Quem vai te contar essa história é uma criança de 11 anos. O olhar fresco e bem humorado de quem ainda vê a vida como mistério está aqui, mas vá por mim: não subestime a solidão de Maria Carmem. A aprendiz de escritora, enfrentando as angústias da “pior idade do universo”, irá te provar que é possível, sim, que uma menina seja mais solitária do que um velho. Ao menos uma menina que, como ela, cresce e cria suas perguntas entre os objetos de uma “loja de velhos”. Ali elas já nascem antigas, frescas e pesadas, doce feito da mais dura poesia. Maria Carmem nasceu no fim. Sendo assim, do que interessa a idade? Como ela mesma diz, “é possível que um lápis pareça estar novo, mas todo quebrado por dentro”. É assim, toda quebrada por dentro, que ela desconstrói o mundo diante de si, o mundo adulto que cria regras e não as obedece, o mundo escolar, tudo: “na aula de matemática o problema dizia que um menino e uma menina precisavam calcular quantas laranjas levar ao parque se os convidados meninos comiam tantas e as meninas só mais tantas cada uma. E eu escrevi que não era pra levar nenhuma, que tudo é mentira, ninguém vai junto a parque nenhum nessa vida”. É também assim que ela junta e faz pergunta e faz poesia com tudo o que se ergue e desmorona, os pais, deus, o amor, o corpo, a morte, o difícil que é entender o amor dos outros. Quando crescer, Maria Carmem vai ser escritora. Mas Maria Carmem já cresceu e já é. Esse livro é uma generosidade de sua poesia. Uma oportunidade de a gente crescer com ela.
Mariana Salomão Carrara é paulistana, escritora e Defensora Pública, nascida em 1986. Tem publicados um livro de contos (Delicada uma de nós – Off-Flip, 2015), e os romances Idílico (EI, 2007), Fadas e copos no canto da casa (Quintal Edições, 2017), Se deus me chamar não vou (Editora nós, 2019, entre os 10 indicados ao Prêmio Jabuti 2020, em Romance Literário), “É sempre a hora da nossa morte amém” (Editora Nós, 2021, finalista do Prêmio São Paulo 2022 e entre os 10 indicados ao Jabuti 2022),”Não fossem as sílabas do sábado” (Todavia, junho/2022, Vencedor do Prêmio São Paulo 2023, Melhor Romance do Ano) e A árvore mais sozinha do mundo (Todavia, agosto/2024). Por contos e poemas avulsos, recebeu na juventude prêmios nacionais como Off-flip (2012), SESC-DF, Felippe D’Oliveira (2015 e 2016), Sinecol, Josué Guimarães e Ignácio de Loyola Brandão. Recebeu o segundo lugar no Prêmio Guiões (Portugal, 2019) pelo roteiro de longa-metragem É lá que eu quero morar.
Às vezes eu não durmo. Principalmente quando o dia foi tão péssimo que eu não quero que o outro dia chegue porque fico pensando que vai ser pior. Daí, antes de eu desenvolver uma nova técnica, comecei a chantagear deus.
No meio das minhas incontáveis embirrações na literatura está a das crianças narradoras, por isso, quando encontro uma por quem tanto me afeiçoei, concluo que Mariana Salomão Carrara é tão habilidosa como Aline Bei a criar esse tipo de personagens. Não sei se é o PT-BR que lhe dá outra graça, ou o facto de Mariana se lembrar bem do que é ter 11, 12 anos, ou de ter a capacidade de transmitir um olhar simultaneamente ingénuo e inteligente, mas a verdade é que esta miúda nunca me aborreceu.
Ficamos dizendo o tempo todo palavras que não são as melhores, as melhores vêm só depois. Por isso que vai ser legal quando eu for escritora, dá tempo de selecionar as palavras.
Maria Carmem é uma excelente aluna do 6º ano, mais encorpada que os colegas e socialmente inepta, que sonha em ser escritora, pensa muito na morte, sofre de prisão de ventre, ajuda os pais numa loja de produtos geriátricos, e apesar de ter uns pais compreensivos e carinhosos, sente-se sozinha e a mais no seu núcleo familiar.
Depois que eu descobri que a morte pode ser desse jeito, eu concluí que ela também não precisa de avisar que está chegando, e eu não quero ficar sozinha nem um segundo depois de morrer, então além da minha necessidade de controlar o sono e também o cocô, comecei a tentar dominar a morte, ou pelo menos prever a sua chegada.
É uma personagem de carne e osso, a debater-se com as dúvidas próprias da idade, visto que está “em banho-maria”, como diz a mãe, mas tem angústias que a tornam mais madura. O capítulo 31, que descreve uma noite de insónias enumerando os anseios da narradora compensados pelo imaginário infantil, é um momento de escrita magistral. Maria Carmem é, no fundo, uma existencialista em miniatura, que pega nas coisas mais triviais e fica a matutar sobre elas.
Eu que terei crescido que nem um apartamento-grosso, e velho, e cheio de umidades, sem delicadezas nem balões coloridos, ninguém passa pra conferir se o vento não me levou porque sou inteira sólida. Acho que vem daí a palavra solidão, pessoas tão sólidas que ninguém vem checar se estão ruindo.
Maria Carmem torna-se vítima de bullying quando uma abordagem mais arrojada a um rapaz não lhe corre bem e a situação agudiza-se quando a mãe publica mais do que devia sobre a sua vida pessoal nas redes socias, mas o problema é aflorado com algumas nuances.
E o mais velho voltou a com a história de BICHA e o mais novo voltou com a história de GORDA e dessa vez eu fiquei parada, bem parada e bem séria, escutando e pensando meu deus quando será que o colégio muda, e se não muda pra onde vão essas pessoas todas depois, será que elas são o mundo, será que os adultos são essas pessoas depois do banho-maria.
Maria Carmem é amorosa e estranha. Estranhamente amorosa.
Ela falou que passaria a ser muitíssimo discreta, mas eu disse que não gosto de discreto. Eu gosto de vaga-lume (...), o vaga-lume que brilha talvez de alegria talvez de dor. Discrição a gente tem quando está fazendo alguma coisa errada. -Não, Carmem, às vezes a gente é discreto porque os outros são errados.
Peguei este livro cheio de expectativa, pronto para amar, envolvido por um certo hype em torno dele (pelo menos aqui em São Paulo no meu círculo). Mas na real achei um livro apenas simpático. A protagonista é bem carismática, uma solitária menina de 11 anos que sofre bullying por ser grandona. O livro é o diário dela, mas a escrita é às vezes articulada demais e não convence como a de uma criança. A leitura é agradável e mistura instantes bem-humorados com outros bastante melancólicos que nos fazem lembrar que infância não é só alegria: "Eu acho mesmo que as crianças podem ser mais sozinhas que as velhas", crava a garota em dado momento. Uma observação triste e certeira que liga bem as questões desenvolvidas aqui: infância, velhice, solidão, bullying e afeto.
maria carmem, narradora, inicia a tragetória o livro com apenas 11 anos e sonho de ser escritora... trás o toque único da infância, a sinceridade, inocência e grande imaginação.
o livro é um relato autobiográfico, trata sobre questões escolares, busca de enqudramento nos grupos sociais, primeira paixão, aceitação do corpo gordo, novos modelos de famílias que transcendem o nuclear.... apesar dela enfrentar tamanhas dificuldades ela sempre trás uma narrativa sensível poética e cômica.
existe uma brincadeira legal com o ato da escrita... com a intervenção do olhar de sua professora e de um suposto questionário que ela vai respondendo ao decorrer do processo.
senti muito por ela, me revoltei com os pais e depois amei eles... me lembrou as narrativas de Valter Hugo Mãe quando ele assume voz infantil em seus romances...
“Às vezes o cliente entra, e a gente fica toda atenta, achando que ele vai comprar um assento ortopédico e vai salvar o dia, e ele pergunta se tem CD de música de relaxamento, e logo sai. Ou olha a primeira estante e já desiste, deixa a gente angustiado com a porcaria da estante, o que deveria estar lá e não está. As pessoas tinham que aprender a não entrar desse jeito na vida dos outros. Um dia eu vou sair do balcão e vou atrás de um cliente desses, só pra implorar que ele me explique, pelo amor de deus, o que há de errado com a gente, por que ele não ficou nem um minutinho, por que não quis perguntar alguma coisa, por que era tão óbvio assim que não teríamos nada que interessasse”
This entire review has been hidden because of spoilers.
Uau! Um livro muito impactante sobre solidão. Esse tema já normalmente mexe bastante com o leitor, mas aqui ficou ainda mais forte pelo fato de a narradora ser uma menina de 11 anos. O livro é muito bem escrito. Acho que um dos grandes trunfos de um escritor é conseguir exprimir em palavras coisas que pensamos e sentimos, principalmente se conseguir fazê-lo de uma maneira inusitada. E isso é abundante nesse livro. Grifei diversas passagens durante a leitura, passagens muito bonitas e inusitadas. O livro pra mim só não leva 5 estrelas porque acho que misturou um tema lá no meio que não casou muito bem com o restante da narrativa, a meu ver. Aliás, esse tema está na moda, né? Que coisa! No geral, recomendo muito a leitura. E preparem o lápis ou a ferramenta de notas do Kindle para grifar várias coisas.
A pequena Maria Carmem, de 11 anos, sonha em um dia ser escritora, por isso decide começar pelo óbvio: relatar a vida de sua família através de seus olhos infantis. Uma narrativa muito bem acabada, ácida e cheia de humor, mas que não raras vezes se envereda pelo drama e até mesmo pela tragédia. Se Deus me chamar não vou é uma história sobre a felicidade cercada pelas amarras de uma sociedade hipócrita. É sobre como a criança que sofre bullying na escola nem sempre se torna poderosa no final da história. É sobre amores bem resolvidos que se mostram nada bem. É sobre a vida e a morte e a total falta de seriedade com a qual uma criança de 11 anos consegue encarar tudo. Acima de tudo, é sobre a mais dura das lições. A felicidade não é plena e muito menos gratuita. Ela tem um preço caro, mas recompensa seus investidores.
“Às vezes eu não durmo. Principalmente quando o dia foi tão péssimo que eu não quero que o outro dia chegue porque fico pensando que vai ser pior. Daí antes de eu desenvolver uma nova técnica, eu comecei a chantagear Deus.”
Na minha lista de elementos difíceis de gostar em livros estão crianças narradoras - que se tornam narradores mais adultos que a sua idade e isso dá-me alguma angústia. Na verdade, isto não é muito diferente do que encontramos neste livro, que sim, também me deu alguma angústia, mas que eu soube aproveitar de forma diferente.
Neste livro encontramos o diário de uma menina de 11 anos, onde são partilhados pequenos episódios da sua vida familiar e escolar, bem como as suas emoções e pensamentos que, em muitos momentos, pode funcionar como um espelho para as nossas próprias dúvidas e emoções porque, em boa verdade e ainda que adultos, andamos todos em “banho-Maria”.
Por mais que eu não tenha feito essa leitura de forma a me dedicar ao livro tanto quanto gostaria, posso dizer que gostei bastante da história. É inteligente, leve, sutil e sensível - mas sobretudo inteligente.
Acompanhar os pensamentos da Maria Carmem me fez desejar ser amiga dela e poder abraçá-la, especialmente porque compartilhei muito dos mesmos pensamentos e inseguranças na infância e pré-adolescência. O livro me trouxe lembranças do meu tempo de colégio e de me sentir grande e desajeitada; das sensações de não pertencimento e de estranhamento com o meu próprio corpo; da vontade de ser amada aos 11 anos de idade.
Gostei muito da forma como a autora conseguiu abordar, com tamanha pureza e preciosidade, o processo em que a criança passa a tomar consciência de si e do seu fluxo de raciocínio, perdendo um pouco desse prazeroso encanto infantil e compreendendo paulatinamente o mundo tal como os adultos, sob uma perspectiva menos abstrata e fantasiosa - o tal processo de banho-maria: "ela me disse que na minha idade as pessoas estão em banho-maria, e que eu tinha que ter paciência. (...) Depois entendi que estou mais ou menos numa travessa de vidro cozinhando muito lentamente em cima da água, pra eu não queimar, e uma hora eu vou virar alguma coisa".
Tive vontade de voltar no tempo e viver no mundo sendo criança mais uma vez, sentir e pensar de novo o que sentia e pensava aos 11 anos. No fim, posso dizer que foi uma leitura muito gostosa, acima de tudo pela oportunidade de revisitar e remexer certas memórias há muito esquecidas.
“Como eu não quero ficar sozinha morta, quando Deus me chamar vou correr e fugir até meu nome ecoar por todas as nuvens e só vou morrer quando todos estiverem ouvindo MARIA CARMEM numa voz bem forte dentro do ouvido.”
Que história esta… Nem sei bem o que dizer ou pensar.
Maria Carmem tem 11 anos e é muito solitária. É uma criança triste, que parece não pertencer ou não se integrar devidamente em lado nenhum. Está a passar a fase “banho-maria”. Ao analisar o mundo à sua volta e ao refletir (excessivamente?) sobre o presente e o futuro, Maria Carmem não encontra grandes razões para otimismo.
“Dormi muito triste. Parecia que eu tinha batido tantas vezes um lápis e quebrado inteiro por dentro sem perceber, e agora ele não escrevia mais, só quebrava, não adiantava apontar que ele quebrava e quebrava.”
Não sabendo nunca onde a narrativa de Maria Carmem iria levar, a vontade de continuar a ler e acompanhar esta jovem esteve sempre lá. Maria Carmem é um amor.
“Se você fosse uma casa, como você seria. Perguntava o questionário do Leo. Pequena. Bem pequena, com portas cor-de-rosa. Eu seria de madeira, uma madeira bem leve, e todo o mundo passaria perto e diria Nossa que casinha mais frágil.”
Pequeno, intenso e verdadeiro, Maria Carmem escreve um ano da sua vida, a solidão aos 11 anos, quando não se encaixa, não se conhece o funcionamento do mundo fora de si, e se tem medo de morrer. Na literatura, tenho uma queda por crianças sinceras e sofridas, sensíveis e profundas, mas que não deixam a inteligência fora da equação. Não é um livro sobre religião, mas Maria Carmem sabe que se deus chamá-la, ela não vai. Adoro este título e adoro saber que, na verdade, não fui uma criança assim tão solitária, tinha-me a mim própria e a minha família, tal como a Carmem.
a sensibilidade de uma criança que tem sua costumeira solidão potencializada por uma nova presença em seu cotidiano, o que atravessa sua vida, suas relações e pensamentos e traz transformações conflitantes. doce, sensível, triste e maravilhoso, um dos melhores que li esse ano.
quando eu descobri que esse livro era narrador por uma criança, eu já fui sabendo que ia gostar e não errei. eu a d o r e i.
esse livro é escrito por maria carmem, uma menina de 11 anos, contando sobre suas vivencias durante um ano. é muito interessante estar dentro da mente dela durante esses capítulos. dei muita risada, mas confesso que teve momentos que eu só queria entrar no livro e dar um abraço bem apertado nela.
queria muito ler algo da autora e acho que comecei escolhendo muito bem! 🤍
esse livro só confirmou o quanto eu gosto de histórias narradas no ponto de vista de uma criança. daquelas leituras rapidinhas, com capítulos curtos, que a gente acaba e nem percebe. apesar de não ser apenas flores, é um livro bem humorado, me diverti bastante com os pensamentos de Maria Carmem e até mesmo concordei com alguns. amei!
(4.5) Que livro bonito. Daqueles que o pov de criança traz daquelas perspetivas bonitas de ver o mundo como elas. Daqueles que nos põe a rir numa página e a chorar na seguinte.
“Acho que vem daí a palavra solidão, pessoas tão sólidas que ninguém vem checar se estão desabando.”
Uma criança de 11 anos nunca escreveria assim, com tanta maturidade. Mas que interessa? O livro é delicioso, divertido e melancólico, na antecâmara da adolescência, antes da fantasia começar a perder-se. Gostei mesmo muito.
Divertido, mas também profundo e triste. Ser uma criança em processo de adolescência não é tarefa simples. É um período tão complexo que permite a Maria Carmem sentir a vida de forma ambivalente: a mesma situação pode ser, para ela, extremamente vexatória e violenta (como o bullying na escola), mas também satisfatória e até desejada. Afinal, diante da solidão, ao menos ela se sente vista, ainda que para ser violentada. Apesar de ter apenas 11/12 anos, Carmem, com suas reflexões lúdicas e infantis, revela-se profunda e complexa. Passei bons momentos refletindo com ela. Ao longo de um ano, ela registra acontecimentos, emoções e questionamentos, refletindo sobre a vida e a morte e, sobretudo, deixando transparecer a solidão que sente. Questões sobre o corpo, orientação sexual e envelhecimento atravessam os relatos desse período de sua vida. Lembrei da minha adolescência. Foi desafiadora, repleta de ambivalências também, bullying, solidão e decepções. Mas passou, faz tempo, e eu nem percebi.
“Se Deus me chamar não vou” de Mariana Salomão Carrara foi publicado pela @editoranizb e foi uma das leituras do @leiamulheresjundiai
Na época do lançamento desse livro ele estava frequentemente presente na minha timeline repleto de elogios de pessoas com quem me identifico literariamente e logo entrou para minha lista de desejados, comprei na Festa do livro da USP ano passado e estava esperando uma oportunidade para ler junto com o clube de leitura.
Logo na primeira página, o leitor se depara com a seguinte observação de Maria Carmem de 11 anos “Será que o vaga-lume pisca de dor? Se eu pudesse brilhar de dor eu seria um escândalo.” E esse é o tom que permeia toda a leitura.
O tema central é a solidão que machuca e existe, ainda que não seja completamente compreendida pela pré adolescente que está passando por um período grandes mudanças em sua vida.
Além da descoberta do próprio corpo, a dinâmica familiar está mudando com uma velocidade um tanto assustadora e a negligência dos seus pais — que sempre só tiveram olhos um para o outro — aumenta na mesma medida em que a sensação de que Leo parece ser o único a se preocupar com o bem-estar de Maria Carmem.
“Família é um vaso que quebra até por excesso de flores” (p.87)
É triste perceber que Maria Carmem tem medo de não ser tão amada quanto sua mãe, de não ser tão bonita, de seu corpo gordo não ser tão atraente e que o título do livro vem de mais uma tentativa de evitar a solidão, até na morte.
Leitura mais que recomendada, que me fez deixar a autora na lista de nomes para ficar de olho nas próximas publicações.
amo metaficção e narrações sob o ponto de vista de crianças, mas este livro também me deu uma das melhores e mais relacionáveis protagonistas de todos os tempos e talvez o melhor trisal*, o que foi uma ótima surpresa junto com a fat rep e a loja de velhos. nem lembro a última vez que ri e sorri tanto lendo e fiquei satisfeita do começo ao fim com uma história (a quantidade de destaques no meu kindle está lá para provar). é o tipo de livro de cujas críticas sempre vou correr porque não quero que ninguém estrague meu carinho por ele.
tw: gordofobia, bullying, homofobia, pensamentos suicidas, morte de idosos, prisão de ventre e solidão.
*está competindo com o d'A Quinta Estação pelo primeiro lugar.
Talvez a melhor leitura que fiz no ano, ao menos até o momento, e uma das melhoras obras contemporâneas da literatura brasileira dentre as que tive contato. A narrativa encanta desde as primeiras páginas, em que uma garota de 11 anos conta sobre a sua vida, na primeira pessoa, com uma envolvente sensibilidade, ao mesmo tempo original e comum a muitos. Traz discussões sociais importantes de forma sarcástica e até educativa, e consagra Mariana Carrara como uma grande escritora!
MEU DEUS QUE LEITURA BOA eu simplesmente amei, fica até difícil colocar em palavras... a narradora como criança foi muito bem escrita - na minha opinião foi sempre fiel e nunca fugiu do personagem, o que só aumentava a imersão na leitura gostei muito das problemáticas que a autora criou e escolheu desenvolver no livro
entrou no meu top 5 livros favoritos da vida inteira