Nasceu em 8 de abril de 1973, em Pelotas, Rio Grande do Sul. Estudou jornalismo em Porto Alegre, na UFRGS. Trabalhou como repórter no O Estado de S. Paulo e na revista Informática Hoje, em São Paulo. Atualmente dedica-se à tradução de poesia e ao segundo livro, com pequenos poemas de viagem pela Bolívia. Publicou em diversas revistas como Inimigo Rumor, Diário de Poesía (Argentina) e aguasfurtadas (Portugal). Integra a coletânea Cuatro poetas recientes de Brasil (Buenos Aires, 2006). Rilke shake é seu primeiro livro (coleção Ás de Colete) e está na lista dos 51 títulos que foram aprovados pela comissão do Prêmio Portugal Telecom 2008. Por anos manteve o blog tome uma xícara de chá.
Uma anedota muito gabrielesca: esse livro saiu em 2012 pela Cosac Naify e eu passei um bom par de anos torcendo o nariz pra ele só porque o título fala de útero.
Quem me conhece sabe a minha cara de AH PRONTO para qualquer implicação sagrado-feminino-vamos-fazer-uma-ciranda.
Nada contra quem romantiza (tenho até amigas que são), porém: o meu útero serve para 1) doer, 2) descompensar minhas ideias com alterações hormonais ao longo do mês e 3) me lembrar de que, por um acaso fisiológico, faço parte de uma "minoria", e sou julgada constantemente a partir desse fato.
Mas o útero da Angélica (como é que eu ia saber, julgando o livro pela capa?) é outro, e só depois descobri. Antes tarde do que nunca.
Outra anedota também profundamente gabrielesca: o meu poema favorito do livro não tem, afinal, nada a ver com o útero - é uma releitura do Kaváfis. É claro.
Ou seja: trouxa fui eu por não ter descoberto antes o quanto Angélica é maravilhosa.
Alguém poderia dizer que é um excelente livro de poesia que trata da "condição feminina", mas a obra é muito mais do que isso. Com domínio do discurso poético, e com irreverência, Angélica Freitas escreveu poemas que radicalizam a presença das mulheres na literatura, ao produzir seguindo o que se poderia chamar de um axioma: e se o "sujeito da poesia" - expressão que uso para evitar o parnasiano "eu lírico" - fosse mulher, que tipo de poemas teríamos? Por isso que não é um livro apenas sobre uma suposta "condição feminina", o que implicaria um deslocamento apenas temático, mas é uma obra que traz uma mirada da mulher sobre as coisas, femininas ou não. Assim, "Um útero é do tamanho de um punho" desloca não apenas o conteúdo, mas toda uma perspectiva.
adoro A D O R O quando acham que separar palavras [words] no texto e brincar com $1mb0|0$ e escrever | entre linhas | faz de um texto uma boa GRANDE poesia poesiazinha im grindi tixti
adoro ser feminista e usar temas TEMAS importantes! para a sociedade e escrever um monte N O T M E de palavras sem sentido para ganhar dinh€iro
adoro ser gay adoro abortar adoro ser mulher adoro sexo viva as mulheres viva o feminismo viva a universidade que me fez ler isto
no entanto ao chegar chegando chegante ao fim destas fezes percebi que gostaria muito que pegassem num cabide não para abortar [mas viva o aborto!] mas para me espetarem nos olhos para nunca N U N C A + ter de ler algo assim♡
Quando bem feita a poesia tem um efeito arrebatador. Quando não, ela costuma ser pretensiosa, rasa e sem sutileza - é o caso desse livro. Apesar de me identificar com a temática do livro, achei a escrita seca e sem técnica. Problemáticas e pesos comuns na vida das mulheres são apenas cuspidos e jogados na página, sem nenhum desenvolvimento, sutileza ou reflexão.
Além disso, revirei os olhos com a pretenção do livro. Entendo que Angélica é tradutora e domina algumas línguas, mas ficar trocando de idioma sem tradução alguma foi algo que me irritou. Claro, toda mulher brasileira e leitora do livro fala português, espanhol e alemão. Super acessível...
O primeiro livro de poemas que li para o Projeto Ler Poesia e não comecei mito bem. Não é um livro mau mas simplesmente não me identifiquei com nenhum poema e não senti nada. Com um título que promete, estava à espera de mais.
3.5 na verdade. Gostei bastante de alguns poemas, interessante o que ela faz, mas apesar disso pouco bateram fundo em mim, em tenho que dizer que alguns outros passaram batidos, ou acabei não entendo o ponto dela.
Eu não consigo dar 2 estrelas, mas se eu fosse um pouco mais fria e menos apaixonada em literatura, eu daria duas. Porque gostei de oito poemas, que, na minha opinião, são muito bons, mas só oito.
alguém quer saber o que é metonímia abre uma página da wikipédia depara com um trecho de borges em que a proa representa o navio a parte pelo todo se chama sinédoque a parte pelo todo em minha vida este pedaço de tapeçaria é representativo? não é representativo? eu não queria saber o que era metonímia, entrei na página errada eu queria saber como sye chegava perguntei a um guarda não queria fazer uma leitura equivocada mas todas as leituras de poesia são equivocadas queria escrever um poema bem contemporâneo sem ter que trocar fluidos com o contemporâneo como roland barthes na cama só os clássicos”
Claramente no soy el lector a quien esta dirigida esta obra, aun así disfrute mucho la lectura, me ayudo a salir un poco del bloqueo de estar leyendo un texto largo, me encontré con una poética irónica y confrontacional que se dedica a romper los estereotipos de mujer establecidos por la sociedad patriarcal, textos como Mujer deprisa y Mujer de Maleante fueron de mis favoritos.
Destaco de esta edición de Bisturi 10 por sobre todas las cosas el trabajo de traducción que hace Isabel Suárez Escobar, utilizando chilenismos para mantener el sentido general de los poemas, una escritura posicionada desde lo cotidiano y desde esa ironía de contrastar la alta cultura Europea con nuestras realidades latinoamericanas.
Que livro! Que livro! Não só "Um útero é do tamanho de um punho" representa uma obra estética e de experimentação poética que vive o seu tempo e uma posição de fala que tanto me inspira, como ela consegue falar daquilo que diz respeito à mulher/às mulheres de uma forma orgânica. Há poemas inesquecíveis, ainda que o poema que dá nome ao livro seja o melhor de todos (na minha leitura). Gente, que livro. Leiam porque é poesia, leiam porque a autora é mulher, leiam porque é muito bom.
Meu conhecimento de poesia ainda é minúsculo, principalmente quando falamos de obras brasileiras e/ou de autoras lésbicas. É gratificante ler algo tão político que fala tanto com a realidade de todas as mulheres. Sou muito grata por esse livro ter aparecido em algum momento na minha frente e planejo reler diversas vezes. Agora a única coisa que quero é ler e reler mais Angélica.
Por não ser uma exímia leitora de poesia, eu tendo a gostar só daquilo com que me identifico muito. Se eu tivesse lido esse livro há mais tempo, talvez tivesse batido mais. Mas é bom, é bonito, só não conversa mais comigo.
Esse livro dá prazer. Sorri em alguns momentos e gargalhei em dois. Deu pra ler numa sentada, mas preferia que desse pra guardar e, pelo menos, ler mais um pouco no dia seguinte. Esse livro tem uma coisa lúdica, pra quem gosta de ironia, e do som das palavras. Amélia e mulher barbada: um casal sensacional! Recomendo fortemente às mulheres sujas e, também, para as limpas.
Em Um útero é do tamanho de um punho, Angélica faz uma poesia fina, direta e cheia de verdade, com um humor inteligente, meio que jocoso, com uma doce certa de ironia, força de alguém que não tem medo das palavras, ao contrário, as usa muito bem e sabe pra onde as está levando.
Como o próprio título sugere, o mote de suas poesias é o feminino, as mulheres, é um livro feminista? Sim, mas não é de e nem há panfletagem. Há denúncia, mas não é algo bruto; ela observa e relata como a mulher é vista, apontada, moldada, o que fica muito claro na primeira parte do livro com O "uma mulher limpa". Angélica reinventa e dá uma nova roupagem ao preconceito, quando o incorpora para expor justamente toda a sua face cômica que já deveria ter sido percebida por todos há muito tempo!
As poesias são cheias de nuances e significados que vão além de sua rima forte e de sua falsa simplicidade. Falam da forma ostensiva que a mulher é vigiada, seja sobre a forma como se veste, pelo seu peso, sua beleza. Ainda traz poemas sobre a transsexualidade, o homossexualismo feminino, falam das ilusões, desilusões e desejos de toda mulher.
Um útero não é o mesmo que um punho e muito menos tem a sua força física, isso é claro, mas se você quiser parar e pensar só um pouco, mesmo não estando muito acostumado a isso, vai entender que esse órgão de posse apenas do feminino, carrega toda uma supremacia, tem sim muito poder! Mas ao mesmo tempo, se formos analisar o avesso dessas costuras tão bem tecidas pela autora [e como sugere tão belamente a capa da edição], vamos enxergar que esse mesmo útero deixa de ser algo sagrado, prendendo a mulher à uma única prioridade.
Como eu falei, não sou boa para falar de poesia, aliás, nem sei se sou boa em fazer poesia, mas Angélica Freitas é, e muito! Ela nos atinge em cheio e, o melhor, sem precisar empunhar um punho fechado!
Mais um livro de uma autora brasileira, meio que só pra dizer que eu li algo de literatura nacional esse ano. Mas, ao mesmo tempo preciso dizer que estava namorando esse livro desde a Bienal que aconteceu em setembro desse ano, e onde acabei não comprando o bendito porque o estande da editora estava cheio demais e eu já estava sem paciência.
Mas depois eu o vi novamente na Livraria Cultura e não resisti. Comecei a ler agora no final do ano, e como o livro é muito curtinho e as poesias dele funcionam quase que em bloco, ele foi devidamente lido rapidinho, mesmo no esquema de ler de manhã.
Angélica Freitas, autora do sul do país, caprichou na sua temática feminina, o livro é quase que um manifesto sobre o que se fala e pensa da mulher, com foco mais voltado para a parte complicada disso na sociedade brasileira e, por que não, mundial. Diversos textos não funcionam bem sozinhos, pois a obra foi feita meio em pedaços e em cada sessão as poesias são correlacionadas, funcionando muito melhor quando lidas seguidinhas.
De forma geral eu gostei muito do livro, mas como ele tem essa questão do conjunto da obra e não de cada poema em si, confesso que não marquei nenhum deles como excelente. Talvez isso também tenha acontecido por conta do incômodo que me pareceu proposital nos textos. Ou talvez eu tenha exagerado um pouco na temática feminista esse ano e o assunto esteja temporariamente carregado demais para mim. Afinal, tive um problema parecido com outro livro nesse final de ano, a resenha sairá daqui a pouco, aguardem.
Fora isso, é um livro importante dentro do cenário poético nacional e eu recomendo bastante.
Ultimamente tenho sentido vontade de me aproximar mais de poemas e esse é o segundo que peguei esse ano para ler e foi um pouco desafiador, mas gostei bastante. Acho muito interessante o embate que fica implícito entre o que as pessoas esperam da mulher como um todo, o que a mulher quer e o que esperam da Angélica em si. Depois dessa, fiquei com ânimo para conhecer mais obras de poesia e me aventurar mais nesse tipo de leitura.
Nem sei como cheguei a esse livro, provavelmente o título chamou-me a atenção nalgum momento. Mas ainda bem que foi assim, porque estes poemas são muito bons. Têm humor, têm assertividade, são actuais e necessários. Gostei muito!
Eu não estava certa de poder ler num livro em português, especialmente um livro de poesia. Tinha medio de ler tudo no seu sentido literal. Contudo achei isto no "metonímia" e acho que é verdade quando estamos a falar de poesia.
não queria fazer uma leitura equivocada mas todas as leituras de poesia são equivocadas