, 2020
Minha amiga é muito talentosa
January 26, 2023
É uma história forte, um livro que precisa ser lido com sensibilidade e atenção. Fiquei desesperada pela personagem e é terrível pensar que coisas assim acontecem na vida real. Mayra tem uma escrita muito marcante e acredito que todos deveriam conhecer essa obra!
October 2, 2021
É preciso uma técnica e talento imensos por parte da pessoa autora para escrever uma história tão dura e triste de forma tão bela e sensível, e a Mayra fez isso com maestria demais! A leitura me tomou, me deu uma rasteira, e sinto que ainda vai me acompanhar por muito tempo.
August 18, 2021
Não direi muito da história dessa novela, porque são muito poucas páginas e saber demais pode prejudicar a experiência. A premissa é que essa protagonista feminina revisita uma casa onde passou uma parte da infância e, a cada cômodo, recupera lembranças de sua época de criança.
O que digo é: chorei e não foi pouco. Que história forte! Terminei a leitura realmente em prantos. Logo no começo há um alerta da autora de que a novela aborda abuso sexual e eu sou sensível a esse tema, então imaginei que seria tocada, mas não imaginei que seria de uma forma tão linda, potente e acolhedora. Ansiosa demais para ler outras histórias da Mayra.
O que digo é: chorei e não foi pouco. Que história forte! Terminei a leitura realmente em prantos. Logo no começo há um alerta da autora de que a novela aborda abuso sexual e eu sou sensível a esse tema, então imaginei que seria tocada, mas não imaginei que seria de uma forma tão linda, potente e acolhedora. Ansiosa demais para ler outras histórias da Mayra.
November 30, 2020
Comprei na pre venda. Acabei de ler. Mayra entregou tudo!!!!! Desde a coletânea 'Aqui quem fala é da terra' eu tenho sonhado com algo mais longo dela. Queria que fosse mais longo? Queria. Mas acho que ele ser curto ajudou muito para que o livro nao se estendesse em suas partes mais pesadas e que podem ser gatilho. Eu gostei muito de como ela lida com isso no livro, a maneira de descrever as coisas e as relações estabelecidas na história. Eu espero que outros venham pq eu gostei demais.
November 8, 2023
lindamente devastador
July 8, 2021
Foi muito mais do que eu pensei esperar.
A história de Camila é uma história de sobrevivência, e também de dor.
E nas memórias tão vivas que preenchem as páginas, certeza que várias histórias de várias Camilas foram relatadas.
Enquanto a Camila adulta reencontra memórias em caixas, a dor da Camila criança a carregou até ali. E é quase que uma catarse.
Um livro curto, fluido, doloroso, real, respeitoso e lindo. Um livro delicado, mas nada leve.
A escrita da Mayra é belíssima, e a forma como os capítulos se intercalam foi um show à parte.
Por fim, fica aqui um alerta para gatilhos.
A história de Camila é uma história de sobrevivência, e também de dor.
E nas memórias tão vivas que preenchem as páginas, certeza que várias histórias de várias Camilas foram relatadas.
Enquanto a Camila adulta reencontra memórias em caixas, a dor da Camila criança a carregou até ali. E é quase que uma catarse.
Um livro curto, fluido, doloroso, real, respeitoso e lindo. Um livro delicado, mas nada leve.
A escrita da Mayra é belíssima, e a forma como os capítulos se intercalam foi um show à parte.
Por fim, fica aqui um alerta para gatilhos.
December 8, 2020
Eu só consigo agradecer a Mayra por ter colocado essa história no mundo.
November 30, 2020
A MAIOR.
Ok que não tenho lugar de fala sobre quase, senão nada, nesse livro, mas posso dizer que a Mayra escreveu uma história profunda e necessária de uma forma e sútil e cuidadosa.
Extremamente necessário.
Ok que não tenho lugar de fala sobre quase, senão nada, nesse livro, mas posso dizer que a Mayra escreveu uma história profunda e necessária de uma forma e sútil e cuidadosa.
Extremamente necessário.
January 25, 2021
Nossa a May já chegou com o pé na porta.
Conto despedaçador, viceral e necessário.
A escrita é assertiva, crua e delicada (por mais que isso pareça contraditório?).
Muito muito ansioso para ler próximas obras dessa autora que já amo 💕💕
Conto despedaçador, viceral e necessário.
A escrita é assertiva, crua e delicada (por mais que isso pareça contraditório?).
Muito muito ansioso para ler próximas obras dessa autora que já amo 💕💕
January 31, 2021
Eu to sem palavras, é um conto intenso e imersivo, ver tudo que acontece através do olhar de uma criança é bem doloroso.
May 20, 2021
Extremamente bem escrito, começa com uma narrativa bem singela e nostálgica e vai ganhando força e um peso enorme, até culminar com um final que te deixa com um aperto no coração.
December 2, 2020
Uma novella ágil, nostálgica, linda e muito TENSA sobre memórias de infância e descobertas - muitas delas terríveis. Foi difícil parar de ler! Quero ver mais do universo dos encantados e dessa protagonista com tanto a contar ♥️
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