Muito se tem debatido acerca da Revolução de 1917, da ascensão e queda do socialismo soviético, do triunfo dos mercados e da adesão dos governos comunistas à lógica capitalista. Porém, o problema de fundo da esquerda em todo o mundo continua a ser o mito bolchevique, a ideia de que a verdadeira Revolução é aquela de outubro, com sua práxis autoritária, e tudo que isso implica ao se fazer dela a medida pela qual todas as ações políticas de mudança têm de ser mensuradas. Qual o significado, hoje, de Outubro? Christian Laval e Pierre Dardot procedem a uma revisão crítica desse evento tão mitificado e mal compreendido, evidenciando como o bolchevismo traiu os sovietes da Revolução de em lugar da auto-organização popular, o culto ao Estado e a seu líder e a luta pelo poder a todo custo e sua manutenção. Laval e Dardot tomam como contraponto a isso a Revolução Mexicana que seguia outro caminho, influenciada pelo anarquismo e, como modelo ilustrativo da forma de atuação bolchevique, a Guerra Civil Espanhola e seu conflito interno entre os antifascistas libertários e stalinistas. A partir dessa perspectiva, os autores defendem uma nova política comum que, vinculada a outras experiências revolucionárias, seja capaz de concretizar democraticamente o autogoverno, dissipando de uma vez por todas a Sombra de Outubro.
Pierre Dardot, né le 28 octobre 1952, est chercheur rattaché au laboratoire Sophiapol de l’Université de Paris Ouest Nanterre La Défense et professeur en classes préparatoires à Paris. Titres universitaires : Agrégation de philosophie (1980) et Doctorat en lettres et sciences humaines (philosophie) de l’Université de Paris Ouest Nanterre La Défense (1988). Animateur depuis 2004 du groupe d’études et de recherches « Question Marx » avec Christian Laval. Ouvrages : Sauver Marx ? (avec Christian Laval et El Mouhoub Mouhoud), La Découverte, 2007 ; La Nouvelle raison du monde (avec Christian Laval), La Découverte, 2009 ; Marx, prénom : Karl (avec Christian Laval), Gallimard, 2012 ; Commun (avec Christian Laval), La Découverte, 2014.
Excellente critique du bolchévisme, de sa dérive autoritaire, de son culte de la centralisation , de la mésinterprétation de la doctrine marxienne par Lénine , de la destruction et la non reconnaissance des soviets comme structure de base de la révolution et des mouvements autonomes qui étais à la base de la révolution russe , du coup d’état militaire de Lénine pour la prise de pouvoir. Aussi une superbe piste de solution vers la politique des commun et du municipalisme libertaire. J’ai adoré !!