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O Sítio do Lugar Nenhum
Um homem pendurado pelos pés no centro da praça. Um jovem que trai a família no dia do casamento. Uma menina sem história que só conhece uma palavra. Um país em êxodo no rasto da fortuna. Um menino órfão como promessa de eternidade. Uma luta armada no coração da montanha. Um homem capaz de transformar vícios em ouro. Um amor destinado desde o princípio dos tempos. Uma velha que aguarda o noivo enforcado. Um grupo de viajantes que se perde para sempre. Um batoteiro que se regenera por apego a uma criança. Uma prostituta que ensina rapazes a amar. Um jornalista à procura da história perfeita. Um escravo cego que encanta ao piano. Uma carrinha azul e o seu enorme chofer. Um amor impossível entre dois homens. Um cigano que rouba uma menina da vida. Uma ilha de loucos no meio do oceano. Um velho que dá saltos mortais para espantar a morte. Um padre que vende a alma ao Diabo por uma noite de amor. Uma história esquecida no meio do nada... Um sítio perdido em lugar nenhum.
Editado pela primeira vez, em 2008, com o título Vícios de Amor, O Sítio do Lugar Nenhum é agora editado na sua versão integral e com o título original.
Editado pela primeira vez, em 2008, com o título Vícios de Amor, O Sítio do Lugar Nenhum é agora editado na sua versão integral e com o título original.
368 pages, Paperback
First published April 21, 2008
5 people are currently reading
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About the author
Norberto Morais
12 books103 followersNorberto Morais é conterrâneo de Hermann Hesse, tendo nascido numa pequena cidade da Floresta Negra, Calw, em 1975. Aos seis anos, foi viver para Marinhais, em Portugal, onde traçou as primeiras linhas sem jamais considerar a palavra «escritor» e donde saiu em 1996 para ir estudar Psicologia em Lisboa. Licenciou-se no ISPA, foi voluntário na Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, frequentou o Hot Club e teve uma banda, na qual era vocalista, letrista e compositor.
Em 2002, quando tudo estava preparado para que fosse músico ou psicólogo, sentou-se um dia à secretária e a vida trocou-lhe as voltas. Uns meses mais tarde compreendia que, mal ou bem, estava condenado a escrever para o resto da vida. Publicou o seu primeiro romance, Vícios de Amor, em 2008, na Oficina do Livro. Actualmente vive em Paris.
Em 2002, quando tudo estava preparado para que fosse músico ou psicólogo, sentou-se um dia à secretária e a vida trocou-lhe as voltas. Uns meses mais tarde compreendia que, mal ou bem, estava condenado a escrever para o resto da vida. Publicou o seu primeiro romance, Vícios de Amor, em 2008, na Oficina do Livro. Actualmente vive em Paris.
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Community Reviews
Displaying 1 - 27 of 27 reviews
July 1, 2022
Algo desiludida... Depois explico melhor!
Vídeo de opinião aqui: https://www.youtube.com/watch?v=P90Q0...
NOTA - 07/10
Vídeo de opinião aqui: https://www.youtube.com/watch?v=P90Q0...
NOTA - 07/10
July 7, 2023
A escrita do Norberto Morais é especial. Já tinha percebido isso com “O Pecado de Porto Negro”, um livro que me deixou completamente em suspenso: por um lado, a vontade de descobrir tudo; por outro, a ideia de não querer chegar ao fim, de tal forma estava envolvida na história. Este livro ficou de tal forma em mim que tive receio de ler os outros do Norberto Morais que tenho cá em casa e desiludir-me. E que palermice foi! Este “O Sítio do Lugar Nenhum” é igualmente fabuloso.
Numa escrita cuidada, muito pormenorizada e cheia de pinceladas de humor muito refinado, o autor leva-nos até uma aldeia, “Vícios”, situada sabe-se lá onde. As descrições são tão pormenorizadas, tão reais e cheias de referências sensoriais que somos transportados para lá e quase se consegue cheirar e ouvir. Nesta aldeia, com uma praça e uma árvore, surgem as personagens e as suas histórias que se cruzam e representam a matéria de que somos feitos, dando lugar a uma crítica social muito subtil. As personagens estão construídas de forma muito criativa: o velho louco, o homem pendurado pelos pés, o padre, a prostituta e o bordel, um rapaz que é uma mistura de cabrito/homem… e tantas outras cheias de mistérios e histórias que se cruzam e misturam, numa narrativa que é exigente porque facilmente se perde o fio à meada enquanto vamos desvendando os mistérios deste lugar e destas personagens tão peculiares.
É curioso: o Norberto Morais tem a capacidade de me fazer recuar à infância e às novelas brasileiras que naquela altura eram moda (quem não viu “Roque Santeiro”, “Tieta” e afins??) Já tinha sentido isso na leitura anterior, mas desta vez, na descrição deste lugar de “Vícios”, nas suas personagens e nos acontecimentos, recuei com maior intensidade até ao imaginário coletivo que todos guardamos das cidades das novelas daquela altura. Parece uma contradição esta ligação entre os livros do Norberto e as novelas, mas não se pense que isso tira qualidade à fantástica narrativa, pelo contrário. Norberto Morais é um dos grandes autores da nossa literatura contemporânea, e acho que ainda não lhe foi dado o devido crédito.
Numa escrita cuidada, muito pormenorizada e cheia de pinceladas de humor muito refinado, o autor leva-nos até uma aldeia, “Vícios”, situada sabe-se lá onde. As descrições são tão pormenorizadas, tão reais e cheias de referências sensoriais que somos transportados para lá e quase se consegue cheirar e ouvir. Nesta aldeia, com uma praça e uma árvore, surgem as personagens e as suas histórias que se cruzam e representam a matéria de que somos feitos, dando lugar a uma crítica social muito subtil. As personagens estão construídas de forma muito criativa: o velho louco, o homem pendurado pelos pés, o padre, a prostituta e o bordel, um rapaz que é uma mistura de cabrito/homem… e tantas outras cheias de mistérios e histórias que se cruzam e misturam, numa narrativa que é exigente porque facilmente se perde o fio à meada enquanto vamos desvendando os mistérios deste lugar e destas personagens tão peculiares.
É curioso: o Norberto Morais tem a capacidade de me fazer recuar à infância e às novelas brasileiras que naquela altura eram moda (quem não viu “Roque Santeiro”, “Tieta” e afins??) Já tinha sentido isso na leitura anterior, mas desta vez, na descrição deste lugar de “Vícios”, nas suas personagens e nos acontecimentos, recuei com maior intensidade até ao imaginário coletivo que todos guardamos das cidades das novelas daquela altura. Parece uma contradição esta ligação entre os livros do Norberto e as novelas, mas não se pense que isso tira qualidade à fantástica narrativa, pelo contrário. Norberto Morais é um dos grandes autores da nossa literatura contemporânea, e acho que ainda não lhe foi dado o devido crédito.
October 28, 2021
Narrativa épica.
Construção de personagens repleta de criatividade.
Enredo engenhoso.
Pontualmente excessivo em detalhes com travo de condescendência.
Sem dúvida há que ler outro título do N.M.
Construção de personagens repleta de criatividade.
Enredo engenhoso.
Pontualmente excessivo em detalhes com travo de condescendência.
Sem dúvida há que ler outro título do N.M.
August 25, 2021
“Não há nada que o tempo não resolva, se bem que nada voltará a ser como antes.”
“Vícios era um sítio infernalmente quente, situado na planura de um vale profundo e semiárido, arquitectado desde as primeiras ideias de criação do Universo e esquecido desde as últimas obras de decoração do mundo, ali, no sopé de uma cordilheira de encostas montanhosas e mal vestidas, que se erguiam em todo o redor a ponto de tocar o céu, lembrando uma coroa de bronze sobre a cabeça calva de um rei de gigantes.”
“Mas a resposta estava dada, a bofetada também, e já nada podia apagá-las do livro das coisas acontecidas. Também nada podia evitar que a relação entre as duas famílias viajasse vinte e quatro anos no tempo, até ao maldito dia em que um descontrolado fogo lhes lavrara a eito os destinos, e que um balde de água fria bastara para apagar por completo.”
“As campas, rasas, apenas tinham a identificá-as uma simples cruz pintada da cor da casa que o corpo habitara em vida. Predominava o azul. Do muro, nem pedra se via, tapado estava por dois “guarda-espíritos” que o cobriam de um manto florido, ignorando limites, e conferindo ao mortiço lugar um pouco de vida. Nascidos em extremidades opostas do cemitério, pareciam, à primeira vista, crescer indiscriminadamente por onde houvesse muro, mas quem bem atentasse, haveria de ver que apenas cresciam na direcção um do outro.”
“É uma história dos diabos! – exclamou Alfonso Vargas com a graça na voz.
“Vícios era um sítio infernalmente quente, situado na planura de um vale profundo e semiárido, arquitectado desde as primeiras ideias de criação do Universo e esquecido desde as últimas obras de decoração do mundo, ali, no sopé de uma cordilheira de encostas montanhosas e mal vestidas, que se erguiam em todo o redor a ponto de tocar o céu, lembrando uma coroa de bronze sobre a cabeça calva de um rei de gigantes.”
“Mas a resposta estava dada, a bofetada também, e já nada podia apagá-las do livro das coisas acontecidas. Também nada podia evitar que a relação entre as duas famílias viajasse vinte e quatro anos no tempo, até ao maldito dia em que um descontrolado fogo lhes lavrara a eito os destinos, e que um balde de água fria bastara para apagar por completo.”
“As campas, rasas, apenas tinham a identificá-as uma simples cruz pintada da cor da casa que o corpo habitara em vida. Predominava o azul. Do muro, nem pedra se via, tapado estava por dois “guarda-espíritos” que o cobriam de um manto florido, ignorando limites, e conferindo ao mortiço lugar um pouco de vida. Nascidos em extremidades opostas do cemitério, pareciam, à primeira vista, crescer indiscriminadamente por onde houvesse muro, mas quem bem atentasse, haveria de ver que apenas cresciam na direcção um do outro.”
“É uma história dos diabos! – exclamou Alfonso Vargas com a graça na voz.
June 12, 2024
Uma história memorável entre o passado e presente da aldeia de Vicios perdia... em sítio de lugar nenhum, contada de forma sublime e com toque de humor.
Personagens também elas memoráveis que de certeza não nos vamos esquecer delas.
Personagens também elas memoráveis que de certeza não nos vamos esquecer delas.
March 14, 2021
10 de 10*
Opinião:
https://abibliotecadajoao.blogspot.co...
Opinião:
https://abibliotecadajoao.blogspot.co...
June 28, 2015
Vícios é uma terra perdida, longe de tudo, que tem uma única praça com uma enorme árvore no meio, onde se encontra pendurado, de cabeça para baixo, um homem a quem ninguém liga, uma varanda onde está permanentemente um velho louco a observar tudo, um padre e a sua igreja, o inevitável bordel no andar de cima do único café, e um ser, meio cabrito, meio rapaz, entre outros personagens e histórias misteriosas por contar.
Este é o primeiro livro de Norberto Morais, antes do fabuloso O Pecado de Porto Negro. Tal como neste último, Norberto Morais transporta-nos para um ambiente mágico, que imaginamos algures na América do Sul, mas, ao contrário dele, dispersa-se num incontável número de personagens, com uma estrutura narrativa complexa que ziguezagueia no tempo e onde as mortes e os partos se sucedem. Um livro que daria material para muitos livros!
Este é o primeiro livro de Norberto Morais, antes do fabuloso O Pecado de Porto Negro. Tal como neste último, Norberto Morais transporta-nos para um ambiente mágico, que imaginamos algures na América do Sul, mas, ao contrário dele, dispersa-se num incontável número de personagens, com uma estrutura narrativa complexa que ziguezagueia no tempo e onde as mortes e os partos se sucedem. Um livro que daria material para muitos livros!
March 13, 2021
O Sítio do Lugar Nenhum é especial. A prosa de Norberto Morais parece cantada, de tão bem humorada e refinada. Ritmada. E as personagens... quadros que se movem num cenário que alimenta o imaginário colectivo e o leitor lê em suspenso para desvendar os segredos que ocultam. E os artifícios, porque na aldeia de Vícios é o que não falta. A crítica social subjacente e subtil é brilhante. Prodigioso este romance.
Um estilo muito próprio de contar uma história de que não me canso. Aliás, duas, entrosadas uma na outra, e tão bem que mal se percebe até quase ao final.
Um lugar perdido no meio do nada, e bastou um desvio mal medido e um tanto de sorte ou azar para surgir Vícios. As suas gentes são do melhor que lá há.
"... O exagero é como o sal; não pode faltar por pouco que seja." E neste registo, único, segue imparável, até ficar sem fôlego por tentar acompanhar em voz alta palavras que parecem feitiço.
Gostei muito de Porto Negro mas Vícios não lhe fica nada atrás. O vício do sentimento que prende ao livro, donde apenas me desprendi quando não podia lá estar nem mais um minuto. Afinal, como diria o velho Alfonso; A vida não é mais do que sonhos e recordações. E é sobre a vida numa pequena aldeia escondida entre nada e coisa nenhuma que fiquei rendida a um romance prodigioso e repito-me com a certeza de que este livro merece ser lido e relido.
Um estilo muito próprio de contar uma história de que não me canso. Aliás, duas, entrosadas uma na outra, e tão bem que mal se percebe até quase ao final.
Um lugar perdido no meio do nada, e bastou um desvio mal medido e um tanto de sorte ou azar para surgir Vícios. As suas gentes são do melhor que lá há.
"... O exagero é como o sal; não pode faltar por pouco que seja." E neste registo, único, segue imparável, até ficar sem fôlego por tentar acompanhar em voz alta palavras que parecem feitiço.
Gostei muito de Porto Negro mas Vícios não lhe fica nada atrás. O vício do sentimento que prende ao livro, donde apenas me desprendi quando não podia lá estar nem mais um minuto. Afinal, como diria o velho Alfonso; A vida não é mais do que sonhos e recordações. E é sobre a vida numa pequena aldeia escondida entre nada e coisa nenhuma que fiquei rendida a um romance prodigioso e repito-me com a certeza de que este livro merece ser lido e relido.
November 24, 2020
Depois de ler O Pecado de Porto Negro, as expectativas para este livro eram muitas. Primeiro romance de Norberto Morais, Vícios de Amor já nos mostra o talento ímpar do autor. Vícios é um lugar, primeiro de ninguém, depois de todos os que chegaram. Personagens desgraçadas, que nada esperam da vida, dão-se a conhecer entre amores inconfessáveis, estranhezas que garantem a normalidade dos dias, pactos eternos em que se revelam segredos que a memória esqueceu e lutas por ideais que se perdem entre corações que batem por outras guerras. É um livro exigente, em que as histórias se intercalam e se misturam numa narrativa que não poupa nas figuras de estilo. Aqui, o leitor tem de estar inteiro, presente para compreender os desígnios de um lugar maldito e abençoado, parodoxo que nada se estranha no realismo mágico. É um livro sobre a passagem do tempo, talvez por isso peça uma leitura lenta, sem pressas para o que vem depois. Como todos os vícios, a escrita e a efabulação de Norberto Morais ja se entranhou e veio para ficar.
March 14, 2021
Narrativa épica.
Construção de personagens repleta de criatividade.
Enredo engenhoso.
Pontualmente excessivo em detalhes com travo de condescendência.
Sem dúvida há que ler outro título do N.M.
Construção de personagens repleta de criatividade.
Enredo engenhoso.
Pontualmente excessivo em detalhes com travo de condescendência.
Sem dúvida há que ler outro título do N.M.
August 10, 2021
E lá viajei eu outra vez até à América Latina, desta vez, a bordo de O SÍTIO DE LUGAR NENHUM. É o que me acontece sempre que começo a ler qualquer um dos romances do Norberto Morais.
October 9, 2023
Não correspondeu às minhas expectativas - Apesar de me fazer lembrar o surrealismo mágico da América Latina, acho que talvez não tenha sido a altura certa para o ler. Talvez dê uma segunda oportunidade mais à frente.
February 2, 2021
Um livro mágico, para o qual devemos ir sem saber nada, sem procurar nada, sem ler nada... A escrita do Norberto é toda ela uma experiência e a sua história merece que a vamos desvendando... ha que seguir o caminho por ele traçado até ao fim... tentar saborear as rimas, as frases cantadas, as palavras escolhidas a dedo... tentar ler sem pressa um livro que nos pede para ser devorado... Mais uma vez um mundo único, um contador de histórias brilhante...
August 14, 2023
3 1/2*
O ambiente cativa e deslumbra, a história prende, a forma como está contada também, mas peca por excesso de desvios e ziguezagues (e por inesperadas falhas de pontuação e gramática).
O ambiente cativa e deslumbra, a história prende, a forma como está contada também, mas peca por excesso de desvios e ziguezagues (e por inesperadas falhas de pontuação e gramática).
March 17, 2021
Gosto tanto quando um livro me vai surpreendendo no decorrer da leitura e quando, depois de mundos e fundos, não deixa nada solto, tudo se encaixa. Sei que este livro demorou alguns anos a estar pronto e não me admiro. Escrita cuidada, sem ser pretenciosa. Tudo foi pensado ao pormenor ou, pelo menos, com extrema atenção. Porque seria fácil deixar pontas soltas, esquecer alguns detalhes, tal a riqueza de personagens e lugares aqui descritos.
Mas voltemos ao início, se é que é possível ordenar as ideias logo depois de ter terminado. Escrevo a quente, portanto. Como gosto. Uma parceira do crime recomendou-mo. Aliás, recomendou os outros livros do autor. Mas, já sabem como é... as vontades vão sendo muitas e vão ficando esquecidas!
Então, primeiro, quero elogiar a escrita do autor. Ela e a trama imaginada formam um casal perfeito. Tudo encaixa nos seus devidos lugares sem nunca deixar de surpreender pela riqueza, ora de uma, ora de outra. Os personagens com as suas peculiaridades e seus nomes diferentes, imaginativos, são de uma complexidade humana que fiquei a admirar. Parecem reais e, ao mesmo tempo, não. E os lugares, os povoados e cidades de uma país que pensamos reconhecer mas que não existe. Fantástico!
Gostei muito dos trocadilhos, da forma como o autor brinca com as palavras, de como no meio do nada nos damos conta que elas passam a rimar, de como somos "obrigados" a voltar atrás e a ler em voz alta porque o que estamos a ler é bonito demais para ficar cá dentro, sem voz.
Gostei de ter sido surpreendida com o tempo da acção (quem já leu sabe do que falo) e de como aprendi a deixar ir os personagens, a dizer adeus a tantos que ficaram cá dentro por serem especiais.
Criar personagens assim não é para todos. Criar um mundo inventado que nos parece plausível também não. Parabéns Norberto! Fiquei fã!
Terminado em 10 de Março de 2021
Estrelas: 6*
Mas voltemos ao início, se é que é possível ordenar as ideias logo depois de ter terminado. Escrevo a quente, portanto. Como gosto. Uma parceira do crime recomendou-mo. Aliás, recomendou os outros livros do autor. Mas, já sabem como é... as vontades vão sendo muitas e vão ficando esquecidas!
Então, primeiro, quero elogiar a escrita do autor. Ela e a trama imaginada formam um casal perfeito. Tudo encaixa nos seus devidos lugares sem nunca deixar de surpreender pela riqueza, ora de uma, ora de outra. Os personagens com as suas peculiaridades e seus nomes diferentes, imaginativos, são de uma complexidade humana que fiquei a admirar. Parecem reais e, ao mesmo tempo, não. E os lugares, os povoados e cidades de uma país que pensamos reconhecer mas que não existe. Fantástico!
Gostei muito dos trocadilhos, da forma como o autor brinca com as palavras, de como no meio do nada nos damos conta que elas passam a rimar, de como somos "obrigados" a voltar atrás e a ler em voz alta porque o que estamos a ler é bonito demais para ficar cá dentro, sem voz.
Gostei de ter sido surpreendida com o tempo da acção (quem já leu sabe do que falo) e de como aprendi a deixar ir os personagens, a dizer adeus a tantos que ficaram cá dentro por serem especiais.
Criar personagens assim não é para todos. Criar um mundo inventado que nos parece plausível também não. Parabéns Norberto! Fiquei fã!
Terminado em 10 de Março de 2021
Estrelas: 6*
December 21, 2024
Há livros que se guardam na estante, da mesma forma que guardamos roupa nova para estrear em dias festivos, porque especiais. São os chamados SOS, analgesia natural, bálsamo para almas cansadas e tristes.
O Sítio do Lugar Nenhum estava incluso nessa categoria de quebrar em caso de emergência. E não me fiz de rogada quando (mais) uma crise entrou sem pedir e se instalou. Porque sabia que toda eu seria sorrisos ao virar a primeira página. E assim foi.
Vícios, esse lugar perdido sabe deus onde, porém tão mais real do que as lajes desta soleira onde agora me sento e escrevo.
Também o não viver pode ser um vício. A obsessão de uma amor que não nos é. Uma amizade para sempre condenada a sê-lo. O morrer de amor, uma e outra vez.
De quantos vícios se fez Vícios?
De quantas linhas traçadas a direito?
De quantas voltas de destino?
De quantas almas se faz um livro para ser capaz de tocar a nossa alma?
Não sei.
Sei apenas que levo Alice nos cabelos e no terno acreditar.
Anastacia na vontade de recolher e silenciar.
James na audácia de ir para outro lugar.
Alchito na ousadia de fazer da vida o que a vida nos quis roubar.
Pedro na esperança de um amor que não sabe amar.
Durante uma mão cheia de dias foi aqui, em Vícios, que atraquei a dor. Foi neste sítio perdido que reencontrei farol. Foi no meio dessas gentes tão peculiares que descansei o corpo e sorri.
Porque cada palavra um alento.
Cada frase uma lufada de oxigénio peito adentro.
Cada reviravolta um bater a mais do coração.
Finda a viagem, levo atracado ao peito este lugar feito de amor e a certeza de que a fórmula está certa e há mesmo Vícios capazes de calar a dor.
O Sítio do Lugar Nenhum estava incluso nessa categoria de quebrar em caso de emergência. E não me fiz de rogada quando (mais) uma crise entrou sem pedir e se instalou. Porque sabia que toda eu seria sorrisos ao virar a primeira página. E assim foi.
Vícios, esse lugar perdido sabe deus onde, porém tão mais real do que as lajes desta soleira onde agora me sento e escrevo.
Também o não viver pode ser um vício. A obsessão de uma amor que não nos é. Uma amizade para sempre condenada a sê-lo. O morrer de amor, uma e outra vez.
De quantos vícios se fez Vícios?
De quantas linhas traçadas a direito?
De quantas voltas de destino?
De quantas almas se faz um livro para ser capaz de tocar a nossa alma?
Não sei.
Sei apenas que levo Alice nos cabelos e no terno acreditar.
Anastacia na vontade de recolher e silenciar.
James na audácia de ir para outro lugar.
Alchito na ousadia de fazer da vida o que a vida nos quis roubar.
Pedro na esperança de um amor que não sabe amar.
Durante uma mão cheia de dias foi aqui, em Vícios, que atraquei a dor. Foi neste sítio perdido que reencontrei farol. Foi no meio dessas gentes tão peculiares que descansei o corpo e sorri.
Porque cada palavra um alento.
Cada frase uma lufada de oxigénio peito adentro.
Cada reviravolta um bater a mais do coração.
Finda a viagem, levo atracado ao peito este lugar feito de amor e a certeza de que a fórmula está certa e há mesmo Vícios capazes de calar a dor.
June 26, 2025
Não consegui acabar,no início tentei dar uma oportunidade à história de romance,tendo gostado de certa partes do livro como a forma de escrita literária,onde algumas frases pareciam poemas entre rimas. Acabei por reparar na forma em que o autor descrevia a mulher de uma forma um pouco insensível, como alguém frágil e sem personalidade…Notei alguns traços machistas, que me desgostaram, ao demostrar esforço no desenvolvimento das personagens masculinas,e as femeninas deixando muito aquém.
July 31, 2024
Novamente, uma escrita muito cativante com enredos bem interessantes. O que me fez invalidar as 5 estrelas foi, apenas, o facto de tudo se estender por um período de tempo longo o que me fez perder um pouco na narrativa. Na releitura que farei, seguramente, vou ler com interrupções mais curtas de modo a estar me apropriar melhor da história.
April 4, 2021
Mais um livro fenomenal do Norberto Morais. A sua escrita tão certa, tão poética deixa o leitor encantando, tal como a capacidade de criar personagens, de juntar as peças do presente, do passado, e surpreender o leitor, com mais uma história tão bem contada.
September 7, 2022
Prendeu-me do início ao fim! Adorei o livro! Tentei perceber onde ficava a aldeia de vícios, e apesar de tudo indicar que se localiza na América do sul, existe apenas na imaginação do autor e na nossa, depois de ler o livro!
May 1, 2021
Maravilhoso, uma história que se vai entrelaçando de uma forma emocionante e tão bem escrito. Fiquei fã do autor
March 19, 2021
3,5⭐
Uma leitura muito ritmada, melodiosa. As palavras dançam e cantam ao desafio... Os personagens são cativantes, engraçados, singulares. Vive-se uma história com sabor a novela que faz lembrar Jorge Amado e as suas obras. Uma história agridoce,sui generis, e cheia de vida pela forma como é escrita e pela ação mirabolante que nos é apresentada.
Uma leitura muito ritmada, melodiosa. As palavras dançam e cantam ao desafio... Os personagens são cativantes, engraçados, singulares. Vive-se uma história com sabor a novela que faz lembrar Jorge Amado e as suas obras. Uma história agridoce,sui generis, e cheia de vida pela forma como é escrita e pela ação mirabolante que nos é apresentada.
May 19, 2019
Quase 5.
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